Ela era tão pura como um papel em branco, carregando uma inocência e beleza de quem pouco conhece as complexidades do mundo. Ele havia, recentemente, violado essa beleza. Marcos pressionava os lábios, com a mente girando rapidamente, pensando em como poderia compensar. Ele reconhecia que tinha perdido o controle. Sempre prometeu proteger Solange, mas acabou sendo ele mesmo quem ultrapassou os limites. Solange merecia uma vida melhor e um dia encontraria alguém que realmente combinasse com ela. O casamento deles, que deveria ser apenas de proteção, agora estava complicado pelos sentimentos impróprios que Marcos começava a nutrir por Solange. Marcos se sentia desonrado. Enquanto se arrependia, a cintura de Marcos era subitamente apertada.Um par de braços o envolvia.Ao olhar para baixo, encontrou os olhos de Solange.— Amor, vamos fazer de novo. Marcos perguntou, confuso:— Você... O que disse?Marcos congelou, incrédulo com o que ouvia. Solange franzia os lábios e seus olhos
Depois de mais meio hora, Marcos ainda não sentia sinal algum de sono. Olhou para Solange ao seu lado, pensou por um momento e, então, levantou a cabeça dela, passando seu braço por baixo, deixando ela descansar sobre seu ombro. Satisfeito, Marcos acenou com a cabeça. Observando as delicadas bochechas dela tão de perto, uma onda tumultuada brotou em seu peito. Se inclinou e depositou um suave beijo na testa macia de Solange, murmurando com voz profunda e suave:— Boa noite....Solange, alheia a tudo que Marcos fez, apenas sentiu que aquela noite dormiu excepcionalmente bem. Quando acordou no dia seguinte, o lugar ao seu lado já estava vazio.Marcos provavelmente já tinha ido para a empresa. Ela abriu os olhos e se esticou preguiçosamente, pensando em dormir mais um pouco, quando de repente um barulho de batidas na porta a despertou.— Sra. Solange, o Sr. Henrique está esperando lá embaixo, perguntando quando você irá descer.Solange esfregou os olhos sonolentos e, de repente, se
Os outros três eram basicamente colegas de Henrique e mentores. Logo, o carro entrou lentamente na Universidade das Estrelas, parando finalmente no estacionamento. Henrique conduziu Solange até a frente de um grande prédio.Ele apontou para o edifício de laboratórios à frente: — Este é o prédio de laboratórios da Universidade das Estrelas, que também é uma base de treinamento médico nacional. Claro, os experimentos aqui são bastante simples. Para entrar em pesquisas mais confidenciais, são necessários múltiplos exames rigorosos. — Henrique fez uma pausa, então continuou. — Recentemente, a Universidade das Estrelas está se preparando para expandir os membros da equipe. Estamos atualmente no meio do período de avaliação.Solange acenou com a cabeça, compreendendo. Ela tinha ouvido falar dos projetos de pesquisa da Universidade das Estrelas. Caminhando à frente, Henrique de repente parou, se virou para Solange e perguntou:— Solange, você ainda está estudando?Solange tinha apenas vi
Solange sorriu e balançou a cabeça, indicando que não se importava. Logo, os dois chegaram à porta do laboratório. Solange seguiu Henrique para dentro e foi recebida por três olhares distintos. Ela hesitou por um momento e então sorriu, cumprimentando:— Olá, meu nome é Solange. Parece que vou precisar usar o laboratório por algum tempo, espero aprender muito com todos vocês.O sorriso da garota era doce, seu tom era suave e agradável, com traços faciais tão delicados que quase não pareciam reais. Todos ficaram momentaneamente atordoados. Houve até quem deixasse escapar um palavrão involuntariamente. Assim que a frase foi proferida, a pessoa sentiu uma batida forte na parte de trás da cabeça e, com um sorriso constrangido, olhou para Solange.— Me deixe apresentar, Felipe, Marina, Clara.Felipe e Clara, ambos com cerca de vinte e sete anos, eram colegas de Henrique. Eram especialistas médicos muito conhecidos no país e professores de medicina na Universidade das Estrelas. Felip
