Anthony olhou para Anne, sem dizer uma palavra, como se esperasse que a jovem falasse primeiro.Anne se achou ridícula. O que havia para se importar, de qualquer maneira, a seminua ali não era ela. Mas, mesmo que pensasse assim, o físico excessivamente robusto e musculoso de Anthony ainda a fazia desviar o olhar.― Nunca pensei em lutar contra Bianca. ― Anne estabilizou suas emoções e disse: ― Você disse antes que eu deveria sair de Luton, certo? Vou embora amanhã. Mas antes de sair, você pode remover as coisas online? ―― Você está negociando comigo? ― O rosto de Anthony estava frio.― Não é que eu queira negociar, mas se eu não sair, só vai ser mais complicado, para todos nós. Acredito que você não queira que sua Bianca se machuque, certo? ― Anne só poderia mencionar a pessoa que ele queria para fazê-lo concordar.― Você está me ameaçando? ― A voz de Anthony caiu de repente.O fluxo de ar opressivo tornava difícil respirar. Mas, o silêncio sufocante foi interrompido pelo telefo
‘O que está passando na mente dele? Eu não posso transar com ele, então porque insiste para que eu durma em sua cama? Ele não está esperando que eu durma para me atacar, está? Mesmo porque, ele já disse que não vai me ajudar a remover as postagens da internet...’A jovem se sentia tão revoltada porque nunca teria implorado nada a ele se não fosse por causa de seus filhos.― Quanto tempo você vai ficar parada aí? Vá tomar um banho. ― Anthony tinha terminado de vestir seu pijama e se aproximava, exalando sua característica forte aura.Anne se recuperou e caminhou até o banheiro. Se não podia escapar do destino que lhe aguardava, concluía que seria melhor tomar a iniciativa e tentar ficar no controle da situação. Ouvindo o barulho de água, Anthony percebeu que a porta não estava fechada e sabia que Anne estava sob o chuveiro, encharcada e sedutora. Então, inconscientemente, o homem se virou e olhou pela fresta.Anne não esperava que Anthony entrasse. Talvez aos olhos de Anthony ela
Bianca ficou com tanta raiva que quebrou o telefone contra o volante e o deixou cair no chão. A pianista não conseguia entender porque aquilo sempre acontecia, não importa o que fizesse, resultava em Anne tentando seduzir seu homem. ‘Esse era o propósito da pistoleira, o tempo todo?’ Os olhos de Bianca se encheram de ódio.Anne não dormiu bem à noite por ter um pensamento rondando em sua mente. Quando acordou, ouviu o som da água corrente e, assim que abriu os olhos, Anthony não estava em nenhum lugar. Entretanto percebeu que o som de água vinha do banheiro.‘Anthony está tomando banho?’ Anne pensou, olhando para o relógio do quarto que marcava sete horas. ‘Por que acordou tão cedo para tomar banho? Ele não se lavou ontem à noite?’Anne pensou em algo, e seu rosto imediatamente adquiriu uma expressão inquieta. ‘Anthony não ficou satisfeito com o que ontem aconteceu à noite’Apressada, a jovem se vestiu e saiu do quarto. Enquanto descia as escadas, ouviu o celular que tocava, dentro
Vendo que as críticas contra Bianca ficavam cada vez mais acaloradas, o vídeo foi selecionado para análise e até um especialista foi chamado para fazer análises profissionais sobre a cena. Pela perspectiva e pelo ângulo, não parecia lógico que Anne tivesse conseguido dar o tal empurrão em Bianca. Afinal, Anne a tivesse empurrado, por que seu corpo não tinha inclinado para frente, seguindo a lei de inércia? Era impossível alguém empurrar outra pessoa e ficar parado.Com tal análise, as teorias da conspiração foram imediatamente formadas e amplamente discutidas na internet e Anne se tornou uma pessoa por quem os internautas simpatizavam, afirmando que a trama de Bianca era profunda e cruel.Em apenas uma noite, toda a situação se inverteu e pegou a todos de surpresa. Anne nem conseguia imaginar como Bianca estaria possessa de raiva, querendo matar meio mundo. Afinal, a internet sempre foi uma faca de dois gumes. Antes de expor os outros, é preciso ter uma história limpa e clara.No en
