✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩O Chris me levou para a cidade e me deixou há cerca de três quilômetros de casa. Eu caminhei. Meus pensamentos não me deixaram ter noção do tempo. Quando menos esperei, estava de frente para os portões, sendo recepcionada pelos seguranças. Todos confusos, ninguém conseguiu imaginar como eu havia despistado meus seguranças pessoais.—Senhorita Konnor! Como... Como...—Abra essa merda, por favor. Tenha a fineza de me deixar passar. Minhas palavras rudes atingiram o segurança que me confrontava, fazendo-o obedecer sem mais protestos. Os grandes portões se abriram lentamente e eu passei entre eles. Olhar vazio, um pé na frente do outro, encarando as pedras importadas sob meus sapatos. Nem mais uma dúvida. Hoje eu confronto o meu pai...Estavam esperando por mim. Ao me verem entrar pela porta da frente, mamãe e papai correram em minha direção. O abraço de mamãe me fez sentir como se ela quisesse me pôr para dentro do útero outra vez.—O que aconteceu, minha filha
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Papai se levantou novamente, sem medo. Encarando-me sereno.—Muito bem. Eu também me revoltaria. —Confessou. —A sua mãe é a mulher da minha vida, e se ela me traísse assim... Nossa! Eu ficaria muito enfurecido. —Trocou poucos passos em minha direção, erguendo a palma das mãos em redenção. —Eu sempre soube que você nutria sentimentos pelo seu irmão. O quê?! Todos aqueles presentes esquisitos... As noites em que vocês dividiam a mesma cama sem motivo nenhum...?! O que esperava que eu pensasse? Só não protestei porque não são irmãos de sangue, minha filha. Mas, eu ainda acho muito esquisito. —Wictor nunca me tocou! —E eu sei disso! Ele sempre lhe viu como uma irmãzinha ingênua. Por isso eu dormia tranquilo. Mas eu sempre soube dos seus olhares para ele, mesmo quando ele não estava vendo. Papai estava me despindo. Ele estava contando a minha ossada escondida no armário. Ele estava me deixando nua, mesmo quando eu vestia roupas.—Escute o que o seu pai está lhe
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Adormeci pensando nela e quando acordei, me deparei com um Chris zumbificado tomando conta da sala de comandos.Troquei alguns passos na direção das luzes azuladas, encontrando os monitores ligados.—Você não dorme? —Questionei, analisando as horas no relógio de pulso. —Deixei sua irmã perto da mansão Konnor, senhor. Ela pediu para ir. —Avisou, digitando. O barulho do teclado fazia alguns cliques satisfatórios.Aquela ruga se fez em minha testa enquanto eu passava os dedos entre as madeixas louras.Não é possível. Por que ela iria tão de pressa?Engoli.Meu retorno para o quarto foi envolto em ligações perdidas para ela. O celular chamava, mas ela não atendia.O que aconteceu, hein, Elizabeth? Eu preciso de você agora...Entrando no quarto, fui diretamente para o banheiro e tomei um banho quente. O ferimento ardia, queimava como se estivesse se partindo outra vez.Eu preciso descobrir o que aconteceu. E se você não fala comigo, eu dou um jeito de falar com vo
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eu me sentia amaldiçoado. Amaldiçoado a fracassar em tudo o que eu fazia. Elizabeth duvidava de mim. Ela desconfiava!Aquilo era absurdo demais, até mesmo para alguém como eu: acostumado a fracassar....Retornei ao Banker e, no caminho de volta, encontrei Chris vindo na direção oposta da rodovia. Ele deu a volta e me seguiu até que reduzissemos a velocidade. Paramos no acostamento. Mantive minha expressão fria, conforme retirávamos o capacete.Seu olhar para mim. Eu sabia o que aquilo significava.—Vai. Diz! —Estiquei o braço, deixando o capacete preto pendurado ao guidom.—Eu preciso, senhor Konnor?Passei os dedos entre os cabelos loiros, fechando os olhos.—Ela acha que eu sou o culpado de tudo, Chris. Eu fui atrás dela. O mau pai conseguiu virar Elizabeth contra mim. E tudo por ganância! Agora ela me tem como um monstro. —Disse, mantendo o queixo erguido para um céu ensolarado.—Senhor, vocês são irmãos mesmo? Ou inventou isso para ter Lorenzo Monttene
