Filipo sabia que estava errado, e que deveria aceitar as consequências de tudo que fez, porém, estava aliviado por ter a mulher em casa, mesmo que não estivessem dormindo no mesmo quarto, sabia que ter ela por perto, facilitava as coisas, teria paciência e tentaria reconquistá-la gradualmente.Uma coisa que Amália havia falado e o deixou muito sem graça, foi a parte de que havia passado vergonha na frente de seus dois amigos, então, ele pensou num plano para tentar reverter esta situação.Conseguindo o telefone da amiga dela, ligou a convidando para um jantar, depois, sabendo onde André trabalhava, foi até lá para conversar com ele pessoalmente, chegando na clínica, pediu para falar com ele.— Desculpa, mas para falar com o doutor André, tem que ter um horário marcado. — A secretária do médico disse.— Eu sei, mas minha conversa com ele é um pouco urgente.— Irei falar com ele sobre o senhor, mas não garanto que ele o receba, e se isso acontecer, será apenas após atender todos os paci
Era sábado pela manhã, quando Amália se assustou com Filipo na cozinha, preparando o café da manhã, ele estava pondo as coisas à mesa e arrumando os talheres, sua feição estava bem leve, parecendo estar de bom humor.— Bom dia, Amália, vejo que acordou mais cedo do que o costume, como dormiu a noite? — Disse com um sorriso receptivo, indo até ela e dando um leve beijo em sua testa.— Bom dia, eu dormi bem, obrigada! O que faz na cozinha numa hora dessas? — Perguntou curiosa. — Esse não é o serviço da Maria?— Resolvi dar folga a ela hoje, queria preparar o café pessoalmente para você. — Continuava com o sorriso no rosto.— Ah… — Disse desconfiada. — Existe algum motivo específico para isso? — Questionou desconfiada.— Bem… quero passar mais tempo com você em casa e quero me sentir mais familiarizado com o ambiente, sinto que não devemos fazer deste lugar um lar, preparar as coisas pessoalmente, fazem me sentir mais próximo.— Entendi… — Resolveu não questionar muito. — Sente-se aqui.
— Já chega! — Amália interferiu. — Estamos aqui para nos divertir e jogar conversa fora, por favor, Filipo se controle, e André, isso não é o tipo de coisa que deveria falar para meu marido, todos vocês aqui sabem que eu e o Filipo não tivemos um bom começo, mas entramos em acordo para tentarmos dar mais uma chance para nosso casamento, já que nós nos gostamos, então, por favor André, não o provoque.— Desculpa Amália, isso não irá mais acontecer. — André disse sem graça, vendo que suas brincadeiras estavam passando do limite e incomodando quem ele admirava. — Vamos comer, pedir a sobremesa? — Lisa tentou mudar o foco da conversa. — Fiquei curiosa para experimentar a Pavlova daqui.— Tenho certeza que você irá gostar Lisa, esta é uma das minhas sobremesas preferidas. — Amália falou, tentando voltar ao seu humor anterior. O resto da noite foi tranquilo.Quando se dirigiam para casa, estavam em silêncio, mas, Filipo não aguentou segurar o que estava preso em sua garganta.— Eu não gos
Essa era uma das noites mais esperadas do ano por Filipo, ele amava ser reconhecido e elogiado em público, por seus feitos e trabalho excepcionais, ver que todas as pessoas prestavam e observavam sua esposa conversando com outro homem, enquanto devia estar assistindo seu discurso, lhe subiu o pior dos sentimentos em seu coração.Quando se sentou em sua cadeira, Amália tentou lhe dar um beijo parabenizando-lhe, mas ele esquivou-se de imediato, seu rosto demonstrava o quanto estava insatisfeito com a atitude da esposa.— Estou tão feliz por você Filipo, deve ser ótimo ser reconhecido pelo que faz. — Ela sorria dizendo, não percebia que o marido não estava de bom-humor.— Dizendo assim, até parece que você se importa. — Disse sério.— Claro que me importo, você foi maravilhoso, mereceu de mais. — Continuou, sem entender a sua indireta.O sorriso no rosto dela o incomodava ainda mais, parecia que não percebia a desfeita que acabou de fazer com ele, e isso estava lhe consumindo de um jeito
