Ponto de Vista de PedroEstava quieto… quieto demais.Os arredores da casa pareciam ter olhos. Era assustador, como se as árvores e o lago tivessem olhos próprios.Vivi finalmente desceu as escadas. Rafaela a tinha convencido a descer, e eu sabia que só porque Diogo havia partido que ela sequer considerou sair do quarto. Não que ela estivesse se comunicando comigo ou com Matilde.Ela estava encolhida em uma posição protetora no sofá, observando Ricardo, Ana, Matilde e Rafaela jogarem cartas.Meus guerreiros estavam lá fora, vasculhando a área em busca de qualquer movimento suspeito. Eu podia vê-los pelas grandes janelas de vidro da casa do lago. Os olhos dos lobos deles só aumentavam a sensação assombrada da linha de árvores ao redor.— Alfa, a batalha começou. Os renegados chegaram. — Marcos empurra a informação pela conexão mental. Eu o havia posicionado para observar a batalha de uma distância segura, onde ele poderia me atualizar pela conexão mental.Se as coisas desandassem, n
…Encontro meus guerreiros posicionados perto de uma pequena cabana na floresta. A Casa do Lago ficava em uma localização remota, raramente visitada por humanos devido à má visibilidade na estrada principal. Acho que muitos nem sabem que ela existe.Ao inspecionar mais de perto a cabana, parecia ser usada como um lugar para armazenar lenha, mantendo-a seca da chuva.Por que alguém estaria aqui se não estivesse associado à batalha acontecendo nas terras da Pedra Preta?Uma sensação de inquietação começa a tomar conta de mim, algo não estava certo. O pavor profundo, surgindo do fundo do meu estômago, estava deixando meus sentidos em alerta máximo.— Alfa. — A voz de um guerreiro sussurra para mim através da conexão mental. Prática comum entre nós: se eu ordeno silêncio, meus guerreiros permanecem em silêncio... até mesmo pela conexão da Matilha.Caminho para a parte de trás da cabana, onde pegadas enlameadas cobrem o chão ao nosso redor. Isso é mais do que o cheiro de duas pessoas...
Ponto de Vista de Diogo— Danilo, às suas seis horas! — Eu grito para Danilo, lançando para ele uma espada no ar que ele consegue pegar e, em seguida, corta o pescoço de um renegado. A essa altura, já não precisaríamos de armas de reserva, as coisas estavam quase resolvidas aqui.Eles não tinham líder, ninguém para motivá-los ou incentivá-los a continuar. Eram como porcos sendo levados para o abate. Alguns já se rendiam, ajoelhados no chão lamacento, com as mãos erguidas. Guilherme e Gabriel cuidavam de prendê-los, sem dar brecha para surpresas. Quem estava no chão, ficava no chão.Danilo permaneceu ao meu lado durante toda a luta. Não se afastou nem por um segundo. Eu ainda não tinha decidido se deveria achar sua proximidade algo doce – claramente Matilde tinha ordenado que ele me mantivesse informado e ficasse por perto – ou se deveria me sentir insultado por ele pensar que eu pudesse me machucar. Se minhas mãos não estivessem ocupadas com renegados, eu já o teria matado por isso
Minha mente se torna um completo caos, lutando para focar na batalha. Eu preciso ir até ela... agora.— O Beta Guilherme está no comando. — Grito para meus guerreiros, minhas pernas já correndo na direção da Casa do Lago, sem esperar por uma resposta. Droga!— Guerreiros da Matilha Pedra Preta, comigo, sua Alfa está em apuros. — Ordeno, falando da minha Alfa, minha Luna.Danilo também não espera, ele está correndo atrás de mim, minha velocidade de Rei Alfa me impulsionando mais à frente. Gabriel estava liderando os guerreiros da Matilha Pedra Preta logo atrás de nós.Eu não deveria tê-los deixado, não é à toa que ela não estava nas malditas terras da Matilha Pedra Preta. Ela deve ter sabido que Matilde ficaria para trás. Ficaria com os gêmeos.Meu lobo uiva na minha mente, me empurrando mais rápido... seu próprio medo pelos nossos filhos à frente dos pensamentos.— Ela nos enganou. — Rosno, ao começar a ver fumaça à distância.Eu chego à Casa do Lago primeiro, meu coração afundando
