Capitulo 6

                                          

Raquel

“ Naquela noite enquanto caminhava, pelas ruas da favela. Sempre andava com cuidado e ao mesmo tempo rápido. Sabia muito bem que não podia generalizar que tinha pessoas boas e pessoas ruins, naquela noite, uma pessoa ruim tinha me pegado.

Quando acordei, nunca tinha me passado pela cabeça que eu seria violentada. Estava com uma sensação ruim, só que achei que era coisa da minha cabeça. Saí da editora, me despedindo da Antonella e fui para casa. Passei no mercadinho e comprei alguns mantimentos.

Enquanto sigo em direção para a minha casa, noto que as ruas estavam muito desertas, ainda mais sendo que era 22h00min. Se bem que estava meio frio e talvez fosse à razão do pessoal está dentro de casa.

Ouço uns passos e olho para trás sem perder o compasso e praticamente eu corro. Não tinha ideia se alguém estava me seguindo ou não. Só que não queria pagar para ver não.

Observo que tem uma sobra de um homem vindo e mesmo segurando as sacolas com mantimentos eu corro mais ainda. E os passos da sombra, aceleram mais ainda e uma coisa me bateu naquela hora, que aquele homem estava me seguindo.

Começo a orar, a rezar e a pedir ajuda a todos os santos, para que nada de mal iria me acontecer. Era como se a sensação de que poderia vim me acontecer algo, me deixava apavorada e com razão.

Fui andando e correndo ao mesmo tempo, ou melhor, eu tentava. E não sei como que aconteceu e só sei que mal tive tempo de registrar quando sinto uma dor absurda me faz gritar e depois não ouço mais nada.

Sinceramente eu não sei quanto tempo que fiquei desacordada. Quando acordo a primeira coisa que noto que a minha blusa aberta e com os seios a mostra e machucados.

Tento me sentar e encosto na parede, suja e sem me importar. O mais importante era, ver se eu tinha mais dano, do que estava ali me apresentando. Olho para as minhas pernas e vejo que estava com a calcinha abaixada e aquilo me apavorou mais que tudo, porque ali estava o indicio que tinha sido violentada.

O medo que deu, me fez virar o rosto de lado e ficar com nojo do meu corpo, o cheiro que estava vindo, de mim mesma me fez, ficar com a boca amarga e só deu tempo de me abaixar mais e vomitar. Era como se enquanto eu vomitasse fosse tirar, tudo de ruim que tinha me acontecido. Quando termino de jogar tudo que tinha jogar. Limpo a minha boca e estava com a boca amarga e fico ali respirando pesadamente.

Olho novamente para que a blusa, estava aberta, ou melhor, rasgada e procuro a mochila e dou graça a deus, e quando olho que ela estava ali. A pego e abro e ali puxo a minha blusa e a coloco em meu corpo.

Levanto lentamente, estava com náusea e me abaixo, só um pouco e subo a minha calça e calcinha e a vontade que eu tinha naquele momento era de pegar a roupa que estava usando e tirar ela e queima-la se fosse possível, naquele instante, mais eu não podia, fazer naquele momento.

Termino de me arrumar e pego as minhas coisas, vou andando lentamente até em casa’’

 Acordo com um grito que nem eu sabia que estava segurando.

— Meu Deus... Novamente, não! — exclamo sentando na cama. Me olho e noto que estava encharcada de suor. Fazia meses que não tinha esses pesadelos.  A náusea veio novamente e saio correndo direto para o banheiro e jogo para fora o que eu tinha comido.

Fiquei ali jogada, praticamente no chão debruçada, no vaso ainda com o estomago em revolta. Não sei quanto tempo que fiquei ali naquele banheiro no chão. Parecia que estava ali há horas, no chão e não sei, se o tempo passou muito devagar ou muito rápido.

Quando sinto que o meu estomago finalmente me deu trégua, levanto devagar e dou descarga e abaixo a tampa do vaso e me sento ali. E fico pensando que fazia meses que não tinha esse maldito pesadelo.

