Mundo de ficçãoIniciar sessão
Capítulos relacionados
45. A Ameaça de Modrik
MalloryO som da porta se fechando atrás de dele ecoou como um trovão nos meus ouvidos.Meu corpo ficou rígido assim que percebi quem estava ali.Modrik.Ele se apoiava contra a porta com um sorriso preguiçoso nos lábios, como se estivéssemos prestes a ter uma conversa amigável. Mas eu conhecia aquele olhar.Ele me estudava como um predador observa sua presa antes do ataque.Minha loba se retesou dentro de mim.Me levantei da poltrona num movimento brusco, meus olhos fixos nele.— O que você quer? — Minha voz saiu firme, mas eu sentia meu coração martelando dentro do peito.Ele não respondeu de imediato. Apenas girou a chave na fechadura, trancando a porta atrás de si.O clique do metal me soou alto demais.Minha respiração se tornou mais pesada.— Faz tempo que queria essa conversa a sós com você, lobinha. — Modrik finalmente disse, sua voz calma demais, calculada demais.Minha mandíbula travou.Eu não era ingênua. Sabia reconhecer perigo quando o via.Modrik sempre foi ambicioso, se
46. A Verdade
MalloryO silêncio da sala era ensurdecedor.Meu corpo ainda tremia com a adrenalina que Modrik havia deixado para trás. Suas palavras ainda ecoavam na minha mente como uma maldição, corroendo minha paciência e me enchendo de raiva."Escolha errado… e mais pessoas que você ama podem se ferir."Meu peito subia e descia rápido demais, minha loba inquieta, querendo sangue, querendo lutar. Mas ao invés disso, eu estava ali, travada, sentindo o ódio corroer cada fibra do meu corpo.Foi quando a porta se abriu bruscamente.Gabriel entrou, sua expressão carregada. Seu olhar escaneou a sala e então se fixou em mim. "Os Alfas estão convocando todos para a clareira."Tentei me recompor, endireitando a postura e limpando qualquer vestígio de emoção do meu rosto. Mas quando Gabriel voltou a me encarar, seus olhos se estreitaram."Aconteceu alguma coisa?" Ele cruzou os braços. "Você está pálida.""Não é nada."respondi rápido demais.Ele ergueu uma sobrancelha."Tem certeza?""Sim." minha respost
47. O Pedido à Deusa
MalloryO mundo ao meu redor parecia girar.Meu corpo tremia, minha respiração estava entrecortada, e cada batida do meu coração soava errada, fora de sintonia. Eu podia sentir… eu sabia.Karev estava se afastando de mim.O vínculo que nos unia, que nos tornava um só, estava se fragmentando. E eu não podia fazer nada."Escoltem Aslam, seu filho e Modrik aos aposentos e os tirem daqui." Ragnar ordenou, sua voz reverberando pela clareira, fria e afiada como uma lâmina.Os lobos se aproximaram imediatamente, cercando os três traidores.Mas Modrik hesitou.Ele olhou ao redor como um animal encurralado, seu peito subindo e descendo rápido demais, e então rugiu:"Eu moro aqui! Eu pertenço a essa alcateia! Para onde diabos quer que eu vá?!"Meu pai deu um passo à frente, seus olhos escuros carregados de desprezo."Isso não é mais problema meu."Modrik rosnou, seus olhos brilhando com fúria."Você não pode fazer isso!""A lealdade não foi feita para ser quebrada, garoto." Meu pai estreitou os
48. Despertar
KarevA dor veio primeiro.Ela não era afiada ou momentânea. Era algo profundo, queimando meu ombro, irradiando por cada músculo, como se algo estivesse errado dentro de mim. Meu lobo estava inquieto, se remexendo na escuridão da minha mente, tentando entender o que aconteceu.O segundo sentido que despertou foi o tato.Os lençóis eram macios contra minha pele, mas meu corpo parecia rígido, exausto, como se tivesse sido arrastado para um inferno e voltado.E então, o cheiro.Mallory.Seu perfume estava por toda parte, impregnado no ar, em mim.Forçando meus olhos a se abrirem, pisquei contra a claridade fraca do quarto. Minha visão ainda estava embaçada, mas consegui ver a silhueta pequena e familiar ao meu lado.Mallory estava debruçada sobre a cama, sua cabeça apoiada em nossos dedos entrelaçados.A cena apertou meu peito.Ela parecia exausta, como se não tivesse dormido em dias.Levantei minha mão com esforço e apertei de leve seus dedos, mas isso foi o suficiente para me fazer per
