Aline falou que me amava. Por um instante eu achei que era apenas imaginação minha, pois eu quis tanto ouvi-la dizer que me amava, então me cabeça começou a criar o cenário todo, mas não. Ela realmente disse que me amava. Falou baixo, quase como se não fosse para eu ouvir. Mas o que ela jamais saberá é que eu a ouvi dizer. E isso me encheu de alegria. Mesmo eu sabendo que ela não estava no seu estado normal naquela hora. Para não a deixar sem graça eu respondi como se não tivesse ouvindo ela falar. Aline ainda estava muito balançada com tudo que aconteceu, fazia apenas poucas horas que sua mãe tinha partido. Ela queria curar a dor que estava em seu peito. E apenas os nossos beijos não foram suficientes. Ela queria mais. E eu queria dar mais a ela. Porem com que cara eu iria olhar para ela depois que tudo acontecesse e o arrependimento bater logo depois. O X da questão não era o que eu queria naquele momento. Mas sim o que aconteceria depois, quando ela me culpasse por me aproveitar do
A semana mais pesada da minha vida passou. A despedida da minha mãe foi terrível, pois lá no fundo, eu ainda achava que conseguiria me despedir dela sem interferência, porém meu pai não permitiu. No dia do funeral, tive que ir por um momento ao banheiro, embora, Murilo não quisesse que eu fosse sozinha e pediu para eu levar Bernadete comigo. Ao sair do banheiro, eu fui parada por meu pai. Ele estava revoltado, dizendo que tudo de ruim que acontecia na vida dele era unicamente culpa minha. Depois de esbravejar, pai tentou avançar em mim para me bater, porém foi parado pelo pai de Murilo que estava saindo do banheiro masculino. Ele entrou na minha frente e gritou com meu pai.— Está louco, Sebastian? Você iria mesmo bater na minha nora, que por coincidência é sua filha? — Ele empurrou meu pai para longe de mim. — Você não está vendo o tamanho da barriga dela? — Ela não merece nem misericórdia! Tudo que é de ruim acompanha essa garota. Olha isso aqui! — Ele disse levantando sua mão. — F
A festa da minha posse começou cedo, e eu sempre imaginei que seria apenas os familiares. Mas, pelo visto, eu estava bem engando. Cheguei na festa acompanhado da minha mulher, que estava em um vestido preto longo, que serviu apenas para realçar ainda mais a beleza dela. A vontade que eu tinha era de trancar ela no quarto e matar a minha fome. Não queria deixar ninguém ver ela naquele vestido, queria ser apenas eu o sortudo a ver aquela obra-prima que é a minha ternura. Ainda perguntei para Aline se realmente ela queria ir naquela festa, por dentro eu torcia para ela dizer que não queria, mas, para minha decepção, ela disse que iriamos sim. Que não podíamos mais adiar o inevitável!Ao entrar no local da festa, eu até me espantei com a quantidade de pessoas que estavam no local. Nunca acreditei quando a pessoa diz que são apenas amigos e família. Não lembrava que eu tinha tantos amigos ou até que a família era tão numerosa. O jardim da casa do meu pai estava cheio e dentro da casa també
Meu vestido e o de Bernadete já estavam comprados. Tiramos um dia dessa semana corrida que antecipou a posse do cargo de Murilo. Queria ter um pretexto para não ir e ficar em casa de pernas para cima, mas Bernadete me convenceu que, como esposa e mãe do único filho de Murilo, eu teria que estar ao lado dele. Eu ainda tentei argumentar que somos marido e mulher apenas no nome, só que minha amiga fez questão de me lembrar que mesmo que fosse apenas no papel eu tinha que estar ao lado e mostrar para todos que eu era a mulher do subchefe. Ela tinha razão. E como eu queria dar uma vida diferente ao meu filho, eu tinha que me submeter a passar esse dia de cabeça erguida.Já estava vestida para a festa quando Murilo entrou no quarto, trajando sua roupa formal. Eu pensava que seria impossível esse homem ficar mais lindo, mas ele superou todas as minhas expectativas. Murilo se aproximou de mim e observou-me dos pés à cabeça. Ele segurou minha mão e me fez dar uma volta.— Nossa, meu amor. Acho
