NARRADORA—Duquesa, que vergonha. Deborah, por que você mencionou o colar? —Katherine viu Brenda fingindo surpresa e até mesmo constrangimento.Tudo isso havia sido seu plano desde o início.Sua irmã deveria estar se revirando no túmulo, porque neste momento ela a estava amaldiçoando de todas as formas possíveis.Como uma mulher poderia ter caído tão baixo por um homem?—Duquesa, lamento muito. Apenas comentei com minha amiga sobre o incidente do colar, digo, que a senhora… acreditou que fosse um presente do Duque para o seu aniversário, mas, bem, descobriu que não era… —disse a cínica com um sorriso "culpado".— Ele mandou confeccionar para outra pessoa.Nem era necessário dizer para quem; era óbvio. A mulher que usava o original no pescoço não era a legítima esposa.—Parece que gostou tanto que mandou fazer uma imitação. Imagino que, com a pensão de nobre que o Duque lhe dá, não daria para algo tão valioso —murmurou uma das mulheres atrás dela, com evidente malícia.Katherine apertou
NARRADORAO Duque ouviu os passos apressados no corredor.A porta se abriu e fechou rapidamente. Elliot estava esperando.—Elliot, achei que nunca me chamaria —Brenda imediatamente caminhou em sua direção, sua loba se agitando com as feromonas daquele macho poderoso.Embora o Duque fosse reservado, ele nunca havia mostrado seu lobo interior, nem permitia que sua loba se aproximasse, mas ela sempre tentava.Até mesmo durante os momentos mais íntimos, quando ele perdia um pouco do autocontrole, continuava mantendo-se distante.Brenda também não conhecia muito sobre sua raça; ela era uma órfã acolhida por nobres elementais que não podiam ter filhos.Era uma menina bonita, que aprendeu a cantar, a ser obediente e a manipular o coração dos outros.Aprendeu a esconder sua verdadeira natureza até ser descoberta em seu primeiro cio pelo homem poderoso à sua frente, e desde aquele dia Brenda o desejou profundamente em sua alma.Com Elliot, podia ser ela mesma, sem máscaras ou mentiras.—Não ch
NARRADORAKatherine se recompôs rapidamente, secando as lágrimas com um lenço.Por sorte, não desabou como uma Magdalena arrependida.Tentou escapar, mas acabou sendo interceptada por alguns convidados, que a levaram de volta ao salão para participar de um dos jogos principais da noite.*****Elliot finalmente resolveu o assunto com Brenda, colocando-a em seu devido lugar.Que porra era essa de amor e sentimentos?Não era idiota; Elliot sabia muito bem que o que mais movia aquela loba era o interesse por seu dinheiro e seu título.Com nojo, limpou os restos do batom de Brenda de sua boca e o cheiro irritante que lhe incomodava o olfato.Não queria que Katherine suspeitasse e interpretasse mal as coisas.Pensou em colocar mais espiões ao redor de Brenda, só por precaução. Não confiava nela nem um pouco.—Baronesa Hildaly, que bom encontrá-la —caminhou agilmente até a Baronesa, que estava pedindo uma bebida.— Onde está minha Duquesa?Elliot inspecionou ao redor da pequena sala de cateri
NARRADORAA garota havia colocado sutilmente essa esfera em sua mão, não a que realmente tinha tocado.No que exatamente Elliot estava jogando? Se é que isso era obra dele.Os olhos de Kath captaram o momento em que Brenda entrou no salão. Ela estava com outra roupa.A Duquesa nem queria imaginar por que ela havia trocado.Para quê negar? Ela se afogava em ciúmes inúteis e amargos.Entre risadas e brincadeiras, Brenda foi chamada para escolher no sorteio.Uma ideia bastante derrotista se formava na mente de Katherine. Por hoje, já estava cansada de fingir.Ela se levantou com sutileza, esgueirando-se entre as pessoas, aproveitando-se do fato de que as luzes tinham diminuído e as sombras a amparavam.As duplas começaram a ser anunciadas.Cada vez que um homem gritava seu número, ele era iluminado por uma luz indireta e, em seguida, era a vez de sua parceira de troca.Brenda sentiu o cheiro repugnante daquela mulher, a Duquesa.Ela se aproximava de sua posição.Preparou-se para uma cena
