Tamia Depois da estranha conversa com Stephanie, eu não estava animada para o almoço nem para o jantar. Percebi que ela se importava muito com Sylvester e era possessiva em relação a ele. Precisava tomar cuidado para não causar conflitos entre eles. Sentada no sofá do nosso quarto, observei Lilly e Sylvester. Embora meus olhos estivessem fixos neles, as palavras de Stephanie me incomodavam, pois significavam que ela havia fingido no dia em que nos conhecemos. Lilly estava no computador, trabalhando nos códigos, enquanto Sylvester a monitorava. Pude ver que ele gostava dela de um jeito fraternal, o que tornava ainda mais triste o fato de ela estar espalhando mentiras sobre o relacionamento dos dois. Fiquei em silêncio o tempo todo e não estava nem um pouco ansiosa para sair do quarto. Logo chegou a hora do almoço, e Sylvester achou que seria educado almoçarmos com a mãe dele. Eu não podia recusar, então concordei em acompanhá-lo. Lilly saiu do nosso quarto, e Syl
— Tamia fez isso. — Disse Sylvester, e Dominic riu. — Claro que fez; ela está acostumada com esse tipo de trabalho. Não era esposa de outro homem antes de você tomá-la como espólio? — Dominic continuou, e antes que Sylvester pudesse responder, Stephanie o interrompeu. — Você não vai desrespeitar Tamia nem seu irmão na casa dele. Pode ser uma propriedade dos Volkov, mas, como Senhor do Norte, este é o lar dele, e, como futura Luna, este é o lar de Tamia. Todos nós temos nossas reservas, mas não vou permitir que você se comporte dessa maneira. — Advertiu ela, e ele balançou a cabeça. — Não acredito que a senhora está de acordo com isso, mãe. Ele está cometendo um erro terrível com essa mulher. Todo prisioneiro deseja encontrar o favor de seu carcereiro para tornar sua vida mais fácil. Como pode deixá-lo jogar sua vida fora? Ele pode escolher entre muitas jovens virgens no Norte. Se forem muito jovens e inexperientes, podemos encontrar alguém ou procurar Susan no Sul e trazê-l
— Por favor, fique, filho. Faz tempo que não passamos um tempo juntos. Dominic se comportará de agora em diante. Ele não questionará mais suas decisões, nem dirá nada a você ou a Tamia. — Disse ela, e eu sabia que Sylvester não queria ficar. — Eu deveria ir. Este é um almoço em família. — Falei, mas Sylvester me deteve. — Você é minha família, e Dominic terá que aceitar isso, goste ou não. — Como eu disse, mãe. — Continuou Sylvester, voltando-se para ela. — Tomarei chá e passearei pelo jardim com você, mas, enquanto Dominic estiver aqui, não me sentarei com vocês para o café da manhã, almoço ou jantar. Tamia é minha Luna; marquei-a com meu cheiro, então ela é minha. Qualquer atitude contra ela será considerada traição. Não me importo com o que os outros pensam. Mas quem a desrespeitar, insultar ou tentar colocar sua vida em risco terá que lidar comigo. — Afirmou ele, e ela balançou a cabeça. — Você deveria ter esperado até a noite de núpcias antes de marcá-la com seu cheiro
Tamia Uma semana se passou, e a data do jantar na mansão de Vino se aproximava. Avery organizou várias festas de chá no jardim, algumas das quais foram frequentadas por Stephanie, que sempre se manteve cordial comigo. Nunca ficamos a sós, então ela não teve oportunidade de me dizer o que realmente sentia. Avery conseguiu o que queria, pois exalava o cheiro de Marcel. Acho que ele estava completamente apaixonado por ela. Por outro lado, Linda e Theodore permaneciam estagnados, e eu sabia que Linda era quem ditava o ritmo da relação. Sylvester decidiu que voltaríamos a jantar na pequena sala de jantar, como costumávamos fazer. Sua mãe e Dominic ainda comiam separadamente de nós. Foi uma mudança bem-vinda, pois comer no quarto estava se tornando cansativo e tedioso. Ainda estávamos decidindo o que vestir para o jantar na mansão de Vino, então Avery me chamou através do vínculo para que eu fosse até a ala dos Betas discutir nossos trajes. Ela e Linda evitavam a ala
