Alicia Rogers narrandoEu me sento na poltrona no lado de fora do quarto e apenas fecho os olhos orando pela vida do meu pai, eu nunca fui uma pessoa religiosa, mas a minha mãe era. Eu me lembro muito pouco dela, apenas o suficiente para saber o quanto ela me amava. Só que eu lembro exatamente o dia da sua morte, meu pai me levou para me despedir dela no velório, todo mundo da aldeia estava lá, minha vó que já é falecida chorava vendo a sua filha dentro daquele caixão, eu mexia na minha mãe tentando acordar ela, implorava para ela se levantar e me fazer um pão com manteiga, para me contar uma história, mas ela não me levantou e eu só fui entender a sua falta quando eu percebi que ela não me colocaria mais para dormir, que não levaria meu pão com manteiga no sofá e que não colocaria os meus desenhos preferidos na televisão, que não faria mais o meu bolo de aniversário , então eu sofri, sofri muito e meu alicerce foi meu pai, que amava de mais a minha mãe e escondeu o seu sofrimento den
Alicia Rogers narrandoEu entro lentamente no quarto, as palavras do médico foi como facadas dentro de mim. Era horrível saber que meu pai estava mesmo morrendo, eu fiquei oito anos da minha vida esperando ele acordar, vindo aqui todos os dias o vendo dormir e agora eu teria apenas horas para me despedir dele.Jonas conversa com o médico pegando todas as instruções que ele deu, a preparação para o pior, eu não tinha conseguido prestar atenção em nada, sinto Jonas entrando com Maria Alice no seu colo bem atrás de mim.- Alicia – meu pai fala agora sem o tubo – minha filha.- Pai – eu falo chorando- Eu amo você Alicia. - Os seus olhos estão cheio de lágrimas.- Eu estou aqui papai e também amo muito você. - Eu falo- Me perdoe minha filha. - Ele fala deixando as lágrimas. - Por ficar tanto tempo longe.- Eu estou bem papai. Está tudo bem comigo - Eu falo -Eu vim visitar o senhor todos os dias, cuidei do senhor e estive perto. Eu nunca o abandonei.- Minha filha - Ele fala chorando.Eu d
Alicia Rogers narrandoO velório do meu pai era na aldeia onde ele seria enterrado ao lado da minha mãe. Quando chegamos já fomos direto para o lugar do velório onde já tinha tudo arrumado, aos poucos foram chegando os amigos e parentes que eu não via a oito anos mas mantenha contatos para dar notícias do meu pai.Minha tia chega no velório e encara nos, ela era a irmã mais nova do meu pai.- tia Ali - Eu falo para ela - Quanto tempo - Ela encara Jonas e depois encara o irmão dele e por fim a mãe.- Eu sinto muito - Ela fala. - Esse é o seu marido?- Sim, Jonas Yang - Eu faloQuando iria apresentar a minha sogra ela sumiu, e acabo apresentando apenas o meu cunhado e a minha cunhada.Eu me sento ao lado do meu pai observando ele, antes eu ficava todos os dias ao seu lado observando ele respirar e sentia vida nele, agora não tinha nada. Esse era o terceiro golpe mais duro que a vida me deu.O primeiro foi a morte da minha mãe, o segundo saber que fui barriga solidaria para Jonas e agora
Alicia Rogers narrandoEu tinha passado por diversos exames e uma conversa longa com um psicólogo, eles queriam tanto que eu me abrisse que eu contasse o que passa na minha cabeça além do sofrimento da morte do meu pai. Eu era incapaz de contar, a minha vida desmoronou realmente quando eu soube o que eu tinha assinado.E eu que queria tanto que o tempo passasse para que eu me livrasse desse casamento, agora quero que o tempo parasse.- Alicia – O psicólogo fala – Doutor Fernando me enviou os seus exames, antes de falar para o seu marido.- Por quê? – eu pergunto.- Você anda passando mal, enjoada, não consegue comer nada, tonta – ele fala – então doutor Fernando pediu um beta Hcg.- Beta? Exame de gravidez? – eu questiono.- Isso – ele fala – e o exame deu positivo, pelo exame você está gravida de cinco meses – as suas palavras me fazem paralisar – Alicia – ele fala – você quer que eu chame o seu marido?- Não – eu respondo – por favor não conte nada ele – eu dou um leve sorriso falso
