Melissa Tompson
Talvez eu estivesse louca quando aceitei aquele convite insultado de Demian, porém uma parte minha não via mal algum em sair um pouco da atmosfera que estava tão acostumada, estava se tornando maçante.Uma hora era desviando os olhares de Nathan, meu chefe que agora pedia por uma resposta para sua pergunta e nas outras horas era descobrindo os horários de Theo Fernandes para simplesmente não olhar na cara dele.Eu também quase cogitei a ideia de me mudar, estava ficando ridículo a maneira que desviava ou tentava evitar o loiro.Contudo não fiz nada disso, continuei no mesmo prédio agora em horários diferentes.Não me sentia bem para ver Theo, pelo menos não ainda.E outra coisa que acabei fazendo foi trocar a fechadura, eu não queria e nem tinha estômago para mais um daqueles encontros inesperados no meu apartamento, por causa disso achei melhor fazer isso e dessa vez não iria dar uma chave ao porteiro e nem nadaMelissa TompsonPosso dizer com todas as malditas letras do alfabeto que beber não é a minha praia.Infelizmente para o meu azar não sou e nunca fui, como provavelmente nunca serei uma daquelas pessoas que tem uma resistência enorme ao álcool ou melhor dizendo, não sou igual aquelas pessoas que pode beber quantos copos quiser que não fica bêbada e muito menos tem os famosos - queridos - efeitos colaterais depois de algumas longas e longas horas de bebedeira.Em toda a minha vida foram poucas as vezes em que coloquei álcool na boca, a primeira vez foi só para provar. Na época eu não passava de uma adolescente idiota que queria fazer coisas idiotas, acho eu quer era da época ou coisa assim. Obviamente por ter os pais que tenho não tive um segundo de paz e com motivo, na noite anterior havia bebido tanto mais tanto que o rastro de vômito perto da minha cama iria me entregar, mesmo que inventasse mil e umas mentiras. Naquela época
Melissa TompsonOs raios de sol entrando na janela torturavam impiedosamente os meus olhos, o meu rosto vez ou outra acabava enrugando a pele, soltando vez ou outra um palavrão da boca. Xinguei em todos os idiomas que eu conhecia, que não eram muitos.Apesar de gostar e muito de estudar, pegar nos livros não era a minha coisa favorita, por causa disso acabei fazendo poucos cursos ao longo da minha vida, além-claro, da minha formação em gastronomia. Desde o espanhol ao italiano e obviamente o nativo.O meu interesse em espanhol veio da quantidade de novelas que assistia quando mais nova, já o italiano foi devido ao meu amor pelo local, então após me formar na faculdade tirei um tempo para me especializar nos dois e hoje posso dizer com orgulho - ou nem tanto assim - que conseguia xingar mais do que um caminhoneiro bêbado, algo que com toda certeza não seria algo que eu sairia exibindo por aí mesmo assim era bastante divertido ver a cara
Melissa TompsonE então como o inferno ele apareceu, a pior pessoa para encontrar naquele momento. Estava curioso para saber o que eu fazia ali, e eu não o culpo, de certa forma eu também estaria.Um lado meu quis chorar ali mesmo, não estava pronta para ver o loiro ainda e duvido que estaria. Apertei os lábios um no outro e movi a cabeça para os lados em uma negativa, tentando quem sabe afastar qualquer tipo de pensamento que surgisse na minha mente. — Não é da sua conta. — Falei já começando a andar para longe, infelizmente para a minha sorte Theo Fernandes era um grande de um brutamontes e não deixaria isso passar em pune ou apenas me deixar em paz, pois, como eu disse o homem em questão era um grande idiota e quando ele colou os dedos em meu braço virei irritada em sua direção. — O quê? — perguntei.— Eu não posso deixar você sair assim. — Falou o loiro. — Essa parte da cidade não é tão segura assim para você andar sozinha
