Destinado a mim pela Deusa da Lua, mas eu já estraguei tudo antes mesmo de ter uma chance com ela. A negligenciei durante os primeiros dois anos, completamente envolvido em mim mesmo e em ser o Rei Alfa mais forte que já existiu. Meu avô foi o primeiro a iniciar a aliança, alguns anos antes do meu pai assumir... depois eu. Décadas a minha família trabalhou para construir a Aliança, então merda! Ela só leva quatro anos... quatro anos para iniciar a própria e começar a desgastar a Aliança do Luar Vermelho. Ela nem sequer precisou mostrar seu rosto. Nem precisou visitar as Matilhas para pressionar. Ela fez tudo isso escondida, se escondendo de mim, escondendo nossos filhos. Ainda assim, ela fez uma impressão tão grande nessas Matilhas que estavam dispostas a abandonar uma Aliança há muito estabelecida e ir contra mim. Quão poderosa era Matilde? O que havia no caminho à sua frente? É por isso que Rebeca queria que ela morresse, queria que ela sumisse. Será que ela sabia na época o quanto e
Ponto de Vista de DiogoEstou caindo por um penhasco, caindo e não consigo me segurar em nenhuma rocha ao lado do penhasco. É constante, como se a gravidade estivesse me puxando para baixo.Estou morto? Estou caindo no inferno?Meu estômago dói com a queda contínua antes que minha mão consiga se agarrar a uma margem de grama. Esse penhasco nunca parecia ter fim.Com um impulso na minha nova posição, paro de cair e olho para meus pés pendurados. Esse penhasco não tinha fim nem começo, era apenas constante. Não havia céu, nem chão… apenas penhasco.Eu me puxo para cima, o que dói. Sinto as feridas de bala ainda nas minhas costas.Uso toda a minha força para me levantar totalmente na pequena lateral do penhasco, deitando meu corpo. Tentando deixar a sensação de vertigem passar. Tentando recuperar meus sentidos.Ouço um barulho acima de mim e levanto a cabeça para ver um corvo preto circulando acima de mim. Assim que o noto, ele mergulha e pousa ao meu lado.Ele me observa por um momento
Ele não estava lá, ele matou o outro guarda. Fico chocado ao ouvir isso, como diabos ela conseguiu fazer com que ele fosse contra minha aura de Alfa e a conexão da Matilha? E onde diabos eles estão? Guilherme me oferece a cadeira, mas eu não consigo sentar, preciso me mover. Rebeca tinha uma vantagem inicial e eu sabia que ela não pararia até conseguir o que queria. Ela estaria repensando seu plano, ainda queria poder e eu estava cada vez mais preocupado com as tentativas que ela faria para obter esse poder.— Ainda estamos procurando por eles, mas com alguns dos guerreiros seguindo o comboio de Matilde, perdemos aquela janela de segurança total e eles aproveitaram. — Guilherme me atualiza.— Ela está bem? Matilde e as crianças... eles conseguiram voltar para a Matilha? — Minha voz sai quase como a de um cachorro derrotado, mas eu precisava saber que eles estavam seguros. Eu não sabia quanto tempo tinha ficado inconsciente, e não estava lá para colocar medidas em prática para protegê
Ponto de Vista de MatildeEu me joguei nas tarefas do clã, mantendo-me ocupada para não pensar demais. Era só trabalho, trabalho, trabalho. Certifiquei-me de terminar os assuntos principais do clã antes do horário do almoço e então passei a tarde com Ricardo e Ana. Fazíamos bolos de banana, pintávamos, brincávamos de piratas, esconde-esconde… qualquer coisa para ocupar o tempo. Os eventos recentes me mostraram que eu precisava passar o máximo de tempo possível com eles. As coisas podem mudar tão rapidamente.Já se passaram cinco dias desde nossa dramática evacuação da Matilha Luar Vermelho. Nem gosto de lembrar como foi nossa partida. Que patética eu devo ter parecido sendo carregada para o carro por Danilo, desabando na frente de Diogo. Só de pensar nisso, sinto náuseas, então tento me manter ocupada, não dando espaço para minha mente vagar.Danilo estava ainda mais ocupado do que eu. No dia seguinte ao nosso retorno, uma mãe expectante chegou já em trabalho de parto, jogando Danilo
Eu havia passado quatro anos construindo uma aliança como um ato de vingança, determinada a machucar Diogo e Rebeca onde mais doeria: a Aliança deles. Mas as coisas estavam tão diferentes agora. Ela estava nas celas, ele sabia que era o pai dos meus filhos… As coisas simplesmente estavam diferentes agora. Ele também havia pulado na frente de uma bala por mim. Eu simplesmente não conseguia mais encontrar no meu coração a motivação para perseguir a vingança como fiz antes. Eu era diferente. Ele era diferente.— Vou mandar um e-mail para avisá-los. Você quer que eu fique de olho nos gêmeos? — Ele pergunta, olhando pela janela e vendo Ana segurando a mão de Rafael.— O que ela está fazendo segurando a mão dele? — Ele resmunga, e eu não consigo evitar de dar uma risadinha.— Eu ia levá-los para uma caminhada depois que eu terminasse aqui. Você quer se juntar a nós?— Soa bem. Me avise pela conexão mental quando terminar e eu verei em que estágio de trabalho de parto minha paciente está.
