Theo Fernandes**Há um tempo atrás**Era quase sete da manhã quando a minha porta começou a ser macetada de uma maneira violenta. A pessoa que estava do lado de fora - seja lá quem for - conseguia sentir a fúria só pela força que colocava em seus socos. Por acaso eu tinha esquecido novamente de pagar o aluguel e era o dono vindo me cobrar? Pensei enquanto virava de um lado pro outro na cama.Talvez se a pessoa percebesse que não tinha ninguém em casa - uma grande uma mentira - poderia pensar ou simplesmente ir embora, algo que eu desejava e muito que esse pedido fosse atendido. No dia anterior havia passado a madrugada inteira acordado, só fui dormir quando alguns raios de sol tocaram o meu rosto indicando que um novo dia estava prestes a começar.Ou em poucas palavras, eu tinha virado a noite acordado por causa de uma coisa maldita chamada insônia, logo o meu humor não estava dos melhores. Infelizmente para a minha sorte a pessoa do lado de fora não estava nem aí para isso, batia
Theo Fernandes *Há um tempo atrás* Acordei sentindo a minha cabeça pesar, senti uma dificuldade tremenda para abrir os olhos devido à luz do sol que entrava pela janela. Como o adulto maduro e responsável que sou, a minha ação a respeito disso foi simplesmente me virar pro lado e grunhir, feito um animal irritado e de certa forma eu estava mesmo. Para completar o pacote coloquei também o lençol em cima da minha cabeça, querendo simular um caixão ou pelo menos tentar fazer isso. Infelizmente, para o meu azar, o despertador também resolvia entrar naquela onda e, vinha com um barulho bem alto, irritante. Daquele tipo de barulho que só de ouvir me fazia tremer de raiva feito um pinscher; exageradamente falando, é claro. Suspirei baixo, pensando em N motivos para levantar, como também pensar em motivos para não ser um adulto responsável e simplesmente faltar ao trabalho. Abri um pouco os olhos, com a cabeça coberta e em uma pequena brecha tive a visão de alguns boletos jogados no ch
Theo Fernandes*Há um tempo atrás*Uma coisa que eu odeio desde que virei adulto com toda a certeza é não ter uma rotina muito boa de sono, infelizmente para o meu azar as vezes o meu trabalho não deixava que eu fosse alguém produtivo pela manhã, já que no dia anterior que tinha acabado de sair de um longo turno.Trabalhar na polícia em partes era fácil, na teoria era fácil já na prática não tinha tanta facilidade.Eu tinha um salário ótimo, mesmo que vez ou outra acabasse com um deslize. Tinha férias e vários tipos de benefícios que eu não poderia reclamar de jeito algum, passar nesse concurso foi uma mão na roda em todos os sentidos. O primeiro é claro me livrei de todas as amarras que o sobrenome Fernandes carregava. Segundo é claro, pude enfim ter a minha liberdade financeira.E algo um tanto bizarro foi o fato de ter sido um adolescente com apartamento e um salário extremamente grande, foi algo um tanto bizarro em todos os sentidos possíveis. Digamos que um adolescente com mu
Melissa Tompson O meu rosto estava franzido, andei até o local que foi indicado esperando Nathan aparecer. Estava dentro de uma pequena sala, um lugar apertado que parecia mais uma lata de sardinha, suas paredes eram escuras e os móveis seguiam por consequência o mesmo padrão. Andava de um lado pro outro com os braços cruzados, olhando vez o chão e na novamente o teto procurando por tentativas bobas de distração. Não sei ao certo quanto tempo fiquei, só sei que demorou muito para que a porta fosse finalmente aberta por alguém. Ao ver a figura de Nathan, meu chefe soltei um suspiro entre os lábios. Não posso mentir e não me deixaria fazer tal coisa, eu estava tensa. Ele sorriu de canto quando colocou os olhos em mim, fechou a porta com chave e aquilo me fez engolir em seco. O quê ele queria falar que precisava disso tudo? Já fazia mais de horas que eu estava tensa e não sabia nem ao menos o motivo pelo qual estava daquele jeito, era injusto. Para tentar me conter um pouco, mo