Oi pessoal,Eu só queria aparecer aqui para pedir a ajuda de vocês.Estou em dúvida sobre o Pedro ter ou não o próprio livro.Eu adoraria fazer justiça a ele, mas nunca quero tomar o apoio de vocês como garantido. Então, se vocês gostariam de ver Pedro e Vitória com uma história mais longa só deles, coloquem A na caixa de comentários abaixo. Seria um livro de continuação antes de eu seguir para as histórias de Ana e Ricardo.Se vocês estiverem felizes com a história continuando como está e eu incorporar a história de Pedro e Vitória neste livro, mas a história deles será mais curta, então coloquem B.Obrigada por todo o carinho que vocês têm demonstrado por este livro, e por todas as mensagens que recebo também. ❤️
Ponto de vista de MatildeDiogo estava me bloqueando, mas meus guerreiros e Danilo não conseguiam. Eu precisava bloqueá-los, mas não conseguia. Eu precisava saber o que estava acontecendo. Sinto uma mão no meu ombro, e a voz de Rafaela me faz voltar à realidade.— Chá? — Pergunta ela, me ajudando a focar de novo.— Por favor, seria ótimo. — Respondo, virando-me para notar que Pedro não estava mais na casa.Olho ao redor, um pouco confusa.— Onde está Pedro?— Ele precisou verificar algo com seus guerreiros… Tenho certeza de que não é nada para se preocupar. — Rafaela tenta parecer calma, mas eu percebo sua tensão. As semanas de treinamento como parteira ajudaram-na a se manter serena em momentos de estresse. Ou melhor, ajudaram-na a parecer calma. Seu tom me lembra o de uma parteira tentando tranquilizar uma mãe em pânico durante o parto.Observo-a enquanto ela se atrapalha na cozinha. Derrama água ao encher a chaleira e deixa cair os saquinhos de chá do armário. Ela não colocou
O lago... nós precisamos ir para o lago. Os atacantes estavam na frente da casa e esperavam que corrêssemos em pânico para a linha de fogo deles. Mas eu precisava levar todos para um lugar seguro, precisava tirá-los daqui antes de lançar meu próprio ataque. Eu não deixaria que eles escapassem impunes disso.— Oh, Matilde! — A voz daquela diaba me chama de maneira sinistra e brincalhona.A Casa do Lago pode estar em chamas, as chamas criando um zumbido rugidor no ambiente calmo do lago, mas eu ainda consigo reconhecer sua voz. Sua risada maligna continua a ecoar.— Precisamos chegar até a água... — Sussurro enquanto o fogo começa a fazer sons de estalo, subindo pelas tábuas do chão até o andar de cima. Não tínhamos muito tempo. Eu os levaria para um lugar seguro e depois voltaria para acabar com essa vadia de uma vez por todas.— Aí está você. — Sua voz ecoa enquanto ela surge na parte de trás da casa do lago, perto da varanda, aparentemente feliz por nos encontrar ainda aqui.El
Ponto de Vista de VitóriaEu nunca quis ter uma loba, até este momento.Eu sou inútil para eles, para Matilde. Mas eu posso protegê-la com meu corpo, eles não vão me machucar. Eles me querem viva, eles não podem me matar. Eu estava confiante nesse pensamento até ouvir o disparo da arma e ver Rebeca se lançar sobre Matilde e derrubá-la no chão.Meu coração para ao ver a bala entrar no estômago de Rafaela, seu corpo sendo arremessado para trás com o impacto. Eu corro para uma Ana que está gritando, tendo acabado de ver a companheira de seu pai colapsar no chão diante de seus olhos inocentes.Algo sinistro desperta em Ricardo. Eu vejo Ricardo se virar, seus olhos segurando um olhar mortal. Ele vai atacar Felipe, mas eu o seguro. Ele tinha quatro anos... quatro. Sim, ele era bom no treinamento, mas morreria desafiando um macho adulto.— Não, Ricardo, me ajuda. Me ajuda com Rafaela. Me diz o que fazer. — Eu caio de joelhos, minhas rótulas doendo pela queda repentina enquanto tento acordar