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05 - Mattia de Luca

Mattia de Luca

Gozar fora dela foi algo visceral, era como se precisasse mostrar que a desejava, que naquele momento ela pertencia a mim.

E porra, que garota gostosa é aquela. Mesmo quando fui um touro transando com ela por trás, forçando a minha entrada, ela não me rejeitou e suportou com valentia a dor que lhe causei.

Mas quando a coloquei na cama e dei o carinho que ela merecia para a sua primeira vez, seu corpo ainda estava mais inchado e apertado que a nossa primeira vez, deixando a prova novamente que fui o seu primeiro homem na colcha da minha cama.

Fiquei frustrado quando a vi se levantar e ir embora e, algo dentro de mim, queria que ela ficasse comigo naquele quarto para ter outra rodada de sexo, sentia a necessidade de cuidar dela de várias formas.

Estava sentado a horas no sofá do apartamento, pensando na burrada que acabei de cometer.

Maledetto! — Digo alto me erguendo do sofá.

Como pude deixar isso acontecer, posso destruir a amizade da Giulia, ainda mais sabendo que ela faz tanto gosto por essa amizade.

Enquanto a minha mente divaga para os momentos que estive com a Alessa, sinto uma ereção crescendo, desejando entrar novamente nela, sentindo o seu calor e a sua musculatura que fui eu que rompi.

O orgulho de saber que fui o seu primeiro homem, faz um sorriso crescer mais ainda no rosto, olho para a varanda e podia ver o prédio do George Washington e o hospital onde as meninas vão iniciar a sua residência.

Massageio a minha ereção para controlar o desejo que começo a sentir pela garota. Droga, que loucura é essa que estou pensando, ela mal tem vinte e um anos e ainda por cima é a melhor amiga da minha filha.

Caminho pelo apartamento para poder encontrar o meu telefone e conversar com a Giulia. Quero apresentar o apartamento para ela ainda amanhã.

Procuro por todo lado e encontro finalmente o aparelho no bolso de minha calça que estava usando quando cheguei aqui mais cedo. Tenho sorte e ela atende no terceiro toque.

“Cadê você papai, quando voltei vocês sumiram!”

— Desculpa, meu amor, acabei voltando para o apartamento. — Respondo alto.

“Você viu para onde a Alessa foi?”

— Meu amor, não vi para onde ela foi! — Sinto muito, mas tenho que mentir para a minha garotinha.

“Sem problema, ela deve ter encontrado alguém interessante, achei-a e estava certa, ela estava com alguém!”

 Meu peito acelera e por algum motivo aquilo me incomoda e nem sei dizer o motivo, transei apenas uma vez com a garota para que ela entre assim em meus pensamentos.

— Giulia, presta atenção, vou te mandar um endereço e quero você aqui para o almoço, traga a sua amiga. — Digo um tom mais irritado.

Como ela sai da minha cama para se encontrar com algum garoto, será que não fui tão bom assim, mas eu perguntei se machuquei, não perguntei?

As dúvidas começam a percorrer em minha cabeça enquanto nem presto atenção no que a Giulia estava falando no telefone. Mas consigo ouvir a voz da Alessa.

“Onde você estava?” — A voz da minha filha estava mais alta.

“Conheci um cara e estava com ele, desculpa abandonei o seu pai aqui, espero que ele não me ache uma louca!” — Ouço uma gargalhada.

— Filha, vá se divertir, te vejo amanhã aqui, tenho um presente para lhe entregar! — Desligo o telefone rindo do que a Alessa disse.

— Não te acho louca Alessa, te acho corajosa!

Pego o meu notebook e decido trabalhar um pouco para não ficar com tanto serviço acumulado para segunda-feira. Como só voltarei para casa na quarta, terei muita coisa para fazer aqui. Talvez Fabrizia esteja certa e deva conferir a possibilidade de ter uma cadeia de postos de gasolina aqui também.

Trabalho até de madrugada, quero estar por dentro das bolsas de valores e a variação do preço do petróleo. Enquanto trabalho os noticiários estava em um volume baixinho, mas percebo que algo aconteceu.

As notícias de uma possibilidade de guerra estavam passando em todos os noticiários e isso foi o suficiente para que o preço do petróleo aumentasse.

— Droga! 

Ter um aumento nas refinarias agora será muito prejudicial para as minhas finanças, ainda mais que acabei de construir cinco novos postos de gasolina.

Ter a possibilidade de uma franquia aqui poderia ser ótimo, mas agora com essa possível guerra é inviável pensar sobre isso.

Envio os pedidos para as compras de petróleo e torcer que mantenha o preço de ontem, nessa compra. Decido parar de trabalhar agora, estava cansado e já era quase de manhã.

Vou para o quarto que havia usado com a Alessa e me deito só de cueca sentindo o cheiro adocicado que estava ainda nos travesseiros. Tenho um sono péssima, fiquei virando de um lado para o outro.

O som alto de sirenes me acorda, o quarto estava com as cortinas abertas e por algum motivo sinto um calafrio subir pela espinha. Levanto assustado e caminho para fora do quarto e encontro Giulia apenas de roupão com o olhar assustado.

— Temos que sair daqui. — Digo alto para ela. — Troca de roupa rápido.

— Pai, temos que pegá-la! — Olho ao redor e sinto falta de alguém.

Corria entre escombros e vários prédios pegando fogo, no fim da rua podia ver as tendas, meu peito batia acelerado enquanto caia e levantava indo em direção as tendas.

Um som alto me puxa daquele desespero, acordo e me sento na cama assustado sem saber atrás de quem estava.

— Papai, chegamos! — Olho para o lado e via que já passava das onze da manhã.

— Bom dia, piccola, estou saindo! — Deito novamente e recupero o folego do pesadelo.

