O Homem da Minha Vida Mel saiu cabisbaixa segurando a mão do namorado que tinha pressa em sair dali. Em pouco tempo, o carro de Diogo estacionava diante da sua casa.Mel olhou admirada para o muro alto que escondia uma casa grande que ocupava quase um quarteirão. Na pequena cidade de Praia Azul, era a maior, porque a família de Diogo era abastada, dona de um imenso supermercado que servia também as cidades vizinhas. Um funcionário veio abrir o grande portão para o carro de Diogo entrar. Mel percebeu que um jardim bem cuidado vinha antes da porta principal da casa. Havia um espaço coberto, do lado, onde alguns carros se protegiam da chuva e do sol. Diogo entrou na casa como se fosse um príncipe, já procurando ser recebido por algumas funcionárias. Olhou para elas e foi dando ordens. — Eva, Mara, tragam os pertences da minha noiva que estão no meu carro e coloquem no meu quarto.Mel cumprimentou as moças com a cabeça e ficou parada, sem saber qual seria o próximo passo.Diogo c
O Homem da Minha Vida As três moças saíram andando pela beira mar e queriam falar ao mesmo tempo. — Meu Deus, Mel! Casar! Que loucura, você nem conhece o Diogo!— Nice se queixava. — Não tenho escolha, Nice, estou grávida, lembra?— Mel argumentou.Iara levantou o braço em sinal de que tinha algo importante a dizer. As amigas se calaram e ela disse: — Precisa fazer o teste antes desse casamento, Mel! Diogo já provou que é desequilibrado, vai estragar a sua vida!Mel continuou andando, mas estava confusa. — Nem pensei nisso, estou tão certa dessa gravidez, amiga!— ela disse num fio de voz.Iara revirou os olhos impaciente e retrucou: — Amanhã quando o Diogo for trabalhar, vamos fazer o teste!Nice disse preocupada: — Precisamos ir numa cidade vizinha, onde ninguém nos conheça!Mel suspirou impaciente e respondeu: — Tem razão, Nice! Não havia pensado nisso. Iara abraçou a amiga, girando o seu corpo para fazerem o caminho de volta, enquanto dizia: — Calma, amiga, aconteceram muit
O Homem da Minha Vida No dia seguinte, Mel procurou parecer tranquila no café da manhã. Esperou Diogo sair com o pai. Passavam das oito horas da manhã, quando ela finalmente viu a chance de sair. Sua sogra foi ao mercado, pois faltavam algumas coisas. Eva acompanhou a patroa e Mara se ocupou na cozinha. Mel saiu sem causar curiosidade. Chegando no quiosquebar, não demorou muito e Iara apareceu junto com Nice. — Menina, o meu marido já está desconfiado das minhas saídas fora de hora, mas ele concorda que o seu casamento é uma canoa furada!— era o desabafo de Nice, que chegava ofegante passando a mão na barriga.Iara tinha pressa em sair logo e foram pegar o primeiro ônibus que saía da rodoviária. As três seguiram ansiosas pela curta viagem que separava as duas cidades.Desceram ansiosas à procura da clínica onde Mel faria o exame.Depois de colher o material necessário, Mel teve que esperar algumas horas. Já passava da hora do almoço quando elas foram buscar o resultado.Iara foi
O Homem da Minha Vida Eva estava empolgadíssima, enquanto Mara, meneava a cabeça contrariada.Mel sorria satisfeita, pois precisava saber mais sobre o homem com quem se casaria em poucos dias.Eva fez um gesto com as mãos, parando de mexer com a colher de pau e sorriu antes de continuar: — Ele chega bêbado lá no sítio da moça, força a coitada a se deitar com ele e dizem que ela já tirou até menino dele!Mel sobressaltou-se interrompendo Eva: — Ele fez ela abortar? — Foi aborto instantâneo, mas foi raiva que ela passou dele!— Eva explicou rapidamente.Mel deixou o corpo relaxar na cadeira novamente, lembrando dos momentos de terror que passou com Diogo e temia os que estariam por vir.Pensava que nem via a hora em que ele chegava, então deduziu que fazia sentido agora depois de ouvir as narrativas de Eva.Mara viu que Mel estava abalada e se aproximou da amiga forçando-a a virar-se de volta para o fogão dizendo-lhe: — Já chega, Eva, esse almoço precisa sair no horário e a dona
