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CAPÍTULO - 6 ( Luna Cassano

Ele estava morando no condomínio de casas onde iriamos morar depois do casamento, aquele lugar foi escolhido por mim, pois parecia o castelo das minhas histórias infantis. A decoração externa era suntuosa e planejada para causar a impressão de um conto de fadas.

O interior do meu lar tinha sido decorado conforme meus desejos, a arquiteta havia acertado em todos os detalhes. Quando cheguei a recepção do meu luxuoso condomínio, parei o carro na guarita e cumprimentei nosso porteiro.

— Boa tarde, Donato. Como o senhor está?

— Boa tarde, senhorita Luna, estou bem. A coluna do senhor Otaniel está melhorando? — Não entendi o que ele quis dizer.

— Coluna? — Eu o olhei sem entender.

— Sim, a fisioterapeuta dele acabou de chegar. — Senti um baque no coração, mas resolvi entrar na dele.

— Ah, sim, claro. Desculpe-me, ando com a cabeça nas nuvens. Espero que ela esteja cuidando bem dele e não falte com o compromisso.

— Pode ficar tranquila, a senhorita Camilla, vem todos os dias. O senhor deu um sorriso feliz, como se estivesse me ajudando.

Balancei a cabeça sorrindo e dei saída com meu carro. Meu coração estava batendo a ponto de me fazer tossir com falta de ar. Meu noivo nunca precisou de fisioterapeuta, não existia nada de errado com a coluna dele.

Estacionei alguns metros da nossa casa e respirei algumas vezes. Eu precisava me controlar para não fazer nenhuma besteira. Depois de alguns minutos respirando fundo, tomei coragem e caminhei até a nossa entrada.

Usei a minha chave e entrei devagar, sem fazer barulho. Bastou dar alguns passos, para ver roupas espalhadas pelo sofá. As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto e andei em direção ao nosso quarto. Quando entrei e vi nossa cama toda bagunçada, senti um ódio mortal subindo pelo meu rosto. A porta da suíte estava aberta, ouvi o barulho do chuveiro e gemidos.

Paralisei na porta com medo de encarar a verdade. Depois de alguns segundos ouvindo gemidos e palavras desconexas, resolvi entrar. A cena a minha frente foi bizarra. Eu me deparei com meu noivo segurando os cabelos longos de uma mulher, puxando seus cabelos para trás, enquanto ele metia nela.

Senão bastasse, o segurança dele estava nu em frente a mulher, com a boca em seu seio e com a mão no meio de suas pernas. Permaneci boquiaberta assistindo aquela orgia, até ser percebida por eles.

A mulher me olhou com desejo, me deixando enojada. O segurança aguardou a reação do seu chefe e para meu total espanto, Otaniel não se incomodou com minha presença e ainda teve a coragem de me convidar.

— Vai ficar olhando, Luna? Por que não aproveita para aprender alguma coisa? Garanto que vai gostar.

Os três riram da minha expressão de repulsa.

— Você está louco, Otaniel? Como ousa fazer isto comigo e ainda me chamar para se juntar a vocês?

— Simples, minha noivinha, gosto de transar assim. É melhor se acostumar, porque quando nos casarmos faremos festinhas como esta.

— Você está louco? Eu não quero isto para minha vida. Nunca mais se aproxime de mim.

Eu virei as costas para sair correndo daquela casa, mas ainda consegui ouvir a gargalhada dele e sua frase final.

— Vamos ver senão haverá casamento, noivinha.

Entrei no meu carro e saí daquele condomínio sem olhar para trás.

Bastou passar pela recepção, dirigir por uns cinco minutos e precisei parar o carro para vomitar. Eu nunca esperei nada parecido do Otaniel. Cresci fazendo planos para nossa vida a dois, mas o príncipe só existia na minha imaginação.

O sonho encantado de um homem romântico, carinhoso, protetor, foi destruído. Embaixo do chuveiro, não parecia em nada com o noivo que idealizei.

Esperei me acalmar para seguir até minha casa. Eu não daria conta de esperar, conversaria com meus pais e avô para acabar com aquela farsa. Quando entrei na grande sala de jantar, me deparei com toda a família sentados em volta da mesa, pois vovô não abria mão de estarmos juntos.

Mamãe foi a primeira a falar:

— Desistiu de jantar com seu noivo, querida? Eu deveria ter deixado a conversa com meus pais para depois, mas esperar nunca foi o meu forte.

— Não existe mais noivo, mamãe.

Meu avô parou o garfo a caminho da boca e me olhou com uma expressão brava.

— Que besteira é esta, menina? Está louca?

— Não estou louca, vovô, só não quero mais me casar com aquele Maledetto.

— Luna, você não tem esta opção, mocinha. Quem decide isto sou eu e você á a prometida dele desde a infância. Que besteira é esta?

— Eu não... – mamãe me interrompeu.

— Calma, sogro. Vamos conversar com calma depois do jantar, entender o que está acontecendo e depois resolvemos.

Perdi a cabeça ao ouvir minha mãe tentar amenizar os fatos.

— Não tem opção, mamãe. Não vou me casar com um homem que neste momento está fazendo sexo a três no banheiro da casa que seria nossa.

O silêncio foi geral. Todos me olharam com expressão assustada. Saímos do total estado de choque, quando meu avô deu um soco na mesa.

— Cala esta boca, Luna. Suba para seu quarto agora.

Olhei para meu avô com ódio. Mamãe se levantou e o Capo da família deu uma ordem a ela.

— Sente-se Aurora, o jantar ainda não acabou.

Mamãe ainda resistiu, mas meu pai puxou sua mão de forma discreta e ela voltou a se sentar. Virei as costas e subi as escadas correndo em direção ao meu quarto. Eu só queria sumir daquela casa e da máfia.

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