Carla F Clarke
Já passava da meia noite, meu vestido estava grudado à pele por conta do suor que escorria pelo meu pescoço e minha bebida estava começando a esquentar no copo que eu segurava apenas de enfeite. Mariana tinha sumido com outra amiga nossa e fiquei cansada de brincar de seduzir o Campos Alonzo, um beijo que seja e eu ia acabar nua na cama daquele traiçoeiro, o que não seria nada mal, se não tivesse um plano em jogo. Um bebê em jogo. Entretanto, tecnicamente para ter o bebê, independente de qual fosse a minha escolha, eu ainda precisava de um maldito homem e por mais que odeie admitir meu ex namorado parecia ser a opção mais confiável e acessível no momento.
Caminho meio sem rumo pelo salão do evento sentindo a frustração preencher minha alma, percebendo que em poucos meses, 3 para ser exata o tempo para cumprir a m*****a lista de desejos terá se esgotado.
Quase perco um par dos sapatos, tamanha a preguiça de continuar andando. Por sorte, esbarro em Tomás de novo, está sentado na mesa etiquetada com nossos nomes, mexendo no celular com uma careta entediada estampada no rosto.
Nota minha presença e sem importar com as câmeras por perto, segura minha mão me arrastando para sentar em seu colo.
Envolvo os braços ao redor do pescoço dele para me apoiar, ele segura firme a minha cintura. Levando os lábios até o meu rosto e descendo até o canto da boca. A ponta dos seus dedos alisa a tatuagem de borboleta desenhada em minha nuca, um formigamento preenche todo meu corpo. Repuxa meu lábio inferior com uma mordida. Levo minhas mãos até seus cabelos bagunçando-os levemente, meus olhos fixos em sua boca.
Ele captura meus lábios com intensidade, entreabro a boca dando passagem pra sua língua entrar em contato com a minha. Entrelaçando-se com facilidade, sugando-me, fazendo esquecer do ambiente em que estamos.
Suspiro, o fazendo rir, suas mãos passeiam cada curva do meu corpo coberto pelo vestido, pressiono seus ombros. Por falta de fôlego, vou parando com selinhos e me afasto.
— Por favor, vamos embora! Eu tô com fome – Choramingo fazendo uma careta e sorrindo fraco.
— Você passa a noite toda me provocando e depois desse beijo, acha que vou fazer tudo que a senhorita quiser? – ali estava seu sorriso descarado e as sobrancelhas arqueadas que eu amava.
— Até parece que tu não gosta né?! Vamos, tô implorando, amanhã eu acordo super cedo!
O segurança nos leva até o estacionamento, onde está ventando muito, tremo dos pés a cabeça, xingando mentalmente o motorista por ter estacionado tão longe. Tomás percebe meu desespero, passando o blazer que usava pelos meus ombros.
— Obrigada! – Sussurro, piscando pra ele.
Dentro do carro, estamos aquecidos, repouso a cabeça em seu peito e escuto o coração batendo calmamente.
— Candy, she's sweet like candy in my veins
Baby, I'm dying for another taste – Cantou baixinho o verso inicial de Eletric Love.
Fecho os olhos aproveitando esse momento de paz.