Amália também entrou em seu quarto nervosa, após tirar a roupa e ir tomar banho, percebeu que as marcas das mãos de Filipo em seu corpo ainda não haviam saído.— Se eu deixar isso passar, coisas piores podem acontecer na sua próxima crise de ciúme, não posso deixar que Filipo faça isso de novo. — Falava sozinha em frente ao espelho.— Eu tentei, sério, juro que tentei, achei que poderíamos dar certo, eu o amo, porém, infelizmente ele não iria mudar esse ciúme doentio, tenho medo dele querer levantar a mão para mim, e acabar fazendo o pior, não posso aceitar um pedido de desculpas e achar que isso é normal.Após o banho, vendo que não conseguia dormir, resolveu dar uma volta pela cidade, ela já estava dirigindo e havia pegado sua CNH, há dois dias. Vestindo um casaco, entrou em seu carro e começou a dirigir pela cidade, não tinha nenhum rumo que quisesse tomar, não pensaria ir até a casa de Lisa, pois já era muito tarde da noite e ela já devia estar dormindo. Então teve a ideia de ir a
Era um dia frio, mas na cafeteria estava bem aquecido, André estranhou o porquê Amália não havia tirado seu casaco quando entrou, já que percebeu que ela sentia calor.— Está tão calor aqui, não sei porque continua com esse casaco. — Disse tentando encorajá-la a tirá-lo.— Ah, nem estou sentindo. — Amália respondeu nervosa.A marca dos dedos de Filipo anda estavam visíveis em seu braço.— O que foi Amália, estou vendo que está incomodada com essa roupa quente, por que não a tira? — Eu não posso.— Por que não? Há algo que esteja escondendo?— Não é nada, André.— Deixa eu adivinhar, seu marido te machucou e você quer esconder isso de mim? — Disse direto.— Esquece isso, ele não fez por mal.— Eu sabia! — Disse nevoso batendo na mesa. — Aquele canalha te machucou e você está tentando defendê-lo?— Foi apenas uma discussão, ele segurou meu braço com mais força do que o normal, apenas isso, vamos mudar de assunto, tudo bem?— Por que quer esconder isso de mim, nós somos amigos, se esque
Filipo estava com os nervos a flor da pele, ouvir que Amália estava indo embora lhe deixou totalmente descontrolado, ele pensava que tudo era culpa de André, que estava conseguindo enganar sua esposa, a fazendo sair de casa para conseguir lhe conquistar.— Amália, mesmo que eu tenha assinado aqueles malditos papéis, não irei te deixar ir, está me ouvindo? — Dizia gritando alterado.— Então vou te colocar na justiça, se não assinar o divórcio, pode ter certeza que irei até o fim do mundo, para te obrigar a fazer isso! — Dizia com determinação.— Você acha que pode lutar contra mim no tribunal? — Fazia Chacota. — Eu não vou assinar este divorcio, e caso insista em sair desta casa, irei tirar tudo da sua família, está me ouvindo? Seus pais irão ficar na miséria, sem um centavo no bolso. — Ameaçou.— Acha mesmo que me importo com isso? Eu até demorei para abrir meus olhos, achando que você poderia mudar, agora que iremos nos separar, esse não é mais um assunto que me interesse, foi você e
O Brasil era um país totalmente diferente do que já estava acostumada, conhecer uma nova cultura a deixou muito empolgada, os primeiros dois meses que ficou ali, apenas estudou o mercado e suas propostas para conseguir abrir um negócio de sucesso. Alugando um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, Amália vivia enfurnada na frente do computador, pesquisando sobre tendências e o mercado de moda brasileiro, dentre outras coisas. Como andava muito ocupada, não tinha tempo para conhecer o lugar, nem muito menos as pessoas, ter amigos ali, estava fora de questão, já que ainda não havia dominado o idioma. A única pessoa que ela tinha contato, se chamava João Gomes, um professor de língua portuguesa, que vinha três vezes na semana, lhe dar aulas particulares.João era alto, de corpo bronzeado, com a barba sempre aparada e embora usasse óculos, não tinha uma aparência nerd, na verdade, era um homem muito bonito e de conversa muito leve, suas aulas eram descontraídas.— Seu portuguê