Ao subir para os seus aposentos, Hazel suava frio e sentia as pernas trêmulas. Nunca fizera algo tão ousado em toda sua vida. Sabia que iria decepcionar sua família e envergonhar o nome de todos e isso a entristecia além do que ela poderia ter imaginado, porém, se ficasse alí, estaria condenada para sempre a viver uma vida sem amor e suportar um casamento infeliz com um homem velho, que não conhecia e que já demostrava sinais de que não seria um bom marido, não dava a mínima para o que ela sentia, ou se importava em saber como ela realmente era, apenas a julgava como uma mulher fútil, facilmente comprada com jóias e cartas de poucas palavras.
Quando entrou em seu quarto, ela sentou em sua cama, olhando para a valise que já estava preparada e tentou manter a calma para seguir adiante com o plano, a esta hora, Edigar já devia estar no quarto da condessa, correndo um enorme ri
- milady, milady, é melhor acordar ou vai ficar muito atrasada. A própria condessa entrará aqui gritando a qualquer momento.Os sons pareciam vir de algum lugar distante, a cabeça de Hazel latejava insistentemente e abrir os olhos também lhe parecia algo bem doloroso. Aos poucos a sua mente foi revivendo tudo o que tinha acontecido na noite anterior e os mesmos motivos que a fizeram se sentir tão mau antes de finalmente adormecer, agora voltavam para novamente atormenta-la e puxa-la para o buraco negro de onde parecia não conseguir sair.Somente quando conseguiu abrir os olhos por completo e pôde vislumbrar o imenso sorriso que a sua criada pessoal ostentava, ela finalmente se deu conta do que estava prestes a acontecer, e a realidade a engoliu de uma forma cruel e desanimadora. Lentamente ela se levantou, limpou os olhos e lavou o rosto com a água morna e perfumada com rosas da jarra que Joane trouxe consigo, uma regalia especial para o seu dia de noiva.A c
Ao chegar na porta da igreja o coração de Hazel estava disparado em seu peito. Estava alí para se casar com um completo estranho, que ainda por cima possuía uma fama nada agradável. A marcha nupcial anunciava a sua chegada e todos os convidados olharam para trás curiosos no momento em que a porta foi aberta. Seus pés quase travaram no lugar, sabia que agora deveria caminhar em direção ao altar, mas a sua real vontade era de correr para o lado oposto e fugir para bem longe dali. se não fosse o seu pai segurando firmemente em seu braço, talvez tivesse feito exatamente isso, ou talvez tivesse tropeçado em suas próprias pernas trêmulas.Tomando coragem, respirou fundo e finalmente levantou os olhos, o véu que usava sobre o rosto, apesar de fino, ainda nublava sutilmente a sua visão e apenas quando caminhou alguns passos em direção ao seu destino ela realmente o viu.Depois de quase dois anos de especulações, sua mente finalmente tinha um rosto para por no homem que protagoni
Tudo o que Hazel sabia na prática sobre a intimidade de um casal, era o que tinha vivido com Edgar naquele estábulo e sinceramente não estava nenhum pouco preparada para reviver uma situação daquela maneira com um outro homem, quando o seu coração ainda doía por pensar na rejeição que sofreu.Por este motivo, quando Arthur a convidou discretamente para se retirarem, enquanto dançavam, suas pernas travaram quase que instantaneamente, no meio da dança e por pouco os dois não caíram juntos no chão. O que acabou chamando novamente a atenção de todos para o jovem casal.- preciso tomar água, eu não estou muito bem e tem muitas pessoas olhando para nós.- disse tentando ganhar algum tempo, mas, no fundo sabia que seria inevitável.- se não tivesse tentado nos derrubar, as pessoas não estariam nos observando agora.- comentou o duque de forma imparcial, e ela não soube decifrar se ele estava brincando ou se falava realmente sério.
