Eu nunca fiz sexo de reconciliação, até porque não tinha uma relação firme o suficiente para enfim fazer algo do tipo, caso viéssemos a brigar. Mas se eu tivesse feito sexo de reconciliação algum dia, com certeza seria como o que eu e Heitor acabamos de fazer. Minha nossa senhora do sexo com amor intenso e arrebatador! Pela primeira vez eu e Heitor fizemos sexo onde os dois agiam na cama. Eram mãos que pegavam e apertavam em todo lugar, ao mesmo tempo e sem limites, bocas que se devoravam e que devoravam as nossas peles suadas, famintas e sedentas. Corpos molhados, escorregadios e cheios de desejos e os barulhos e gemidos que preenchiam o quarto, e quem sabe a mansão inteirinha não nos ouviu? Sexo comigo tinha que ter muitas palavras sujas, algumas surras bem obscenas e uma pegada muito, muito forte. Mas fazer amor, ouvindo sussurros e aquela frase que fazia o meu coração inflar cada ve
― Nossa, você está linda! ― A voz grossa e firme do homem que aprendi a amar de alguma foram surge atrás de mim. Através do espelho, noto os seus olhos passearem com liberdade pelo vestido longo verde água, de alcinhas finas e delicadas e que tem uma flor delicada atada na cintura, feita com o mesmo tecido. Seu olhar especulativo para no pouco do salto alto, que quase não aparece debaixo do tecido delicado e suave. Suspiro ao vê-lo vestido em um smoking negro, a cor predominante do seu vestiário, que tem uma rosa bege descansando em sua lapela, quebrando um pouco daquela escuridão em seu corpo, e o seu cabelo muito bem arrumado para trás e brilhante, por conta do gel que está usando. Confesso que a roupa escura com alguns poucos detalhes brancos ― no caso da camisa que veste por dentro ― deixou o seu rosto quadrado ainda mais sexy e lhe deu um ar de mistério. Ele adentra ainda mais o quarto e
Beijar Heitor, como sempre parece o paraíso. Sou levada a um patamar ainda mais delicado e sensível desse sentimento tão singular. É incrível amar alguém, juro que não pensei que seria assim. A gente flutua e ao mesmo tempo tem os pés enraizados no chão. Estou presa e ao mesmo tempo liberta. É tão forte que é possível rir e chorar ao mesmo tempo. É confuso e complexo além do que eu possa imaginar, e ao mesmo tempo, é singular. Um mar de ondas calmas, que tem o poder te puxar para longe de onde você sempre esteve. Confuso? Eu sei que é, mas é exatamente assim que eu estou me sentindo agora. Em meio a esse beijo, minhas mãos seguem se arrastando por seu abdômen, encontrando os botões da sua camisa e começo a desabotoa-los um a um. Afasto o tecido pelos seus braços e a deixo cair pelo chão. Quantas iguais a essa eu
Alguns dias depois...Sabe aqueles casais chicletes? Aqueles que vivem grudados um no outro, que não se largam por nada desse mundo, que dão beijos estralados a todo momento e que sorri por qualquer besteira? Eu já vi muitos casais assim. A Kell e a Cris faziam esse tipo de casal com seus namorados e embora eu desse a maior força para as minhas amigas, eu juro que morria de nojo daquilo. Sério, eu evitava o máximo dos máximos estar por perto e tinha até medo de me melar todinha naquela gosma pegajosa deles. Por muitas vezes eu me perguntei, qual é a graça disso? Parecia que elas não tinham vida, que tudo girava em torno dos seus namorados. As amigas ― no caso eu — era deixadas para trás e elas só se lembravam de mim quando eles não estavam por perto.Era muito injusto!Mas passar esses dias com o Heitor fungando no meu pescoço, sempre me tocand
