Capítulo 37Alicia Rogers narrandoEu estou desesperada, eu olhava aquele contrato por diversas vezes, tentava procurar algo que dissesse ao contrário, mas só encontrava coisas piores. Ao assinar esse contrato eu não tinha aberto mão apenas da Maria Alice, mas como de outros filhos se a gente tivesse tido.Como pode eu ter me enganado dessa forma? Em ter acreditado nas palavras do advogado e não ter ido atrás de alguém para me auxiliar antes de assinar o contrato.Eu não iria perder o direito de ter a minha filha perto de mim, eu jamais vou deixar ele me afastar da Maria Alice, eu saio do meu quarto e entro no quarto dela onde ela está dormindo, a babá sai do quarto depois de ver o meu estado e sai em silêncio.- Eu amo você – eu falo observando ela dormindo, as lagrimas desce sem parar pelos meus olhos – ninguém vai me afastar de você meu amor, ninguém. Eu prometo, eu juro.O meu coração está apertado, angustiado e eu não conseguia parar de tremer, eu nunca me senti tão mal dessa fo
Alicia Rogers narrandoAlicia Rogers narrandoEu passei a noite sem dormir, ao lado de Maria Alice. Eu não conseguia acreditar que eu não tinha prestado atenção no contrato e Jonas agiu de má fé, porque sabia que naquele momento eu não ia prestar atenção nessas cláusulas, que a única coisa que eu queria era salvar o meu pai.No final, meu pai ainda está naquela calma, eu não tenho direito a minha filha e estou presa nesse casamento horrível. Eu não tinha meu celular e até mesmo o meu notebook ele tirou do quarto e vai saber onde colocou, ele mexeu na minha bolsa e me tirou até os cartões e dinheiro que tinha.Eu me levanto e vou até o meu quarto me arrumar, tomar um banho. Ele está acordado na cama mexendo no celular.- Bom dia minha querida esposa - ele fala quando entro no quarto e eu o encaro.- Bom dia - Eu falo.- Acordou tarde hoje. - Ele fala. - Tome um banho, passe uma maquiagem porque não sou obrigado a ver você com essa cara de choro.Eu não respondo, apenas passo para o clo
Alicia Rogers narrandoEu deixo junto do motorista a Maria Alice no balé, Jonas me proibiu de andar sozinha com o carro, depois que ele descobriu o meu envolvimento com Mateus, ele deixou as coisas ainda mais complicadas e restritas do que era antes, eu sentia que todo mundo me vigiava para depois contar para ele como fo o meu dia e o que eu fiz.Eu desço na frente do hospital onde meu pai está internado e quando entro no quarto eu vejo Mateus.- Mateus – eu falo – achei que você estaria no Brasil.- Eu adiei a minha passagem , eu não deixaria você aqui – ele fala – sem saber noticias de você, como você está.- Eu estou bem – eu falo – eu te falei tudo que eu tinha para te falar naquela ligação.- Foi ele que mandou, eu sei que foi. É ele que me enviou todas as outras mensagens – ele fala.- Você precisa ir embora – eu falo.- VocÊ precisa vir embora comigo, eu pago os custos do hospital do seu pai – ele fala – e a gente consegue na justiça a guarda da Maria Alice.- Não – eu respondo
Alicia Rogers narrandoEu me sento na poltrona no lado de fora do quarto e apenas fecho os olhos orando pela vida do meu pai, eu nunca fui uma pessoa religiosa, mas a minha mãe era. Eu me lembro muito pouco dela, apenas o suficiente para saber o quanto ela me amava. Só que eu lembro exatamente o dia da sua morte, meu pai me levou para me despedir dela no velório, todo mundo da aldeia estava lá, minha vó que já é falecida chorava vendo a sua filha dentro daquele caixão, eu mexia na minha mãe tentando acordar ela, implorava para ela se levantar e me fazer um pão com manteiga, para me contar uma história, mas ela não me levantou e eu só fui entender a sua falta quando eu percebi que ela não me colocaria mais para dormir, que não levaria meu pão com manteiga no sofá e que não colocaria os meus desenhos preferidos na televisão, que não faria mais o meu bolo de aniversário , então eu sofri, sofri muito e meu alicerce foi meu pai, que amava de mais a minha mãe e escondeu o seu sofrimento den
