Capítulo 4
Helena percebeu minha desistência: — Fico feliz que você tenha vindo me procurar, isso mostra que você confia em mim. Se você ousar sair às escondidas, acredite, eu jamais te perdoarei nesta vida!

Helena fazia de tudo para me alegrar todos os dias, mas meu corpo continuava a definhar.

Numa madrugada, sentei sozinha na varanda para sentir o vento.

Ao abrir os olhos novamente, vi minha filha.

Ela ainda vestia a roupa do hospital do dia em que partiu, aquela larga bata que cobria seu pequeno corpo.

— Mamãe, por que você não fala comigo?

Tentativamente, estendi a mão e a abracei com força.

*

Na manhã seguinte, Helena encontrou meu corpo sem vida e, como eu havia instruído, juntou minhas cinzas com as de minha filha.

Talvez eu e minha filha tenhamos nos tornado fantasmas.

Mas não sabíamos por que não havíamos reencarnado.

Podíamos apenas vagar sem rumo pelo mundo, quando Olívia novamente fixou o olhar num homem na praça.

Perguntei a ela: — Você quer ver o papai?

Durante esse tempo, percebia que seu olhar sempre parava em pessoas que lembravam Mateus.

Eu sabia o motivo, Mateus estava sempre tão ocupado, e eu só podia contar para minha filha que o pai dela fazia coisas grandiosas, o que a fazia admirá-lo ainda mais.

Enquanto estava no hospital, Olívia não parava de esperar pelo pai, mas no fim não conseguiu vê-lo.

Agora que estamos mortas, não faz mal dar uma olhada.

Na empresa, Olívia finalmente viu seu pai, olhou-o de cima a baixo, cheia de saudade.

Mas, por mais que tentasse, não conseguia tocá-lo.

A secretária de Mateus trouxe-lhe um café e ele, aceitando, deu uma olhada nela.

Perguntou casualmente: — Como está minha filha no hospital?

A secretária pensou por um momento e respondeu: — Está bem, saiu do hospital há algum tempo.

Mateus não disse mais nada e voltou para sua mesa para continuar a trabalhar.

A secretária, ao retornar à sua mesa, comentou com seus colegas: — Vocês não acham estranho o Sr. Alves? No dia em que a filha dele teve alta após a cirurgia, ele não distribuiu benefícios para toda a empresa? Por que me perguntou sobre isso hoje?

— Agora que você mencionou, lembro-me bem, foi no dia 8 do mês passado, recebemos um salário triplicado!

Eu segurava a mão da minha filha, meu corpo todo estava rígido.

Olívia, porém, saltitava de alegria: — No dia 8, papai veio, não é? A culpa é minha por não ter aguentado mais um pouco, teria visto papai!
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