DGAo abrir a porta e ver a morena daquele jeito me deixou sem chão. Nunca passei por isso, mas com ela tudo acontecia diferente. Ao ver o pai dela, tentei voltar, mas nunca fui covarde. Sempre enfrentei tudo e todos de frente e com ele não seria diferente. Se fosse pra ser preso ou morrer por ela assim seria. Eu a amo e não posso esconder isso. Não imagino a minha vida sem tê-la ao meu lado. Já fiz te tudo pra esquecer, mas não consigo. Até as puta não me interessam mais. Já tentei até cheirar pensando que isso tiraria ela da minha mente, mas não funciona e só piora. Caralho! Essa porra de amor tá acabando comigo. Só ao lado dela me sinto vivo. Ela fodeu com a minha vida sem perceber. Que merda! Senti um olhar diferente da parte dela. Um olhar distante e frio. Não parecia nada com a morena que me encantou. Ela era delicada, doce e ao mesmo tempo com personalidade. Mas, agora tinha um jeito até sombrio. Eu conseguia enxergar o meu jeito de ser no olhar dela. Alguma coisa de muito rui
GeovanaA cada momento que passava sentia que minhas forças diminuíam e as chances de sobreviver eram mínimas. Não conseguia distinguir se era dia ou noite presa naquele barraco nojento. Não tinha janela, somente uma porta e uma cadeira velha. Eu ainda estava com pés e mãos amarrados, impossibilitando qualquer tipo de tentativa de fuga. Aqueles desgraçados não me soltaram nem por um segundo, com certeza já sabiam do que eu seria capaz. Estava com fome, com sede, frio, mas nada se comparava com o medo que estava sentindo naquele momento. Me sentia sozinha e impotente. Ouvia passos e algumas vozes próximo ao cômodo, mas não conseguia entender o que estavam falando. Estava muito fraca e meu corpo só implorava para deitar. Só conseguia pensar na minha mãe e como ela deveria ter sofrido todos esses dias e antes desse maldito à matar. Como eu queria estar ao seu lado nesse momento, mas nem poder chorar pela sua morte eu posso. Esse infeliz destruiu tudo de mais precioso que eu tinha. Tudo o
DGTava tudo se complicando cada vez mais véi. Se não bastasse a morena daquele jeito estranho, agora tem o sequestro da Geovana. Caralho! Pelo visto não estava com muita sorte mesmo cara. Faltava trinta minutos para dar meia noite, o baile já estava começando e o fervo como sempre. Fechei a contabilidade da boca e fui direto pro meu barraco. Tomei um banho gelado e demorado, estava precisando disso faz tempo. Coloquei uma camisa branca Lacoste, uma calça preta Diesel Thommer, um tênis Nike, meu boné branco e minhas correntes e relógio de ouro. Passei meu perfume Creed Aventus de lei, peguei a chave da moto, o celular, minhas pistolas e minha fuzil. Passei o rádio pro BN dizendo que já estava a caminho. Mas antes tinha que passar no postinho pra ver minha coroa e a morena. Tinha uma esperança que ela tivesse um pouco melhor. Peguei minha moto e fui em direção ao postinho. Entrei e fui direto pro quarto da morena. Abri a porta e ela estava dormindo. Minha coroa não estava lá, deve ter
DGSai daquele quarto querendo ficar, mas naquele momento estava correndo contra o tempo. Precisava resgatar a Geovanna logo, antes que aqueles desgraçados fizessem alguma coisa. Fui direto pro baile e subi pro camarote. BN já tava lá junto com o RN, fizemos toque e sentei na mesa pra acertar tudo pro resgate da baixinha. — E aí RN, posso contar contigo pra chegar junto no Vidigal? — falo e dou um gole na cerveja — Pode. Mas, com uma condição. — RN diz me encarando — Qual? Diz ai parceiro. — Que acabamos com essa de rivalidade na venda de drogas. Que daqui por diante seja só um ponto nos dois morros, tá ligado. E fazemos a divisão meio a meio. E aí, tu fecha? — RN fala e estende a mão pra fechar negócio, e de cara aceito— Por mim beleza véi. Nunca te vi como um rival e tu sabe disso. Fechado. — falo batendo na mão dele e fechando a parceria — E aí já tem algum a ideia do resgate? E onde tua irmã tá?— Ela tá no Vidigal pô, perto da mata. — Tá sabendo que os filho da puta da mil