Atrás, Felipe e seus amigos se olhavam, todos pensando que Henrique havia enlouquecido. Eles dirigiam a Solange olhares particularmente complexos. Ao ver Solange olhando ao redor com curiosidade, Clara torceu a boca imediatamente. Embora essa garota fosse muito bonita, parecia não ter muita experiência. Talento médico? Certamente Henrique estava apenas tentando evitar que Solange passasse por tola, por isso falou daquela maneira! Foi então que Solange parou abruptamente diante de uma mesa, fixando o olhar profundo na fórmula escrita no quadro-negro, perdida em pensamentos. Clara franziu a testa e sussurrou: — Solange, essas são fórmulas avançadas e complexas, você ainda não deve ter aprendido isso, certo?Mal Clara terminou de falar, viu Solange pegar o apagador ao lado e apagar uma das linhas. Todos exclamaram em surpresa, principalmente Felipe. Ele avançou rapidamente, empurrando Solange para o lado, olhou para o local apagado com uma expressão de dor no rosto e um olhar fu
Ela reprimiu o pânico que lhe agitava o coração, seus olhos brilharam levemente enquanto mordia o lábio inferior com uma expressão de mágoa:— Srta. Solange, o que eu disse é verdade. Essas fórmulas precisam ser escritas por alguém absolutamente profissional, pois um pequeno erro pode comprometer todo o experimento.Ao ver Solange inclinar a cabeça e olhar fixamente para ela, sem qualquer intenção de se defender.Clara sentiu um lampejo de alegria, pensando que a havia assustado, e rapidamente continuou:— Srta. Solange, não estou tentando atacá-la. Eu apenas sinto muito pelo Felipe. Ele se esforçou tanto para escrever essas fórmulas...Ela começou a falar e parou, mordendo o lábio novamente, olhando inconscientemente para Felipe. Se fosse como sempre, Felipe certamente ficaria imediatamente furioso. Todo o laboratório sabia que Felipe era um workaholic apaixonado pela pesquisa e detestava quando alguém criticava suas fórmulas e seu trabalho. Então, ver seu trabalho árduo sendo dest
Ela olhava para Marina e Felipe com dificuldade para acreditar, parecendo não compreender o que estava acontecendo. Solange havia arruinado as equações de Felipe, então por que Felipe não mostrava nenhum sinal de irritação e ainda pedia desculpas a Solange? E Marina, que sempre detestou quem comprometesse os experimentos, por que agia assim?Enquanto Clara estava claramente chocada e confusa, Solange, de repente, virou a cabeça, exibindo uma expressão de grande remorso. — Foi minha culpa. Não deveria ter mexido nas suas coisas sem sua permissão. Felipe respondeu rapidamente: — Não é sua culpa. Você me ajudou, como eu poderia culpá-la? Isso foi um mal-entendido!Marina olhou na direção de Clara e balançou a cabeça com resignação, dizendo a Solange: — Não leve em conta o que Clara disse. Só pelo fato de você ter identificado o problema na fórmula de relance, você já tem mais direito do que qualquer um de estar neste laboratório.Ao ouvir isso, o rosto de Clara ficou vermelho de rai
Eis o homem por quem ela nutria uma paixão secreta há muitos anos. Ele nunca sequer olhava para ela, ainda por cima a obrigava a pedir desculpas por causa de uma pessoa irrelevante! Ela inspirou profundamente, escondendo a mágoa que sentia no fundo do coração, e disse baixinho para Solange:— Desculpe, não deveria ter feito julgamentos precipitados sem conhecer sua verdadeira capacidade. Eu... Eu realmente não sabia que você era tão incrível...Quanto mais Clara falava, mais se sentia injustiçada e as lágrimas começaram a cair involuntariamente, como pérolas cortadas de um fio. Marina arqueou uma sobrancelha, pensando que Clara finalmente tinha encontrado uma adversária à altura.No laboratório, a chegada de novos membros não era incomum, mas sempre que se tratava de uma jovem bonita, Clara encontrava um jeito de afastá-las. Com o tempo, Henrique ficou relutante em contratar mais alguém. No fim, restaram apenas os quatro, mantendo a posição. De fato, Marina quase nunca tinha vist