Melissa TompsonAcho que em toda a minha vida foram poucas as vezes em que realmente tive que ouvir alguém me dando um sermão. Assim que tive contato com Demian e Emily ouvi muitas coisas, e esse excesso de informação fez com que meus ouvidos quisessem simplesmente pular do meu rosto, para que assim eu não ouvisse mais nada daquilo.Sei que em partes eu tinha culpa, só que assim... Eu não me lembrava de absolutamente nada da noite passada, só de como chegamos ao bar e o que me deixava ainda mais irritada é claro era de como eu fui parar naquele lugar. Felizmente hoje eu não teria que trabalhar, ou seja, eu não teria que inventar uma desculpa esfarrapada do motivo que eu nem ao menos estou me aguentando em pé de tanta dor de cabeça.Já tinha tomado banho e estava agora enfiada no meu pijama favorito, uma camiseta e short do ursinho pooh.Os fios de cabelo estavam presos em um coque bem alto, desajeitado ao ponto de sair alguns f
Melissa TompsonQuando eu ouvi aquela pergunta olhei bem no fundo dos olhos de Emily.Ela não podia estar falando sério?Ri de nervoso, olhando os dois que aguardavam ansiosos por alguma espécie de reação minha.— E então? — perguntou Demian. — É verdade ou não?Dava para notar a sua impaciência só com aquela maldita pergunta. — Mentira. — Falei, eu não iria admitir essas coisas em voz alta.Emily franziu o cenho e não disse nada, olhando me com atenção.Demian por sua vez me observava desconfiando, claramente eu não fui muito convincente já que os dois continuavam me olhando um tanto risonhos.— O quê? — perguntei sem entender. Ambos então levantaram as mãos para cima, como se representasse uma bandeira branca.— Nada. — Disseram em conjunto. Mesmo desconfiada não falei nada sobre aquilo, pois, não era lá um assunto que eu gostaria de ficar conversando abertamente, então t
Melissa TompsonDepois da pergunta feita por Demian um clima de tensão foi automaticamente instalado.Algo que também acabou me fazendo pensar que deveríamos sim ter visto um limites até onde as perguntas poderiam ir, pois, dessa forma não estaríamos nessa situação totalmente constrangedora.Pigarrei por alguns segundos. — O quê quer dizer com isso? — perguntou Emily.Demian riu com aquilo.— Sério mesmo? — retrucou o moreno, batendo a língua no céu da boca. — Vai se fingir de santinha?Emily ficou surpresa com aquela audácia.Cutuquei Demian com o cotovelo, uma forma sutil de falar que ele estava passando dos limites.Mesmo com um breve aviso o rapaz ali não se importou, continuou insistindo naquela pergunta e naquele assunto.Limitou se apenas a me olhar sério, uma forma de falar sem palavras que não iria parar mesmo que eu fizesse tudo aquilo. Respirei fundo e movi a cabeça para o
Melissa TompsonDepois de algumas horas a minha sala estava como eu posso dizer... Uma bagunça. Estávamos os três sentados vendo filme de romance, um clássico como diário de uma paixão junto de uma caixa de lenços, e claramente várias coisas para comer.Uma tigela estava anteriormente cheia com palha italiana, agora estava vazia, caixas de pizzas junto de refrigerante e claro muito choro envolvido devido ao filme que passava na TV.No fim éramos apenas três corações moles. Mordisquei um pedaço da pizza, o queijo escorrendo entre os dedos não me incomodava, era apenas um motivo para limpar de uma maneira nada peculiar, com a boca. — Ei! — Disse chamando a atenção dos dois, terminei de limpar a mini sujeira que havia feito, o meu rosto franziu e dividi temporariamente a atenção
Melissa TompsonQuando dizem que algo não é eterno, não estão mentindo. Colocando de uma outra forma, posso dizer que o ambiente antes calmo que era o meu apartamento agora estava o contrário disso. As luzes estavam escuras, a maioria dos eletrodomésticos desligados, pois, segundo Demian, aquilo deixaria ainda mais característico para o que iriamos fazer nas próximas horas. O ambiente sombrio, silencioso ao ponto de só ver um pouco do rosto de um do outro, me deixava com calafrios na espinha. Porém, mesmo sentindo essas sensações e entre outras coisas, entendi que aparentemente não existia outra maneira de jogar o tabuleiro Ouija. Demian também fez toda a questão de acender velas pelo local, porém prevendo talvez uma possível catástrofe, disse que seria mais indicado deixar um abajur acesso com a lampada no fraco, teria o mesmo efeito e também não iria consequentemente provocar - talvez - um incêndio. Mesmo conven