ELLIOTSegui o rastro de Katherine; comecei a me assustar ao ver que ela se enfiava na floresta.Pensei em milhares de conspirações: será que a haviam capturado? Não sei, talvez a levaram à força.No entanto, não havia outros aromas, mas mesmo assim, eu não confiava.Eu já estava tão ansioso que imaginei milhares de cenários, menos o que realmente encontrei.Escondido pela escuridão, cheguei aos limites da celebração dos plebeus.A música animada enchia o ar, nada a ver com as melodias sofisticadas que se ouviam no salão.As vozes e as risadas inundavam a noite, mas entre todas elas, ouvi uma que era doce demais para os meus ouvidos.Seu aroma, aquela lavanda cheia de felicidade, me inundou.Procurei-a na roda de pessoas que dançavam e então a vi.Ela se movia segurando a saia, levantando-a até um limite indecente, pulando de um lado para o outro acompanhando as outras mulheres.Seus olhos brilhavam à luz das tochas.Fiquei por um segundo hipnotizado, embriagado pela beleza daquela mu
ELLIOT— NÃO VOU SOLTAR NINGUÉM! PROCURE OUTRA MALDIT4 PARCEIRA! — rugi para o idiota ao meu lado, que já estava cobiçando minha fêmea.Ele estava prestes a ganhar uma bela perda de dentes que eu daria a qualquer um deles.— Agrr! — gemi, pego de surpresa ao sentir a dor aguda no pé.Katherine havia fincado o salto alto da bota com força, aproveitando minha distração para me empurrar e escapar dos meus braços.— Ka... merda... Rossella! — quase deixei escapar seu verdadeiro nome; não queria que descobrisse a verdade assim.Ela se enfiou entre as mulheres. Eu ia persegui-la como um perseguidor obcecado, mas alguém segurou meu braço.Virei-me, pronto para socar a cara de quem fosse, com a raiva subindo a níveis selvagens, mas fui completamente freado pela presença de uma senhora idosa.— Jovem, venha, venha, acalme-se — ela me arrastou até uma mesa e me fez sentar, apesar das minhas negativas.O que eu poderia fazer? Empurrá-la? Obviamente, não podia.Não parava de olhar entre as pessoa
ELLIOTSe tem algo que aprendi nesses minutos, foi a definição de “comer lama”.Sou um verdadeiro “come-lama”, não há outra palavra para me descrever agora, revirado, lutando com um porco no meio desse lamaçal.— Fica quieto, maldit4 seja! — me joguei sobre seu lombo, mas minhas mãos escorregavam, a lama espirrava, e o corpo rechonchudo se debatia sob meu aperto.Eu imaginava a cena ridícula que estava dando.Enrosquei as pernas com força em seus flancos, tentando agarrar suas orelhas e puxar sua cabeça.«Oink, oink!»Ele começou a gritar, e eu, montado nele, pulando, segurando suas orelhas, dando voltas pelo curral como se fosse um vaqueiro em um rodeio.Com o que diabos tinham alimentado esses bichos para terem tanta força?!Os barulhos martelavam meus ouvidos, as risadas vinham de todos os lados, enquanto eu corria agarrado ao pescoço do porco, tentando dominá-lo.Que papelão! No mínimo, com tudo isso, eu já tinha garantido uma chupada da Duquesa.Consegui frear sua corrida louca,
ELLIOT— Ei, espera, vadia! Eu vi primeiro!Os gritos ficaram para trás, junto com o furor das brigas e os violinos animando as confusões.Corria entre as sombras das tendas e das pequenas barracas, sujo, coberto de lama, mas por alguma razão, ao ver o cabelo castanho balançando à minha frente, ao aspirar a deliciosa lavanda, um sorriso surgiu nos meus lábios.Eu estava feliz.*****KATHERINEEu estava parada no corredor, vigiando.Tínhamos entrado discretamente nos estábulos, apenas alguns cavalos em suas baias já cochilando.Elliot me disse que sempre havia chuveiros rústicos nesses lugares para que os peões se lavassem, e lá estava ele, dentro do que parecia uma cabana de madeira, coberto apenas por uma cortininha precária à frente.Fiquei de costas, olhando através do corredor longo e meio escuro que levava à entrada do estábulo.Sabia que ele estava nu, o descarado quase se despiu na minha cara. Ouvia o som da água escorrendo pelo seu corpo.Eu o imaginava debaixo do jato que saí