—Um Porsche? Estiloso, elegante, charmoso e caro. Não nego que combina perfeitamente com você, mas já tinha me acostumado ao Jeep.
Sky conhecia perfeitamente aquela voz. Nos últimos meses havia falado com aquele homem inúmeras vezes. Haviam se aproximado, ficado íntimos, transado e por fim, se tornado cúmplices de um segredo mortal e se afastado.
Nada disso mudava o fato de que a química entre eles continuava forte. Eles eram como aqueles materiais que nunca podem ser colocados juntos por causa do risco de explosão. E talvez justamente por isso, parecia que estavam sempre se esbarrando onde quer que fossem.
—Jordan – dissera a garota com aquele sorriso simpático que sempre tinha quando estava com fome ou com tesão – Onde está Morgana?
O arrependimento pela pergunta viera um segundo depois de feita. Começar um diálogo com um homem gostos
Jordan agora tinha as mãos nos bolsos da calça. Avançara até se aproximar do carro para baixar o tom da voz. Sua expressão parecia mais séria que antes.—Sobre o… Sexy Notes… – dissera pausadamente – Alguma novidade?Sky ficara em silêncio ponderando uma resposta. De fato, não havia falado sobre a decisão de entregar o Sexy Notes para a mãe com o amigo. Mas também não pretendia dizer tudo que havia acontecido.—Bom, podemos dizer que… dei um jeito.É sério que disse isso, sua louca? Apenas vai deixá-lo mais curioso.—E com dei um jeito você quer dizer que…? – indagara Jordan, confuso.—Se escrevi no caderno? Me esclareça, caso eu tenha entendido errado… Na última conversa que tivemos sobre o Sexy Notes, disse
Novembro de 2021.—Ficou louca? Sou um mulher adulta de vinte e oito anos e estou no controle de todas as minhas faculdades mentais! O que irão pensar se me virem andando por aí com uma babá no meu pé?! De jeito nenhum!A ruiva cruzara os braços frente ao peito. Em sua mente, podia imaginar mil formas de aproveitar melhor seu tempo, entretanto, ali estava, diante da agente. A verdade era que só viera até aquele escritório devido à intimação e também à ameaça de que, caso ignorasse a solicitação pela sétima vez, em uma próxima seria premiada com escolta policial.Encarando a morena nos olhos, Sky torcera os lábios, empinando o nariz em tom de revolta. A sobrancelha arqueada era uma forma de dizer que não estava se sentindo ameaçada, embora soubesse que tinha um sermão a caminho.&m
A agente Del’Aventura apanhara o celular e espiara algo que Sky não podia ver. Deveria estava checando o contato de alguma terapeuta – pensara. —Sky, sei que tem uma casa enorme e que em breve pretende a transformar em um hotel. Imaginei que poderia hospedar uma psicóloga residente por cerca de três meses. Ela faria seu acompanhamento e poderia a ajudar em atividades relacionadas ao futuro hotel. Até a inauguração, tudo estaria resolvido. —Não estou interessada – rosnara a escritora. —Tudo bem… – dissera a agente, mantendo a calma – Mas não poderemos sair dessa reunião – aquilo era uma reunião? – sem resolvermos essa questão. E suspeito que irá aplaudir ainda menos as outras opções. —Irei me arriscar… – respondera a ruiva. Ângela ficara em silêncio encarando a jovem por alguns instantes. —Irei emitir uma ordem de internação sob a justificativa de que é uma vítima de crime seguido de violência explícita que se nega ao tratament
Maio de 2021. A morena se espreguiçara, girando o corpo na cama como gata manhosa. O olhar buscara as horas no rádio relógio ao lado da cabeceira. 5hs 15min. Ainda estava escuro, mesmo assim, piscara algumas vezes se acostumando com a pouca luz que entrava pela janela de seu quarto. Levara cerca de quinze minutos até criar disposição para se levantar. No entanto, sua inspiração parecia querer fluir e ela precisava daquele momento de epifania. Era a deixa para continuar seus planos. Levantando, seguira até o banheiro. Fizera xixi enquanto sua mente lhe dizia para voltar e se deitar. Mas não podia. Colocara creme dental na escova e saíra do banheiro com o objeto na boca, a expressão ainda sonolenta. Avançara até a janela, olhando para fora pela pequena fresta aberta na cortina. Ao longe, podia ver o majestoso Empire State Building. Retirara a escova de dentes da boca e bocejara. A ideia em sua mente fluía nitidamente, e