49. Sentimentos
MalloryMe afastei de Karev assim que Dilsan e Ahmed se aproximaram.A mãe dele estava visivelmente emotiva. O jeito que seus olhos brilhavam, como se estivesse segurando as lágrimas, me fez sentir um aperto no peito. Assim que cheguei a uma distância segura, ela cruzou o espaço entre eles e o abraçou.Karev resmungou, seu corpo ainda dolorido pela recuperação, mas não tentou afastá-la. Pelo contrário. Seus olhos brilharam intensamente, refletindo um turbilhão de emoções ao vê-los.Ahmed permaneceu mais contido, mas a expressão séria que sempre carregava estava suavizada. Eu podia ver a tensão em sua mandíbula e o alívio silencioso em seus olhos enquanto observava Karev.Eles começaram a falar com ele em um tom baixo, quase como se tentassem preservar o momento para si mesmos.Eu quis rir. Como se isso fizesse alguma diferença para mim e minha audição lupina.Mas então Dilsan pareceu se lembrar de que eu estava ali. Ela desviou os olhos na minha direção rapidamente e, no instante segu
50. Desista
MalloryO silêncio entre nós era pesado. Caminhamos até uma sala e abri a porta para que ela entrasse. Ela passou por mim e fechei a porta respirando fundo, pronta para o que quer que ela quisesse me falar.Assim que me virei, Dilsan me encarava como se eu fosse a responsável por tudo de ruim que havia acontecido na vida de seu filho. Seus olhos escuros estavam carregados de raiva, medo e desespero, e eu sabia que não importava o que eu dissesse, nada a faria me enxergar de outra forma.Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas, mas antes que pudesse falar, ela deu um passo à frente, sua postura rígida e carregada de tensão."O que exatamente você sente pelo meu filho?"A pergunta veio como uma lâmina afiada.Meus lábios se entreabriram, mas não houve hesitação na minha resposta."Eu o amo."Dilsan fechou os olhos por um segundo, como se tentasse conter algo dentro de si."E você acha que isso é suficiente?" Sua voz saiu cortante. "Acha que isso pode dar certo? Que ele pod
51. Minha decisão
KarevO relógio no canto do quarto marcava cada segundo como uma tortura.Mallory ainda não havia voltado.Meu peito subia e descia em um ritmo irregular, minha paciência evaporando a cada minuto que passava. Eu podia sentir seu cheiro fraco no corredor, mas não sabia onde ela estava nem o que estava fazendo.E isso me irritava.Meus instintos estavam alertas, inquietos. A última coisa que eu precisava agora era ficar deitado como um inválido enquanto minha mãe tentava convencê-la a se afastar de mim.A porta se abriu e Gabriel entrou no quarto.Ahmed, que estava sentado em um canto, ergueu os olhos para ele, sua expressão endurecendo na mesma hora.A tensão entre os dois era espessa, sufocante.Mas, surpreendentemente, meu pai adotivo não disse nada. Ele apenas voltou seu olhar para mim, cruzando os braços como se esperasse minha reação.Me apoiei nos cotovelos, sentindo a dor latejar no meu ombro."Cadê a Mallory?" Minha voz saiu baixa, mas carregada de irritação.Gabriel hesitou p
52. Escolha
KarevO silêncio do quarto era sufocante.Eu já tinha perdido a paciência há muito tempo, mas a cada segundo que passava, sentia o sangue ferver mais um pouco.Minha mãe estava diante de mim, os braços cruzados, o olhar carregado de algo que misturava frustração e desespero. Ahmed estava ao lado dela, sua expressão tão fechada que parecia uma parede intransponível.Eu nunca os vi tão unidos em uma decisão quanto agora.Eles queriam me levar embora.E eu sabia que não iam desistir facilmente.“Você não entende, Karev.” Dilsan balançou a cabeça, como se estivesse tentando argumentar com uma criança. “Essa loucura já passou dos limites. Está na hora de acabar.”Meus punhos se fecharam ao lado do corpo.Ahmed, que até então estava calado, suspirou profundamente e passou a mão pelo rosto.“Filho, escute sua mãe. Eu sei que tudo isso foi... intenso. Essa competição, essa descoberta sobre seu lobo... mas isso não é você.” Ele me olhou como se tentasse me alcançar, como se eu estivesse à beir
Último capítulo