Eu havia passado quatro anos construindo uma aliança como um ato de vingança, determinada a machucar Diogo e Rebeca onde mais doeria: a Aliança deles. Mas as coisas estavam tão diferentes agora. Ela estava nas celas, ele sabia que era o pai dos meus filhos… As coisas simplesmente estavam diferentes agora. Ele também havia pulado na frente de uma bala por mim. Eu simplesmente não conseguia mais encontrar no meu coração a motivação para perseguir a vingança como fiz antes. Eu era diferente. Ele era diferente.— Vou mandar um e-mail para avisá-los. Você quer que eu fique de olho nos gêmeos? — Ele pergunta, olhando pela janela e vendo Ana segurando a mão de Rafael.— O que ela está fazendo segurando a mão dele? — Ele resmunga, e eu não consigo evitar de dar uma risadinha.— Eu ia levá-los para uma caminhada depois que eu terminasse aqui. Você quer se juntar a nós?— Soa bem. Me avise pela conexão mental quando terminar e eu verei em que estágio de trabalho de parto minha paciente está.
Sou puxada para fora do meu escritório e para o pátio frontal da casa do Alfa. Ele tem que ser o último a sair do carro, não é? O carro esportivo vermelho que combina completamente com ele. Parece que ele adora, parece que cuida dele. Eu quero dirigir aquele carro contra uma parede de tijolos só para irritá-lo, só para fazê-lo sentir um pouco do que eu sinto. Não acho que ele já se importou com alguém, então o carro esportivo seria minha melhor aposta.Assim que Diogo sai do carro, Ricardo solta minha mão e corre até ele. Ana permanece um pouco atrás da minha perna, mas ainda segurando a mão de Rafael. Pobre Rafael.— Alfa Diogo. — Ricardo corre até Diogo, colidindo com sua coxa.— Uou, cuidado aí, Ricardo, você está ficando forte. — Diogo finge brincando que, com o impacto de Ricardo, perdeu o equilíbrio e tropeçou contra o carro antes de colocar a mão no ombro de Ricardo.— Desculpa. — Ouço Ricardo sussurrar enquanto seu rosto fica subitamente corado de vergonha.— De jeito nenhum, e
Por que não estariam?— Não seja tímido, Diogo, você não deve manter a Alfa Matilde em suspense. — Pedro se recosta, colocando as mãos atrás da cabeça, aparentemente extremamente relaxado no meu escritório.— Oh? — Olho para Diogo com uma sobrancelha arqueada, me perguntando o que poderia ser tão importante que não pudesse ser compartilhado por e-mail.Ele me surpreende ao se levantar e fechar a porta do escritório, certificando-se de que não seríamos ouvidos... Estou assumindo que pelas crianças. Por Ricardo. Suas ações estavam realmente começando a me assustar agora, e eu podia sentir meu coração acelerar. Ele deve ter ouvido a mudança, pois seus olhos se fixam em mim, brilhando como os de seu lobo.— Ela escapou! — Ele diz, olhando diretamente nos meus olhos.— O quê?— Ela escapou das nossas celas e...— E? — Eu rosno alto para ele.— Estamos procurando por ela, mas sua primeira tentativa de vingança será contra esta Matilha.Eu coloco a cabeça nas mãos, tomando um momento para ent
Ponto de Vista de MatildeEstou enraizada no chão, congelada pelas palavras que fazem meu sangue gelar.— O que você acabou de dizer? — Pergunto, sentindo o coração acelerar.— Ela confessou tudo... — Diogo responde, hesitante.— E você tem uma testemunha, alguém estava com você... Guilherme? — Insisto, tentando encontrar alguma lógica no que ele está dizendo.Ele me olha por um momento antes de balançar a cabeça gentilmente.— Não... — Sua voz é baixa, quase um sussurro.— Não! Então por que eu deveria acreditar em você? Isso poderia ser seu novo plano para se aproximar das crianças, para tirá-las de mim. — Meu tom está carregado de desconfiança e dor.— Não, Matilde, eu nunca faria isso. Estou te dizendo a verdade. Ela admitiu enquanto apontava uma arma para a minha cabeça. — A seriedade na voz dele me assusta.Uma arma na cabeça dele? Minha mente está girando, muita informação de uma vez só. Ela apontou uma arma para a cabeça dele e ele foi baleado? O que diabos aconteceu na Matilh