Quando acordou, Hazel demorou alguns segundos até perceber a sua realidade. Não estava em seu quarto habitual, nem vestia peça alguma de roupa. Rapidamente olhou ao seu redor, mas constatou que não havia mais ninguém ali. Melhor. Seria ainda mais embaraçoso, abrir os olhos e se deparar com o duque ao seu lado, depois de ter se comportado de forma tão indecente e vulgar.Ao lembrar da última noite sentiu-se extremamente envergonhada, e culpou-se por não ter sentido a repulsa que imaginara sentir ao estar a sós com o marido que até pensava odiar. Além disso, o seu coração, mesmo magoado, ainda pertencia a outro homem, então como fora capaz se se entregar com tanto prazer e de uma forma tão fácil? Seria apenas o seu desejo interno de vingança? Uma forma de provar para si mesma, que seria absolutamente capaz de dar a volta por cima?Ao lembrar de Ed
Antes mesmo que a primeira luz da aurora surgisse no horizonte, a comitiva do duque de Rothesay, já deixava o condado de Burlington para trás. Depois de uma despedida emocionada, Hazel finalmente seguiu rumo a uma nova e misteriosa vida, agora como uma duquesa e com o coração cheio de incertezas, sem saber o que de fato a aguardaria nesta nova etapa. O que estaria fazendo agora, se tivesse fugido? Como estaria a sua família?Era completamente estranho pensar que a poucos dias ela mesma havia planejado deixar tudo para trás, por livre e espontânea vontade e agora que estava partindo, isso parecia ser tão doloroso. Deveria culpar o seu desespero e o seu medo pelo futuro incerto que teria, pois só agora conseguia enxergar a enorme tolice que faria por amor. Por amor? O sentimento agora parecia tão patético e insignificante. As lembranças só lhe traziam um gosto amargo na boca e a terrível humilhação por ter sido enganada e descartada. pelo menos agora, conseguia
Os longos dias de viagem até o ducado de Rothesay, no final das contas, não se mostraram tão longos assim. As noites eram sempre envolventes e quentes, até nas mais simples estalagens pelo caminho, e mesmo durante o dia, com as cortinas da carruagem fechadas, as carícias quentes faziam o tempo voar. Arthur sempre sabia exatamente o que fazer para o seu corpo explodir de forma incontrolável, e isso sempre parecia muito mais importante para ele, do que simplesmente saciar ao próprio desejo.Quando avistou o ducado, mesmo de longe, Hazel já se impressionou com a sua imponência. Sua antiga residência oficial, no condado de Burlington, era magnífica, é claro, mas a mansão do duque era esplendorosa e quanto mais se aproximavam, maior ela parecia ficar. Com toda certeza levaria dias para conhecer todo lugar, e sem dúvidas iria se perder mais de uma vez, pelos Imensos corredores ali dentro.Quando
Hazel não saberia dizer por quanto tempo permaneceu em seu quarto chorando, até que conseguiu dormir. Aquela noite, a porta de ligação entre o seu quarto e o e Arthur não foi aberta e até o dia seguinte ela não voltou a ver o duque, nem ouviu som algum no quarto ao lado.Apesar de tudo ainda estava decidida a não se deixar abater, e não iria mais voltar atrás na sua decisão. Se fizesse isso agora, no início da sua convivência naquela casa, teria que conviver para o resto da vida com a sua própria fraqueza, e teria que se conformar pra sempre em viver isolada de todos, até que também recebesse o título de duquesa vampira, com gota e alejada. Não, definitivamente isso não era o que queria. Sua vida sempre fora regada a música e alegria, sempre teve ao seu lado a esteria de Loretta organizando bailes extravagantes e a animação de suas irmãs mais novas, que pareciam estar sempre extremamente encantadas com alguma coisa.Com isto em mente, Hazel desceu a
No dia seguinte, quando abriu os olhos, Hazel não estava em seu próprio quarto, mas, conhecia aquela mobília e aquele cheiro maravilhoso nos lençóis, bem o suficiente para saber que estava no quarto de Arthur. Depois de se amarem no chão do jardim, ele a carregou no colo, para fugirem do frio, e a levou até ali. Com uma taça de vinho e o calor da lareira, eles se entregaram mais uma vez ao prazer um do outro, até a exaustão os consumir por completo. Claro que ela já tinha estado alí diversas vezes, mas aquela era a primeira vez que passava a noite lá. Geralmente era ele quem ia até o seu quarto, pela porta de ligação entre os dois, porém, em algum momento durante o seu sono, ele sempre ia em bora, pois ela sempre acordava sozinha na manhã seguinte. Aliás, apesar de ele tê-la levado até o seu próprio quarto dessa vez, isso sequer deveria se considerar um avanço, já que da mesma maneira de sempre, ela estava acordando sozinha outra vez.