CarlosNunca imaginei que a Daniella reagiria dessa maneira quando soubesse do falecimento da Sandra. Me acusou de ser desonesto e não sentir amor por ela. Logo eu que sempre fui fiel e fiz de tudo para manter a nossa família de pé. Dei conforto, proporcionei momentos únicos a elas e é assim que minha filha me retribui? O contato da Daniella com essas pessoas do morro está modificando muito o seu jeito de ser e isso precisa de um fim o mais rápido possível. Preciso afastar minha filha desse lugar e principalmente do DG. Ele nunca será o melhor caminho para minha menina. Já estava nos meus planos envia-la para estudar na Universidade de Oxford no Reino Unido, mas a Sandra nunca concordou em se afastar da nossa filha. Mas agora infelizmente não vejo outra opção pra ela. Quanto mais distante a Daniella estiver nesse momento melhor será. Depois de tudo o que tinha passado essa seria a melhor opção para ela esquecer de tudo e todos. Ao sair do quarto onde a Dani estava, fui imediatamente
CarlosJá eram oito horas da noite e estávamos organizando os últimos ajustes para a invasão. Éramos no total de cento e cinquenta homens, o que seria mais do que o suficiente para tomar toda a favela e surpreender aqueles vagabundos. Fui bem claro quanto às instruções para a invasão, principalmente sobre a situação do sequestro da Geovana.— A situação dessa vez será um pouco diferente do que estamos acostumados. Como vocês sabem temos uma pessoa sequestrada no morro e precisamos tomar muito cuidado para que ela não se machuque. Nada pode dar errado nessa invasão, todo cuidado é pouco. Entendido?— SIM. — Todos os soldados respondem ao mesmo tempo— Todos aqui as duas horas da madrugada em ponto. Estaremos saindo às 2:30h. Agora, estão dispensados.Todos os soldados seguiram seus destinos. Eu permaneci ali no batalhão. Não tinha nenhum motivo para ir pra casa. Aquele lugar que conquistamos com tanto esforço e amor, agora não tinha nenhuma importância pra mim. Assim que essa operação
DGJá estava tudo pronto pra invasão no Vidigal. Eram 2:30h e passei o rádio pros soldados me aguardar em frente à boca. Peguei minha PT, minha fuzil e fui direto pra lá. O RN já sabia o que fazer com os soldados dele. Geral estava no mesmo barco e com a mesma visão. Pegar a baixinha e fuzilar todos aqueles filho da puta. Comigo é assim, mexeu com os meus leva chumbo na hora. Antes que minha mãe chore eu faço a deles chorar. Passei a visão de tudo pro BN, o filho da puta X9 do Vitor já tava longe daqui, com certeza tinha ido levar o que ouviu direto para o arrombado do Roni. Mas, esse desgraçado não perde por esperar. Enchemos os carros e fomos direto pro Vigidal. Descemos e já fomos tomando as ruas e vielas do morro. Aquele lugar era bonito pra caralho, mas meu foco aqui não era esse, era pegar a minha irmã custe o que custar. Continuamos subindo e derrubando os que encontrava pelo caminho. Eram poucos ainda por causa do baile. Continuei subindo e avistei um barraco no pico do morro,
GeovanaCorri tanto até chegar nesse barraco que acabei apagando. De repente fui acordada sentindo uma mão pressionando minhas pernas e baixando a minha calça. Quando dou em si vejo o corpo do asqueroso do Roni em cima do meu. Tentei escapar, mas o desgraçado prendeu meus braços e puxou meus cabelos pra trás com força. Comecei a gritar na esperança de alguém aparecer e impedir que ele conseguisse o que tanto queria, mas foi inútil, eu estava muito fraca ainda. Aquele desgraçado conseguiu fazer comigo o que tentou durante anos. Isso mesmo, ele me estuprou e não consegui fazer nada para impedir. Me sinto suja. A única vontade que tenho é de morrer. Já perdi minha mãe e não tenho mais família. Para que viver? Nunca mais vou querer que ninguém me toque. Não tenho coragem de contar o que aconteceu a ninguém. Coloquei minha roupa e tentei sair dali, mas fui impedida novamente. Tentei gritar, mas minha voz por estar fraca não saia. Acredito que ninguém conseguirá me ouvir. Fecho meus olho