Capítulo 4.2

Airon

Observo seu corpo esguio rebolar em direção a minha lamborghini, sorrio largamente ao imaginar aquela mulher maravilhosa em minha cama. Obviamente não darei o divórcio como ela quer, mas ela não precisa saber disso... agora.

— Se você quer assim, que assim seja. — Sigo para o carro dando uma boa gorjeta para o manobrista.

Ao entrar, observo o vestido justo marcar as curvas de seu corpo, o tom vermelho ressalta a cor de sua pele clara e acabo me perdendo em pensamentos ao dirigir. Não notei que essa mulher mexia mais com os meus sentimentos do que imaginava. Quando estou ao seu lado, me sinto desafiado.

Pensando bem, uma das coisas que ela mais gosta de fazer é desafiar. Não posso me dar ao luxo de cair em seus encantos e me apaixonar, mas tenho que confessar que não a quero longe de mim desde o momento em que a vi. Quando ela negou o meu pedido fiquei desnorteado. Nenhuma mulher até hoje negou os meus desejos ou minhas ordens.

Sou tirado dos meus pensamentos ao ver o hotel onde estou hospedado se aproximar, na verdade, o prédio é uma das minhas propriedades, mas a cobertura serve para meu uso exclusivo, gosto da vista que me proporciona. Estaciono em frente ao prédio onde James, meu motorista, me espera. Ele abre a porta para Megan que sai elegantemente, mas com receio.

Entrego as chaves do carro para ele e vejo alguns homens na rua olharem desejosos cobiçando o lindo corpo de Megan. Esse ato não deveria me irritar tanto como me irrita e isso me deixa surpreso. Coloco minha mão na base da sua coluna, a guiando para o interior do prédio, mas ela se recusa a prosseguir.

— Por que me trouxe até aqui? — pergunta duvidosa.

— Acredito que queira se queimar. — Pisco, com um sorriso travesso.

Seu corpo fica tenso e ela recua um passo na tentativa de se afastar, mas seus olhos atentos observam cada movimento do meu corpo.

— Relaxa, eu só quero conversar. — Tento mais uma vez guiá-la até o saguão, mas ela recua.

— Já conversamos o suficiente por hoje. — Ela se livra dos meus braços, quebrando nosso contato.

— Está frio, vamos entrar, você pode pegar um resfriado. Te trouxe até aqui por precisarmos nos conhecer melhor — falo calmamente enquanto sua expressão relaxa.

Meu real desejo é tê-la em minha cama esquentando o meu lençol, mas afasto o pensamento inapropriado da minha mente.

Por fim, ela segue até a recepção e a guio até o elevador que, por sorte, está no térreo. Procuro mantê-la próxima ao meu corpo, pois o cheiro da sua colônia é delicioso e inebriante.

— Está se aproximando de mais, Sr. Markcross, estou desconfiada de que está querendo marcar seu território — diz com sarcasmo.

— Acha que tenho a intenção de marcar território no que já é meu, Megan? — a provoco pronunciando seu nome lentamente.

Ela me lança um olhar irritado e reprovador, prendo uma gargalhada que quase escapa. Gosto de perturbá-la e ver suas expressões intrigadas. Subimos de elevador até a cobertura, mostro o caminho até o meu apartamento para ela.

— Bem-vinda ao seu lar temporário, minha esposa — digo ironicamente, e a vejo revirar os olhos.

Retiro meu terno e minha gravata, jogando sobre o sofá de couro branco, e começo a desabotoar as mangas da minha camisa. Megan me observa em silêncio, parada próxima a porta, caminho em sua direção, desabotoando os dois primeiros botões da minha camisa que me incomodam.

Seus lábios carnudos e marcantes chamam minha atenção, seu batom vermelho vibrante levemente borrado me lembra do nosso beijo. Sempre que observo estes lábios, tenho o forte desejo de mordê-los. Percebendo meu olhar faminto, ela baixa o olhar e apreensivamente explora o apartamento caminhando pela sala, observando a decoração.

Encosto-me na parede, colocando as mãos no bolso da calça enquanto ela curiosamente observa a pintura abstrata em um dos quadros da sala.

— Gostou? — pergunto curioso.

— Sim — ela sorri —, é lindo, mas prefiro paisagens.

— Aceita uma bebida? — ofereço.

— Não, obrigada — recusa gentilmente.

— Está tudo bem? — franzo as sobrancelhas, incerto.

— Isso tudo é estranho para mim, Airon. — Meu nome embala em sua língua suavemente, me dando uma estranha sensação de paz.

— Sinta-se à vontade. — Não quero pressioná-la e muito menos assustá-la. —Tem certeza que não aceita uma bebida?

