Ele subiu o olhar para os olhos de Adrian e cruzou os braços sabendo que vinha uma grande surra pelo futuro.— Achei que não viesse pra escola - Jin não respondeu, não porque não tinha o que responder, e sim porque esperava pelo menos um soco vindo daquele homem.— Você mandou em vir. E eu não teria para onde ir já que não quero ficar em casa com meus pais.— Nós temos um lugar na floresta, uma cabana escondia entre alguns arbustos. Você pode ficar lá. Às vezes os lobos amadores precisam de uns tempos sozinhos. - Jin não disse nada, mas concordou. Ele precisava de um tempo — E é claro que não vamos dar esse tempo pra você.— Ah não. - Murmurou desgostoso.— Ah sim. Seu pai, e o resto da sua família vieram atrás da gente para vingar a morte de seu Alpha, e é claro que não dá pra fazer isso com um membro dos Iakisamoto descontrolado. Nós vamos te dar o treinamento intensivo.— Por que o nome não me parece Bom?— Por que não é. Falta menos de duas semanas para a lua cheia, se você se tra
— O que você fez? – Fabricio ergueu o olhar para o ruivo que lhe trouxe outro copo de cerveja deixando sob a mesa do bar — Você entregou o Jin para o alpha? Mas a gente nem tinha terminando de socar a cara dele. – Reclamou e olhou do ruivo para Yan que desviou o olhar para fora — você também concorda com isso?— O que mais você quer que façamos? Os treinamentos já são severos e nenhuma das outras vezes em que treinamos um lobo seja ele da alcateia ou não, tivemos esse tipo de problema. O Jin é maluco. Ele não controla a raiva, ele tem na cabeça toda uma vida sem saber de nada, acabou de entrar pra esse mundo e tá perdido no universo. Juntando tudo isso, ele não merece necessariamente apanhar, ele merece saber que tem alguém acima dele, com problemas maiores e que a transformação não é basicamente nada comparada ao medo de ver um lobo transformado e virado no cão vindo em sua direção – Adrian explicava com calma, bom, ao menos era o que achava já que sua paciência tinha acabado há mais
Aurora se encarou no espelho admirando o pequeno vestido rosa claro que acabará de colocar. Gostava dessa cor desde muito cedo, mas enquanto seu pai era vivo ela foi oficialmente proibida de usar essa cor. Ele dizia que para uma garota que nasceu dentro de uma família com princípios e um poder imensurável, cores claras demonstravam fraqueza. E eles não eram fracos.Hoje, desde o quarto da Romero ao cabelo e o símbolo de sua alcateia eram rosa. Se essa cor demonstrava fraqueza, que pensassem assim até os últimos segundos de vida. Desceu as escadas de casa sabendo que Adrian não estava por perto e nenhum dos betas estariam. Suspirou parando na mesa para pegar a grande cesta com enfeites e laços, o manto também cor de rosa e seguiu para fora da casa. Caminhar pela floresta era uma das melhores coisas da sua vida. Ela gostava de tudo que existia ali dentro, desde os pequenos animais as espécies e novas vidas que apareciam diante de seus olhos. Os sons dos pássaros naquela escuridão. Era u
— Então é o que? Seu namorado?— Eu não tenho namorado – Jin riu — se não, eu não tinha beijado você. Ou deixado que você me beijasse, nas duas vezes – Eles se encararam com um sorriso — quero dizer que às vezes temos os mesmos pensamentos, e somos muito íntimos, quase a mesma pessoa. – Jin assentiu pensativo. — Eu nunca tive um namorado antes, eu nunca tinha beijado antes.— O que? – Jin saltou da cama com os olhos grandes e encarou a rosada encolhida com um sorriso no rosto — eu sinto muito naquela noite, não estava pensando direito.— Jin, tá tudo bem. Se fosse para eu reclamar de alguma coisa eu tinha socado a sua cara naquela noite em que dormirmos juntos. – ele se aproximou mais ajoelhando em sua frente — Você é muito bonito e eu me sinto confortável em dizer isso em voz alta, e até fiquei feliz do meu primeiro beijo ter sido com você.— Isso é uma declaração? – Aurora revirou os olhos — Naquele dia na escola quando eu cheguei você veio andando na minha direção e eu não sabia ma
