Isadora estacionara em uma ampla garagem ao lado de outros três veículos e com espaço para pelo menos mais dois de grande porte. Assim que o trio saíra, um senhor alto e magro vestindo suéter negro e jeans os esperava. Os cabelos grisalhos eram penteados para trás e arrumados com gel. Perto da nerd parecia um gigante e ambos se abraçaram assim que se viram.
—Pessoal, esse é Jerome, um velho amigo de meu pai – explicara a mulata – Nos conhecemos desde que eu era criança. Depois que precisamos nos mudar daqui, para não nos desfazermos da casa, Jerome e sua família nos concederam a honra de ficar e cuidar de tudo por nós.
—A honra foi minha. Eu já estava prestes a me aposentar, de qualquer forma – comentara o sujeito, se mostrando mais simpático do que esperavam – E seu pai e eu sempre seremos grandes amigos. É um prazer os conhecer t
A visão daquela beldade fizera Jordan se lembrar das palavras de Sky horas mais cedo naquele mesmo dia. Aquela mulher encantadora era a resposta ideal para a pergunta que lhe havia sido feita. Sim, negras e mulatas o atraíam.—Vai me convidar para entrar? – indagara Lúcia, fitando os olhos verdes do sujeito dentro do box. Ambos sabiam a resposta.Jordan escorregara a porta do box poucos centímetros. A linda mulher dera dois passos e a porta fora fechada novamente. Sem saltos, Lúcia era pouco mais baixa que o sujeito. Quando estavam frente a frente, banhados pelas águas que desciam da pequena ducha, a mulher mordera o lábia inferior.Aquele homem era praticamente uma estátua musculosa. Lúcia se lembrava dos namorados que a filha tivera e deixara escapar.—Não vou perguntar por que está aqui, mas… – começara o rapaz.—Querido, quer
A mulher deixara o banheiro na frente. Jordan a acompanhara. Era como se seguisse uma deusa caminhando. O rapaz ficava imaginando que tipo de homem conquistara uma mulher como aquela. Diego Jimenez com certeza era alguém a ser notado. Pensar em um homem com tamanho potencial o fazia se lembrar de Sebastian, pai de Sky, que presenteara a filha com um Porsche.Em um mundo de homens brilhantes como aqueles, ele se considerava com sorte por ter conquistado o coração da encantadora Serenity Sinclair. E mesmo assim, ali estava, cometendo o erro de estar junto de outra mulher.Sua única defesa era que Lúcia era simplesmente irresistível.E certamente isso não seria aceito como apelação em uma corte.Lúcia tinha um rebolado impossível de não acompanhar. E os lindos cabelos negros lhe desciam em ondas pelas costas até chegar perto da cintura. Era uma mulher de tantos encanto
Sky seguia junto da nerd pela longa avenida. Dos dois lados, diversos bares e lanchonetes estavam abertos com seus letreiros coloridos em led iluminando o trajeto. Isadora dirigia o Renegade enquanto Sky ficara no banco do passageiro durante aquele passeio. Não era comum que a escritora permitisse outra pessoa dirigindo o SUV, mas a mulata conhecia a cidade como a palma da mão.—É uma cidade bonita – dissera a ruiva – Tantas luzes inspiram baladas.A nerd sorrira. Seu humor havia mudado desde o momento em que as duas tinha deixado a casa. Isadora agora parecia mais relaxada que antes.—É uma fachada… – comentara com o olhar atento à avenida – À noite, as sombras são disfarçadas para atrair os turistas. A verdade pode ser vista durante o dia, é uma cidade escura e sombria. Eu diria que é um efeito colateral de toda a poluiç&ati
A escritora e a nerd repetiam a torta de frango com catupiry pela terceira vez. Entre as muitas coisas que tinham em comum, estava o grande apetite e aquele metabolismo que ingeria comida sem parar e não engordava.Não podemos, claro, nos esquecer que ambas garotas tinham um apego por exercícios físicos. Sky amava correr e malhar, enquanto Isa praticava natação e ciclismo. Nos últimos meses, a mulata abandonara as duas atividades por conta da falta de uma piscina próxima ou mesmo uma bicicleta. Estava nos planos ter ambos hábitos de volta muito em breve.O foco da conversa naquele momento, no entanto, não era academia.—É sério que transou com uma das garçonetes daqui? – indagara a ruiva.—Fale baixo – censurara Isadora, rindo – Quer que todos saibam?—Ela ainda trabalha aqui? Quero a conhecer – emendara a escritora.<
