Patrick e ElenaA maior satisfação que sentiu foi ouvir seu gemido contido. Eles não se beijavam mais, não tinham qualquer contato mais íntimo, desde que Patrick confessara seu “acidente” e ela lhe contou sobre Felipe. Mas todos esses dias sem contato com o seu corpo, com o alívio de saber que não amava a filha de um inimigo e a convicção de que Elena ainda o amava, deixaram Patrick em um estado de excitação difícil de controlar.Entre algumas reuniões em que ele pediu que ela lhe acompanhasse, ou jantares informais e eventos durante as últimas duas semanas, Patrick não precisou se preocupar muito com seu tesão, pois fazia o possível para não passar tempo suficiente com ela para ficar tentado a tirar-lhe as roupas. Porém agora, a meros centímetros de distância de Elena, diante do decote do seu vestido de verão e com os pensamentos voltados apenas para ela e nada mais, ele não teve como se controlar.— Meu Deus, eu quero você. — ele disse, entre beijos. — Como eu quero você.— Patrick.
Charlotte tinha acabado de sair do banho quando seu celular tocou. Era um número desconhecido, mas era de Nova Iorque, então ela resolveu atender.— Alô. — disse enquanto secava os cabelos.— Srta. McKeena, é Eduardo Villa-Lobos.O pai de Marco? Mas o que ele poderia querer com ela?— Ahm... olá, Sr. Villa-Lobos. Tudo bem? — ela perguntou, um pouco desconfortável.— Na verdade, não está. — Eduardo respondeu e Charlotte notou o desespero na sua voz, ficando imediatamente alerta. — Marco foi baleado agora a pouco em frente o nosso prédio. Eu... desculpe não ter ligado antes, mas...— Tudo bem, Sr. Villa-Lobos. — Charlotte disse, com lágrimas nos olhos. Papai, ela pensou na mesma hora. — Estou indo para o hospital.— Sim, venha... e... eu... — o homem parecia completamente desconcertado.— Tudo bem, Sr. Villa-Lobos, Marco ficará bem. Nada pode com ele.— Sim, sim. Até daqui a pouco.Assim desligou o celular, Charlotte caiu de joelhos em frente à penteadeira do seu quarto. E chorou. Não t
Charlotte se ajeitou na cadeira para que pudesse olhar os dois homens nos olhos – mesmo que para isso tivesse que levantar muito a cabeça.— Posso ajudá-lo a achar o motoqueiro que atirou no Marco e colocar o responsável na cadeia.— E como você pode ajudar? Desculpe-me, não quero ser cético, mas não vejo como você pode ajudar.— Eu sei quem é o responsável por mandar o Marco para o hospital, senhor Villa-Lobos.— Como? Quem é? — Eduardo fez uma carranca, já se preparando para o que achava que iria ouvir.— Foi meu pai. Depois que o Marco me contou a verdade sobre a morte do meu irmão, eu fui falar com meu pai. Prefiro não entrar em detalhes sobre como a coisa ficou feia, mas Marco apareceu lá. E agrediu o meu pai, não que ele não merecesse.Eduardo sorriu orgulhoso.— Só que ele não deveria ter feito aquilo. — Charlotte balançou a cabeça, triste. — Meu pai, ele... não deixa as coisas impunes. Ele ameaçou o Marco. Não foi uma ameaça nítida, mas conheço o meu pai e sei do que ele é cap
Se a história da livestream fosse mesmo verdade – levando em consideração que a câmera não tivesse dado nenhum defeito ao longo dos anos ou que o senador não a tivesse encontrado em algum momento nesse meio tempo –, ele poderia finalmente fazer Bernard McKeena pagar por seus crimes. Com certeza o senador tinha escolhido o filho do homem errado para mexer.— Você pode me dar as informações necessárias para o login na livestream?— Claro. Eu as tenho salvo no meu e-mail.— Minha empresa tem um ótimo técnico de TI. Pode ser necessário, então se precisar... — Patrick ofereceu a Eduardo.— Obrigado, Patrick. Escutem, eu tenho que voltar pra ficar com Camila, mas se não se incomodam, podem cuidar disso para mim? — Eduardo perguntou aos dois. — Verifiquem com o técnico se a prova existe mesmo e então encaminhem tudo para os investigadores.— Claro, Eduardo. Fique com sua esposa, ela precisa de você. Nós vamos cuidar disso, não é Charlotte?— É claro. — Charlotte sentiu um bolo na garganta. Q
