Dias se passaram e as coisas continuavam as mesmas; nenhum advogado aceitava defender Thomas, mesmo que sua inocência fosse evidente em cada prova.O consolo de Isadora era saber que, apesar de tudo, seu irmão sempre estaria ao seu lado, não importava o que acontecesse.No trabalho as coisas iam bem, Gabriel começou a trabalhar como mecânico para um conhecido de Osvaldo, chefe de Isadora. Graças a ele, as coisas vinham dando certo pelo menos financeiramente. As visitas para Thomas eram restritas; Jorge culpava Isadora pela briga dos filhos e decidiu intervir usando sua influência para afetá-la.Enquanto Isadora caminhava pelas ruas escuras e perigosas da cidade, pensando em por que tudo isso estava acontecendo com sua família, Lucas a seguia de longe, preocupado com sua segurança. Ele sabia que aquelas ruas não eram seguras, especialmente àquela hora da noite. O ambiente ao redor era sombrio, com pouca iluminação, e os sons de carros passando rapidamente causavam arrepios na espinha.
Isadora sorri tristemente ao perceber que o horário de visitas estava chegando ao fim. Gabriel fica triste em cada visita, ver o pai tão abatido e magro o deixa com uma sensação de incapacidade. Isadora sente que tem que ser forte pelos dois, mesmo estando destruida.— Meus filhos, tem alguma notícia do Adrian e dos meninos?— Thomas pergunta e Isadora sem conseguir segurar, deixa as lágrimas rolarem livremente.— Henry conseguiu resolver todos os problemas que estava atrapalhando a família deles... e está bem, por causa dessa calúnia as pessoas se solidarizaram e o escritório do tio Adrian e dos meninos estão sendo bastante procurados. Parece que eles vão ter bastante trabalho daqui pra frente.— Isadora diz segurando nas mãos do irmão e da de Thomas.— Agora só falta a gente. Logo vamos resolver isso e o senhor sairá de cabeça erguida.Thomas passa a mão no rosto de Isadora, limpando suas lágrimas.— Minha princesa, não chora, as coisas vão melhorar. Quando eu sair daqui vou pessoalmen
Osvaldo olha para Isadora e balança a cabeça.— Não me olha assim, o senhor sabe que ele mudou bastante, se formou e está trabalhando sozinho sem ajuda do senhor ou do Jorge.— Tem razão. Aquele menino só faz merda filha, mas tem um bom coração. Já Evan é complicado, ele é um homem sombrio, eu tenho medo dele.Os dois estavam conversando tranquilamente, Osvaldo já estava melhor e sorrindo como sempre fazia com Isadora, quando a porta é aberta e Jorge entra com um olhar frio para cima de Isadora.— Perdendo tempo com a empregada, papai?Isadora desmancha seu sorriso, ela arruma sua postura e sem emoção ela fala com Osvaldo.— Senhor, se me der licença, vou voltar ao trabalho. Se precisar, me chama que venho correndo.— Tá bom, filha, depois volta que meu computador está todo aí na sua cabeça.— Osvaldo brinca e ela não consegue segurar o riso.Isadora se aproxima apertando levemente o ombro dele.— Tenta não se irritar, faz mal para sua saúde.— Com ele? É um pouco difícil.— Osvaldo sus
Isadora foi proibida de ir no velório, assim que ela chegou no cemitério, a barraram nos portões e para não arrumaram nenhuma briga, ela decidiu se afastar. — Essa família é maquiavélica.— Jessica diz observando de longe com Isadora.— Sim, por isso que quando conheci o senhor Osvaldo vi nele alguém tão triste.— Eu lembro, pouco a pouco ele foi mudando.— Jessica olha para a amiga e suspira tristemente.— E você, como está? Conseguiu dormir um pouquinho?— Nem tentei dormir, essa angústia aqui dentro está me matando. Não consigo me conformar que ele não vai estar mais aqui. Sabe, foi ele me ensinou tudo que eu sei sobre direito. Aprendi a me impor e dar minha opinião, pois tinha muito medo de expressar o que sentia.— Não consigo imaginar o que está sentindo. Eu, que raramente tinha contato direto com ele, estou sofrendo. Imagine você. — Jessica encostou a cabeça no ombro de Isadora e sussurrou: — Lembra quando ele dizia ter aprendido a sorrir com você?— Sim, fazia apenas quatro mese