Algumas pessoas acreditam em almas gêmeas. A maioria acredita até certo momento, quando quebram a cara, tem o coração partido e descobrem que nos contos de fadas do mundo real, a carruagem vira abóbora antes da meia-noite.Se recuperar de um relacionamento fracassado nunca é um processo fácil.Sky e Isadora tinham isso em comum. Embora nenhuma das duas sentisse necessidade de desabafar, haviam deixado claro em suas conversas que tinham um coração partido e em recuperação dentro do peito.Talvez esse ponto as aproximasse ainda mais que o tesão que sentiam.A escritora e a nerd estavam em silêncio no elevador do Gran Fine Hotel. A ruiva viera até ali acompanhando a amiga, que dizia ter algo para mostrar. Não era segredo que ambas realmente desejavam naquele momento.Quando as portas do elevador se abriram, a primeira coisa que Sky notara fo
Sair da zona de conforto nunca era algo tão simples.E embora Sky fosse uma mulher experiente no que diz respeito à sexo, ainda havia muitas coisas que não havia experimentado. Transar com outra mulher era um item que a ruiva sequer imaginara fazer um dia. A simples ideia de que outra mulher a deixasse excitada até poucos dias nem passava por sua mente.E mesmo com todo o tesão que sentia, mesmo sabendo o que desejava, Sky não se sentia segura sobre como conduzir aquela transa. Felizmente, havia duas coisas pesando a seu favor. A primeira era que a ruiva sabia admitir quando não estava no controle da situação. A segunda era que confiava na nerd.E deixara bem claro para a amiga como se sentia.Sky e Isadora eram mais parecidas do que qualquer um poderia imaginar. A diferença de idade era pouca, as duas eram curiosas, geeks, nerds e tinham pais ativos e liberais. Tinham sido cri
Dar é gostoso. Dar não é fazer amor.Dar é dar.Fazer amor é lindo, é sublime, encantador, é esplêndido.Mas dar é bom pra cacete.Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...Te chama de nomes que eu não escreveria...Não te vira com delicadeza...Não sente vergonha de ritmos animais.Dar é bom.Melhor do que dar, é só dar por dar.Dar sem querer casar...Sem querer apresentar para mãe...Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...Te amolece o gingado...Te molha o instinto.Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.Dar porque se você não der para ele hoje,vai dar amanhã, ou depois de amanhã.Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.Dar sem ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos,sem esperar ouvir futuro.Dar é bom, na hora.Durante um mês.Para os mais desavisados, talvez anos.Mas dar é dar demais e ficar v
A manhã seguinte à deliciosa noite de aventuras parecera combinada. Todos os envolvidos nas excitantes histórias da noite anterior tinham se levantado por volta das oito horas da manhã. Após os banhos matinais, todos se encontraram na cozinha, de forma quase sincronizada.Todos estavam sorridentes e despertos, ainda mais simpáticos que o normal.Não houvera um café da manhã com todo mundo reunido, pois todos tinham seus compromissos particulares no período matinal, mas haviam concordado de se reunirem para o almoço. Tão logo mãe e filha se viram, Isadora anunciara que voltaria para Dreamfield naquela tarde.O clima parecera ficar tenso, mas Lúcia não dissera nada deselegante, nem fizera qualquer tipo de proposta. Isadora deixara a propriedade junto de Sky, do namorado da escritora e de Marie, filha do casal de caseiros. A nerd apresentara a menina ao casal e