Ele estava morando no condomínio de casas onde iriamos morar depois do casamento, aquele lugar foi escolhido por mim, pois parecia o castelo das minhas histórias infantis. A decoração externa era suntuosa e planejada para causar a impressão de um conto de fadas.
O interior do meu lar tinha sido decorado conforme meus desejos, a arquiteta havia acertado em todos os detalhes. Quando cheguei a recepção do meu luxuoso condomínio, parei o carro na guarita e cumprimentei nosso porteiro.
— Boa tarde, Donato. Como o senhor está?
— Boa tarde, senhorita Luna, estou bem. A coluna do senhor Otaniel está melhorando? — Não entendi o que ele quis dizer.
— Coluna? — Eu o olhei sem entender.
— Sim, a fisioterapeuta dele acabou de chegar. — Senti um baque no coração, mas resolvi entrar na dele.
— Ah, sim, claro. Desculpe-me, ando com a cabeça nas nuvens. Espero que ela esteja cuidando bem dele e não falte com o compromisso.
— Pode ficar tranquila, a senhorita Camilla, vem todos os dias. O senhor deu um sorriso feliz, como se estivesse me ajudando.
Balancei a cabeça sorrindo e dei saída com meu carro. Meu coração estava batendo a ponto de me fazer tossir com falta de ar. Meu noivo nunca precisou de fisioterapeuta, não existia nada de errado com a coluna dele.
Estacionei alguns metros da nossa casa e respirei algumas vezes. Eu precisava me controlar para não fazer nenhuma besteira. Depois de alguns minutos respirando fundo, tomei coragem e caminhei até a nossa entrada.
Usei a minha chave e entrei devagar, sem fazer barulho. Bastou dar alguns passos, para ver roupas espalhadas pelo sofá. As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto e andei em direção ao nosso quarto. Quando entrei e vi nossa cama toda bagunçada, senti um ódio mortal subindo pelo meu rosto. A porta da suíte estava aberta, ouvi o barulho do chuveiro e gemidos.
Paralisei na porta com medo de encarar a verdade. Depois de alguns segundos ouvindo gemidos e palavras desconexas, resolvi entrar. A cena a minha frente foi bizarra. Eu me deparei com meu noivo segurando os cabelos longos de uma mulher, puxando seus cabelos para trás, enquanto ele metia nela.
Senão bastasse, o segurança dele estava nu em frente a mulher, com a boca em seu seio e com a mão no meio de suas pernas. Permaneci boquiaberta assistindo aquela orgia, até ser percebida por eles.
A mulher me olhou com desejo, me deixando enojada. O segurança aguardou a reação do seu chefe e para meu total espanto, Otaniel não se incomodou com minha presença e ainda teve a coragem de me convidar.
— Vai ficar olhando, Luna? Por que não aproveita para aprender alguma coisa? Garanto que vai gostar.
Os três riram da minha expressão de repulsa.
— Você está louco, Otaniel? Como ousa fazer isto comigo e ainda me chamar para se juntar a vocês?
— Simples, minha noivinha, gosto de transar assim. É melhor se acostumar, porque quando nos casarmos faremos festinhas como esta.
— Você está louco? Eu não quero isto para minha vida. Nunca mais se aproxime de mim.
Eu virei as costas para sair correndo daquela casa, mas ainda consegui ouvir a gargalhada dele e sua frase final.
— Vamos ver senão haverá casamento, noivinha.
Entrei no meu carro e saí daquele condomínio sem olhar para trás.
Bastou passar pela recepção, dirigir por uns cinco minutos e precisei parar o carro para vomitar. Eu nunca esperei nada parecido do Otaniel. Cresci fazendo planos para nossa vida a dois, mas o príncipe só existia na minha imaginação.
O sonho encantado de um homem romântico, carinhoso, protetor, foi destruído. Embaixo do chuveiro, não parecia em nada com o noivo que idealizei.
Esperei me acalmar para seguir até minha casa. Eu não daria conta de esperar, conversaria com meus pais e avô para acabar com aquela farsa. Quando entrei na grande sala de jantar, me deparei com toda a família sentados em volta da mesa, pois vovô não abria mão de estarmos juntos.
Mamãe foi a primeira a falar:
— Desistiu de jantar com seu noivo, querida? Eu deveria ter deixado a conversa com meus pais para depois, mas esperar nunca foi o meu forte.
— Não existe mais noivo, mamãe.
Meu avô parou o garfo a caminho da boca e me olhou com uma expressão brava.
— Que besteira é esta, menina? Está louca?
— Não estou louca, vovô, só não quero mais me casar com aquele Maledetto.
— Luna, você não tem esta opção, mocinha. Quem decide isto sou eu e você á a prometida dele desde a infância. Que besteira é esta?
— Eu não... – mamãe me interrompeu.