A droga do noticiário me fez sonhar com essa merda toda. Levanto da cama e vou para o banheiro jogar uma água na cara para despertar de uma vez.

Troco de roupa e saio para receber a minha filha que provavelmente deve está preparando o café, já que ela adora cafeína de manhã. Saio do quarto vestido uma camisa e calça de moletom.

Caminho lentamente ainda sentindo o peso do cansaço por ir dormir praticamente ao amanhecer. Assim que entro na sala dou de cara com Alessa de óculos escuros abraçada com uma almofada que a deitei antes de levá-la para a cama.

— Dormiu tarde, papà? — Sorrio para Alessa no sofá e vou em direção a minha filha.

— Sim, estava assistindo os noticiários. — Ela começa a rir e fico confuso.

— Está cansado assim por que dormiu tarde ou porque a sua visita lhe deixou esgotado. — Ela começa a rir, nos servindo o café. — Vem Alessa.

— Giulia, olha a boca! — Repreendo a minha filha ainda mais na frente da garota que esteve a noite comigo.

— Até parece que não sei sobre os seus casos amorosos, papai, já está na hora de seguir. — Me sento e bebo uma xícara do café sem açúcar para acordar de uma vez.

— Giulia? — Ouço a Alessa repreendendo a minha filha.

— Há, fala sério vocês dois, não sou nenhuma garotinha, meu pai precisa de uma namorada e você de um namorado. — Olho para a garota loira que senta ao meu lado e o perfume é o suficiente para me causar uma ereção.

Por algum motivo fico incomodado com o que a minha filha fala, olho para os olhos da Alessa e percebo que ela também não ficou muito satisfeita em ouvir o que a Giulia disse, o que me fez ficar calado e tomar uma atitude que poderia ser algo muito bom para mais tarde.

Deixo que a minha filha vire de costas para mexer as panquecas e os ovos que estava preparando e com uma coragem safada, puxo a mão da Alessa que estava na bancada, coloco sobre a minha ereção e aperto a sua mão ali me deixando ainda mais excitado.

O seu olhar era de tesão, podia ver que ela ficou tão desejosa como estava desde a hora que ela se foi e nos negou mais um pouco de prazer, queria dizer muito mais coisa para ela naquele momento, mas minha filha estava ali.

Antes que a Giulia se vire, solto sua mão e fico rindo do seu rosto assustado ao meu lado.

— Parece que está muito confortável na cozinha, meu amor! — Digo chamando atenção da minha filha.

— Sou italiana papà, qualquer cozinha me deixaria confortável. — Ela repete a mesma frase que a sua mãe sempre me dizia.

— O que me diria se falasse a você que essa cozinha agora é sua? — A vejo olhar de mim para a Giulia e um sorriso enorme começa a crescer, fazendo os seus olhos brilharem.

— Está falando sério? — Confirmo com a cabeça.

Minha filha podia ser uma jovem mulher, mas aos meus olhos ela sempre será a minha piccola, a garotinha do papai, se não fosse pela universidade dela estaria com ela ainda embaixo dos meus olhos. Como a sua mãe havia me pedido para cuidar sempre dela.

Giulia dá a volta na bancada e se enfia entre mim e a sua amiga que estava adoçando o seu café, via que a pequena mordida em seu ombro ainda estava ali, um pouco sutil, mas ainda estava ali.

— Você vem comigo Alessa… — A garota ao nosso lado se engasga com café e nos olha assustada.

— Claro que não, tenho minha vaga no dormitório e nem poderia contribuir com nada, você me conhece! — Ela afirma e fico sem entender os motivos.

— Lógico que ficará aqui! — Minha filha começa a discutir com ela.

Levanto da banqueta e dou a volta para trás do balcão para ligar o TV e ver como as coisas estavam antes que abrisse o notebook.

Deixo que as duas decidam o que farão, se me meter ficará na cara que algo aconteceu e como ela me pediu para não dizer nada farei o que ela disse. Ligo a TV e as notícias continuam as mesma, que provavelmente o oriente médio entrará em uma guerra.

— Isso atrapalhará os negócios? — Ouço a pergunta de quem menos esperava.

Me viro na direção da Alessa e percebo que ela estava com os olhos fixos na tela, tentando entender o que estava acontecendo.

— Um pouco, mas nada que não possa ser remediado. — Respondo para Alessa.

Olho para o rosto com algumas manchas de sardas, o nariz afilado e os lábios cheios, dando um ar de inocência para a garota que tentei ser o melhor possível.

— Pai, ficará quantos dias? — Começo a rir da minha filha que havia sentando onde estava há segundos atrás.

— Talvez a semana toda, por quê? — Volto a minha atenção para as duas que riam na minha frente.

— Pode ajudar com a nossa mudança? — Estreito os olhos para a Giulia, tenho certeza que ela está aprontando algo.

Se a minha filha está pedindo algo, ela está planejando alguma coisa e talvez, não goste tanto assim, ainda mais por que a Giulia é conhecida por ser um cupido entre os mais próximos.

— Ajudar a vocês a carregar meia duzia de caixas? — Pergunto desconfiado.

— Tenho muito mais que meia duzia de caixas papai! — Olho para a Alessa que apenas dá de ombros.

— Você virá com ela Alessa? — Pergunto curioso, talvez possa usar da situação para conseguir ficar um pouco a sós com ela e vou adorar a companhia.

— Ela conseguiu me convencer, isso se não for um problema para o senhor que esteja aqui, é claro. — Ai meu ego.

Vejo quando ela reprime um sorrisinho sem vergonha ao me chamar de senhor.

Há vou te mostrar o senhor, assim que conseguir algum espaço e te fizer gozar!

— Não vejo problemas algum, vou adorar ajudar…

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