Vendo o estado e a dor no rosto da senhora, Anna pediu aos guardas que a deixassem ir. Os agentes obedeceram imediatamente, sabendo que Anna era esposa do Dr. Mikhail.A mulher agradeceu pela ajuda. Anna, olhando para seu rosto desfigurado pelo sofrimento, lembrou-se de como ela mesma havia sido maltratada no passado. Sem hesitar, ele colocou suas coisas no chão e se ajoelhou ao lado dela para ajudá-la a se levantar.“Você é um anjo”, sussurrou a senhora, pegando a mão de Anna num gesto de desespero.—Você está bem? —Anna perguntou claramente preocupada em ver o estado físico dele—. Se você se sentir mal, eu posso cuidar de você. Lá dentro estão os melhores especialistas. Sou um médico.—Obrigado, doutor, mas não vim por causa da minha saúde. Estou aqui para ver minha irmã. Temos uma conta pendente. Não ficarei mais em silêncio. Estou aqui para lutar pelo que é meu e desmascarar esse traidor.Comovida, Anna entregou-lhe um lenço para enxugar as lágrimas e ajudou-a a sentar-se.—Presum
Stevana assentiu com as mãos cruzadas, olhando para suas roupas velhas e gastas. Suas mãos sujas e negligenciadas o lembravam da miséria que carregava e da vergonha de se apresentar assim diante do próprio filho. Ela sentiu que Mikhail não a deixaria tocá-lo por desgosto, e essa ideia a magoou mais do que qualquer outra coisa.—Eu sei que é difícil acreditar que um estranho sujo e mal vestido lhe diga que você é filho dela, mas não estou mentindo. Você não é filho da minha irmã. Olga nunca poderia ter tido filhos, porque lembro que ela descobriu que era estéril muito antes de se casar.As palavras de Stevana caíram como uma bomba. Os olhos de Anna se arregalaram quando Mikhail caiu na gargalhada, mas desta vez a risada foi de pura descrença. Ele virou a cadeira, determinado a sair; Ele não suportava mais ouvir aquela história que lhe parecia completamente ridícula."Anna, não quero esta mulher aqui nem mais um segundo", ele ordenou, com a voz fria e autoritária.Antes que ele pudesse
Sergei chegou ao local onde Mikhail o havia convocado e algo imediatamente chamou sua atenção: eles estavam em um bar. Isso o surpreendeu muito, pois desde que Mikhail ficou paralisado, ele nunca mais quis voltar a um bar. Essa recusa era constante, como se evitar esse tipo de lugar fizesse parte de uma nova rotina em sua vida. Mas agora estava lá, e isso deixou Sergei ainda mais preocupado. Ele se apressou e quando chegou o que viu o deixou perplexo.Mikhail, normalmente impecável e sereno, estava desgrenhado: a camisa para fora da calça, o cabelo desgrenhado e uma garrafa de álcool pela metade na mão. Vê-lo naquele estado, num lugar que ele havia rejeitado anteriormente, tornou a situação ainda mais perturbadora. —Mikhail! —Sergei exclamou ao vê-lo—. O que você está fazendo aqui? Você não pode estar bebendo álcool, está tomando remédio e isso pode te machucar muito.“Preciso desta bebida mais do que nunca”, respondeu Mikhail com voz rouca. Não quero que você me repreenda. Pedi qu
Anna não respondeu à pergunta de Mikhail. Em vez disso, sem dizer uma palavra, ela correu para o colo dele e o abraçou com força. Seus braços se agarraram ao corpo, como se tivesse medo de que o momento desaparecesse, como se precisasse senti-lo vivo, real.-Você está bem? — ele perguntou em um sussurro, sua voz embargada de medo e alívio.Mikhail a apertou mais perto dele, respirando profundamente, como se precisasse absorver sua essência, seu calor. Por um momento, o mundo parou para os dois; um momento em que apenas os dois existiam e nada mais importava. No entanto, Mikhail se forçou a afastá-la gentilmente para poder embalar o rosto de Anna em suas mãos. Ele olhou atentamente para o pequeno ferimento em sua testa, enquanto seus dedos percorriam sua pele com uma ternura que ele não demonstrava há muito tempo.—Como ele fez isso com você? —ele perguntou com a voz contida, embora a preocupação em seus olhos dissesse tudo.Anna deu um pequeno sorriso, adorando a forma como ele se
