Como eu calculei, cheguei no trabalho quase no horário, foi por pouco. Já tem algumas semanas que estou trabalhando aqui, em breve a campanha será finalizada e eu voltarei para o andar onde eu sou alocada. —Bom dia, Andria. O senhor O.J aguarda por você na sala dele. A secretária do chefe me avisou, eu não tive tempo nem de sentar em minha cadeira antes que ela me avisasse. —Está bem, estou indo. Guardei a bolsa na minha mesa e segui rumo a sala dele. Dei duas batidas na porta e entrei, ele estava encostado na mesa, de braços cruzados me encarando. —O senhor mandou me chamar? —perguntei. —Sim. Entre e feche a porta. —ele respondeu impaciente. Enquanto eu fechava a porta, ele abaixou todas as piscianas das janelas, nos deixando praticamente trancados ali dentro. Andei até a cadeira que estava posta de frente para a mesa dele. —Pois não, senhor. —Onde foi ontem a noite? — ele me questionou. —Hum... Desculpe, não entendi a pergunta, senhor. —comentei confusa. O senhor O.J bate
(Para quem quiser e gostar, recomendo que leia este capítulo ouvindo a música Earned It-The Weeknd. Vai tornar a leitura mais intensa) Ao abrir a porta da minha casa, meu corpo já dava sinais de que ia sucumbir em breve, meu pulso acelerou, boca ficou seca, algumas gotas de suor desciam em minha coluna e estávamos em dezembro, o frio era o cartão postal. Joguei minha bolsa em qualquer lugar da casa, corri para dentro do quarto com a caixa na mão e a coloquei em cima da cama, engoli em seco antes de abri-la e conferir o conteúdo. Fiquei confusa por alguns instantes, se eu não soubesse de sua postura fora daqui, eu diria que o senhor O.J é um pervertido. Havia um par de botas de couro, uma máscara preta com alguns detalhes nas laterais, havia um conjunto de lingerie também na cor preta, além disso, havia algo semelhante a uma coleira. Aquilo só serviu para deixar meu pulso ainda mais descontrolado, tive que lutar comigo mesma para decidir se eu iria vestir ou não. Meu telefone tocou
Nos últimos dois anos eu trabalhei nas campanhas de natal, esse ano eu não poderei ficar, preciso de um tempo para pensar sobre isso que está acontecendo na minha vida. Cheguei cedo na empresa e fui direto à sala do senhor Hilton.—Bom dia, Andria. Como está? —ele me recepcionou como sempre. —Bom dia, senhor Hilton, estou bem obrigada! —eu respondi. Sentei na cadeira de frente para sua mesa e comecei a lembrá-lo do nosso acordo. —Senhor, como nós havíamos conversado antes, esse ano eu não farei parte da equipe de natal, vou tirar uns dias para descansar, o senhor se lembra? —perguntei devagar. —Oh, sim. Me lembro perfeitamente! Não se preocupe, Andrew vai cobrir você. —ele explicou. —Está bem, obrigada! —eu apertei sua mão novamente antes de levantar. —Aproveite os dias! —ele disse. Com certeza pretendo aproveitar muito, sinto saudade da comida da mamãe, sinto saudade do calor humano de casa, quero que seja uma viagem perfeita. Fui ao elevador e aguardei, não vi Andrew em nenhu
Meu voo está marcado para logo cedo na manhã seguinte, por esse motivo, decidi não chegar perto da minha janela, eu não quero vê-lo agora e ficar confusa antes de viajar. Tenho duas semanas para aproveitar ao máximo o meu país e a minha família. Não quero nenhum impedimento e o meu observador é um impedimento físico e mental enorme. Recebi algumas ligações de Andrew, decidi não responder agora e somente fazê-lo quando eu já estiver no Brasil. Eu sou uma mulher que não sabe levar o necessário, minha viagem com apenas itens necessários resultou em três malas grandes. Gosto de ter opções quando estiver lá. Comprei hoje cedo algumas coisas para levar de presente para minha mãe, comprei presentes para meus irmãos, meu pai.Antes das 22:00 eu já estava deitada, sem nenhum sono, forçando minha mente a apagar e eu adormecer, e essa ideia não deu certo. Decidi ir até a sala e ligar a TV em qualquer coisa que estivesse passando. Cobri meu corpo com um lençol enquanto assistia um filme, me aco
