CAPÍTULO 6

Cristiano.

Encaro toda aquela papelada em minha frente.

Parece que a cada um relatório que analiso, mais dez aparecem.

Eu gosto de averiguar cada relatório da empresa.

Óbvio que os menos importantes eu peço para o alguém analisar.

Mas aqueles que eu sei que podem gerar algum problema pra empresa eu sempre analiso.

Encaro meu relógio em meu pulso e vejo que não dará tempo de ir para a reunião a noite.

Pego meu telefone e me levanto.

- alô?- Silvia, atende no primeiro toque.

- desmarque aquele jantar com os acionistas!- digo diretamente.

Ouço ela falar alguma coisa baixinho.

- oque?- pergunto.

Ela se engasga com as palavras.

- é que o senhor está adianto esse jantar a meses!- ela diz.

Dou uma risada nervosa.

- e desde quando eu pedi sua opinião sobre meus negócios? Estou aqui a muito tempo e não precisei pedir  a opinião de ninguém!- digo.

- não é isso, senhor...- ela começa dizer, mas logo a interrompo.

- a única coisa que quero é que desmarque a merda da reunião, por favor!- digo e desligo o telefone.

Volto a sentar e reviro os olhos.

Silvia é uma ótima secretaria, confesso, mas tem coisas que ela exagera.

Pego meu telefone e ligo para minha casa.

No terceiro toque "ela" atende.

- alô?- ela diz de forma ofegante, parecendo estar cansada.

Suspiro e me viro na cadeira​.

- deixe comida pronta, eu irei jantar em casa!- digo indo diretamente para o assunto.

Ela fica calada no outro lado da linha.

Levanto uma sobrancelha.

- está me ouvindo?- pergunto.

- sim senhor, pode deixar, deixarei tudo pronto!- ela responde.

Desligo o telefone antes dela falar mais alguma coisa.

Suspiro e reviro os olhos.

Trato de voltar para o meu trabalho.

Não sei quantas horas perdi ali, mas percebi que já era noite quando me virei na cadeira e vi que já estava escuro do lado de fora.

Me estico e bocejo.

Estou morrendo de fome e meu corpo está exausto.

Pelo menos todo o meu trabalho já está feito.

Desligo meu computador e organizo minhas coisas.

Logo depois pego minha pasta e vou para o estacionamento.

O caminho foi bem tranquilo para casa naquele horário, as dez da noite quase não tem trânsito.

Entro em minha garagem, mas estranho ao notar que as luzes estão acessas.

Deve que aquela doidinha esqueceu de apagar.

Entro em casa deixando minha pasta no sofá.

Tiro aquela gravata e minha blusa.

Sento no sofá e suspiro.

Meu corpo pede cama.

Fecho os olhos e tento relaxar por alguns segundos.

Mas meu corpo acordar quando um cheiro gostoso entra em mínhas narinas.

Abro os olhos.

Levanto do sofá e caminho até a cozinha.

Paro bruscamente na porta ao ver bruna ali dentro.

Olho para o meu relógio pra vê se não estou louco.

Não acredito que essa maluca está aqui até agora.

A encaro.

Ela está virada para o fogão cantando alguma coisa baixinho enquanto dança.

Seu bumbum balança me fazendo ter alguns pensamos.

Meu membro fica duro na hora.

Balanço a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos.

- mas que caralhos você está fazendo aqui a essa hora?!- digo em uma voz mais rouca que o normal.

Ela da um pulinho e deixa um grito escapar.

Ela se vira colocando a mão no coração.

- que susto!- ela diz baixinho.

A encaro.

Seu cabelo está natural.

Ela fica bem melhor assim.

- eu estava deixando sua comida pronta!- ela diz me encarando.

Levanto uma sobrancelha.

- mas não precisava virar a noite aqui pra isso!- digo.

Ela olha para o relógio e parece de assustar.

- nossa senhora, perdi totalmente a noção do tempo!- ela diz de olhos arregalados.

Balanço a cabeça.

Ela me encara e da um sorriso fraco.

- mas tudo bem, eu ligo para o meu namorado e ele vem me buscar!- ela diz.

Logo ela mudou de assunto e serviu a comida.

A comida estava ótima.

Ela fez uma lasanha de frango.

Confesso que comi quase tudo.

Depois que terminei guardei as loças sujas no lava loças.

Do jeito que ela é doida vai que inventa de limpar as coisas antes de ir embora.

Caminho em direção a sala.

- michael, os ônibus já pararam de passar, por favor, vem!- ela diz ao telefone.

Paro e a encaro.

- quer saber? Eu dou meu jeito!- ela diz e desliga o telefone.

Entro na sala.

Ela se vira e me encara.

- o senhor precisa de mais alguma coisa?- ela pergunta.

Balanço a cabeça.

- não, mas quero que você vá trocar de roupa pra eu te levar!- digo.

Ela arregala os olhos e me encara.

- não precisa, eu dou um jeito!- ela diz.

Cruzo os braços e a encaro sério.

- você quer ser estuprada ou roubada?!- digo.

Ela levanta uma sobrancelha e balança a cabeça.

- não, credo!- digo.

- então é melhor aceitar que eu te leve!- digo.

