Airon
Observo seu corpo esguio rebolar em direção a minha lamborghini, sorrio largamente ao imaginar aquela mulher maravilhosa em minha cama. Obviamente não darei o divórcio como ela quer, mas ela não precisa saber disso... agora.
— Se você quer assim, que assim seja. — Sigo para o carro dando uma boa gorjeta para o manobrista.
Ao entrar, observo o vestido justo marcar as curvas de seu corpo, o tom vermelho ressalta a cor de sua pele clara e acabo me perdendo em pensamentos ao dirigir. Não notei que essa mulher mexia mais com os meus sentimentos do que imaginava. Quando estou ao seu lado, me sinto desafiado.
Pensando bem, uma das coisas que ela mais gosta de fazer é desafiar. Não posso me dar ao luxo de cair em seus encantos e me apaixonar, mas tenho que confessar que não a quero longe de mim desde o momento em que a vi. Quando ela negou o meu pedido fiquei desnorteado. Nenhuma mulher até hoje negou os meus desejos ou minhas ordens.
Sou tirado dos meus pensamentos ao ver o hotel onde estou hospedado se aproximar, na verdade, o prédio é uma das minhas propriedades, mas a cobertura serve para meu uso exclusivo, gosto da vista que me proporciona. Estaciono em frente ao prédio onde James, meu motorista, me espera. Ele abre a porta para Megan que sai elegantemente, mas com receio.
Entrego as chaves do carro para ele e vejo alguns homens na rua olharem desejosos cobiçando o lindo corpo de Megan. Esse ato não deveria me irritar tanto como me irrita e isso me deixa surpreso. Coloco minha mão na base da sua coluna, a guiando para o interior do prédio, mas ela se recusa a prosseguir.
— Por que me trouxe até aqui? — pergunta duvidosa.
— Acredito que queira se queimar. — Pisco, com um sorriso travesso.
Seu corpo fica tenso e ela recua um passo na tentativa de se afastar, mas seus olhos atentos observam cada movimento do meu corpo.
— Relaxa, eu só quero conversar. — Tento mais uma vez guiá-la até o saguão, mas ela recua.
— Já conversamos o suficiente por hoje. — Ela se livra dos meus braços, quebrando nosso contato.
— Está frio, vamos entrar, você pode pegar um resfriado. Te trouxe até aqui por precisarmos nos conhecer melhor — falo calmamente enquanto sua expressão relaxa.
Meu real desejo é tê-la em minha cama esquentando o meu lençol, mas afasto o pensamento inapropriado da minha mente.
Por fim, ela segue até a recepção e a guio até o elevador que, por sorte, está no térreo. Procuro mantê-la próxima ao meu corpo, pois o cheiro da sua colônia é delicioso e inebriante.
— Está se aproximando de mais, Sr. Markcross, estou desconfiada de que está querendo marcar seu território — diz com sarcasmo.
— Acha que tenho a intenção de marcar território no que já é meu, Megan? — a provoco pronunciando seu nome lentamente.
Ela me lança um olhar irritado e reprovador, prendo uma gargalhada que quase escapa. Gosto de perturbá-la e ver suas expressões intrigadas. Subimos de elevador até a cobertura, mostro o caminho até o meu apartamento para ela.
— Bem-vinda ao seu lar temporário, minha esposa — digo ironicamente, e a vejo revirar os olhos.
Retiro meu terno e minha gravata, jogando sobre o sofá de couro branco, e começo a desabotoar as mangas da minha camisa. Megan me observa em silêncio, parada próxima a porta, caminho em sua direção, desabotoando os dois primeiros botões da minha camisa que me incomodam.
Seus lábios carnudos e marcantes chamam minha atenção, seu batom vermelho vibrante levemente borrado me lembra do nosso beijo. Sempre que observo estes lábios, tenho o forte desejo de mordê-los. Percebendo meu olhar faminto, ela baixa o olhar e apreensivamente explora o apartamento caminhando pela sala, observando a decoração.
Encosto-me na parede, colocando as mãos no bolso da calça enquanto ela curiosamente observa a pintura abstrata em um dos quadros da sala.
— Gostou? — pergunto curioso.
— Sim — ela sorri —, é lindo, mas prefiro paisagens.
— Aceita uma bebida? — ofereço.
— Não, obrigada — recusa gentilmente.
— Está tudo bem? — franzo as sobrancelhas, incerto.
