✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Novamente em um lugar estranho. Dessa vez, de frente para um lago, no meio do quase nada.Que diabos...Espremi os olhos, levantando da namoradeira de madeira. Cooper estava sentado na cadeira ao lado, de braços cruzados.Esperava por algo. Sempre esperava.—Bem vindo de volta, senhor Konnor. —Sorriu com os lábios debochados para mim. —Não se preocupe, não irei lhe drogar.—Eu não sei se posso chamar isso de sequestro, porque estou ciente dos motivos e não estou me recusando a ficar com você. —Passei a mão pela nuca, sentindo em meu pescoço uma dor martelante. —Me trouxeram numa mala, por acaso? Que dor desgraçada...—Não. Mas não por falta de vontade. —Ele inspirou, estufando o peito. —Vou mandar que lhe tragam algo. Não tem muito o que fazer aqui, além de contemplar o lago, a floresta à frente e a casa de dois andares, atrás de nós. O seu quarto já foi preparado, por falar nisso. Os outros agentes vão vazar em breve.De cenho franzido, o encarava incrédulo c
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Alguns dias se passaram e eu não conseguia definir, exatamente, há quanto tempo estávamos ilhados. Não tinha relógio, não tinha calendário.Além do encarceramento, era também uma boa prisão mental.Olhando para meu reflexo nas águas plácidas daquele lago, me aproximei tanto da superfície espelhada que acabei escorregando para dentro da imensidão fria e escura.Abri os olhos, soltando as bolhas de ar enquanto meus braços e pernas pesavam com movimentos circulares.Um baú? Por que alguém esconderia um baú acorrentado lago a baixo?Algo foi jogado para dentro da água, e ao olhar na direção das águas agitadas, percebi o agente Cooper nadando na minha direção. Eu sabia nadar, mas ele não deve ter se lembrado disso no momento em que me puxou ao se aproximar....Fora da água, o agente Cooper conferia se eu estava bem.—Se cortou? Consegue respirar, garoto?—Cooper, tinha... —Expirei, passando as mãos pelos cabelos encharcados. — ... Tinha um baú suspenso por uma corr
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩O dia amanheceu. Abri os olhos ao som de batidas na porta de madeira escura.—Konnor, se não abrir eu vou ter que entrar pela janela. Não me força à isso. —Ameaçava, ainda batendo na porta.Joguei as pernas para fora da cama, me recusando a aceitar que a falsa SWAT quebrasse os vidros da janela.A dobradiça rangeu reclamando o uso e a falta de lubrificação.—O que foi, tá morrendo?Em um segundo meu olhar congelou ao me lembrar de que não havia secado a garagem. Pude sentir a boca secando lentamente, congelando todo o meu corpo.Ele me olhou sereno e pôs a mão lentamente para trás.Merda, merda, merda! Ele vai atirar... Certeza que vai atirar! EU SOU UM JUMENT...—O seu pai precisa falar com você. Segura aqui e fala com ele, anda.Sentia cada fibra do meu corpo estremecendo quando ele estendeu o braço, entregando-me o celular.Cheguei a suar, respirando aliviado.Não fui capaz de respondê-lo. Segurei o celular e dei dois passos para trás, trancando a porta do q
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩ A maleta estava fechada apenas pelas trancas. Apesar do receio, eu precisava abrí-la. Inclinei-me diante do objeto metálico esverdeado e forcei os polegares sobre os botões. Estava em péssimo estado, mas ainda era útil.Papel? Guarda papel em escritório, no cofre... Não debaixo d'água, papai! Puxei os papéis protegidos por um envelope de plástico e comecei a ler cada lauda. Tratava-se de documentos relacionados aos desvios escabrosos, que o meu avô havia feito, do dinheiro destinado aos familiares, vítimas do maior acidente que já houve na fábrica do vovô.Então, invés do vovô ressarcir os parentes das vítimas fatais, do acidente na fábrica, ele desviou o dinheiro e abandonou as famílias. O meu avô... Não pode ser! Continuei lendo por horas, até concluir tudo. Escondi os documentos dentro do envelope de plástico novamente e os protegi dos olhos do agente Cooper. Saindo do quarto, andava pelos cantos da casa enquanto organizava os pensamentos. O meu avô gu
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩ Mandei que ele se sentasse e procurei por um pedaço de corda. Por não encontrar, improvisei com as tiras de uma cortina antiga. Amarrado e rendido, o rapaz começou a falar. —O seu pai me mandou aqui pra uma queima de arquivos. Ele disse que você precisava voltar, mas que o Cooper tinha que ser eliminado. Estreitei os olhos com tamanha indignação. —Me perdoe, senhor Konnor. Eu estou seguindo ordens. Se eu não fizer o serviço, o seu pai manda arrancar o meu pescoço no lugar do Cooper. Por favor, me entend- —O que o Cooper fez? —Juntei as sobrancelhas no alto da testa, tentando entender. —Ele está fracassando na missão de lhe manter seguro. —Ele tem sido um bom agente. —Defendi. —E se não quiser que eu, pessoalmente atire em você, vai seguir as minhas ordens. Ele concordou, balançando a cabeça rapidamente. Eu estava tentando pensar em um bom plano, até que Cooper apareceu na sala, apontando uma submetralhadora na direção do desconhecido. —Konnor, pra t
Pessoal, estou com três capítulos em revisão. Peço a compreensão de vocês sobre o atraso desses três capítulos. Em breve, assim que saírem da revisão, serão publicados. Me perdoem pelo transtorno.
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩ Apesar da situação estar difícil, eu estava tentando. Com as proibições do meu pai, eu precisava me contentar em ter aulas em casa e ser privada de conhecer pessoas novas, exceto meus pretendentes. —Espero que esteja confortável, Manson. —Mamãe cruzou uma perna sobre a outra, segurando a mão de meu pai. —Bom, quando me falaram sobre o casamento que estão forjando para Elizabeth, não pude deixar de me sentir especial, considerando que Bryan é o meu filho único. Sentada no último degrau da escada, olhava através das grades. Manson passou os dedos entre os grisalhos e pareceu suspirar. Ele realmente acha que eu vou me casar com aquele imbecil grosseiro? Nunca! Papai e mamãe permaneceram conversando por muito tempo com o senhor Manson. Eles estavam tão satisfeitos que chegaram a tratar os funcionários bem naquele dia. ... O fatídico dia de conhecer o meu futuro esposo havia chegado. Vesti as roupas que minha mãe mandou e me arrumei de acordo. Se eu não coope
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Talvez ele não fosse tão severo. Talvez eu não quisesse ficar sozinha, e não ter o Wictor era pura solidão. Alguém como Bryan seria uma boa companhia. Seria... Uma companhia.Mais tarde, papai convidou Bryan para o jantar. Juntos, sentados à mesa, olhei para a cadeira em minha frente e senti o coração afundando.Era a cadeira dele...Olhei para o prato, disfarçando os olhos brilhantes. Se eu piscasse, choveria.—Está tudo bem, minha filha? —Mamãe fateou a carne com mais força que o necessário, repudiando minha expressão. Pareceu tentar me ensinar algo, mas eu não estava aprendendo.Ela sabia que aquele era o lugar dele. Então, por que se sentiu ofendida quando me viu olhando com pesar? Ela não sentia como eu sentia? Ela não o via por perto, tanto quanto eu o via?De alguma forma, eu sentia como se pudesse ser quebrada quando me tocassem. Eu estava com os cacos juntados e colados, mas não eram tão firmes o suficiente quanto a carcaça original a qual ele tocou pel