Eu giro no lugar e avanço em direção à porta, mas Diogo me puxa de volta antes que eu a alcance. Tento me soltar e rosno baixinho para ele:— Me solta.Ele não pode continuar me manipulando desse jeito. Aqui, eu sou a Alfa, e ele, apenas um convidado. Esta é o minha Matilha. Uma Matilha pelo qual eu sangrei e suei.— O que você vai fazer, ir atrás dela? — Ele rosna de volta para mim.— Absolutamente. — Retruco.— Você não está pensando direito. Está deixando sua raiva tomar conta de você... — Diz ele.— Não me diga como ficar com raiva, Diogo. — Rugo, lutando contra ele, mas ele consegue puxar meus braços para cima e me prende contra a parede.— Apenas se acalme, porra. É por isso que estamos aqui... é por isso que eu estou aqui. Para ajudar. — Seu nariz está muito perto do meu, e ele os esfrega juntos.Minha respiração falha ao seu toque, sua proximidade criando sua própria tempestade de intensidade. Fecho os olhos com força, tentando não deixar que seu cheiro, seu toque, me afetem.—
Ponto de Vista de DiogoAntes de sair do escritório, observei Matilde ajeitar sua camisa de seda rosa pálido e a saia lápis cinza claro. Droga, como eu queria levantar a saia dela e provar seu gosto, só para ver o quão doce ela era. O perfume de flor de cerejeira e sal dela estava me atraindo, e eu podia sentir os arrepios ao segurar suas mãos nas minhas. Ela era uma tentadora, e o que me matava era que ela nem sabia disso.Quando nos juntamos aos outros, percebi o sorriso que Guilherme e Pedro me deram.— Tudo certo, Alfa? — A voz de Guilherme soou na minha cabeça.— Sim, vamos trabalhar. — Respondi mentalmente.— Posso te mostrar meu quarto agora? — A mão de Ricardo envolveu a minha enquanto ele começava a me puxar.— Ricardo, não agora. Estamos dando um tour para nossos convidados pela Matilha. — Matilde deu um olhar firme para Ricardo.— Posso ir? — Ele olhou para a mãe com um olhar tão fofo e esperançoso.— Oooh, eu também? — Ana se intrometeu.— Ana, desde quando você se interes
Tínhamos perdido o treino de guerreiros e da Matilha, que acontece logo pela manhã. Isso era padrão para o treino da Matilha. Mas o que não era padrão é que todos os membros da Matilha, se pudessem, participavam do treino. O impacto do ataque à Matilha e o assassinato dos pais dela realmente ficou evidente. Ela queria que cada membro da Matilha fosse capaz de se defender em um ataque.Gabriel, um de seus Guerreiros Chefes, e como aprendi, pai de Rafael, me convidou para participar do treino de amanhã. Eu estava ansioso para ver os guerreiros treinados em ação e ter uma conversa com ele sobre a amizade de seu filho com Ana.Após o tour, voltamos para a casa do Alfa para almoçar. Durante o tour, deixamos de fora o hospital. Matilde não parecia interessada em nos levar até lá. Foi sobre isso que Danilo e ela estavam se comunicando por conexão mental? Mas eu tentaria dar uma olhada mais de perto amanhã.Ricardo estava realmente ansioso para me mostrar o seu quarto. Depois do almoço, ele e
Eu os observei, posicionados à minha frente, com os olhos fixos e atentos. Gabriel foi o primeiro a falar, cumprimentando os guerreiros e sinalizando para que se aproximassem. Ele sempre soube como comandar a atenção deles.— Bom dia, guerreiros... — Disse Gabriel, enquanto os guerreiros, sem hesitação, se moviam na direção dele.— Bom dia, Guerreiro Chefe. — Responderam em uníssono, mostrando respeito e prontidão. Percebi que não havia olhares cansados entre eles, todos pareciam descansados e fortes. Era bom, porque iam precisar disso. Isso também me dizia que ela ainda não havia contado a eles sobre a ameaça iminente. A decisão de ter mais de um guerreiro chefe também foi inteligente, mas eu presumia que isso era mais porque o Beta era médico e passava muito tempo no hospital.Gabriel então virou-se para mim, pronto para fazer as apresentações.— Este é o Alfa Diogo da Matilha Luar Vermelho. — Anunciou, e eu não pude evitar a sensação de desconforto ao ver a reação nos rostos dos gue