— Isso tudo é estranho para mim, Airon. — Meu nome embala em sua língua suavemente, me dando uma estranha sensação de paz.
— Sinta-se à vontade. — Não quero pressioná-la e muito menos assustá-la. —Tem certeza que não aceita uma bebida?
— É melhor evitarmos o álcool. — Vejo a culpa refletida em seu sorriso.
— Você tem razão. — Sorrio me aproximando, mas percebo que isso a deixa assustada. — Não precisa ficar assustada, não vou te forçar a nada — pronuncio com calma.
— Não é tão simples assim, eu mal te conheço. — Ela suspira.
— Mas você me deseja. — Ela franze as sobrancelhas.
— Estes são assuntos que não devem ser discutidos, e acredito que seu ego esteja inflado por cogitar essa ideia absurda. — Cruza os braços irritada.
— Foi somente um comentário que a deixou sem fala, provando minhas dúvidas. — Sorrio vitorioso.
— Você é irritante. — Ela balança a cabeça, rindo. — Sem contar que se acha demais.
— Vou considerar isso como um elogio.
Por mais que queria tomá-la para mim e beijar seus lábios macios, controlo minhas vontades para que ela fique confortável.
— Sente-se. — Me sento no sofá e ela faz o mesmo, porém mantendo uma certa distância. — Me fale mais sobre você. — A observo um tanto quanto ansioso.
Solicitei uma pesquisa detalhada de sua vida, não que eu tenha direito de fazer isso, mas eu fiz e acredito que ouvir dela sobre seu passado nos aproximará. A quem eu quero enganar? Contenho um sorriso irônico, estou testando-a, vendo até onde ela está disposta a se abrir e se entregar.
Pensativa ela suspira fixando seus olhos no tapete marrom escuro felpudo da sala.
— Não tem muito o que saber sobre mim. Trabalho na parte financeira de uma empresa pequena de medicamentos, levo uma vida normal, do trabalho para casa e de casa para o trabalho. Não tenho uma vida interessante, aproveitei minhas férias para vir com minha amiga para Las Vegas e aqui estou. — Ela ri incrédula. — Inacreditável, não?!
— Hum... Diria que de monótono você passou para exótico. — Franzo as sobrancelhas achando graça.
— Muito engraçado. — Ela faz uma careta que me faz rir.
Ela parece cansada, e pelo jeito, todo esse assunto de casamento repentino não deixou ela dormir adequadamente, seus lindos olhos verdes parecem um pouco distantes e tristes.
— Venha, vamos dormir, você parece cansada. Pode ficar com o meu quarto hoje. — Seguro sua mão e a guio para o andar superior.
Ela sobe as escadas na minha frente e sua bunda redonda marcada pelo vestido fica ainda mais volumosa, controlo minha mão para não tocar e acariciá-la. Abro a porta do quarto, dando passagem para ela, e quando passa por mim, seu cheiro suave prende minha atenção. Inconscientemente, envolvo meu braço em sua cintura colando seu corpo no meu, acariciando sua bochecha com o polegar.
— Você não deveria usar um vestido tão justo. — Encaro seus olhos.
— Você não deveria me agarrar!
— É inevitável com tamanha beleza. — Suas bochechas ficam rubras.
— Me solta. — Ela tenta se soltar, mas não permito.
A encosto na parede, roçando os lábios em seu pescoço, seu corpo está tenso e sinto que alguns tremores de medo o percorrem, então tento ser gentil para não assustá-la.
— Seu perfume é delicioso e seus lábios chamativos, quero beijá-la aqui e agora. — Seguro suas mãos para evitar que ela me afaste.
— Solte as minhas mãos Airon — diz tentando se soltar.
Solto suas mãos, subindo pelos seus braços até sua nuca enroscando meus dedos em seus cabelos colando nossos lábios com fervor. Ela protesta por um momento, mas logo se entrega retribuindo o beijo ardentemente.
Suas delicadas mãos sobem pelo meu corpo se entrelaçando em meus cabelos, ela se entrega ao nosso beijo enquanto minhas mãos descem por seu corpo esguio, acariciando cada curva até chegar em sua bunda, apertando-a suavemente.
Megan suspira, puxando os meus cabelos com certa força, aproveito seus lábios entreabertos para mordiscá-los lentamente. Desço os meus beijos em seu pescoço, brincando com aquela área sensível. Ela solta um leve gemido manhoso que reverbera por meu corpo, me fazendo ofegar e estremecer de prazer.
