Anna mal conseguia avançar, arrastando a mala com uma mão enquanto segurava Lucas com a outra. O peso do filho parecia duplicar a cada passo, mas o desespero deu-lhe forças para continuar. Seu coração batia forte com fúria desenfreada enquanto ela observava a porta de vidro se abrir lentamente diante dela.Do outro lado, dois guardas robustos e musculosos bloquearam seu caminho. Suas figuras imponentes pareciam intransponíveis, como uma barreira impossível de transpor. Anna sentiu o pânico tomar conta dela, mas escondeu-o com um meio sorriso irônico que não alcançou seus olhos.“Senhora, a senhora não pode sair sem mostrar a alta médica do paciente”, disse um dos guardas em tom firme e autoritário.Anna franziu os lábios, contendo a torrente de insultos que queria lançar. «Mikhail, seu infeliz filho da…», ele o amaldiçoou silenciosamente, sentindo como o ódio crescia a cada batimento cardíaco. Ele sabia que isso fazia parte de seu plano, que queria manter Lucas preso naquele hospital
—Diga-me com quem você estava conversando? —Mikhail perguntou novamente, enquanto seu assistente olhava em volta, evitando o dele."Com... com um amigo", ela gaguejou nervosamente.—Se você quer manter seu emprego, é melhor se dedicar ao trabalho. “Eu não permito que você fofoque com Maria durante o horário de trabalho.” Os olhos da mulher se arregalaram, olhando para Mikhail como se chifres tivessem crescido em sua testa. Sim, sei que você é informante de María e espero que não faça coisas estúpidas para cair nas boas graças dela”, advertiu sem rodeios antes de virar a cadeira.«Ugh, que susto. Espero que ele não descubra que ajudei Maria a alterar a receita, pensou, tocando o peito com certo alívio.Horas depois...Mikhail sentiu-se desconfortável ao ser observado pela equipe do hospital. Não foi de admirar; Ele não usava seu jaleco branco há anos.Ele parou em frente à porta do quarto de Lucas, parando um momento para se recompor antes de entrar.Ela sabia que sua presença não seri
Anna estava ali, na frente de Mikhail, sentindo o coração batendo incontrolavelmente no peito.As palavras pareciam ter desaparecido de sua mente, deixando-a presa em um mar de incerteza e ansiedade."É só..." ela começou a dizer, trêmula e quase inaudível, mas sua voz falhou antes que ela pudesse formar uma frase coerente.E quando ela abriu a boca novamente, Mikhail, com um olhar gelado que a perfurava como uma adaga, levantou a mão, interrompendo-a abruptamente."Esqueça", ele disse friamente. Eu não preciso de explicações. Eu já sei a resposta.A declaração de Mikhail foi um golpe inesperado, como se o ar tivesse sido arrancado de seus pulmões.Quando ele se afastou, sem se dignar a olhar para ela novamente, Anna sentiu o chão desmoronar sob seus pés.Ela não conseguia se mover, ficou congelada no mesmo lugar, observando a distância entre eles aumentar cada vez mais, não só fisicamente, mas emocionalmente.Mikhail não olhou para trás. E isso doeu mais do que ela poderia ter imagin
Mikhail, com um movimento suave mas determinado, virou a cabeça.A rejeição foi um golpe na alma de Maria, que ficou congelada, com a boca a centímetros do rosto de Mikhail, sentindo como a vergonha e a raiva ferviam dentro dela.—Não sei o que está incomodando você, mas se for a influência daquela mulher, deixe-me dizer que quando ela foi embora, anos atrás, me pediu uma quantia exorbitante de dinheiro. "Isso é exatamente o que você significa para ela", disse ela, quebrada pela raiva, levantando-se abruptamente em uma tentativa desesperada de recuperar sua dignidade.Nesse exato momento o elevador apitou e as portas se abriram.Mikhail saiu sem dizer uma palavra, dirigindo-se ao estacionamento com a mesma indiferença glacial que demonstrou durante toda a conversa.O motorista o ajudou a subir a rampa da van e Maria, ainda furiosa, correu atrás dele, tentando segurar o pouco que lhe restava.-Sair! —Mikhail ordenou com uma voz tão fria e dura que um arrepio percorreu a espinha de Mari