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩A mais de sessenta metros do chão, me levantei e me inclinei para a lateral, olhando a cidade em baixo de mim. As luzes eram tão fortes que chegavam a iluminar os meus olhos. Todos aqueles carros indo e vinto em formatos minúsculos. Todas aquelas pessoas egoístas e ambiciosas.Eu havia me tornado um egoísta ambicioso também. Tudo em prol de uma vingança.—Senhor Konnor, precisamos ir. Não pode estar aqui quando tudo acontecer. Olhei para Chris, de forma desafiadora.Só de estar ali e saber o que aconteceria em algumas horas, eu podia imaginar a expressão do meu pai enquanto tudo estivesse acontecendo. O olhar, a maneira como ele vai colocar os ombros para trás se preparando para uma discussão...Eu conseguia imaginar como se já vivesse aquilo anteriormente.Olhei para a vista libertadora, por cima dos ombros, e dei um único suspiro profundo, deixando aquele local.Chris e eu escapamos, retornando para o banker. Monttene já havia ido embora quando voltamos.—N
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Virei na direção do telão, surpresa por estarmos sendo atacados por hackers inimigos—O que tá acontecendo?Bryan se questionou, analisando a movimentação das pessoas a nossa volta. Rapidamente, as filmagens se concentraram em capturar tudo o que estava acontecendo. Uma sombra recaíu sobre os meus olhos e minhas bochechas se ruborizaram quando percebi que um curto vídeo estava sendo exibido naquele telão. Mamãe me batendo naquele maldito café e erguendo o dedo contra minha face.Não controlei. Foi inevitável. Meus olhos se encheram de lágrimas. No entanto, tudo ficou pior quando vi um vídeo de meu pai mal-tratando Wic. Eu não aguentei. Olhei para ele com ira no olhar. Meus olhos estreitos quase desaparecendo.Senti a mão de Bryan sobre meus ombros, prometendo-me um abraço. Eu tinha que ceder. Não poderia colocar tudo a perder.Mas, como tudo nessa vida tem uma reviravolta, aquele momento também teve.No momento em que aceitei os abraços consoladores de Bryan,
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Segui por uma trilha de raízes íngrimes que rasgavam o chão de terra úmida. Por ser uma região de muitos infortúnios, implorava baixinho para que ela não estivesse lá.O barulho da quebra d'água ficava ainda maior a cada metro que eu andava. Dentro do bolso, o celular vibrou. Pensei em não atender, mas estava me incomodando.—Senhor Konnor?-—Meu marido agora, Chris?! Eu tô ocupado, me liga outra hora!—Senhor! Espera... Só me diz onde está. Eu tenho que localizá-lo. Não pode sair sem proteção. Tem muitos inimigos-—Na cachoeira dos universitários. Se vier, traga um moletom grosso. Esse lugar faz frio... —Reclamei, encerrando a chamada.Desci a mão até o bolso novamente e enterrei o celular no espaço pequeno. Minha arrogância não estava relacionada ao nível de poder que eu tinha sobre o pobre Chris, e sim, ao fato de estar atravessando uma cortina para o desconhecido, buscando por alguém tão impulssivo como Elizabeth era.Correr não foi uma opção, considerand
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Ela suspirou para a vida, outra vez.E naquele momento senti que eu não era a sua morte.—Elizabeth! Elizabeth, levanta, vem... Tomado pela novas esperanças que renasciam das águas, envolvi ela em meus braços e a sentei sobre aquela terra escura e molhada. A preocuação em mim, sobre ela, fervilhava ardendo de dentro para fora. Eu queria saber os seus motivos, mas, explicar o que é certo ou errado, saber suas motivações para ter pulado de uma cachoeira sem saber nadar, para alguém que abara de nascer outra vez... Não era justo. Eu não queria ser aquele que olharia em seus olhos e lhe faria perguntas com o tom de culpá-la. Mesmo não tendo essa intenção.Por isso, me contentei em sentá-la e abraçá-la, abrigando a pobre criatura em meu peito.Ouvi passos esmagando as folhas molhadas aos arredores. Chris saiu das sombras.Ele realmente havia trazido o que lhe pedi.Em silêncio, Chris se aproximou, estreitando o cenho. Analisava a situação como um espectador. Não