Ela me encara por alguns segundos e balança a cabeça.

- eu não quero incomodar...- ela começa dizer.

Balanço a cabeça.

- isso não é um pedido, vá se trocar que eu te levarei!- digo.

Ela acaba concordando.

Posso ser um cara chato em algumas areas da minha vida, mas nunca deixaria uma mulher andar sozinha a noite.

Ela caminha em direção ao quarto de empregadas.

Aproveito e subo para trocar de roupas.

Pego a chave da minha caminhonete e desço as escadas.

A encontro com suas bolsas nas mãos.

- vamos?!- digo.

Ela concorda com a cabeça.

Fomos até a garagem e entramos no carro.

Um silêncio tomou conta do lugar.

Ela mesmo só disse alguma coisa quando eu perguntei sobre o endereço.

A única coisa que ela fez foi manter seu olhar sobre a estrada.

O caminho até o seu bairro foi bem rápido.

Eu moro do outro lado da cidade e tenho certeza que de ônibus ela demoraria bastante.

Ela parece estar desconfortável.

Com medo de alguém vê-la comigo.

Dou uma risada.

Ela me encara.

- oque?- ela pergunta.

Balanço a cabeça.

- está com medo do seu namorado te vê comigo?- pergunto.

Ela balança a cabeça.

- não...- ela diz gaguejando.

Ela desvia o olhar do meu rapidamente.

- não devia mesmo, um cara que não se preocupa em deixar a namorada andar pela rua não deve ter a menor explicação!- digo.

Eu posso ser oque for, mas nunca brinco com o sentimento de ninguém.

Sempre deixo avisado sobre o meu jeito quando saiu com alguma mulher.

Mas esse namorado dela parece não dar a mínima pra ela.

Que tipo de homem deixa a namorada cruzar a cidade sozinha?

- ele estava ocupado!- ela diz.

Concordo com a cabeça.

- sei...- digo.

Ela cruza os braços.

- estamos a mais de cinco anos juntos, não temos tempo pra se chatear por coisa boba!- ela diz.

Dou uma risada nervosa.

- Ah tá, deixar você sair por ai a noite e coisa boba!- digo.

Ela me encara séria.

- você é meu chefe na sua casa, mas aqui não preciso da sua opinião!- ela diz.

Cerro os olhos e a encaro.

Se tem uma coisa que me irrita é mulher burra.

A coisa na frente da cara dela e ela não enxerga.

Balanço a cabeça.

- eu não tenho nada com sua vida, se você quer ser tratada como se fosse um animal, problema seu!- digo irritado.

Ela abre a boca.

- quem é você pra dizer isso?! Você não sabe nada do meu relacionamento!- ela diz.

Dou uma risada.

- da pra vê que esse cara não ta nem ai pra você!- digo.

Ela balança a cabeça.

- você deve entender muito de relacionamento, por isso está sozinho até hoje!- ela diz.

Levanto uma sobrancelha e dou um sorriso.

- prefiro que está sozinho do que enganar as pessoas!- digo.

Ela se vira e se cala.

Paro o carro em frente ao endereço que ela me passou.

Ela olha pra frente, de repente do seu olhar congela.

Sua expressão mudou rapidamente.

Olho para frente.

Um rapaz caminha na outra calçada.

Um homem alto, pardo e magro.

Cabelos cortados baixinho.

Ele está trajado com uma bermuda tectel e camisa de time.

Desvio meu olhar dele e encaro bruna.

- aquele é seu namorado?- pergunto.

Ela me encara.

- é!- ela responde rapidamente.

Dou uma risada.

Como pode?

A Bruna é um mulherão.

É capaz de deixar um homem louco.

Mas o namorado parece mais um rato.

Balanço a cabeça ainda dando risada.

- qual a graça?- ela pergunta.

Balanço a cabeça ainda rindo.

- nada!- digo.

O mundo e injusto mesmo.

Ele passa próximo ao carro, mas como o vidro é fumê ele não vê nada.

Quando ele vira a esquina ela tira os cinto.

- obrigada por me trazer!- ela diz.

Apenas concordo com a cabeça.

Ela pega sua bolsa e me encara.

Seu olhar se cruza com o meu.

Ela parece estar mais nervosa ainda.

Seu corpo parece ficar tenso com minha presença.

Eu realmente não sei como me seguro com essa mulher.

Mas eu não posso ficar com minha funcionária.

Isso nunca daria certo.

A gente transaria e depois ela começaria a me cobrar, depois resultaria em uma demissão.

Ela fecha os olhos e passa a mão pelo pescoço.

- eu já vou indo!- ela diz com a voz rouca.

Ela desce do carro e me encara por alguns momentos.

- tchau!- ela diz e fecha a porta do carro.

A observo enquanto ela entra em casa.

Eu preciso fuder com alguém.

Balanço a a cabeça e arranco o carro.

Dou a volta no bairro.

Quando passo em uma esquina meu olhar vai diretamente pra um rapaz magrelo.

Cerro os olhos.

- filha da p**a!- xingo baixinho.

O namorado da bruna está praticamente transando com uma garota.

Balanço a cabeça.

É.

O mundo e realmente injusto...

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