— Droga – Aurora murmurou de repente assim que abriu os olhos sentindo aquele cheiro novo no ar. Bom, não era realmente um cheiro bom, mas ela sabia que não estava em família. Saltou da cama pegando seu manto jogado numa cadeira e saiu sorrateiramente da cabana parando alguns metros dela. Fechou os olhos espirando mais… — Dois, três lobos. – Murmurou para si mesma procurando a direção e fixou em uma direção… a casa dos Iakisamoto. Lobos de outra alcateia estavam em seu território seguindo para a casa dos Iakisamoto. Por um momento, ela pensou em parar e chamar seus betas, eles poderiam resolver, mas havia um problema. — Iori. – Aurora arrumou o manto sobre os ombros e saiu correndo na direção, ela podia sentir o cheiro deles a quilômetros de distância, ouvir suas pegadas, acelerou seu passo e as presas apareceram, quanto mais se aproximava mais a raiva a possuía. Entrar em seu território assim do nada, num domingo de manhã? Acelerou mais ainda mostrando suas garras, o manto foi fican
Jin abriu os olhos quando a quentura de seu corpo não o deixou mais prosseguir com o lindo sonho que tinha. Deu um longo suspiro devagar se lembrando de vagamente de Aurora, mas o cheiro que sentiu, não foi o doce e gentil da garota. Ele sentou na cama olhando ao redor. De um lado, Riki estava sentado esperando que seu irmão mais novo acordasse, apenas desviou o olhar quando seu encontrou o de Jin. Do outro, estava Yoshi encarando a janela olhando o horizonte como se nada tivesse acontecendo. Abriu a boca para falar alguma coisa quando notou a cesta que todos os dias sua mãe trazia.— O que aconteceu? – perguntou ao sentar na cama e levantar indo até a mesa abrindo a cesta. Seu café da manhã? Ok!— Três lobos invadiram o Norte e a floresta – contou com calma — eles seguiram em direção a nossa casa no momento em que a mamãe vinha te ver – Jin virou para Riki — o alpha, Jin, ele apareceu e a salvou.O menor arregalou os olhos indo para frente de Riki.— Ele matou um dos lobos que veio o
— Vocês disseram que eu iria conhecer o alpha.— Eu sou o alpha. – Aurora falou firme e foi apenas quando Yuri voltou os olhos para ela que sentiu o pelo se arrepiar. Os olhos avermelhados enfeitavam o rosto dela, tão vermelhos quanto o sangue que seguia por todo o manto que vestia seu corpo. Yuri engoliu a seco. — Se aproxime, eu não vou machucar você, já falei.— Prefiro manter a distância – disse dando um passo para trás como os betas. — você… não tem como ser você. – Yuri riu e começou a andar de um lado para o outro — eu já ouvi falar do alpha o Norte, o lobo negro que venceu várias batalhas, que matou muitos, muitos outros lobos, e quando chego aqui eu vejo uma garotinha de cabelo rosa com um manto cor de rosa sentada no tronco de uma árvore balançando as pernas?— O que você esperava do alpha? – Perguntou curiosa. Seus olhos pequenos e ainda meigos. Ela riu limpando os cantos de seus lábios. O sangue daquele lobo estava a deixando irritada. — Você esperava que o encontrasse num
— Você era só uma criança. Não, você é só uma criança.— Eu não tive escolha. Era matar, ou morrer, e eu não queria morrer. Todos que vieram para cima de mim, queriam o poder do meu pai, iriam matar o meu irmão e todo o resto da minha família. E eu não podia deixar – Yuri se calou — Várias pessoas tentaram tomar o território do meu pai, muitos e muitos. Os conselheiros não quiseram me apoiar, então os ignorei criando meus betas que são meus melhores amigos, cada um com sua historia marcada no peito. Quanto mais forte eu me tornava, mais e mais pessoas vinham até mim. – Aurora ergueu sua mão mostrando a Yuri — Eu tenho sangue de tantos alfas mortos pelas minhas mãos do que você ou qualquer outro terá um dia. Por isso, eu me tornei uma das melhores alpha do mundo. Eu não sou imortal, e a qualquer momento eu posso morrer, mas enquanto eu estiver viva, vou proteger minha alcateia, e todos ao meu redor. Até mesmo minha mãe assassina. Que sobreviveu, sem o amor da sua vida – debochou com um