✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Wictor era uma pessoa cheia de adrenalina. Estava sempre fora, em caçadas com o papai, em viagens com ele e fuçando pelo escritório. Ele nunca gostou de ficar entre as conversas idiotas da mamãe e suas amigas. E eu o entendia, apesar de gostar daquelas conversas fúteis.Chris e eu estávamos saindo do banker quando Wic pediu que ele esperasse por uma hora, o tempo de darmos uma volta. Pra quê? Ele não queria antecipar logo aquela vingança pra vivermos em paz? Ele não parecia agitado, como sempre. Era algo como se aceitasse aquela situação. Eu me sentia da mesma forma, afinal de contas, nós nos encontraríamos depois que ele entregasse a cabeça do nosso pai.Na garupa da motocicleta, abraçada ao seu corpo, encostava o queixo em seu ombro, admirando a vista. Passávamos pela ponte.Ele desacelerou gradativamente até que desviasse da rodovia e adentrássemos á uma área de água. —Está tudo bem, Wic? —Desci da motocicleta, retirando o capacete. —Tá se sentindo bem?Ele
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Com as cópias, seguia rumo ao escritório onde ficavam os hackers de Monttene. Ele havia me prometido muita coisa e estava cumprindo com mais do que deveria.Minha motocicleta foi escondida dentro do estacionamento. Todo o prédio estava sob posse e comando do '. Ninguém ousaria confrontá-lo e, sob suas ordens, permitiram meu acesso exclusivo a absolutamente tudo o que eu precisasse.No escritório da cobertura, na companhia de alguns hackers, repassei o plano de espalhar os dados sobre o acidente na fábrica de café, que matou todos os operários presentes em solo. A explosão foi detalhada em perícia e abafada por mais de vinte anos, sem que ninguém se opusesse aos documentos falsos apresentados por meu pai sob as ordens de vovô. Porém, naquela manhã, às 12:40, todos estavam presenciando uma apresentação exclusiva de imagens, assinaturas, transações bancárias, saques, depósitos, cheques, cartas trocadas, email-s trocados, endereços e declarações. Tudo assinado p
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Chris andou de um lado para o outro, coçando a nuca. Ele era mesmo uma besta ambulante. Cara esquisito...Apesar de olhar constantemente para aquele aparelho antigo, que não tocou, ele finalmente tomou uma atitude.Ergueu a mão na altura do peito e analisou as horas no relógio de pulso. A joia dourada brilhando sob o reflexo de luz que entrava por uma frecha quebrada.—Muito bem, senhorita Konnor, tenho que tirá-la daqui. Ao que tudo indica, não temos muito tempo antes de sermos descobertos-—Mas esse não era o lugar seguro, porra?!Ele chacoalhou o cadeado de um dos caixotes, percebendo que não conseguiria abrí-lo, então o empurrou violentamente, fazendo-o se partir em pedaços pequenos.Pisquei, sobressaltando com o barulho crocante da madeira se partindo.—Mas que porra... Você ficou doido?? —Esganicei, levantando do caixote no qual estava sentada. Olhei para o chão e percebi duas pistolas, munições, bombas de gás e granadas de mão.—Wow... —Meus lábios se fo
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Seus olhos finalmente me alcançaram. Ele me olhou com ranto ódio que pude sentir todo o sangue do seu corpo sendo drenado naquele exato momento.Os questionamentos não paravam. Ele tentou não responder, mas estava sufocando.Rapidamente, ele recuou em passos largos e exigiu que a imprensa deixasse as dependências da propriedade Konnor. Acelerei a moto o mais rápido possível e invadi as portas de entrada da mansão, quase atropelando-o.—MAS QUE PORRA! —Ele sobressaltou, pondo a mão no peito.Desliguei a motocicleta e desci, largando o capacete no chão de madeira. A governanta e os demais empregados me olharam com temor, se espalhando todos pelos corredores da mansão.—Oi, papai. —Me pus sobre dois pés firmes em sua direção, encurralando-o aos poucos num pilar revestido por mármore carrara. —Presumo que esteja surpreso com a minha audácia em aparecer assim, a público. Sem as suas ordens! —Arqueei as sobrancelhas, reconhecendo a ironia das minhas palavras.Eu sa