Tomás AlonzoO carro está estacionado dentro de um fast food 24 horas. Tudo que consigo ouvir é o canto dos grilos e o ronco do motorista no banco da frente. Agitada, Carla suga o canudo do milkshake de chocolate com pedaços crocantes de amendoim, o pote de batatas fritas dividido por nós já está na medida. O vento frio entrando pela janela faz seus cabelos negros e cacheados voarem, a luz do luar realça as maçãs perfeitamente redondas de seu rosto, o sorriso que desponta em seus lábios e reflete nos olhos enquanto mastiga encarando o céu, acaba por me deixar fascinado. Meu coração parece querer saltar do peito a qualquer instante, é bobagem, mas, me sinto com 16 anos de novo.Apaixonado e depois de muito tempo em uma casca de inseguranças e pose de machão desapegado, vulnerável.Por meio segundo, apenas por meio segundo, eu repenso sobre tudo que afirmei para Josh mais cedo, não estou mais tão certo de me infiltrar nos planos e sonhos de Carla seja a melhor maneira de reconquistar se
Carla F Clarke Os primeiros três anos da minha vida eu passei no orfanato " Doce infância " todas as lembranças desse lugar são um borrão, como vim parar aqui não é, a diretora disse ao meu pai adotivo que a mulher que me deixou aqui aos 6 meses, alegou não poder desperdiçar a juventude cuidando de uma criança. Fui, surpreendentemente bem cuidada aqui, mas ainda assim, eu não falava muito e pouco interagia com as outras crianças que pareciam acanhadas de mim e eu delas. A sorte começou a sorrir pra mim, quando o senhor Ferrer Clarke passou a me visitar acompanhado de Hande, que insistiu para o pai me adotar. Aos 4 anos e meio, a adoção foi formalizada. Fui cercada de amor e psiquiatras de todos os lados, Roger me amava como se eu fosse sua filha desde que nasci e nunca fez distinção entre eu e minha irmã Hande. Nossa avó Marisa vivia a me contar histórias e mimar com todo carinho possível, ela vivia entre Salvador e RJ para ficar perto de nós. Aos 15 anos, meu pai adotivo morre
Tomás Alonzo No dia seguinte, Carla me enviou uma mensagem pedindo para buscá-la no estúdio de dança. O segundo teste ia começar, eu fui, mesmo sem saber o que ia ganhar ao fim desses testes, além da paternidade do bebê, é claro. Chegando lá, recebi outra mensagem que diz: Minha futura esposa 🤍: tô na sala 7, tenho um presente pra você, cuide com carinho, viu, Bê? Eu: Tô até com medo de entrar aí. Minha futura esposa 🤍: eita como é frouxo! Vem logo, menino! Eu: tô indo, mulher. Apresso o passo e chego até sala 7 pelas rampas, duas professoras olharam pra mim e sorriram de uma forma estranha. Quando entrei, a primeira coisa que vejo é a Carla sentada no piso de madeira, ela está segurando um bebê enrolado numa manta azul, ao lado dela, está um carrinho também azul, ela levanta o rosto para me olhar, sorri e diz: — Oi, quer segurar? — Carla ergue o bebê para mim. — De quem ele é? — Sento ao lado dela, sorrindo,um pouco desconfiado. — Ele é o seu presente, que você precisa cu
Tomás Alonzo No dia seguinte, Carla me enviou uma mensagem pedindo para buscá-la no estúdio de dança. O segundo teste ia começar, eu fui, mesmo sem saber o que ia ganhar ao fim desses testes, além da paternidade do bebê, é claro. Chegando lá, recebi outra mensagem que diz: Minha futura esposa 🤍: tô na sala 7, tenho um presente pra você, cuide com carinho, viu, Bê? Eu: Tô até com medo de entrar aí. Minha futura esposa 🤍: eita como é frouxo! Vem logo, menino! Eu: tô indo, mulher. Apresso o passo e chego até sala 7 pelas rampas, duas professoras olharam pra mim e sorriram de uma forma estranha. Quando entrei, a primeira coisa que vejo é a Carla sentada no piso de madeira, ela está segurando um bebê enrolado numa manta azul, ao lado dela, está um carrinho também azul, ela levanta o rosto para me olhar, sorri e diz: — Oi, quer segurar? — Carla ergue o bebê para mim. — De quem ele é? — Sento ao lado dela, sorrindo,um pouco desconfiado. — Ele é o seu presente, que você precisa cu
