Nigel queria se divorciar, mas não podia, então a sua situação era difícil. — Mãe, o que você acha? — Ela perguntou. — O que eu acho? Desde quando meus pensamentos importam? Você é filha dele. Não é dever dele cuidar de você aqui? Ele esteve ausente de sua vida por vinte anos! Nada mais justo! — Disse Sarah com determinação. — Na verdade, eu não me importo muito. Acho que já foi bom o suficiente saber quem é meu pai. — — Você pensa assim, mas nem todo mundo pensa igual. Dorothy tem outra filha com ele, Bianca, que herdou a mesquinhez da mãe, e elas te odeiam! Fazem tudo que querem porque Anthony as apoia! — Anne ficou em silêncio, porque a mãe estava certa em seu julgamento. Na verdade, era fato que Sarah não sabia como o acidente acontecera porque, se soubesse, ficaria ainda mais revoltada. Sim, enquanto estivessem vivas, Dorothy e Bianca tentariam se livrar de suas rivais, mas Anne não estaria disposta a deixar que realizassem seus desejos com facilidade. — Você não que
— Olá! Quem é? — — É Anne! — — O quê? Senhorita Vallois? Senhorita Vallois, é você mesmo? — A babá disse em estado de choque. Anne estranhou o tom exagerado na voz da mulher, mas quando estava prestes a perguntar, ouviu as vozes animadas das três crianças. — Mamãe! — — Você está bem? — — Quero ouvir a voz da mamãe! — A babá ligou o viva-voz e ouviu-se a voz de Anne. — É a mamãe! Sentiram minha falta? — — Nós sentimos! — As três crianças disseram em uníssono. — Não consegui dormir. Fiquei pensando na mamãe a noite inteira! — — Mamãe, uma mulher má disse que seu avião caiu no mar! É verdade? — Chris perguntou. Os outros dois aguçaram os ouvidos para ouvir. — Claro que não! Se fosse, como eu ainda poderia ligar para vocês? — Anne explicou rapidamente. — Então eu quero fazer uma videochamada para mamãe! — disse Chloé. — Ah, na verdade... — Anne não esperava que eles quisessem uma videochamada. — Mamãe não está podendo agora. Haverá pessoas nos inspecion
Ela quase perdeu a chance de rever os filhos, para sempre. — É mesmo a mamãe! — Charlie estava animado, seus grandes olhos piscando. — Aquela mulher má mentiu para a gente! — Chloe fungou. — Aquela mulher má estava falando besteira! — Disse Chris. — Da próxima vez, usarei minha espada expulsar ela daqui! — Chris estava se sentindo particularmente heroico e acenou com as mãos ao dizer isso. Anne caiu na gargalhada, esquecendo-se completamente da costela machucada, fazendo-a se dobrar, segurando o estômago para conter o riso. A ferida ainda não estava curada e doía quando ela ria. — Mamãe, quando você volta? Estou com muitas saudades! Não posso abraçar a mamãe em uma videochamada. — Chloe fez beicinho com a boquinha e colou na tela. Anne viu que sua boquinha ocupava toda a tela, então se inclinou e retribuiu o beijo. — Mamãe vai voltar em alguns dias, não vai demorar muito. — Disse Anne. — Temos que esperar de novo? A mamãe pode parar de trabalhar no futuro? Posso ganha
— A babá não teve tempo de te reagir... Bianca de alguma forma foi até a porta e encontrou as crianças. Foi... esquisito, no mínimo. — Disse Lucas. Anne estava atordoada, sua mente estava um caos e ela se sentia tonta. — Não se preocupe, Bianca não ousaria contar a Anthony. Afinal, ela está preocupada que a existência dos trigêmeos ameace seu status. — Lucas imaginava o nível do nervosismo de Anne e a confortou. A mulher respirou fundo e colocou a mão na testa, sentindo um suor frio ali. — No entanto, conhecendo Bianca, ela definitivamente não vai ficar parada. E se ela pensa em machucar as crianças? Eu tenho que voltar para Luton! — Anne ficou ansiosa. — Anne, você deve cuidar primeiro do seu corpo. As crianças estão na minha residência e vão para a escola comigo. Bianca não terá chance de fazer nada com elas, então não se preocupe. — O coração de Anne se tranquilizou. — Obrigada... e me desculpe. Eu te tratei mal, e ainda assim você continua me ajudando. Eu me sinto tã