Quero ouvir seus gemidos, e os sons que saem de sua garganta, quero sentir seu corpo cada vez mais próximo ao meu, completamente entregue a mim.
Quando estou subindo minha mão por suas pernas grossas e torneadas, meu celular começa a vibrar no bolso da calça. Ignoro, mas a insistência começa a me irritar. Apanho o aparelho do bolso encarando o visor com raiva, me afasto com relutância, observando as letras acesas na tela.
— Tenho que atender — falo irritado, rumo às escadas, seguindo para a cozinha.
Megan Fico frustrada quando ele sai de repente quebrando nosso contato íntimo, meu corpo anseia por mais, anseia por tê-lo, tocá-lo e senti-lo, mas ele apanha o celular do bolso e encara seriamente o número na tela. —Tenho que atender — seu tom ríspido me deixa atordoada. Sai do quarto batendo a porta com força, mas posso ouvi-lo pronunciar o nome de uma mulher. Lilian. Um forte e estranho frio se instala na minha barriga. Ter a sensação de ser uma amante me deixa agoniada. Fico enojada por imaginar uma mulher sincera e de puro coração do outro lado da linha que provavelmente não sabe o que está acontecendo aqui, e agora está sendo traída. Sinto todo o meu corpo estremecer com a ideia de estar por trás de tudo e ser cumplice desse absurdo. Em nenhum momento cogitei a possibilidade de Airon ter uma família ou até mesmo uma namorada, pelos noticiários, é anunciado apenas que Airon Markcross é um dos solteirões mais cobiçados do
Na escola, meus primos me perseguiam e não me deixavam ter amizade com ninguém. Todos que se aproximavam apanhavam ou eram pagos para me deixarem sozinha. Foi assim na maior parte da mina vida, até os meus 13 anos. A única pessoa que enfrentava Dylan, Noah e Ethan era Katy, com sua personalidade explosiva. Ela foi a única que conseguiu se aproximar de mim e me dar forças para continuar tentando e seguindo em frente. Balanço a cabeça afastando os pensamentos ruins, mas eles insistem em voltar a todo momento para me fazer lembrar de quem verdadeiramente sou. Eu fugi de Philipe, fugi com os pais de Katy para a Inglaterra, mas a qualquer momento eles podem me encontrar, tentar me vender ou me matar como planejavam. Suspiro pesadamente e vejo o olhar de James sobre mim, enxugo minhas lágrimas com as costas das mãos e finjo não estar vendo seus olhos castanhos me fitarem preocupados. Um forte calafrio percorre meu corpo, meu coração dispara em meu peito ao
Acordo com um baque que não sei de onde vem, me levanto perdida e vejo Katy segurando um travesseiro nas mãos. Fico muito irritada com sua atitude infantil. Será que não vou conseguir acordar com dignidade uma única vez nessa viagem? — O que você está fazendo Katy? — Olho irritada para ela. — Eu estava num maravilhoso e profundo sono, fugindo da minha drástica realidade, e você me acorda dessa maneira? Todos os dias têm algo novo, e amanhã será o que? Água? — pergunto incrédula. — Ótima ideia, Meg — ri me atacando com o travesseiro —, assim, talvez, você tire essas rodelas pretas de panda em volta dos olhos. Katy pula em cima da cama como uma criança preparada para uma guerra de travesseiros, na intenção de me defender, fico em pé sobre a cama observando-a. — Então é assim mesmo? — pergunto me armando com dois travesseiros, pronta para o ataque. — Sim, panda. — Ri do meu rosto borrado, escorrido de maquiagem e rímel preto. Pulo em sua
Queria ela aqui comigo, sentir o cheiro delicioso de sua pele suave e macia. Eu deveria ir até ela, mas não posso. Lilian vai me ligar novamente. Ela está com problemas na construção da nova boate e preciso verificar as plantas do terreno e o andamento da obra para ver qual a melhor solução. Samuel poderia resolver se não estivesse ocupado demais em suas noitadas. Suspiro cansado, enchendo novamente o copo com a bebida de cor âmbar, respiro profundamente, me sentando no sofá enquanto ingiro aquele líquido forte que queimava minha garganta, me trazendo uma sensação de conforto. Sei que Megan está chateada por causa da ligação, mas ela poderia ter pedido uma simples explicação antes de sair correndo. De certa forma, não confio nela. Ela pode sujar minha imagem a qualquer momento, e problemas com a justiça é algo do qual quero me manter bem longe. Totalmente longe. Não posso me dar o luxo de deixar Adam colocar as mãos nas empresas CrossR
