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capítulo 6

Deslizei pelos degraus com uma mistura de entusiasmo e nervosismo, consciente de que hoje marcaria o início de uma nova fase com Kalel.

Na noite anterior, decidi dar-lhe uma oportunidade, apesar dos riscos inerentes. Ele não era um assassino desequilibrado, apenas fez o que era necessário para me proteger.

Embora sua abordagem das situações fosse incomum, havia uma certa nobreza em suas ações.

– Bom dia, Hani. – Lucca disse, ele estava com um pé no degrau.

– É Hannah. – Parei na frente dele, alta por estar um degrau acima.

– Eu sei, só estava te provocando. – Ele riu. – Fiquei sabendo que vão tentar de novo, acho que isso pode ser legal.

– Mesmo? – Cruzei os braços. – E todo aquele papo sobre ele ser diferente?

– Conhecimento nunca é demais. – Lucca se afastou para mim descer, eu fiz e fiquei menor que ele. Por que os homens tinham que ser mais altos?

– Onde ele está?

– Trabalhando.

– Ele trabalha com o quê?

– Algumas coisas. – Lucca foi até a porta e abriu. – O sol está forte, quer dar uma volta?

– Tá. – O segui até a porta, havia muitos guardas fazendo um monte de nada. – Eles ganham para ficar em pé olhando o nada?

Lucca soltou uma risada.

– Eles estão trabalhando.

– Fazendo o quê exatamente?

– A segurança da casa. – Lucca me encarou. – Cada um desses homens fica responsável por um determinado local, se houver qualquer falha, sabem quem foi que errou.

– E se acontecerem falhas?

–São despedidos ou mortos. –Ele riu quando viu minha expressão.

Ele começou a caminhar e eu o segui, suspirando levemente. O silêncio se estendeu entre nós por alguns minutos, com nenhum de nós tentando quebrá-lo.

Contornamos a casa e, de repente, nos deparamos com uma visão que parecia ter sido arrancada de um sonho deslumbrante.

A piscina, imensa e majestosa, brilhava sob o sol, seu revestimento dando a impressão de ser feito de vidro. Seu formato era único, lembrando vagamente a curva suave de um J.

Cadeiras acolchoadas, convidativas, estavam dispostas ao redor, e uma passagem elegante conduzia de volta para o interior da casa.

–Uau. Como eu não vi esse lugar?

–Não sei, sua janela é bem ali. –Ele apontou acima das nossas cabeças.

–Essa vista é incrível.

–Concordo. –Lucca foi até uma das cadeiras e sentou.

–Kalel vive aqui sozinho?

–Digamos que sim.

–Nenhum parente vivo? –Me sentei na cadeira ao lado.

–Nada. E você qual sua história?

–Me pergunto isso todos os dias. –Eu ri. –Meu pai mentiu para mim a vida toda, e me abandonou quando recebeu a primeira oferta.

–Eu sinto muito.

–Acontece. –Dei de ombros. –Você acha que Kalel se importaria se eu usasse a piscina?

–Tenho certeza que não.

–Oba. –Sorridente levantei e corri de volta pra casa.

Se eu estava disposta a dar uma chance a ele, então era melhor aproveitar as coisas ao máximo.

Seria ótimo se houvesse um biquíni na minha mala, caso contrário, teria que pedir para ele comprar um.

Abri a mala e comecei a procurar, infelizmente, não encontrei nenhum biquíni. Peguei meu celular e, com um suspiro, liguei para ele, sabendo que provavelmente me arrependeria.

– O que você quer? – Sua voz soava fria, indicando que ele estava irritado.

– Eu estava pensando em nadar um pouco, mas não tenho um biquíni.

– Abra o seu closet.

– Hm. – Levantei-me e fui em direção ao enorme closet, empurrando a porta para o lado. Estava repleto de roupas penduradas em cabides, algumas delas muito elegantes. Também havia biquínis de várias cores e estilos, todos eles lindos.

– Quando você comprou essas coisas?

– Logo depois de invadir sua privacidade. Como você não sabia disso?

– Eu não desfiz minha mala. – Fechei os olhos, me preparando para ouvir um sermão.

– Por que não?

– Eu não sei, não me sinto em casa.

Kalel ficou em silêncio por um tempo, tão longo que eu não sabia se ele havia desligado até ouvir sua respiração.

– Tenho que voltar ao trabalho, te vejo mais tarde.

– Tá. – Desliguei e coloquei o celular no chão, pegando alguns dos biquínis para experimentar.

Meia hora depois, retornei e encontrei Lucca dormindo. Tirei o roupão e o deixei na cadeira, senti os olhares dos guardas sobre mim.

Isso me fez lembrar que eles haviam visto minhas calcinhas, e certamente estavam desfrutando disso agora. Decidi pular rapidamente na piscina antes que pudesse me arrepender.

Assim que entrei na água, entreguei-me completamente à sensação. Era simplesmente maravilhoso.

Movimentei meus braços e pernas para ganhar impulso, nadando até ficar sem fôlego e emergindo à superfície. Sorri e olhei para o céu claro, decidida a ficar ali até cansar.

–Lucca! – gritei.

Ele deu um salto da cadeira, procurando por algum perigo, mas suspirou aliviado ao me ver na água.

– Quer me matar?

– Não. Mas que tal você vir fazer companhia?

– Eu passo, tenho compromisso às 18h.

– Dá tempo, vem, por favor. – Olhei para ele.

Lucca respirou profundamente e então se levantou. Ele tirou os tênis e em seguida a regata, revelando seu corpo completamente visível. Caramba, ele tinha um abdômen definido.

Não tinha reparado nele até agora, Lucca é atraente e não é pouca coisa. Ele tirou a calça jeans e ficou de cueca, e agora era hora de olhar para o outro lado.

Afundei na água para esconder meu rosto vermelho, mantendo os olhos abertos para ver quando ele entrasse na água. Droga, por que eu estava olhando para ele?

Lucca é muito atraente, e também uma pessoa legal. Não, eu não podia me interessar por ele, nem por ninguém da máfia.

Fechei os olhos e voltei à superfície, ele ainda demorou alguns minutos lá embaixo.

Meu rosto estava queimando de vergonha, eu vi Lucca de cueca. Céus, eu olhei para o volume na sua cueca.

Eu sou suja, mereço ser castigada severamente. Minha cabeça nada diferente de mim, imaginou coisas nessa piscina.

–Porra. –Bati na minha cabeça.

–O que foi?

–Aah! –Gritei.

–O que? –Lucca olhou para trás e depois pra mim. –Por que você está gritando.

–Você… Me assustou.

–Merda, mas eu estava la em baixo uma hora subiria. –Lucca mexeu nos cabelos, e continuou me encarando nervoso. –Não grite mais.

–Tá, desculpa.

–Meu Deus. –Ele riu. –Você vai matar Kalel se fizer isso com ele.

–Não foi de propósito. –Eu ri, meu corpo relaxando um pouco.

–Você tem que ser uma boa menina por aqui, Hannah. Evitar coisas como aquela… Você sabe.

–Ficar pendurada?

–É, isso.

–Hm, isso é sexy. –Disse uma voz masculina.

Lucca e eu olhamos para cima, um homem muito bonito estava ali de braços cruzados.

–Liam, o que faz aqui?

–Tchau, Lucca. –Ele acenou.

De repente o corpo de Lucca afundou na água, eu gritei e olhei para baixo. Mas que droga estava acontecendo?

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