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Enquanto estava com mamãe no quarto, ouvi um barulho estranho pela mansão. Uma movimentação suspeita se iniciou.Eu precisava agir.Não podia confiar nele.—Mãe, me ouve. —Eu a segurei pelos ombros, sem violência. —Você precisa sair daqui agora. Tem que chamar os seguranças e sair. Você vai fugir pra algum lugar seguro.Ela me olhou no auge de sua confusão e franziu as sobrancelhas.—Por que, meu filho? —Sua voz frágil, quase falhando.—Por que o meu pai está descontrolado e vai descontar tudo em você, depois que eu fugir dele outra vez.—Então... Você... Você fugiu do seu pai, Wictor, meu filho?Sua mão gelada tocou o meu rosto e seus ombros pareceram se encolher entre minhas mãos.Como eu esperava. Mamãe era tão inocente quanto eu desconfiava.Seus olhos se encheram, mas ela escapou de meus ombros e se levantou da cama. Antes que eu deixasse o cômodo, ela me olhou uma última vez e adentrou ao closet. Eu não sabia o que ela faria, mas estava disposto a ajudá-
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Papai continuou com seu discurso de culpa.—Eu mudei muito depois que me tornei pai de você e Liza. Acredite, eu conseguia ser pior. —Arfou, mexendo no rifle. Eu tinha dúvida.Ele atiraria depois de tudo o que me disse e confessou?Eu teria coragem de matá-lo realmente?Elizabeth me perdoaria?Esses questionamentos reverberavam dentro da minha cabeça sem me darem descanso.Papai pôs a mão livre sobre a cintura e continuou a me olhar. Estava tomando uma decisão?...✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Chris não era a melhor pessoa do mundo, mas era alguém do meu lado. Eu olhava para os cantos daquele jato e não me via dentro dele, sem Wictor. Estava demorando.Não dava respostas.Não avisava absolutamente nada.Por favor, eu imploro. Não me deixe no escuro outra vez. Não solte a minha mão dentro dessa água nebulosa, turva... Wictor. Eu imploro!Olhando através da pequena janela, jurava que aquela motocicleta louca arranharia a pista de vôo molhada, fazendo barulho, e ele
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Chris estava lá, falando com alguns caras que entravam e saíam do jatinho. Suspirei.Endireitei os ombros e encostei o queixo no peito, olhando-o com desconfiança.—Diga logo de uma vez o que está acontecendo e me dê a fatídica notícia. —Ele coçou a cabeça e mordeu a mandíbula. Pra quê tanta incerteza? Quanto suspense, seu segurança de merda...—O senhor Konnor vai atrasar mais um pouco. Ele está tendo problemas, senhorita Liza. Por favor, não apresse as coisas.Eu o encarei como se meus olhos fossem explodir de raiva. Sentia o sangue fervendo em minhas veias.—Apressar as coisas? Parece que tudo está andando á passos lentos! —Ergui o queixo, encarando com desafio. —Por que não me conta o motivo de ele estar demorando?Chris se calou. Sua disciplína era um insulto.—FALA LOGO!Nem meu esbravejar o fez desobedecer às ordens do meu irmão. Aquilo era tão desafiador quanto admirável. Ele estava me levando aos extremos!...✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Me levantei e av
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eu mal cabia dentro de mim, mesmo depois de estar ao lado dela. A felicidade de finalmente conseguir uma vitória parecia insuportável demais até mesmo para alguém como eu: acostumado a fracassar.—Você voltou pra mim! Você voltou mesmo! Elizabeth se espremia em meu peito, se encaixando perfeitamente em meu abraço.Eu a beijei por todo o tempo que pude, antes de entrarmos no jatinho. Passando por Chris, não pude deixar de apertar sua mão e puxá-lo para um abraço apertado.Alguém como ele, que acabou torcendo por mim, era alguém que valia a pena manter por perto.—O senhor conseguiu, senhor Konnor. —Disse ele, batendo em minhas costas com palmadas sutis.—Nem eu acredito nisso. —Sorri sobre seu ombro, me afastando na sequência.Após os cumprimentos, Elizabeth e eu seguimos de mãos dadas na direção das poltronas brancas onde ela estava. Chris sentou-se duas poltronas depois da nossa, deixando-nos á sós....—Espero não ter demorado. —Comentei, apertando o cinto