— Muito curto, minha calcinha vai aparecer — digo de uma vez. — Não importa, o plano se chama pirando o cretino, esqueceu?! Tem que provocar. Se vai aparecer sua calcinha, sugiro que vista uma sexy. — J**a o vestido para mim. Reviro os olhos deixando a peça sobre a cama. — Você nem me contou o plano. — Cruzo os braços. — Vou contar agora. Ela começa a me explicar seu plano maquiavélico, maquinado nos mínimos detalhes, o qual acho que vai gerar uma grande confusão para mim. "Realmente quero provocá-lo". Qual é a desse pensamento? Não estou negando que quero beijar aqueles lábios carnudos e passar as mãos por aquele corpo bem malhado. — Ok, vamos fazer isso. — Sorrio ao bater as palmas de minhas mãos nas dela. Tomamos um banho rápido e começamos a nos arrumar para, mais uma vez, ir à balada. Claro, dessa vez, não vou tomar nada de álcool, prometi a mim mesma somente um vinhozinho e olhe lá. Sem demorar mui
— Estamos indo a um cassino? — Franzo as sobrancelhas. — É claro, achou mesmo que eu viria a Las Vegas e não conheceria um cassino? — ela pergunta incrédula. — Não, mas pensei que o plano fosse ir a outra balada — falo e ela sorri animada. — O importante é que conseguimos, não temos mais o armário ambulante atrás da gente — Katy diz rindo. — Não acredito que fizemos isso. — Para seu marido entender que não pode com a gente. — Ela ri debochada. — Podemos não falar dele? — Faço uma careta. Não quero pensar no homem furioso que provavelmente está cuspindo fogo como um dragão selvagem. Chegamos ao cassino e me impressiono ao observar as grandes letras luminosas formando o nome Cassino Road Bar. O lugar é muito grande, cheio de pessoas de todos os tipos desde idosos a jovens, luxuoso e sofisticado, com funcionários trajados a rigor. As mesas de poker estão lotadas, assim como todos os outros jogos. Os barulhos das má
Assim que colocamos os pés para fora, ele se vira para mim bravo. — Eu te chamo para sair comigo e você recusa para isso? — diz com o maxilar travado. — Não foi isso que aconte... Sou interrompida quando Katy avança em Airon esmurrando seu peito, mas Willian a segura pelos braços sem dificuldade a suspendendo no ar pela diferença de altura. Indignada, Katy grita com Willian que ainda a segura sem dificuldade. — Leve-a para o hotel, Willian — Airon ordena. — Eu não vou a lugar algum sem a Meg, seu idiota, palhaço, cretino — grita, tentando chutar Airon enquanto se debate, Willian ergue Katy pela cintura, o que a irrita ainda mais. — Eu vou com Katy, não te devo explicações nenhuma. — Dou as costas para ele, o ignorando. — Você vem comigo. — Tenta me segurar, mas puxo meu braço me soltando. — Não. — Semicerro os olhos o encarando em desafio. — Você não manda em mim — rosno irritada. — Você já me causou probl
— Agora a porra da culpa é minha? Eu te chamei para sair, droga — grita, cerrando os punhos. — Mandando recado pelo Willian? Está achando que eu sou o quê? — grito de volta e vejo que ele está cada vez mais nervoso. — Você recusa meu pedido, sai sozinha não dando a mínima para o nosso acordo, mente para Willian, e a porra da culpa é minha? — grita indignado, andando de um lado para o outro, passando as mãos nos cabelos. Essa lista é maior do que eu esperava. Minha vontade de chorar aumenta. Quando vejo mais uma vez aquele olhar perdido em um misto de sentimentos ruins, prendo minhas lágrimas, mas o pânico dentro de mim aumenta gradativamente. O que eu menos quero é ter uma crise e demonstrar fraqueza, tento me acalmar afastando esses pensamentos, todos os anos de terapia não podem ter sido em vão. — Sei que estou errada e que não deveria ter feito isso, mas aquele cara me coagiu. Eu estava tentando me soltar, não sei o que teria feito