Choramingos e lambidas se tornaram o meu melhor ritual matinal. Nada de deprê e nem de rock para estimular a minha fake-alegria. Um pouco mais de quinze dias depois que eu encontrei o Bolacha e tudo na minha vida mudou, tudo mesmo, até um certo doutorzinho que nem estava na minha e só me dava patadas, agora se tornou o meu namorado. Mais lambidas e choramingos me fazem abrir os olhos pesados de sono e encontrar o focinho fino do meu cachorro, esbanjando um sorriso canino, que como vocês já sabem, eu aprendi a amar. Eu me espreguiço em cima do colchão macio e ele salta para fora da cama, dando um latido alto, seguido de alguns pulinhos animados.― Nossa, bom dia pra você também! ― resmunguei abrindo um sorriso, embora ainda esteja com a voz sonolenta e me forcei a sentar-me na cama.Bolacha adquiriu o hábito de me acordar para o nosso passeio matinal, não importa se é dia de sem
Eu não imaginei que isso aconteceria comigo um dia, mas vi o medo preencher as suas retinas e Marina não conseguia respirar. Ela abriu um pouco seus lábios trêmulos e sussurrou tão baixo, que eu quase não consegui ouvi-la.― Me desculpe! ― E saiu correndo para fora da casa. O silêncio tomou conta do cômodo e eu fiquei sem ação. Simplesmente não sabia o que fazer. Melhor, eu sabia! Levantei-me do chão onde havia me ajoelhado aos seus pés e corri atrás dela, sem olhar e nem falar nada com ninguém naquela mesa. Eu sei que pareceu maluco da minha parte e que talvez tenha sido apressado demais. Talvez até seja, mas eu posso explicar tudo isso. A alguns anos eu me apaixonei de verdade por uma mulher. Mara era tudo para mim e tínhamos um laço difícil de desatar, pelo menos eu achava que era sim. Até ela mesma sair daquele laço e
Eu nunca gostei de filmes de super-heróis, eles nunca foram o meu forte, mas, se for comparar a minha vida a um deles, eu apostaria no Super-Homem. Ele é alto, forte, muito forte, ao ponto de ser chamado de o homem de aço. Porém, ele tem uma fraqueza chamada criptonita. Basta o homem chegar perto da pedra, para perder todas as suas forças. Comigo o efeito é o contrário, eu só precisei me afastar de Heitor para me sentir fraca e desfalecida. Descobri isso da maneira mais dolorosa possível, quando a três dias lhe disse não e lhe dei as costas, determinada a fugir daquele sentimento mesquinho, porém poderoso o suficiente para derrubar o mais forte e o mais destemido dragão. Sim, eu quis fugir dele e de todas aquelas sensações que aquele pedido absurdo de casamento estava me fazendo sentir. Eu estava sufocando e imergindo, ao ponto de perder a minha liberdade. Sim, o amor do Hei
― Seu avô tinha um único sonho na vida, Marina, ter um neto antes que partisse desse mundo. Duran Belini era o seu único filho, ele foi um adolescente difícil, rebelde e o casamento dele com a Frida de Alencar, não foi algo que o seu avô aprovou. Aos olhos de Juverci Belini, Frida não passava de uma mulher fútil, que tinha muito poder sobre o seu filho.― E, onde é que eu entro nessa história? ― O interrompo bruscamente, por que não estou a fim de ouvir a dramática história da família Belini. Eu já tenho o meu próprio drama.― Juverci fez uma proposta audaciosa ao casal. Ele sabia que Frida jamais diria não para a tal proposta.― Ele pediu um neto em troca de dinheiro ― falo com sarcasmo.― Isso. Juverci já tinha um testamento preparado. Metade da herança dos Belini iria para o seu filho e a outra metade seria doada para uma O
Tum-tum-tum-tum! Consigo ouvir as batidas fortes do meu coração, quando a aeromoça avisa que vamos aterrissar em solo brasileiro em alguns minutos. Minhas mãos começam a suar imediatamente e o pavor toma conta de mim. Então a porta se abre e eu vejo a minha cidade natal, bem diante dos meus olhos. Sinto uma mão de Heitor envolver a minha cintura assim que fico de pé e caminhamos em fila com os outros passageiros para fora do avião. Do lado de fora, uma brisa fria de início de inverno me envolve, trazendo um frescor agradável e familiar, e eu pego o meu namorado olhando através das suas lentes escuras os quatro cantos do lugar. Ele segura a minha mão, cruza os nossos dedos no processo e nós vamos para dentro do salão do aeroporto.― Vou pegar as nossas bagagens ― avisa se afastando. Estou feliz que ele esteja aqui comigo, estou realmente feliz, pois eu sei que n&at