Levanto e termino de tirar a roupa que estava grudada de suor e vou paro o chuveiro e o ligo e deixo cair agua quente, ou melhor, fervendo em meu corpo era como se a agua quente caindo em mim, fosse tirar o cheiro que eu estava sentindo ali em meu corpo.

Me abraço e jogo a minha cabeça para trás fazendo a agua quente cair sobre a minha cabeça. Ali eu queria que essa agua tivesse, a cura de tirar as imagens que tinham sido evocadas durante o meu pesadelo.

E fico pensando porque agora? O que me fez ter novamente isso? Eram tantas perguntas e fico assim pensando e quando me lembro de que isso só aconteceu porque eu contei ao Davi sobre isso.

Uma vez eu li que quando a gente pensava ou mesmo falava sobre esses tipos de coisas ou mesmo outros pensamentos sobre alguma aleatória, acaba ficando no nosso subconsciente e no final a pessoa acaba sonhando ou ficando pensando nisso diariamente. Era o que estava acontecendo nesse momento comigo. Foi das duas formas, sonhei com aquela maldita noite e depois agora fico pensando nisso.

Solto os meus braços do meu corpo e pego o sabonete e passo por ele o lavando e tirando o cheiro de suor fétido que eu ainda estava sentindo. Sei que era inconsciente e tudo, só que não podia fazer nada, enquanto eu não me lavasse.

Levo o meu braço até o meu nariz o sinto o cheiro do meu sabonete, dou um suspiro de alivio. Ao sentir o aroma em mim. Termino o meu banho e puxo a toalha que estava pendurada e me seco e me enrolo nela.

Pego o rodo e puxo a agua que não tinha visto que tinha escorrido e nessas horas às vezes eu gostaria que tivesse uma banheira, para que eu não pudesse ficar molhando o chão.

 Só que nesses casos quando tinha esses malditos pesadelos, era melhor um bom chuveiro com a agua pelando. Saio do banheiro e volto para o meu quarto e pego uma roupa confortável, uma camiseta grande um shorts e uma calcinha.

Como eu morava sozinha no momento e não esperava ninguém agora, fiquei o máximo possível, confortável. Vou até a penteadeira, suspensa e que eu tinha em meu quarto, com um espelho grande. Puxo a cadeira e me sento e olho e pego o pente e penteio os meus cabelos os deixando cair solto pelo meu rosto.

Meu olhar cai na minha cama e com nojo que eu estava ali sentindo, puxo edredom com o lençol e tiro da cama. Pego também os travesseiros e tiro as fronhas deles. Os levo direto para a lavanderia e jogo tudo dentro da maquina e a ligo a deixando a fazer todo o processo, para lavar.

Volto para o meu quarto e puxo as cortinas abrindo elas e deixando o sol bater na cama assim, quem sabe os raios dele, façam que iluminem a minha cama para que eu possa essa noite dormir em paz.

Vou até a escrivaninha da minha cama e pego o meu celular e lá já continha algumas mensagens do Davi e ver elas fazem, pela primeira vez desde que acordei hoje. A mensagem que ele me mandou era das 05h00min da manhã  e agora estava dando 08h00min da manhã e me fez  sorrir e lá estava escrito assim:

“Bom dia, minha linda feiticeira! Dormiu bem?

Ansioso para o nosso encontro hoje à noite,

Me liga assim que, ler a mensagem,

Do seu Delegado que mais te ama, Davi! <3”

Assim que eu termino de ler, acabo fazendo o que ele me pede e ligo para ele. E começa a tocar e deu o primeiro toque e não chegou nem ao segundo quando ouço uma voz rouca no fundo dizendo:

— Bom dia, minha linda feiticeira! — ele me cumprimenta e sorrio ao ouvir da boca dele feiticeira, amo essa palavra quando ele diz, é na frase ou na chamada estou amando. E sim hoje o dia, agora estava começando novamente em invés do pesadelo que achei que iria estragar o meu dia. Ele estava ficando muito melhor só de ouvir a voz do meu delegado e agora sim o dia iria ser maravilhoso.

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