O vento soprava forte, agitando a superfície do lago e fazendo a água parecer um espelho escuro e turvo.Mikhail sentiu a cadeira de rodas deslizar lentamente em direção à borda, cada centímetro aproximando-o da morte certa.O som da água batendo nas pedras se misturou às batidas frenéticas de seu coração, criando uma sinfonia de desespero em seus ouvidos.Suas mãos agarraram os braços com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos, sua mente dividida entre a luta e a rendição.Suas pernas, inúteis e pesadas, o traíram mais uma vez, condenando-o a um desamparo que o deixou furioso e desesperado ao mesmo tempo.*«Lucas... Não posso nem abraçar meu filho e dizer a ele que sou seu verdadeiro pai», pensou Mikhail, sentindo uma dor aguda no peito.Um gosto amargo de ferro encheu sua boca ao perceber que estava prestes a perder tudo: sua vontade, sua força e agora, sua vida.Refletiu com sombria resignação, pensando que era isso que merecia. Ele havia pensado em suicídio tantas vezes
A quantidade incomum de funcionários e veículos estacionados nas proximidades chamou a atenção de Mikhail.—Minha mãe está organizando uma de suas festas? — ele perguntou a um dos manobristas, que assentiu rapidamente.Mikhail estalou a língua, irritado com a trivialidade que o cercava.—Ele nunca se cansa desses espetáculos ridículos.Enquanto isso, Sergei deu um tapinha no ombro do motorista.—Deve ser difícil trabalhar para um chefe tão mal-humorado. “Bom trabalho”, disse ele, piscando para o homem, que respondeu com um sorriso tenso.“Sergei, pare de me criticar na frente dos funcionários”, rugiu Mikhail enquanto passava pelas portas da mansão. Sua voz soou como um trovão, mas Sergei, longe de se sentir intimidado, sorriu ironicamente."Você tem uma audição impressionante", ela murmurou sarcasticamente enquanto o seguia para dentro.O murmúrio da festa no salão principal parou abruptamente.—O noivo finalmente chegou! —exclamou sua mãe, surpreendendo Mikhail. Ao entrar, o que viu
Em frente à mesa de bebidas, María bebia taça após taça de champanhe. Cada bolha que descia por sua garganta parecia aliviar momentaneamente a vergonha que a esmagava.Sua mão tremia levemente enquanto segurava o copo, enquanto sua mente lutava para entender como tudo havia dado tão errado.Na frente dela, seu irmão, com o rosto vermelho de fúria, a encarava sem piedade.-Deixe-me em paz! —Maria ofegou, tentando não levantar muito a voz. Já que os convidados ainda não haviam saído; A mãe de Mikhail insistiu em manter a farsa da festa.—É muito fácil você me mandar o que fazer! —ela continuou com um tom azedo, tentando conter as lágrimas que ameaçavam traí-la.—Só estou te dizendo que foi humilhante demitir essa gente agora mesmo. “Poupe-nos de mais vergonha”, exigiu seu irmão, chateado.Maria lançou-lhe um olhar de desprezo, mas naquele momento seus olhos captaram a figura de Mikhail entrando na sala. Sem pensar duas vezes, ela deixou o copo sobre a mesa e correu em sua direção, u
**Minutos antes:**O vapor ainda enchia o ar enquanto Anna secava o cabelo na frente do espelho do banheiro. Gotas de água deslizaram lentamente pelo pescoço e pelas costas. Ela se olhou no espelho por um momento, tentando encontrar um pouco de calma nos próprios olhos, mas só viu o reflexo de uma mãe exausta e sobrecarregada de preocupações.O som da porta se abrindo abruptamente a tirou de seus pensamentos. Seu coração disparou e sua mente imediatamente saltou para o pior. O medo tomou conta dela. Com ansiedade e determinação, ela deixou o secador de lado e saiu correndo do banheiro, com os cabelos ainda pingando.Ao lado da cama, encontrou duas enfermeiras conversando.—O que há de tão especial nesta criança que o Dr. Petrov o aceitou como seu paciente? —perguntou um deles, sem perceber que Anna estava logo atrás.—Não sei, mas depois do que ouvi, acho que a mãe daquela criança é uma abusadora. Como ela ousa pedir ao diretor para salvar seu filho quando ela…?Anna sentiu o sangue