Sou puxada para fora do meu escritório e para o pátio frontal da casa do Alfa. Ele tem que ser o último a sair do carro, não é? O carro esportivo vermelho que combina completamente com ele. Parece que ele adora, parece que cuida dele. Eu quero dirigir aquele carro contra uma parede de tijolos só para irritá-lo, só para fazê-lo sentir um pouco do que eu sinto. Não acho que ele já se importou com alguém, então o carro esportivo seria minha melhor aposta.Assim que Diogo sai do carro, Ricardo solta minha mão e corre até ele. Ana permanece um pouco atrás da minha perna, mas ainda segurando a mão de Rafael. Pobre Rafael.— Alfa Diogo. — Ricardo corre até Diogo, colidindo com sua coxa.— Uou, cuidado aí, Ricardo, você está ficando forte. — Diogo finge brincando que, com o impacto de Ricardo, perdeu o equilíbrio e tropeçou contra o carro antes de colocar a mão no ombro de Ricardo.— Desculpa. — Ouço Ricardo sussurrar enquanto seu rosto fica subitamente corado de vergonha.— De jeito nenhum, e
Por que não estariam?— Não seja tímido, Diogo, você não deve manter a Alfa Matilde em suspense. — Pedro se recosta, colocando as mãos atrás da cabeça, aparentemente extremamente relaxado no meu escritório.— Oh? — Olho para Diogo com uma sobrancelha arqueada, me perguntando o que poderia ser tão importante que não pudesse ser compartilhado por e-mail.Ele me surpreende ao se levantar e fechar a porta do escritório, certificando-se de que não seríamos ouvidos... Estou assumindo que pelas crianças. Por Ricardo. Suas ações estavam realmente começando a me assustar agora, e eu podia sentir meu coração acelerar. Ele deve ter ouvido a mudança, pois seus olhos se fixam em mim, brilhando como os de seu lobo.— Ela escapou! — Ele diz, olhando diretamente nos meus olhos.— O quê?— Ela escapou das nossas celas e...— E? — Eu rosno alto para ele.— Estamos procurando por ela, mas sua primeira tentativa de vingança será contra esta Matilha.Eu coloco a cabeça nas mãos, tomando um momento para ent
Ponto de Vista de MatildeEstou enraizada no chão, congelada pelas palavras que fazem meu sangue gelar.— O que você acabou de dizer? — Pergunto, sentindo o coração acelerar.— Ela confessou tudo... — Diogo responde, hesitante.— E você tem uma testemunha, alguém estava com você... Guilherme? — Insisto, tentando encontrar alguma lógica no que ele está dizendo.Ele me olha por um momento antes de balançar a cabeça gentilmente.— Não... — Sua voz é baixa, quase um sussurro.— Não! Então por que eu deveria acreditar em você? Isso poderia ser seu novo plano para se aproximar das crianças, para tirá-las de mim. — Meu tom está carregado de desconfiança e dor.— Não, Matilde, eu nunca faria isso. Estou te dizendo a verdade. Ela admitiu enquanto apontava uma arma para a minha cabeça. — A seriedade na voz dele me assusta.Uma arma na cabeça dele? Minha mente está girando, muita informação de uma vez só. Ela apontou uma arma para a cabeça dele e ele foi baleado? O que diabos aconteceu na Matilh