No dia seguinte, Maria caminhou pelo corredor com passos determinados, mas no meio do caminho o mundo ao seu redor começou a girar. A tontura veio repentinamente, fazendo-a cambalear. Ele encostou-se na parede, respirando profundamente, esperando que a sensação se dissipasse. Agora não, ele pensou com os dentes cerrados, lutando para manter o equilíbrio. Seu plano não poderia falhar. Depois de alguns momentos que pareceram eternos, a tontura cedeu."Vou aproveitar minha fraqueza", ela murmurou antes de sorrir maldosamente.Ao passar pela porta da área de descanso das enfermeiras, uma delas ergueu os olhos e percebeu o rosto pálido de Maria. Não demorou muito para ele se aproximar.—Com licença, senhora, você está bem? ele perguntou com preocupação genuína. Você precisa de alguma coisa?Maria, ainda tonta, fingiu forçar-se a sorrir. Ele sabia que cada palavra tinha de ser medida e agora era o momento de colocar a sua estratégia em ação.“Vim procurar Mikhail, mas primeiro queria de
Olga apertou o volante com as mãos trêmulas, sem conseguir controlar o tremor que invadia seu corpo. O desespero a envolveu enquanto seus olhos corriam de um lado para o outro nervosamente, tentando captar qualquer perigo possível. Ele sabia que havia cometido um erro grave. O carro em que Svetlana viajava não deveria ter batido. Ela nunca agiu impulsivamente, mas desta vez, a sensação de estar encurralada a levou a agir sem pensar. Ela não se importava que, com o que acabara de fazer, estivesse se tornando uma suposta assassina, pois, se algum deles perdesse a vida, ela seria uma assassina declarada por tirar a vida daquelas mulheres.“O que foi que eu fiz?”, pensou ele, porque agora a frente do seu carro, seu único bem valioso, estava destruída, amassada como sua própria vida. E o pior é que era a única coisa que ele tinha para vender. Como eu iria pagar por uma noite em um hotel? Para onde eu estava indo ou com quem? Sua explosão a fez perder a cabeça e agora ela se encontrava no m
Depois de um lindo despertar com Mikhail, Anna decidiu preparar um café da manhã especial, algo que não só fosse delicioso, mas também acolhesse Svetlana e proporcionasse um pouco de paz em meio à tensão que Mikhail estava sentindo após conversar com Olga. Os últimos dias foram muito difíceis.Com um sorriso, ela pediu à funcionária que fizesse uma pausa, decidida a cuidar de tudo sozinha. Ela ligou o forno e começou a assar, ansiosa para conhecer os gostos de Svetlana e fazê-la se sentir parte da família. Anna queria que Svetlana se sentisse o mais confortável possível e logo esquecesse seu passado e transformasse seu presente em algo melhor.“Tudo parece delicioso, Anna”, exclamou Tatiana ao entrar na cozinha, inalando o aroma dos pratos que enchiam o ar. Você se destacou no café da manhã. Deixe-me ajudá-lo a trazer isso para a mesa.Anna, enquanto organizava os pratos, sorriu agradecida. A ajuda de sua melhor amiga era sempre bem-vinda."Obrigado, amigo", ele disse sinceramente. Nã
—Anna, estive ligando para você. Por que você está me evitando? Alexey perguntou, claramente chateado. Não gosto de ser ignorado."E eu não gosto de ser mantida contra a minha vontade", Anna respondeu com firmeza. O que você quer? E por que você me colocou aqui, na escada de segurança? Fala.Anna estava visivelmente chateada. Se ela não atendeu as ligações ou mensagens de Alexey, foi por um motivo claro: ela não queria falar com ele e muito menos ter qualquer tipo de relacionamento amoroso. Agora ela só pensava em ouvir o que ele tinha a dizer para poder sair o mais rápido possível. Ele não apenas não gostava da proximidade dela, mas também a considerava uma presença completamente irritante.—Quero saber por que você não me contou que você e Mikhail eram irmãos. Acho que isso me dá uma chance com você, certo?—Não preciso explicar minha vida para você, nem para ninguém. Sou livre para fazer o que quiser e você não tem chance comigo, nem agora, nem nunca.—Não seja uma santa agora, Ann