—Por que não disse que seu namorado viria? Aliás, que homem... —minha mãe comentou. O senhor O.J está na sala, tentando se comunicar com meu pai através do Google translate, os dois parecem esforçados. Não sei se ele está mentindo ou agindo sob duas personalidades, eu nunca o vi assim, conversando tanto. —Bem, é que foi um tanto repentino. —eu tentei explicar de forma convincente. —A senhora gostou dele? —questionei. —Bom, eu não o conheço direito, o pouco que eu vi, gostei sim. Agora vá, vá aproveitar a chácara com ele. — ela me empurrou na direção da sala. Chegando ali, parecia que os dois estavam se dando bem, minha mãe gritou meu pai e ele pediu licença antes de sair. —Vem, vamos conversar! —eu o chamei. Ele me seguiu, lá fora o ar estava bem refrescante, a noite caindo linda em cima de nós, eu apontei até uma árvore na lateral direita da casa e nós caminhamos até lá. —Senhor... o que realmente veio fazer aqui? —questionei. Ele me encarou por alguns segundos antes de abri
—Não vai levar Oscar para passear? estão há dois dias somente parados em casa, que namoro estranho. —Minha mãe comentou como seu jeito apresentado de ser. —Oscar não gosta muito de sair, mãe, ele veio apenas por mim. —eu menti descaradamente para ela. Desde que chegamos, eu e Oscar temos conversado por muito tempo, na noite em que ele chegou, nós dormimos juntos e a química foi explosiva, eu não resisti a ele e acabamos na cama a noite inteira. —Leve-o pelo terreno, tome um banho no lago, qualquer coisa para manter aquele homem entretido. —ela me repreendeu. Mamãe é daquelas que acham que a mulher tem que segurar o homem que tem, segundo ela, atualmente está difícil arrumar marido. —Ok, vou perguntar se ele quer ir. Deixei ela na cozinha preparando o almoço e fui até a varanda, onde Oscar estava alisando os cachorros, meu pai foi na cidade para trazer alguns itens que minha mãe pediu. —Ei, quer dar uma volta no lago? —perguntei. —Vamos. —ele levantou da cadeira e me seguiu, ju
Decidi fazer um passeio com Oscar pela cidade, estávamos muito presos naquele quarto, mamãe e papai já estavam malucos. Eu o convidei para andar no centro e ele aceitou. Eu nunca o vi vestido nessas roupas casuais e confesso que isso caiu muito bem, Oscar colocou um óculos escuro e nós fomos no carro do meu pai até o centro. Começamos uma caminhada lenta, observando o lugar, lojas, mercados, lanchonetes e docerias. Eu segurei em seu antebraço e o arrastei até uma doceria que eu me lembro da última vez que estive aqui, tudo é na cor azul, é incrível e muito gostoso. Pedi vários doces, sorvete, Oscar pediu apenas algo que fosse tipicamente brasileiro e eu o presenteei com uma caixinha de brigadeiros de diversos sabores. —Você parece animada. —ele comentou. Nós procuramos uma mesa e nos sentamos. Eu com várias coisas à minha frente, taça de sorvete, brigadeiros, bolos,cupcakes, Oscar encarou aquilo de cenho franzido.—Sim, nunca experimentei doces tão gostosos como esses. —eu disse.
Meus irmãos vieram com suas famílias para passar o fim de semana, os dois encararam Oscar de forma tão escancarada, que ficou um clima estranho durante o jantar. —O que você faz da vida? —Meu irmão mais velho, Alex, perguntou. —Sou dono de uma empresa de engenharia e construção civil. —ele respondeu, sem se deixar intimidar. —Bom. —meu irmão disse. Mãe e pai a todo momento incluíam Oscar na conversa, contando a ele e às mulheres dos meus irmãos sobre como era a nossa infância, mamãe fez muitos comentários vergonhosos, mas que renderam muitas risadas em família. Depois do jantar, decidimos sentar na beira do lago, meus pais e meus irmãos, cada um com suas mulheres, estavam sentados abraçados. Eu e Oscar ficamos um pouco atrás de todos, observando a água tranquila, enquanto as pessoas conversavam sobre suas vidas, nós dois permanecemos calados. —Como era a sua vida antes da sua ex esposa falecer? —perguntei. —Boa, eu acho. Ela não era uma mulher muito exposta, gostava de viver d