— Calma, sogro. Vamos conversar com calma depois do jantar, entender o que está acontecendo e depois resolvemos.
Perdi a cabeça ao ouvir minha mãe tentar amenizar os fatos.
— Não tem opção, mamãe. Não vou me casar com um homem que neste momento está fazendo sexo a três no banheiro da casa que seria nossa.
O silêncio foi geral. Todos me olharam com expressão assustada. Saímos do total estado de choque, quando meu avô deu um soco na mesa.
— Cala esta boca, Luna. Suba para seu quarto agora.
Olhei para meu avô com ódio. Mamãe se levantou e o Capo da família deu uma ordem a ela.
— Sente-se Aurora, o jantar ainda não acabou.
Mamãe ainda resistiu, mas meu pai puxou sua mão de forma discreta e ela voltou a se sentar. Virei as costas e subi as escadas correndo em direção ao meu quarto. Eu só queria sumir daquela casa e da máfia.
Desde aquela noite, quando dei a notícia do fim do meu casamento em pleno jantar de família, minha vida virou um inferno. Mamãe foi ao meu quarto quando foi liberada por meu avô e me encontrou aos prantos debruçada em minha cama.— Oh minha filha, eu já te disse mil vezes sobre não conversar certas coisas em frente ao seu avô, você o conhece.Levantei a cabeça e olhei para ela com mágoa.— Conheço sim, um monstro sem coração. Eu não sou mais a criança bobinha que o vovô mandava.— Meu amor, ele é o Capo de nossa família, nós devemos respeito a ele.— Mamãe, respeitar é uma coisa, ser propriedade dele é outra. Eu não vou aceitar ter minha vida destruída por um negócio dele.Mamãe respirou fundo e depois me pediu para contar tudo a ela. Eu me sentei na cama, limpei meu rosto e depois com calma expliquei tudo o que vi, sem esquecer nenhum detalhe.Quando terminei meu relato, ela puxou o ar e o soltou pela boca. Depois mordeu os lábios, pensando antes de falar. Eu conhecia minha mãe, ela
Meus dias eram bastante ocupados, eu não tinha tempo para pensar, mas bastava dormir para aquela mulher louca aparecer em meus sonhos.A Senhorita Encrenca deu uma bagunçada no meu sistema, mas eu estava me esforçando para esquecer aquela noite. Eu a empurrei para o canto das minhas memórias e segui no meu ritmo de vida.O mundo dos negócios andava atribulado, porque havia um boato rolando sobre a saúde mental do Capo dos Cassano. Todo início desemana, nós nos reuníamos para passar o relatório dos negócios e planejar a semana.Estávamos eu, meus primos e tios no escritório junto ao meu pai, quando eu contei a história do Capo estar com um parafuso solto.— Segundo as bocas sedentas por fofoca, o vecchio está queimando os fusíveis e ficando doido.Meu pai tirou seu charuto da boca e com sua voz rouca se pronunciou:— Honestamente? Para mim este homem nunca foi normal.— Eu sei, papa, mas agora parece ser grave. Se for verdade, podeser bom para os nossos negócios.Diego ficou de pé, s
Enquanto as meninas mergulhavam, eu mexia em meu celular fazendo pesquisando sobre um playboy famoso na Itália. Bastava digitar o nome dele e um monte de sites famosos tinha algo a dizer sobre a sensação da Sicília.Eu não sabia bem o porquê da minha súbita curiosidade sobre aquele Putt*n*. A primeira matéria a aparecer no site de busca falava sobre Mikhail Venturilli um dos mais novos acionistas da Scuderia Ferrari.A foto o mostrava vestido em um terno de corte perfeito, o deixando mais alto e lindo. Ele estava junto ao chefe da equipe Vincenzo Carlocci e ao...— PARA TUDOOOOO... PAOLLLAAAAAA...Minha amiga saiu da piscina e veio correndo em minha direção.— O que foi sua louca? O Vaticano está pegando fogo?— Não, claro que não. Amiga, escuta o que vou ler para você.“Mikhail Venturilli , Vincenzo Carlocci e Daniel Fortes brindam o novo modelo da Ferrari a ser apresentado nesta semana pelo seu anfitrião Vincenzo Carlocci, que presenteará o mais novo acionista com o carro número 1 d
— O próprio, Ruby. Mikhail Venturilli em carne e osso e toda sua beleza e tatuagens e tudo o mais que aquele homem tem.Eu e Ruby quase caímos da cadeira e falamos juntas.— O quê? Você pode estar brincando, Elisa.— Não estou. O próprio Leandro me disse.— E por que este monte de homens de preto em volta da gente, Elisa?— Digamos que meu segurança está enciumado do meu corpo perfeito a mostra, Ruby.Enquanto elas se provocavam, eu perdi o poder de respirar. Como assim? Era coincidência demais.— Luna, Leandro me disse que eles estão acertando os últimos detalhes do evento da Ferrari.— Elisa, eu preciso ver este homem. Tem como passar pelos seus brutamontes?— Claro que sim, amiga. Acabo de perceber o quanto o sol está quente. Sigam-me.— O quê? Vocês vão sair da piscina assim? Sem colocar um roupão ou uma camisa?Eu e Elisa demos uma piscadinha para Ruby.— Claro que vamos assim. O que é belo é para ser mostrado, Ruby.Peguei o pente na bolsa da Elisa, ajeitei meus fios longos e d