Depois que Augusto deu um fim na bagunça armada por Bruna e minha irmã, ele deu ordens para continuar com a festa. Eu tentei me aproximar da minha mulher, que não demorou nada para me dar um chega para lá, mesmo eu não tendo nada a ver com a presença de Bruna ali, Aline ainda ficou brava comigo. Ela me deixou sozinho, parado no mesmo local que aconteceu a confusão. Eu sabia que não podia questionar as atitudes dela, naquele momento, pois isso era só reflexão do meu passado. Eram umas de muitas das consequências dos erros cometidos contra ela. Vi Aline chegando perto da minha família e fui ao local que estava servindo bebidas para pedir um drink para mim.— Quem diria que o poderoso chefinho iria virar capacho da mulher, que até uns dias desse era a mais falada da família toda. — Logo reconheci a voz sendo de um primo meu. — Dar um tempo Gael, antes que minha paciência acabe. — Falei me levantando, mas para me deixar mais puto o idiota do meu primo agarrou meu braço.— Você não vai pe
Eu já estava com ódio de tudo que aconteceu com a vinda da ex-amante de Murilo, a sua festa e dos falatórios de todos. Murilo ainda me apronta mais uma. Fui à cozinha pegar algo para comer com Bernadete quando começou a se ouvir um barulho vindo da sala onde acontecia a festa. Minha amiga me chamou para ver o que estava rolando, mas quando chegamos ao local, as pessoas estavam reunidas em um só lugar e nos atrapalhando de ver o que acontecia ali. Foi quando ouvi a voz de Augusto dizendo o nome de Murilo e pedindo para ele parar. Empurrei quem estava a minha frente e vi uma cena chocante: Murilo estava por cima de outro homem esmurrando-o no rosto. Não sabia o que aquele rapaz fez para o deixar com tanta raiva. O pai do meu filho batia com vontade, o rosto do outro homem estava irreconhecível, sangrava muito.— Soninho! — Bernadete pegou em meu braço. — Tenta chamar ele, eu acho que se tem uma pessoa capaz de deixar esse homem manso, és tu. — Do jeito que ele estar, ele não vai nem me
Já tinha uns dias que eu acordava ao lado da minha mãe, mas aquela manhã foi diferente. Aline acordou em meus braços. Após a nossa noite de amor, ela dormiu abraçada comigo. Se fosse para definir em palavras o que eu senti naquele momento, eu não conseguiria, pois foi uma mistura enorme de sentimos bons. Eu sonhei em ter minha mulher todos os dias. Quando eu descobrir que Aline tinha indo embora para longe de mim, o vazio se tornou insuportável, passei os cinco meses em que ela esteve distante, desejando ter ela ao meu lado para vivermos o nosso amor. E eu soube esperar, tinha convicção que eu tinha que ir no tempo dela, e se um dia ela voltasse a me amar, ela daria o primeiro passo em minha direção. Quando ela deu os primeiros sinais de que eestava pronta para viver o amor que eu tinha somente para ela, que ela também queria me amar, meu coração bateu descompensado. Ela dava um passo, meu e meu coração batia forte. (tum! Tum! tumtum)Aline deu mais um passo, e eu podia acreditar que
Estávamos na consulta do meu oitavo mês de gestação, era apenas uma consulta de rotina, porém, Murilo e Bernadete não me deixaram ir sozinha. Murilo ficou muito emocionado, como em todas as outras consultas que ele estava presente. Ele falava que todas as consultas pareciam como se fosse a primeira, que a emoção de ouvir o coração do nosso filho em cada consulta despertava nele um lado protetor. Que ele iria fazer tudo que estava ao alcance dele para proteger a sua família. Murilo estava fazendo isso muito bem, pois nesses dois meses que antecederam o oitavo mês da minha gestação foram os mais calmos de toda a minha vida. Nesses dois meses, compramos tudo do quartinho do bebé, tudo estava lindo, o quarto dele ficava ao do nosso. Murilo e eu estávamos dormindo juntos. Não retornamos nosso casamento de uma vez. Estávamos indo com calma como todos os casais. Claro que para os de fora, Murilo e eu éramos marido e mulher, mas para nós dois era o começo. Meu marido me pediu em namoro e foi