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Depois de um bom tempo dormindo a Melissa foi acordada pelo som do choro de um bebê, o som era alto e agudo,pensou que podia estar sonhando.

Como pode ter um bebê aqui dentro?quem o pós aqui? Será que tranquei a porta?

Inúmeras perguntas invadiram a mente da Melissa, porém ela não achava uma resposta plausível. O choro do bebê apenas aumentava, não podia ser do vizinho, a Melissa não tem vizinho. Só resta uma opção, ir lá e ver de onde vem o choro.

Ela vestiu um robe azul e desce as escadas descalça, quanto mais se aproximava mais era alto o som do choro.

No andar de baixo o choro se tornou violento e insuportável, a Melissa não precisou procurar mais de onde vinha o som, ela correu desesperada para a caixa misteriosa que foi posta na sua porta mais cedo.

Quando ela abriu a caixa quase desmaia, um bebê lindo chorava no fundo todo vermelho.

Melissa pega o bebê no colo e no fundo da caixa com ele, veio uma mantinha grossa para protegê-lo de frio e um bilhete com seguinte mensagem...

[Melissa, por favor cuide do meu filho, eles vieram atrás de mim para saber sobre o seu paradeiro, mataram o meu marido por ter ocultado o seu esconderijo, Melissa eles estão atrás do príncipe, muitas coisas poderão se relevar por causa dele inclusive o paradeiro do Dante.

Laura.]

Melissa não podia acreditar na sua mente, as pernas dela tremeram e ela teve que segurar na mesa para não cair, a sua têmpora doeu por conta do choque da informação que recebeu, o ar ficou tenso e o seu coração acelera as batidas tornando a tarefa de respirar muito difícil pra ela.

Ela sabia o que estava acontecendo e o seu príncipe não estava ali para ajudá-la. Pra não deixar o bebê cair ela deita ele de volta na caixa e tenta respirar contudo sem sucesso.

Cada vez mais ela vem respirando com dificuldade, nessa altura ataque de pânico estava no nível avançado era necessário ela se concentrar na respiração ou algo pior aconteceria. Melissa olhou para o bebê deitado na caixa ainda chorando e ela começa a tentar respirar normal.

Imagens do seu filho vem a mente e ela se lembra das vezes que ela esteve na mesma situação e ele a instigava a respirar, Melissa fechou os olhos e respirou fundo.

45 segundos e tudo começa a voltar ao normal, ela vai até o quarto pegando na sua bolsa, caminhou até o estacionamento e entra no seu velho carro com destino a farmácia.

Na estrada as lágrimas da Melissa desciam que nem uma cachoeira, a dor no seu peito é o insuportável, sua mente está totalmente baralhada e já não sabia mais em que pensar.

Como assim paradeiro o do seu marido?

Ela ouviu tiros repetidas vezes naquele dia.

E se o Dante estiver vivo porque ele não apareceu ?

Quem são essas pessoas que querem a todo custo acabar com a vida do seu filho? E porquê?

Não dá, não dá pra pensar em tudo aquilo, a vida dela está de cabeça para baixo, primeiro o seu marido morre ou ele desapareceu porque agora já não sabia se ele morreu ou não, depois um bebê vem com um bilhete avisando que seu filho está correndo perigo e ela não pode fazer nada. Melissa parou o carro na frente da farmácia e se permitiu chorar, a voz dela chorando contagiou o bebê e ele começou a chorar também.

Ela olha para ele sabendo que agora tinha de ser forte para salvar aquela criança e o seu Dimitri, ela sempre falhou como mãe e não pretende fazer isso novamente, pode até não ter muito para oferecer mas do pouco que ela ganha dividirá com o seu filho e o recém integrante da família.

Ela sai do carro com o bebê e entra na farmácia.

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Com o árabe de joelhos perante ele o Dimitri se perdeu totalmente.

Porquê um cara que segundos atrás queria matá-lo agora está de joelhos perante ele?

E como assim príncipe, ele veio de Inglaterra foi?

" Você pode estar me confundindo senhor"

Perdido disse o Dimitri engolindo em seco.

" Não, eu te conheço desde criança a sua mãe se chama Melissa Delcime e o seu pai Dante Delcime, é impossível estar te confundindo príncipe."

" Não, levante daí eu não sou príncipe pelo amor de Deus e o meu pai morreu...eu...eu tenho de ir"

Dimitri falava tremendo, sempre que o assunto era o seu pai ele ficava assim.

Era uma criança quando ouviram tiros vindo da sua casa, ele se lembrava perfeitamente do som, do grito, do carro capotando e da chuva crua e densa.

Dimitri sai correndo para longe da praça procurando o caminho para voltar a pousada.

Correu sem olhar para trás e a toda velocidade.

Minutos depois ele chega, mal abriu a porta do quarto a Larissa acorda assustada olhando para ele de pé na porta, perdido e com lágrimas cintilando nos olhos.

" Dimitri o que foi, por quê está acordado a essa hora?"

" Eu...eu... meu pai..."

Ele queria explicar mas simplesmente não podia, é tudo tão cru e dolorido pra ele, Larissa notando a fragilidade do amigo levanta da cama e abraça- o com força.

Em muitos anos da sua existência ele sempre ouviu do pai e da mãe pra não chorar mesmo que a dor se torne insuportável,mesmo que ela seja violenta e desumano, porém hoje ele não pude evitar as lágrimas e desabou no braço da nova amiga, Dimitri retribuiu o abraço e chorou alto que nem uma criança.

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Dois dias depois a excursão acabou, agora o Dimitri se encontra no ônibus voltando para a Sicília.

Dois dias não falou com ninguém, não ligou pra ninguém e nem as chamadas da mãe respondeu, ele pode mostrar forte as vezes mas a falta de ter um pai é simplesmente insuperável.

Uma hora depois ele chega em casa, abriu a porta e se deparou com um sorriso sem dente brincando na esteira e atrás do neném a sua mãe aparece, correndo na direção dele.

"Aii filho, está tudo bem com você, eu tive tanto medo querido."

Ela fala abraçando o filho que retribuiu o abraço cansado.

" Sim mãe, estou bem, quem é esse pequenino?"

Perguntou o Dimitri olhando para o morreno lindo atrás da mãe.

" Ele é o filho de uma amiga..."

Melissa para e respira fundo antes de dizer.

" Filho temos de conversar, está na hora de você saber toda a verdade sobre o seu pai".

Melissa se preparou mentalmente para contar toda a história escondido atrás do seu marido, que agora está refletindo no filho, mas antes dela conseguir falar batidas na porta foram ouvidas.

Quem será?

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