Marco foi levado para um quarto com monitoramento especial. Seu quadro não era realmente grave, os médicos haviam dito que quando seu corpo estivesse pronto ele acordaria, mas era bom estar sempre de olho nele para qualquer alteração no quadro.Não era permitido que muitas pessoas ficassem ali por muito tempo, então após cada um dos familiares vê-lo, apenas Camila, sua mãe, pôde passar a noite com ele. Charlotte gostaria de ter tido essa honra, mas entendia que a pobre mulher estava desesperada para ficar perto do filho e além do mais, ela tinha que ajudar Eduardo a pegar seu pai.Por volta das duas da madrugada, os investigadores do Patrick e do próprio Eduardo se comunicaram com ele. Já tinham as provas que precisavam para entregar Bernard à polícia. Não só as que o ligavam ao atentado a Marco, mas também um vídeo recuperado de anos atrás em que o senador tramava com dois mafiosos a morte de Thomas.Sim, mafiosos. James Hardy os identificou na gravação. Eram homens do mafioso procur
— Querido, acalme-se. — Camila pediu, temendo que o marido acabasse tendo um problema de saúde sério.— Como eu vou me acalmar? Aquele verme colocou meu filho em coma só porque levou uns sopapos. O que acha que ele vai fazer com o resto de nós quando descobrir que fui eu quem o entregou à polícia definitivamente? Isso se ele já não souber.— Marco vai ficar bem.— Sim, vai. Mas eu não quero passar o resto da vida temendo que a qualquer momento ele, você ou a Luciana acabem aqui também ou pior. Por que é claro que McKeena não vai deixar isso pra lá. Ele vai querer se vingar de mim.Um arrepio correu o corpo de Camila. Ela não podia sequer pensar em perder qualquer um dos seus filhos ou seu amado marido. Mas o que eles podiam fazer? Bernard tinha fugido e já tinha mostrado o quão longe iria para evitar a prisão. James tinha dito que não fazia ideia de para onde ele poderia ter ido. Todas as suas propriedades assim como Judith McKeena, estavam sendo vigiadas, mas o senador poderia querer
Patrick e ElenaElena não conseguia acreditar. Sua respiração falhou enquanto ela tentava absorver o que tinha acabado de descobrir. Como Felipe tinha escapado do incêndio no morro? E por que usava o nome Patrick Matarazzo agora?— Como não liguei os pontos antes? — Elena perguntou-se ao lembrar de tudo o que aquele homem tinha lhe dito. Um incêndio criminoso, não foi isso que ele contou? Como poderia não ter imaginado? Droga, ela nem sequer cogitou.Mas não podia se culpar. Nunca cogitou que Patrick pudesse ser Felipe porque no fundo imaginava que se ele tivesse sobrevivido àquela noite infernal, a teria procurado de imediato. Essa era a imagem que ela tinha do cara que conhecia e amava. Não se passou pela sua cabeça nem por um mísero momento que ele um dia se tornaria um homem tão calculista.Mas onde seu pai entrava nessa história? Por que Patrick fez o que fez com a empresa da sua família? Por que levou seu pai quase à ruína? Ou melhor, por que o odiava tanto? Mesmo que não quises
Patrick e ElenaPatrick terminou seu banho, fez uma ligação e pegou a pequena caixinha que mantinha guardada desde o dia em que Elena voltou para a sua vida.Elena não quis aceitar a oferta do motorista de Patrick de levá-la ao JFK. Então, a última visão que teria de Nova Iorque, seria o taxista pedindo o pagamento. Isso e os casais felizes que se despediam com um beijo demorado. De qualquer forma, isso era o que menos importava, pois não tinha como sua dor se ampliar mais.Seu coração estava em pedaços. Parte dela queria que Patrick aparecesse como nos filmes e a impedisse de ir, e parte queria que ele nunca mais voltasse a ficar na sua frente. Era doloroso demais. Ele havia ido embora, depois mentido sobre sua identidade. E apenas isso era suficiente para fazê-la sangrar. Não precisava nem mesmo acrescentar o que ele fizera a seu pai.Por sorte, não foi difícil conseguir uma passagem de última hora para o Brasil. E ao passar para a sala de embarque, os minutos que faltavam para o vo