Melissa TompsonPara ser sincera?Eu queria muito chegar em casa e me jogar na cama.Eu estava exausta.O dia no restaurante tinha sido cheio e consequentemente eu não parei quieta em nenhum único segundo. Por uma parte era até bom já que nas vezes em que Nathan tentou falar comigo eu consegui evitar com algum compromisso mais importante do restaurante. Meus cabelos estavam bagunçados e eu estava de péssimo humor, meu corpo estava cansado e o suor escorria um pouco.Queria apenas a minha cama. Assim que coloquei os olhos por onde deveria ser o elevador, xinguei até a última geração do dono daquele hospício. — O quê custava concertar a porra desse elevador? — indaguei aos quatro ventos.Coloquei as mãos em meus fios de cabelo, puxei com um pouco de força. Bati o pé no chão e continuei a andar para cima, trombei com algumas pessoas no meio do caminho e mesmo assim não abri a minha boca para falar um A sobre.Normalmente quando isso acontecesse iria ser a primeira a me desculpar, por
Melissa TompsonNunca agradeci por ter um horário bastante alternativo de trabalho, em alguns dias eu exercia minha função de noite já em outros de dia. Nesse em especial iria poder passar a tarde e a manhã livre do jeito que eu quisesse e como eu queria. Dormi tarde, rodeada de muitos e muitos lenços de papel. Eu estava um grande porre, na minha pior fase.Logo ali perto também podia se ver um pote de sorvete com várias barras de chocolate que consumi durante as longas horas de filmes românticos com finais tão trágicos quanto a minha vida atual. Apesar de já ter amanhecido e tudo mais não estava com vontade de levantar, fiquei onde estava. Fora isso o meu querido apartamento estava mais parecendo a batcaverna de tão escuro, as janelas estavam fechadas impedindo que a luz do sol entrasse totalmente naquele ambiente.Eu não queria ver ninguém, só queria ficar ali largada até que desse o horário de ir trabalhar para que pelo menos pudesse mudar um pouco o foco da minha atenção.Na
Melissa TompsonTrabalhar era a única coisa que me mantinha distraída, afinal de contas o lugar em que sempre ia durante o dia ou noite, era o suficiente para deixar a minha cabeça e as vezes até mesmo o meu corpo pensando em outras coisas.A cozinha estava sempre movimentada quando não era o movimento o caos reinava e alguns empregados batiam boca entre si, para depois estarem se apoiando na construção de algum prato ou algo do gênero. Achava aquele contraste interessante, pois, era entre o ódio e o amor que trabalhava e claro o som de panelas batendo. No momento em que pisei ali não parei nem ao menos por um único mísero segundo.O meu corpo ia de um lado pro outro, vez carregando uma faca e nas outras vezes uma panela. O importante era que eu não tinha nenhum espaço para descansar ou pensar em outras coisas, por causa do meu cargo eu tinha que ficar olhando não só o que eu estava fazendo como também o que as outras pessoas
Theo FernandesEu estava no meu pior e no meu melhor momento, estava dividido entre vários tipos de sentimentos.Aquela discussão com Melissa Tompson não foi como as outras que já tivemos e do nada tudo voltou ao normal, foi algo diferente e muito mais intenso já que a mulher confessou seus sentimentos que eu como um homem burro e lerdo nem ao menos percebi.Quando ouvi aquelas palavras saírem da boca dela fiquei em choque, a vontade de fazer aquela mulher calar a boca de outras formas era grande ainda assim, a surpresa dominou cada célula minha impedindo que tivesse alguma reação e eu me odiei por isso. Assisti com toda a atenção do mundo o corpo feminino sumir do meu campo de visão e entrar em seu apartamento, logo o meu passou a ser envolvido por dois braços curtos e finos da companheira da noite. Se eu dissesse que não era exatamente o quê parece você por acaso acreditaria em mim?Bom, a mulher atrás de mim o motivo pelo qu