Tomás AlonzoAcordar com Carla nos meus braços sempre vai ser a melhor sensação de todas. Ver a serenidade do seu rosto durante o sono, sua respiração regulada, o jeito como seu corpo está perfeitamente enrolado no meu, seus lábios inchados, as marcas que eu deixei em seu pescoço e clavícula, seu perfume de jasmim e especiarias. Decoro todo detalhe que é possível. Ela se encolhe quando o sol atravessa a janela e clareia seu rosto. — apaga essa luz aí! – resmungou, afundando o rosto no meu peito. — É o sol, Amor, quer que te leve pro seu quarto? – Sussurro. — Depende, você vai ficar lá comigo? — Carla faz um bico e eu mordo. — Vou, linda — eu a carrego para o quarto dela. Estamos deitados na cama dela, Carla ainda está agarrada em mim, apesar do espaço grande, ela ainda está de olhos fechados falando várias coisas sem sentido. É sempre assim quando acorda. — Quando eu disse pra você tomar uma atitude não era pra me beijar e muito pra acabarmos transando no sofá de novo, a gente
— Carla, você enlouqueceu? Como assim você e seu ex-namorado vão adotar uma adolescente com um filho? E como assim você está pensando em engravidar ao mesmo tempo do processo de adoção? Você sabe que ter um filho não é como brincar de casinha, certo? E se quer minha opinião, continue cuidando da sua carreira, sua vida está ótima do jeito que está, você não precisa ter filhos agora. — Hande me olhava através da tela como se tivesse louca, depois que eu contei meus planos para depois da viagem. Não me levem a mal, eu amo a minha irmã, mas ela tem um jeito de tentar destruir qualquer expectativa ou sonho que eu crie para mim, ela sempre acha que sabe o que é melhor pra mim. — É, eu sei que parece loucura,mas sempre quis ser mãe e você sabe, fiz uma lista no ensino médio e só falta esse item, eu sinto que estou pronta, irmã. – Me esforço para falar sem chorar. — Odeio ter que te dizer isso, maninha, mas adotar uma adolescente não vai trazer nosso pai de volta, engravidar não vai fech
Tomás Alonzo Eu detestava ver Carla triste por causa das coisas insensíveis que a irmã falou e sabia que a pressa que ela estava sentindo para trazer Thalita para perto, era provar que Hande estava errada. E por falar em Thalita, a garota ficava bem mais confiante com um microfone nas mãos, ela sorria, dançava e tinha uma voz linda, capaz de alcançar notas impressionantes. Quando terminei a aula, os outros adolescentes foram levados para a van, que os levaria de volta para o abrigo, pedi que a menina esperasse. — Gostei de conhecer esse seu lado artista, Thalita, as portas da gravadora estarão sempre abertas para você, está bem? Acho que você vai curtir muito conhecer o estúdio de dança da Carla, amanhã! — Sobre isso, eu pensei em não ir, quem vai tomar conta do Alex? Eu não posso deixá-lo sozinho no abrigo! — Thalita mordeu os lábios e desviou o olhar. Ela estava tentando encontrar uma desculpa. — Eu posso ficar com ele no nosso apartamento ou no próprio abrigo, se você preferir.
Carla Clarke Eu estava frustrada e com tesão no final da tarde, quando Tomás voltou pro nosso apartamento, talvez transar com ele naquela droga de chuveiro não tenha sido uma escolha muito inteligente, e depois ouvi-lo dizer que estava me olhando apaixonado e me chamar de namorada, definitivamente não fez bem para minha cabeça, tínhamos combinado de tentar voltar, mas sem rótulos e sem pressão. No primeiro dia, o homem já me chamou de namorada? Será que ele sabe que isso é um rótulo? Será que ele sabe que isso me deixa nervosa? E eu não sei bem porquê. Dirigi até o estúdio de dança, Josh e Any estão me esperando do lado de fora, combinei com os dois de fazerem uma apresentação para os adolescentes do DI. — Você lembra de quando eu e o josh compomos uma música e uma coreografia e você chamou de cosplay de high school musical que dá certo? — Any é a primeira a dizer, ela está fofa com os cabelos cacheados e as mechas da frente com tranças finas na parte da frente, um cropped