Isadora Fico em dúvidas se realmente deveria voltar para a empresa, já fui tão ofendido por essas pessoas que prefiro continuar afastada. Porém depois de vários pensamentos desistentes, decido ir. Assim que chego todos com quem trabalhei me comprimentam, ver eles aquece o meu coração, foram dois anos me sentindo acolhida e protegida.Jessica ao me ver vem correndo me abraçar.— Meu Deus, amiga, você não sabe o caus que está Isso aqui!— Eu sei e, é por isso que estou preocupada desde que me demitiram. A empresa era a vida do senhor Osvaldo, e se ficar para Jorge, não sei o que pode se tornar, quantas pessoas podem perder seus empregos...— Sim, desde o enterro estou sem dormir, meu salário é a única fonte de renda em casa, confesso que estou com muito medo de algo ruim acontecer.— Fica calma, amiga, vai dar tudo certo.— Tomara, mas o que você faz aqui?— O senhor Fernando me ligou, disse que eu preciso participar da leitura do testamento.— Nossa... por que será?— Jessica me olha a
Isadora estava com as mãos trêmulas enquanto liga para Gabriel. Jessica abraça ela fortemente.— Amiga, estou tão feliz que enfim tudo vai dar certo. Gabriel vai ficar tão feliz quanto nós. — Jessica diz, empolgada.— Eu aprendi que a verdade sempre prevalece no final. E agora eu posso finalmente respirar aliviada, sabendo que minha família estará junta novamente.— Sim, amiga.Gabriel estava trabalhando em um carro, seu celular tocou, após alguns toques ele atendeu.— Irmão... O senhor Osvaldo conseguiu um advogado, enfim nosso pai vai ser inocentado.Gabriel demorou para entender que isso era realmente real. São tantos nãos que ouvir isso parecia mentira.— Você não está brincando, não é mesmo?— Claro que não, acabei de descobrir. Amanhã vamos conhecer ele. Nem acredito que vamos tirar ele de lá.— Nem eu Isa, nem eu. — Gabriel fica emocionado e agradecido. — Isso merece uma comemoração. Vamos sair hoje, é por minha conta.Isadora desliga e se despede da amiga. Ela chega em casa e
Isadora acordou naquele dia com um misto de nervosismo e preocupação. Ela iria assumir o seu lugar na empresa. Apesar das circunstâncias, ela decidiu encarar a situação de frente e mostrar a todos do que era capaz. Após cuidar da sua rotina matinal, Isadora escolheu uma roupa elegante e profissional, arrumou seus longos cabelos fez uma leve maquiagem só para realçar ainda mais a sua beleza e saiu rumo à empresa. Ao chegar lá, não se falavam de outro assunto, todos estavam ansiosos para conhecer o novo sócio. Ela se dirigiu à recepção, onde conversava com a Jessica, enquanto aguardavam a chegada da restante da equipe e do sócio mistérioso. Fernando, advogado de Osvaldo não deixou nenhuma pista de quem seria o tal homem, única coisa que informou, que era alguém conhecido nas mídias e na sociedade no seu país de origem e que irá trabalhar diretamente com Isadora. — Como foi a comemoração ontem?— Jessica pergunta animada. — Foi boa!— Isadora responde vagamente, não querendo contar o de
Alguns dias atrás Henry estava em seu escritório, imerso na solidão que ele mesmo se impôs. À sua frente, pilhas de processos para analisar, mas ao invés disso, ele olhava para a tela do celular, a última foto que tirou com Isadora e relia pela milésima vez no dia a sua última mensagem. Ele fecha os olhos e suspira fundo. Ainda não conseguia acreditar que aquele amor de anos que Isadora sentiu por ele acabou assim, sem mais nem menos. Tudo que Henry precisava era apenas de uma pista. Para ele, Isadora e Gabriel estavam sendo chantageados, pois há dois anos nenhum rastro dos seus paradeiros foi encontrado.— Senhor Henry... — Sua secretária o chama pela segunda vez. Ele levanta os olhos e, sem dizer nada, espera ela continuar. — Estou indo para casa, já está tarde. O senhor não vai embora agora?— Boa noite, senhora Veronica, bom descanso. — Ele responde baixo, como se não tivesse forças para falar, e volta a atenção para o celular. Ela olha novamente para ele com tristeza e fecha a p