Dreamfield nunca fora um lugar tão movimentado. A linda propriedade estava na cidade portuária de Camden, no Maine, EUA e se localizava bem no meio de uma belíssima reserva florestal, ostentando em seus domínios uma gigantesca residência com mais de quarenta aposentos que vinha sendo modificada desde seu proprietário original, John Carter. Há pouco mais de um ano toda a propriedade pertencia à talentosa escritora de romances adultos Serenity Sinclair, ou como era mais conhecida, Sky. A ruiva tentara manter seu passado, bem como o terrível escândalo envolvendo o editor e empresário casado, Robert Hemingway em segredo. Tudo parecia correr bem até que se envolvera com um assassino, fora sequestrada e resgatada em uma ação do FBI no porto da cidade, se tornando manchete nos jornais locais. Mais uma vez os paparazzi haviam aparecido escavando seu passado e a expondo para toda a comunidade local. Já ouviu aquele ditado popular “Se está na chuva é para s
O que você faria se tivesse um caderno mágico onde qualquer desejo escrito se tornasse realidade? A resposta para essa pergunta é tão complexa que nem podemos cogitar o que cada pessoa decidiria fazer. Sky tinha um caderno assim. Havia escrito as palavras Sexy Notes com uma caneta dourada em sua capa. O nome de seu antigo blog. Uma tênue linha entre sua antiga e sua nova vida. Um nome apropriado para o artefato. Era sua lâmpada mágica com potencial para realizar muito mais que apenas três desejos e sem a necessidade de um gênio enxerido. E já havia testado seus poderes. O resultado, no entanto, não fora exatamente o esperado. Não totalmente. Usufruir do poder do caderno requeria seguir certa regras. E como já era de se esperar, o produto não vinha com um manual de instruções. Sky descobrira da pior maneira e sentira na pele as consequências por mexer com aquele poder excepcional sem o conhecer intimamente. Fora assust
Naquela manhã, diferente do habitual, Sky não subira para o escritório a fim de escrever. Havia, um pouco afastado da casa, mas ainda longe da floresta, um coreto com balanço que a garota fizera questão de pedir que restaurassem antes das demais coisas. Era um ponto de fuga onde podia até mesmo adormecer sem ser incomodada. Gostava de ficar ali para refletir.O coreto tinha o formato circular e era coberto por uma espécie de abóbada, tudo confeccionado em madeira. O teto era sustentado por quatro pilares e havia uma bela vista dos fundos da casa, do barracão e parte da casa da piscina.Na parte interna, um banco de quase três metros de comprimento balançava sob correntes que desciam da parte alta e se prendiam nas duas extremidades. Tudo era pintado na cor branca. Descendo do teto pelos pilares, a trepadeira de flores azuis conferia mais elegância e charme ao lugar.Sky estava deit
Após o ocorrido no banco da cidade vizinha, Sky relaxara as experiências no Sexy Notes. Os reparos na casa entravam na última fase. Em breve, se as coisas continuassem naquele ritmo, poderia começar a trabalhar na seleção de cargos no futuro Hotel Dreamfield. A vida seguia bem. Sky vinha observando a cada funcionário na equipe de reparos, bem como seus residentes. Não fazia o tipo santa casamenteira como a mãe, mas sentia o clima entre duas pessoas à distância, tinha instinto para aquilo. Henry e Virginia formavam um casal promissor, exceto, talvez, considerando que ambos eram terrivelmente horríveis quando o assunto era iniciativa. Havia o essencial entre eles, afinidades, química, aquele jogo de flertes de quem deseja algo no mais fundo de sua alma. Mas iniciativa? Nada. Analisando todas as alternativas, Sky via até uma certa vantagem própria no caso de ambos ficarem juntos. Henry certamente aceitaria ficar e trabalhar como síndico residente no hot