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Alicia Rogers narrando

1 ano depois...

Um ano se passou e meu ainda não acordou do coma, ele dormia tranquilo sobre os cuidados dos médicos. A minha relação com Jonas não era das melhores, ele me humilhava muito o tempo todo e eu tentava de tudo que era forma que a nossa relação fosse saudável.

- Você vai sair? – eu pergunto para ele vendo que marcava meia noite.

- Sim – ele fala arrumando o relógio em seu braço.

- Está tarde – eu falo me aproximando dele – Por favor fique em casa, é meia noite.

- Está controlando meus horários Alicia? – ele pergunta.

- Não é isso, estou pedindo que você fique – eu paro em sua frente e ele me encara e se aproxima me dando um beijo.

- Não precisa me esperar, não devo voltar hoje – ele fala.

- Nada que eu peça vale para você? – eu o questiono – tudo que eu tenho é você na minha vida e esse casamento, a gente pode tentar Jonas que tudo isso dê certo, a gente pode tentar ser feliz

Ele para e me encara fixamente e eu encaro os seus olhos, era difícil decifrar o que Jonas pensa e ele me olha.

- Tenha um boa noite meu amor – ele fala me dando mais um beijo e depois saindo pela porta do quarto.

Era a mesma coisa toda vez, toda noite Jonas me deixava sozinha em casa para se encontrar com diversas mulheres toda madrugada e quando chegava bêbado insistia em que eu me deitasse com ele e se eu me negasse, ele me batia e me forçava. A minha vida era um inferno ao lado dele e eu estava em suas mãos por que a vida do meu pai dependia dele.

Eu acordo de manhã cedo aliviada por ele não está, quando ele saia a noite era difícil eu pegar no sono, eu tinha medo de acordar com ele ao meu lado.

- Está tarde querida para acordar – Sua mãe Sonia fala quando me vê – Não se fazem mais donas de casa como antigamente, esposas e mulheres. Hoje em dia não sabe satisfazer seus maridos e não cuidam de mais nada – ela fala para empregada e eu me sento em silêncio na mesa do café – Já faz um ano e pouco desse casamento e ainda não tiveram filhos.

Eu respiro fundo e tomo apenas uma xicara de café, não descia nada pelo meu estomago. Sonia mora na China, mas vinha nos visitar pelo menos duas vezes por ano, ficava de um a dois meses para cá.

Jonas não me deixa fazer nada, eu ficava presa nessa casa o tempo todo e o único lugar que eu ia era até o hospital visitar o meu pai.

- Como está seu pai? – Sonia pergunta e eu a encaro.

- No mesmo estado – eu falo.

- Deveria desligar os aparelhos – ela fala – ele não volta mais.

Eu me sentia mal toda vez que ela fala do meu pai dessa forma, uma coisa que jamais escutei Jonas falar era da situação dele, até porque era da intenção dele manter meu pai no hospital com os aparelhos ligados para jogar na minha cara em toda discussão nossa.

Eu tinha feito exames e abri o computador para pegar os resultados e passar para a minha ginecologista e novamente ela disse que está tudo saudável comigo e que o problema poderia ser com Jonas, ele insistia que o problema era comigo por eu não conseguir engravidar. Vivia me lembrando que eu precisava dar um filho a ele e se o contrato terminasse, até eu engravidar e a criança nascer o contrato não acabaria.

- Oi – eu falo vendo Jonas sentado em seu escritório – não vi você chegando.

- Estou desde cedo aqui resolvendo alguns negócios – ele fala.

- Chegou o resultado dos exames e está tudo certo comigo – eu falo – a minha médica pediu que seria interessante você fazer – ele me interrompe.

- Está fora de cogitação, eu não tenho problema nenhum – ele fala.

- Eu entendo, mas seria bom – ele me interrompe novamente.

- Por favor Alicia, estou cheio de problemas e reuniões – ele fala – preciso terminar isso ainda hoje, a gente se fala mais tarde – eu assinto e saio do escritório.

Era sempre a mesma coisa.

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