Capítulo 44Alicia Rogers narrandoAlguns dias se passaram e eu me mantive em silêncio da gravidez e Jonas nem desconfiou.- Hoje tem um jantar de sócios da empresa, preciso que você vá comigo – ele fala – eu sei que você não anda muito bem, mas vai pegar estranho eu chegar sozinho lá.- Tudo bem, eu vou me arrumar. Que horas você me pega? – eu pergunto.- As 20h – ele responde.- Ok – eu falo.- Aliás, Mateus vai estar – ele fala.- Não se preocupe, não tem com o que você se preocupar – eu falo.- Até a noite – ele responde e eu assinto.Novamente a nossa relação virou aquela coisa morna, ele não ditava regras, mas eu não fazia nada ao contrário, a gente conversava e convivia o mínimo pela Maria Alice, sempre aquele clima estranho, a mesma coisa que era durante oito e anos.Eu fiquei mais calada e muito pouco conversava, ele que as vezes tentava puxar um assunto o outro, mas eu não dava continuidade, não tinha vontade de se sentar e conversar com ele e nem com ninguém, as vezes eu nã
Capítulo 45Alicia Rogers narrandoEle me olha espantado.- Quando você soube disso? – ele pergunta.- Alguns dias atrás, eu não contei para Jonas ainda – eu falo – até porque eu me envolvi muito mais com você do que com meu marido.- Essa criança pode ser minha, é isso que você está dizendo? – ele pergunta.- Ela tem total chances de ser sua Mateus – ele me olha – eu preciso que você ajude, eu preciso sair daquela casa o quanto antes com a Maria Alice.- E como você quer que eu faça isso? – ele pergunta.- Eu assinei um contrato e nele eu abria mão da minha filha e dos futuros filhos com Jonas, eu preciso fugir com a Maria Alice e ele não pode saber que eu estou gravida de forma nenhuma – eu falo para ele.- Eu não quero filhos Alicia – ele fala.- Eu nunca quis filhos na minha vida , eu não quero nada que possa me prender – ele fala.- Eu estou gravida Mateus – eu falo – e essa criança pode ser sua.- Por isso eu sempre perguntei se você tomava remédio e sempre usamos camisinha – el
decidir ter ela não me procure, só se você doar ela em um orfanato. Depois disso podemos pensar em ficar juntos , antes disso eu não quero saber de você e nem dessa criança – eu dou um tapa forte em seu rosto.- Você é pior que o Jonas, você é um babaca! – eu grito – como fui me encantar por um homem tão baixo e nojento.- Eu nunca quis filho se você engravidou a culpa foi sua – ele fala. - Eu não preciso de você Mateus, eu nunca precisei a minha vida toda – eu falo – ainda mais precisar de um homem babaca, você diz que não quer se prender a ninguem, na verdade nenhuma mulher depois de te conhecer melhor ficaria com você realmente.- Não cuspa no prato que comeu Alicia – ele fala.- Infelizmente eu me envolvi com você – eu falo – acreditei em você.- Tira essa criança e vamos ser felizes juntos – ele fala – é a melhor decisão.- A melhor decisão é nunca mais olhar para você – eu falo – é isso que eu vou fazer, nunca mais me procure Mateus porque na minha vida você não faz falta e se
Capítulo 47Alicia Rogers narrandoEu tinha comprado passagem para o lugar mais distante que tinha, eram horas e horas de viagens, ainda bem que tinha vendas de lanches e bebidas aqui dentro, o que está entretendo a Maria Alice durante a viagem, ela pergunta de mais pelo pai, o tempo todo e sobre o bebe que está em minha barriga também.Eu vou me questionando se era certo isso e ainda me culpava por está fugindo dele, só que o que Jonas fez comigo era a maior crueldade do mundo, desde o começo ele apenas me usou.Eu me lembro muito bem do dia que assinei aquele contrato e lembro que o advogado não me falou sobre as clausulas do contrato em que eu abria mão dos meus filhos no futuro, que eu deveria um horror de dinheiro quando finalizasse o contrato , eu tinha uma divida enorme com Jonas que eu jamais iria conseguir pagar.Eu era refém dele para sempre e isso não era certo, eu era um fantoche nas suas mãos e eu não quero isso, eu não quero ser o brinquedo que ele brinca quando quer e e