― Olá, você é residente aqui do prédio, não é? Você conhece Anne Vallois, que mora aqui nesse apartamento? ― A mulher apontou o microfone sem fio para a babá.Havia algumas pessoas ao lado dela que também seguravam telefones celulares e câmeras.― Sim, sim, conheço... ― A babá manteve as três crianças ao seu lado para evitar que fossem machucadas por acidente.Com tal resposta, os paparazzi ficaram ainda mais empolgados, como se tivessem ganhado um bilhete de loteria.― Recentemente, houve um conflito entre Anne e a pianista Bianca. Que tipo de pessoa você acha que Anne é? ―― Ela... ela é uma pessoa muito boa e entusiasmada. Ela me cumprimenta com um sorriso toda vez que me vê. Uma vez perdi minha chave e ela me ajudou a encontrá-la ― a babá inventou uma história que, acreditou, seria vista como positiva para a amiga.― Posso perguntar com quem Anne geralmente se relaciona? Por exemplo, ela tem namorado ou algo assim? Afinal, o maior conflito entre duas mulheres pode ser causado
‘Alguém sabe como posso pular o processo de adoção e imediatamente possuir essas gracinhas?’‘Olhe para seus grandes olhos piscando. Eles são tão lindos!’‘Como será que eles são, sem as máscaras? A fofura deles faria meu nariz sangrar?’Em menos de 24 horas, o tema da discussão mudou pela segunda vez e Anne nunca tinha imaginado tamanha reviravolta.Sentada em um carro, ela tinha decidido passar primeiro na casa de sua mãe e a mudança no foco das notícias para seus filhos causou um enorme choque. Afinal, se fosse para ser assim, ela preferia que os holofotes ainda estivessem sobre ela.Por isso, mesmo que Anne não quisesse incomodar Lucas, ela não tinha outra escolha. Assim, telefonou para o amigo:― Lucas! ―― Eu sei. Eu vi. Estou trabalhando nesses vídeos. ― As palavras de Lucas sempre a tranquilizavam.Anne estava envergonhada, por sua impaciência.― Desculpe por causar tantos problemas. Eu realmente não esperava que eles voltassem sua atenção para as crianças... ―― É as
Anne acreditava que Anthony era tudo de que Bianca precisava.― Você chegou a ver aquelas crianças? ― Sarah perguntou.Os olhos de Anne piscaram ligeiramente, enquanto se fazia de sonsa.― Que crianças? Eu não vi... ―― Essas... ― Sarah pegou o telefone e olhou a foto. ― Ué? Por que não consigo mais achar? Onde é que eu tinha visto mesmo? Ah! Não sei! ―Anne se fez de boba e não disse nada.― Você deve estar ciente do que estou me referindo. Estou me referindo aos trigêmeos que Cheyenne costumava cuidar. ― Sarah costumava ficar com cara de desgosto quando falava sobre Cheyenne. Quando ela notou que Anne não estava respondendo, disfarçou. ― Você precisava ter visto. As crianças são realmente adoráveis, e até usam máscaras faciais, como os adultos. Que engraçado da parte delas. Se você tiver filhos no futuro, eles devem ser como eles! ―Anne dizia para si mesma: ‘o que você não sabe, mãe, é que os trigêmeos são meus filhos e eles são realmente bonitos.’Havia muitas crianças no h
Se o assunto das crianças era uma farsa, e quanto a isso?Lucas... a família Newman... Ela não tinha ideia de como eles reagiriam se soubessem que a pessoa que eles ajudaram havia escondido algo tão grande deles.Quando Sarah saiu do banheiro, notou Anne sentada com uma expressão preocupada e perguntou:―Qual o problema com você? ― Mas, seu celular tocou, assim que lançou o questionamento e a mulher comentou, antes de atender: ― Por que Joanne está me ligando, a uma hora dessas? ― Curiosa, Sarah atendeu a ligação educadamente, com muitos sorrisos:― Oi Joanne, qual é a novidade? ―Anne nem precisava ouvir ou perguntar para saber o motivo da ligação de Joanne, por isso, apenas se deixou afundar mais, no sofá, enquanto se sentia fraca e tonta. Se pensasse bem sobre a questão, para os pais de Lucas, tanto fazia se eles tivessem um genro ou uma nora estéril, que diferença fazia se nenhum poderia lhes dar herdeiros? Além disso, como Lucas receberia aquela notícia? Quão desapontado fi