Quando Daniel me chamou a casa dele para acertarmos algumas questões de logísticas do evento da Ferrari, nunca imaginei encontrar com a Senhorita Encrenca e suas duas discípulas. Para piorar a peste desbocada da amiga, era filha do homem o qual me levou para a Empresa como acionista.Precisei de muito controle para não me perder na bunda da encrenca. Meu Deus, que biquíni era aquele? Um pedaço de pano que mal cobria o seu corpo. Meu tourão ficou doido para sair de dentro da minha calça.Depois da passagem relâmpago delas por nós, perdi toda a minha capacidade de concentração.Porra, ela era uma Cassano, caralho. Eu não podia estar com aqueles pensamentos sacanas.Daniel continuou falando suas estratégias de vendas, sobre a imprensa, credenciais, shows e minha cabeça dando voltas naquelas pernas roliças e bunda redonda. Porca miséria!!!Saí dos meus pensamentos quando ouvi o celular do Daniel tocando. Ele me pediu licença para atender e saiu da sala. Eu continuei sentado tomando meu vi
Saí daquela sala com ódio daquele maledetto. Quem ele pensava que era? Não podia sair me agarrando assim. O infeliz tinha um beijo de molhar a calcinha. Ele era um playboy arrogante, se achava dono do mundo, mas era gostoso demais. Cheguei na piscina com meu corpo arrepiado, ainda sentindo sua mão em minha pele. Elisa e Ruby me esperavam ansiosas.— Luna, que porra foi esta? Aquele italiano é doido? Se meu pai pega vocês dois juntos, explode a terceira guerra mundial.Engoli seco, soltei o ar pela boca, a sensação era como se até aquele momento, eu não respirava. Eu estava muito ofegante, mas dei conta de falar.— Eu não sei, Elisa. Ele me encurralou naquela salinha onde guardam os casacos e me beijou como se fosse arrancar tudo de mim. Aquele maledetto...Ruby me olhou com as pálpebras apertadas:— Amiga, estou começando a achar que você está gostando daquele: “maledetto”.— Está doida, Ruby? Claro que não. Deve ter bebido demais. Eu odeio os Venturilli, desde a barriga da minha mãe
Entrei pelos fundos porque não queria ser vista. Por sorte consegui ultrapassar todos os ambientes da casa sem encontrar ninguém. Fechei a porta e liguei para a loja, precisava da minha vendedora preferida. Por sorte, Raquel estava trabalhando e acertamos tudo por telefone. Ela me disse que dentro de uma hora a minhas compras estariam comigo.Aproveitei para tomar banho e secar meus cabelos com calma.Coloquei Bishop Briggs com a música River, cantei e dancei feito uma louca por baixo do chuveiro. Enquanto meu corpo se movia de forma sensual, eu cantava imitando-a. Adorava aquela música, ela mexia com a devassa existente em meu interior.Precisou de uma desilusão para eu entender que eu precisava ousar e viver a vida como eu tinha vontade. Mikhail Venturilli era meu desejo oculto desde sempre, mas cresci ouvindo sobre ele ser o proibido, mas como dizem: o proibido é mais gostoso.Saí do banheiro vestida em meu roupão e me lembrando do beijo daquele delicioso babaca, quando ouvi duas b
Convidei Mattia para passar a noite no clube comigo. Meu primo não estava na Itália quando inauguramos o Censure Privet e por isto não o conhecia. A princípio meu primo nerd não queria me acompanhar, mas acabou sendo vencido pela curiosidade quando eu contei a ele sobre ser a noite do leilão.— Isto é sério, primo. Os ricaços pagam fortunas para trepar com as mulheres leiloadas?— Não pagam, Mattia, investem em uma noite de prazer.Meu primo deu uma gargalhada e com toda a sua mesquinharia deu sua opinião.— Investimento para mim é na bolsa de valores, Mikhail, não em uma foda, estas eu consigo de graça.— Espere até chegar no clube para ver. A maioria delas são garotas lindas, precisando de uma grana, ou por pura diversão. Ah e tem as famosas virgens que precisam de dinheiro para questões pessoais.— Cara, você realmente sabe viver e ganhar dinheiro, mas ainda prefiro a emoção do meu trabalho.— Relaxa, caçula. Hoje à noite é por minha conta, vamos beber e encontrar uma gostosa para