Capítulo 3
Na manhã seguinte, preparei uma maquiagem impecável para mim.

Nos momentos finais da vida, eu não queria parecer desarrumada.

Mas, na Vara de Família, esperei e esperei, e Mateus não apareceu.

Liguei para ele, mas ele não atendeu.

Então liguei diretamente para Joana: — Mateus está com você, não é? Diga a ele para vir logo assinar o divórcio!

A voz irritada de Mateus soou: — Mirella, não me provoque! Se eu realmente assinar, não haverá arrependimento!

Respondi calmamente: — Se eu me arrepender, farei qualquer coisa que você disser! Mas, se você não tiver coragem de vir, você é meu filho!

Mateus não pôde suportar tal insulto e acabou vindo.

O processo foi tranquilo, e ao olhar para o documento de divórcio em minhas mãos, senti um alívio.

Não queria que, após minha morte, meu túmulo carregasse o nome de Mateus, eu não descansaria em paz.

Ao olhar para o documento de divórcio, um sorriso escapou sem querer em meu rosto, enquanto a expressão de Mateus era sombria: — Mirella, você está realmente feliz com o divórcio! O que foi? Encontrou outro homem?

— Não use minha filha para sua vergonha, em alguns dias eu vou buscar Olívia no hospital, se você ousar falar bobagem para ela, você conhece meus métodos!

Joana se virou para mim com um sorriso vitorioso.

Ela parecia satisfeita por ter pegado algo que eu não queria mais.

Mateus, você nunca verá sua filha novamente, Olívia já morreu, no dia em que Eunice teve uma nova chance de vida.

Talvez você devesse estar feliz, sem precisar pagar pensão desde a infância.

Voltei para o lugar que costumava chamar de casa.

Sozinha, recolhi todas as coisas que tinham a ver comigo e com minha filha.

O que pude levar, levei; o que não pude, quebrei tudo.

Nestes dois dias, senti meu corpo cada vez mais fraco, e apenas organizar essas coisas me deixava sem fôlego.

Forcei-me a passar pelo divórcio, a apagar todos os vestígios dele, por uma razão simples.

Eu não queria mais ver Mateus, nem deixar qualquer coisa relacionada a mim perto dele.

Até mesmo respirar o mesmo ar que ele se tornava insuportável.

Naquele dia, comprei uma passagem e, com pouca bagagem e a urna das cinzas da minha filha, fui para a casa da minha boa amiga, Helena.

Inicialmente, pretendia voltar para minha cidade natal, mas, após me casar com Mateus, meus pais ficaram sem cuidados adequados e estavam doentes.

Quando ligava para eles, sempre relatavam boas notícias e escondiam as más.

Uma gripe levou meus pais, e temia que, ao voltar, as lembranças fossem dolorosas demais.

Helena xingou Mateus por mim, e ao ver meu corpo frágil, prestes a cair com um sopro de vento, chorou.

Dia após dia, fui ficando mais fraca, e o rosto de Helena mostrava cada vez mais cansaço.

De repente, senti arrependimento, talvez eu não devesse ter vindo incomodá-la, deveria ter encontrado um canto solitário para esperar silenciosamente pela morte, sem causar problemas a ninguém.
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