Não que Anne tivesse grande apreço pela cidade. Era só porque seus filhos eram muito pequenos, tão puros e inocentes, como a moça poderia não se preocupar com eles? Além do mais, a situação era crucial e ela não ousaria ficar longe deles por tempo demais. Se alguns problemas inevitáveis acontecessem, a mulher poderia pelo menos estar lá e confortar seus filhos. Durante a internação de Anne, Bianca descobriu que os trigêmeos haviam se mudado para morar com Lucas, o que deixou claro que sua irmã e o homem estavam do mesmo lado. Não era de se admirar que a privacidade das crianças estivesse bem protegida, e não havia como os dois não terem outras questões acontecendo sob os panos. De qualquer modo, naquela situação, ela não conseguiria alcançar as crianças. O plano que ela tinha em mente era sequestrar os três e abandoná-los em algum lugar que ninguém pudesse encontrar. Anne certamente enlouqueceria enquanto tentaria descobrir o paradeiro dos trigêmeos. Parecia, no entanto, que este n
— Um orfanato? — Moona sabia que tipo de lugar era aquele, mas não importava o que acontecesse, ela ainda tinha sentimentos pelas crianças. Ela não suportava jogar as crianças fofas em um orfanato, correndo o risco de ser um lugar em que ninguém estaria no comando e não se importaria mesmo se elas viveriam ou morreriam. Quando Bianca viu a hesitação da babá, perdeu a paciência. — Você não quer, quer? Então eu vou contar para o Lucas agora! — Ela disse, fazendo um gesto que sinalizava que pegaria o celular para fazer uma ligação. — Calma! Eu vou fazer! — A profissional estava tão assustada que seus olhos se arregalaram. Um sorriso triunfante apareceu no rosto de Bianca enquanto ela se levantava. — Então vou esperar por suas boas notícias. — A porta se fechou com um baque, então Moona caiu em um profundo estado de tristeza. Seu celular tocou, assustando-a. Vendo que a pessoa que ligava era Anne, a mulher ficou ainda mais relutante em atender. ***— Estranho, por que a bab
Anthony tinha tantos guarda-costas, quantos problemas Sarah poderia causar? No entanto, a situação era muito diferente do que costumava acontecer. Talvez fosse uma espécie de presente por ela ter sobrevivido à queda? Muito provavelmente. À noite, quando Sarah estava fora, Anne ligou para Anthony, pensando em conseguir alguma resposta. A chamada foi aceita de imediato, então Anne disse: — Vou voltar amanhã. — — Você quer que eu vá buscá-la pessoalmente? — — Não foi isso que eu quis dizer. Eu queria saber se você acha que a casa de minha mãe é um bom ambiente para morar, talvez? Minha casa é pequena e minha mãe não quer me deixar ficar sozinha. A casa dela está desocupada ou você colocou alguém lá? Se estiver ocupada por Bianca, não poderei descansar. — Anne explicou. — Estar morando em um hospital não é melhor do que viver com Bianca. — — Mas onde minha mãe vai morar? — Anne franziu os lábios e disse com uma voz doce: — Ela não tem onde morar, se sua casa estiver ocupada,
Sarah olhou ao redor da enfermaria. Tudo parecia bom, mas não havia poltrona especial para acompanhante, e o sofá deveria ser desconfortável para que ela dormisse. Além disso, a mulher estava longe de sua mansão havia muito tempo e realmente queria ir dar uma olhada no estado do lugar. — A mansão não estava ocupada por Dorothy e sua filha? Elas vão me devolver? — Sarah parecia preocupada. — Você pode voltar e ver se ainda estão lá, pelo menos. — Sarah não sabia o que a filha queria dizer. Se elas estivessem lá, deveria lutar com as duas? Bianca era a protegida de Anthony, afinal. No entanto, ouvindo o tom de Anne, não parecia que a jovem queria dizer isso. Assim, a matriarca voltou à mansão durante a tarde, mas não havia mais ninguém lá. Quando foi até o quarto, percebeu que não havia nem vestígios de pessoas morando ali. No entanto, todas as suas antigas roupas foram jogadas fora, e muitos delas nunca foram usadas e não eram baratas. Ela ficou com tanta raiva que praguejou, mas