— É melhor evitarmos o álcool. — Vejo a culpa refletida em seu sorriso.

— Você tem razão. — Sorrio me aproximando, mas percebo que isso a deixa assustada. — Não precisa ficar assustada, não vou te forçar a nada — pronuncio com calma.

— Não é tão simples assim, eu mal te conheço. — Ela suspira.

— Mas você me deseja. — Ela franze as sobrancelhas.

— Estes são assuntos que não devem ser discutidos, e acredito que seu ego esteja inflado por cogitar essa ideia absurda. — Cruza os braços irritada.

— Foi somente um comentário que a deixou sem fala, provando minhas dúvidas. — Sorrio vitorioso.

— Você é irritante. — Ela balança a cabeça, rindo. — Sem contar que se acha demais.

— Vou considerar isso como um elogio.

Por mais que queria tomá-la para mim e beijar seus lábios macios, controlo minhas vontades para que ela fique confortável.

— Sente-se. — Me sento no sofá e ela faz o mesmo, porém mantendo uma certa distância. — Me fale mais sobre você. — A observo um tanto quanto ansioso.

Solicitei uma pesquisa detalhada de sua vida, não que eu tenha direito de fazer isso, mas eu fiz e acredito que ouvir dela sobre seu passado nos aproximará. A quem eu quero enganar? Contenho um sorriso irônico, estou testando-a, vendo até onde ela está disposta a se abrir e se entregar.

Pensativa ela suspira fixando seus olhos no tapete marrom escuro felpudo da sala.

— Não tem muito o que saber sobre mim. Trabalho na parte financeira de uma empresa pequena de medicamentos, levo uma vida normal, do trabalho para casa e de casa para o trabalho. Não tenho uma vida interessante, aproveitei minhas férias para vir com minha amiga para Las Vegas e aqui estou. — Ela ri incrédula. — Inacreditável, não?!

— Hum... Diria que de monótono você passou para exótico. — Franzo as sobrancelhas achando graça.

— Muito engraçado. — Ela faz uma careta que me faz rir.

Ela parece cansada, e pelo jeito, todo esse assunto de casamento repentino não deixou ela dormir adequadamente, seus lindos olhos verdes parecem um pouco distantes e tristes.

— Venha, vamos dormir, você parece cansada. Pode ficar com o meu quarto hoje. — Seguro sua mão e a guio para o andar superior.

Ela sobe as escadas na minha frente e sua bunda redonda marcada pelo vestido fica ainda mais volumosa, controlo minha mão para não tocar e acariciá-la. Abro a porta do quarto, dando passagem para ela, e quando passa por mim, seu cheiro suave prende minha atenção. Inconscientemente, envolvo meu braço em sua cintura colando seu corpo no meu, acariciando sua bochecha com o polegar.

— Você não deveria usar um vestido tão justo. — Encaro seus olhos.

— Você não deveria me agarrar!

— É inevitável com tamanha beleza. — Suas bochechas ficam rubras.

— Me solta. — Ela tenta se soltar, mas não permito.

A encosto na parede, roçando os lábios em seu pescoço, seu corpo está tenso e sinto que alguns tremores de medo o percorrem, então tento ser gentil para não assustá-la.

— Seu perfume é delicioso e seus lábios chamativos, quero beijá-la aqui e agora. — Seguro suas mãos para evitar que ela me afaste.

— Solte as minhas mãos Airon — diz tentando se soltar.

Solto suas mãos, subindo pelos seus braços até sua nuca enroscando meus dedos em seus cabelos colando nossos lábios com fervor. Ela protesta por um momento, mas logo se entrega retribuindo o beijo ardentemente.

Suas delicadas mãos sobem pelo meu corpo se entrelaçando em meus cabelos, ela se entrega ao nosso beijo enquanto minhas mãos descem por seu corpo esguio, acariciando cada curva até chegar em sua bunda, apertando-a suavemente.

Megan suspira, puxando os meus cabelos com certa força, aproveito seus lábios entreabertos para mordiscá-los lentamente. Desço os meus beijos em seu pescoço, brincando com aquela área sensível. Ela solta um leve gemido manhoso que reverbera por meu corpo, me fazendo ofegar e estremecer de prazer.

Quero ouvir seus gemidos, e os sons que saem de sua garganta, quero sentir seu corpo cada vez mais próximo ao meu, completamente entregue a mim.

Quando estou subindo minha mão por suas pernas grossas e torneadas, meu celular começa a vibrar no bolso da calça. Ignoro, mas a insistência começa a me irritar. Apanho o aparelho do bolso encarando o visor com raiva, me afasto com relutância, observando as letras acesas na tela.

— Tenho que atender — falo irritado, rumo às escadas, seguindo para a cozinha. 

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