O Homem da Minha Vida Diogo não tocou no assunto com Mel, faltava menos de uma semana para o casamento. Ele andava calado, chegava cedo em casa e muitas vezes Mel o surpreendeu lhe observando tomar banho, os olhos dele procuravam no seu ventre um sinal da sua gravidez, ela sabia disso, por isso, não se importava de andar sem roupa pelo quarto, passando na frente dele o tempo todo, aliás ela já estava sentindo falta de fazer amor com ele, como se fosse abstinência. Diogo estava distante, pensativo, muitas vezes Mel adormecida vendo-o na varanda, sentado de costas para ela e imaginava que acordaria com ele lhe tocando, mas o dia amanhecia e quando acordava, ele já estava de pé, pronto para trabalhar.Chegou o dia do casamento finalmente, Mel estava linda, duas moças estavam no quarto lhe arrumando. Diogo estava na igreja, ansioso para casar logo, pisou em ovos na última semana para que Mel sequer pensasse em desistir e agora estava suando muito.Augusto veio sorrindo acalmar o filho
O Homem da Minha Vida Mas não existia felizes para sempre, e nem era Rodolpho quem falava impaciente: — Venha logo! Mate a sua vontade de me tocar, eu não tenho o dia todo!Mel despertou da sua ilusão e ajoelhou-se diante do seu marido, como uma esposa obediente. Diogo ergueu o quadril para cima sinalizando que queria ser tocado e Mel respirou fundo e foi satisfazê-lo. Diogo soltava gemidos abafados, enquanto a mulher lhe tocava com a boca voraz.Mel estava sedenta e não conseguia disfarçar o quanto queria intimidade com o marido e por um momento pensou que aquele fosse o caminho para que o seu casamento desse certo, mas Diogo deixou aflorar o seu lado violento e a puxou com força falando: — Vem logo, não estou mais aguentando, senta em cima de mim!As mãos de Diogo pareciam furar a pele delicada do quadril de Mel, ela tentava sair de cima dele, mas ele lhe forçava como um animal. — Fica aí quietinha!— ele disse em tom de ordem.Mel não conseguia mais sentir prazer, só dor,
O Homem da Minha Vida Um tempo se passou e o casal se olhava como se pudessem ficar ali para sempre. — Rodolpho, porque não deu certo o nosso amor?!— Mel lamentou.Rodolpho sorriu carinhosamente e os seus olhos brilharam sob a luz fraca do sol que ainda aparecia tímido naquela hora da manhã. Ele suspirou e trouxe o corpo da sua amada mais para perto e respondeu: — Desencontros dessa vida nos separou, mas ainda não é o nosso momento.Mel se afastou um pouco soltando o pescoço de Rodolpho e os seus olhos procuraram a sua imensa barriga de quase oito meses e disse suspirando: — Sim, eu sei!Rodolpho ergueu o rosto de Mel com a delicadeza das suas mãos e contestou: — Não se sinta assim, meu amor! O seu filho é uma benção!Mel olhou fixamente para os olhos de Rodolpho imaginando se ele sabia o preço que lhe custava estar carregando aquele filho no ventre.Ela desviou os olhos e começou a falar um pouco da sua dor: — Eu tentei impedir o seu casamento, eu cheguei tarde, mas sei que não
O Homem da Minha Vida Helena tinha a impressão de ser seguida, mas acabava por achar que era coisa da sua cabeça. Mel estava pesada e não saía mais para caminhar, mas não tinha visto Rodolpho depois daquele encontro na praia, Ela não sabia, mas Raquel teve algumas complicações e Rodolpho estava sempre a levá-la para o hospital.Antônio estava mais em casa, andava enciumado com a amizade de Arminda e Marcondes. — Ele é sogro do nosso filho, Antônio, não faz sentido o seu ciúme!— Arminda dizia sempre. Antônio falava inconformado: — Ele não disfarça, olha para você descaradamente na minha frente! Por que não se casou? Está viúvo há tanto tempo! — Enquanto que você tem duas famílias!— Arminda alfinetou. — Não tenho ido mais para casa da Manoela, você bem sabe!— Antônio disse impaciente. A filha mais velha de Manoela, Rose, já tinha vinte anos e a mais nova dez, Antônio não tinha paciência com tantas mulheres na mesma casa. Andava afastado e Manuela não fazia questão da sua presenç