Alicia Rogers narrandoEu entro lentamente no quarto, as palavras do médico foi como facadas dentro de mim. Era horrível saber que meu pai estava mesmo morrendo, eu fiquei oito anos da minha vida esperando ele acordar, vindo aqui todos os dias o vendo dormir e agora eu teria apenas horas para me despedir dele.Jonas conversa com o médico pegando todas as instruções que ele deu, a preparação para o pior, eu não tinha conseguido prestar atenção em nada, sinto Jonas entrando com Maria Alice no seu colo bem atrás de mim.- Alicia – meu pai fala agora sem o tubo – minha filha.- Pai – eu falo chorando- Eu amo você Alicia. - Os seus olhos estão cheio de lágrimas.- Eu estou aqui papai e também amo muito você. - Eu falo- Me perdoe minha filha. - Ele fala deixando as lágrimas. - Por ficar tanto tempo longe.- Eu estou bem papai. Está tudo bem comigo - Eu falo -Eu vim visitar o senhor todos os dias, cuidei do senhor e estive perto. Eu nunca o abandonei.- Minha filha - Ele fala chorando.Eu d
Alicia Rogers narrandoO velório do meu pai era na aldeia onde ele seria enterrado ao lado da minha mãe. Quando chegamos já fomos direto para o lugar do velório onde já tinha tudo arrumado, aos poucos foram chegando os amigos e parentes que eu não via a oito anos mas mantenha contatos para dar notícias do meu pai.Minha tia chega no velório e encara nos, ela era a irmã mais nova do meu pai.- tia Ali - Eu falo para ela - Quanto tempo - Ela encara Jonas e depois encara o irmão dele e por fim a mãe.- Eu sinto muito - Ela fala. - Esse é o seu marido?- Sim, Jonas Yang - Eu faloQuando iria apresentar a minha sogra ela sumiu, e acabo apresentando apenas o meu cunhado e a minha cunhada.Eu me sento ao lado do meu pai observando ele, antes eu ficava todos os dias ao seu lado observando ele respirar e sentia vida nele, agora não tinha nada. Esse era o terceiro golpe mais duro que a vida me deu.O primeiro foi a morte da minha mãe, o segundo saber que fui barriga solidaria para Jonas e agora
Alicia Rogers narrandoEu tinha passado por diversos exames e uma conversa longa com um psicólogo, eles queriam tanto que eu me abrisse que eu contasse o que passa na minha cabeça além do sofrimento da morte do meu pai. Eu era incapaz de contar, a minha vida desmoronou realmente quando eu soube o que eu tinha assinado.E eu que queria tanto que o tempo passasse para que eu me livrasse desse casamento, agora quero que o tempo parasse.- Alicia – O psicólogo fala – Doutor Fernando me enviou os seus exames, antes de falar para o seu marido.- Por quê? – eu pergunto.- Você anda passando mal, enjoada, não consegue comer nada, tonta – ele fala – então doutor Fernando pediu um beta Hcg.- Beta? Exame de gravidez? – eu questiono.- Isso – ele fala – e o exame deu positivo, pelo exame você está gravida de cinco meses – as suas palavras me fazem paralisar – Alicia – ele fala – você quer que eu chame o seu marido?- Não – eu respondo – por favor não conte nada ele – eu dou um leve sorriso falso
Capítulo 44Alicia Rogers narrandoAlguns dias se passaram e eu me mantive em silêncio da gravidez e Jonas nem desconfiou.- Hoje tem um jantar de sócios da empresa, preciso que você vá comigo – ele fala – eu sei que você não anda muito bem, mas vai pegar estranho eu chegar sozinho lá.- Tudo bem, eu vou me arrumar. Que horas você me pega? – eu pergunto.- As 20h – ele responde.- Ok – eu falo.- Aliás, Mateus vai estar – ele fala.- Não se preocupe, não tem com o que você se preocupar – eu falo.- Até a noite – ele responde e eu assinto.Novamente a nossa relação virou aquela coisa morna, ele não ditava regras, mas eu não fazia nada ao contrário, a gente conversava e convivia o mínimo pela Maria Alice, sempre aquele clima estranho, a mesma coisa que era durante oito e anos.Eu fiquei mais calada e muito pouco conversava, ele que as vezes tentava puxar um assunto o outro, mas eu não dava continuidade, não tinha vontade de se sentar e conversar com ele e nem com ninguém, as vezes eu nã