— Você não acha que sua mãe deveria cuidar disso? Ela é a Luna. — Perguntei, e ele franziu a testa. — Ela não é minha Luna. O tempo dela já passou. — Respondeu, acariciando minha mão e beijando meu pescoço. — Estou pedindo que você cuide do cardápio porque vamos receber alguns convidados daqui a duas noites. Quero anunciar oficialmente nosso noivado, apresentar você ao conselho e aos Alfas do Norte e do Oeste. Também preciso que escolha o local da cerimônia. — Explicou. Não fazia ideia de como Stephanie se sentiria em relação a isso, mas preferi não tocar no assunto. Depois do que Sylvester fez com o irmão por minha causa, não queria causar mais conflitos. — Tudo bem, eu vou tentar. — Respondi, e ele sorriu antes de beijar meu pescoço, arrancando de mim um suspiro suave. Ele tinha esse efeito sobre mim. — Vou precisar de um pouco mais do que isso. — Murmurou, mordiscando delicadamente meu lóbulo. Ele sabia exatamente o que estava fazendo, e eu também sabia que a
— Eu não posso arriscar. Ninguém pode entender o que passei naquela cela. Quando perdi meu bebê. Essa foi a única razão pela qual continuei insistindo. Eu fui de Luna a pr*stituta da alcateia. Mesmo sem querer, meu marido exigia isso de mim como entretenimento. Eu não posso simplesmente me levantar e fingir que nada disso aconteceu. Não posso. Acredite, eu tentei. — Disse ela, com lágrimas escorrendo pelo rosto. — Eu tinha tudo. Terras, dinheiro e poder, e aquele desgraçado tirou tudo de mim e me deixou sem nada. Ele me entregou aos soldados do Norte como se eu não fosse nada. Para ele, eu não significava absolutamente nada. Tudo o que meu pai me deixou está em posse dele. Nunca precisei estar à mercê de ninguém, mas aqui estou. Não possuo nada. — Disse ela, enxugando as lágrimas. — Eu ofereci a Theodore um relacionamento sem compromisso porque não quero me machucar de novo. — Disse ela, chorando. — Eu não quero sofrer. Não quero viver com medo e chorar até dormir. Se Theodore
Tamia Planejar o jantar de noivado foi cansativo, mas Avery e Linda deram conta do recado. Linda havia voltado para o quarto de Theodore e, embora ele não a tivesse expulsado, estava cauteloso com ela. Percebi isso durante o jantar. Suas ações o machucaram, e ele precisava de tempo para superar, assim como ela. Stephanie ajudou imensamente com a disposição dos assentos e o cardápio do jantar de noivado, o que me fez perceber que ela já havia superado tudo. Eu estava na sala de dança, admirando o que havíamos feito. Stephanie tomava uma taça de vinho com Avery, enquanto Linda bebia suco. Havíamos trabalhado por um dia e meio, fazendo apenas pequenas pausas para comer e dormir. Estávamos exaustas. Fiquei me perguntando por que Sylvester não me deixou contratar um organizador de eventos para isso. Ele se recusou a me explicar, mas eu acreditava que tinha a ver com confiança e acessibilidade. Me juntei às mulheres na mesa em que estavam sentadas, e Stephanie sorriu
— Eu costumava ser parteira. Sua aparência, mudanças de humor, sensibilidade extra a cheiros e fadiga constante são todos sinais iniciais de gravidez. Se não acredita em mim, pode fazer um teste para ter certeza. — Disse ela, e eu simplesmente não conseguia acreditar. Senti uma pontada de ciúmes porque queria que fosse comigo. Linda sempre teve uma ligação especial com bebês. — Tenho alguns testes que você pode usar. — Disse Avery a Linda. — Comprei porque Marcel e eu estamos tentando. — Confessou ela, e Stephanie me lançou um olhar significativo. — E você e Sylvester? — Perguntou Stephanie, e eu sorri. — Estou com inveja da Linda agora, porque Sylvester e eu também estamos ansiosos para que isso aconteça. — Confessei, e Stephanie sorriu. — Eu também estou ansiosa. Será maravilhoso ter pequenos Volkovs correndo por aí. As crianças sempre trazem vida a um lar. — Vocês se importam de estar comigo quando eu fizer o teste? — Perguntou Linda, soando um pouco nervosa, e