DaniOlhei através do olho mágico e noto a presença de duas pessoas. Uma delas ainda conseguia compreender a presença por aqui, mas a outra não. E para ser bastante sincera, desde que a conheci havia se tornado intragável e insuportável ouvir até o som da sua voz. Imagina então o que estaria sentindo ou passando pelos meus pensamentos ao vê-la bem diante de mim. Respirei fundo e ao olhar pra trás observo todos apreensivos, porém preparados para o que pudesse acontecer. BN estava bem próximo a porta, além do Tony e também do meu pai. Aceinei com a mão pedindo para que todos se acalmassem e afirmando que não era nada de tão grave que estaria prestes a acontecer. Bom, assim era o que imaginava. Olhei pro céu e pedi que Deus paciência em dobro. Porque ter que aturar a presença justamente da Mia nessa altura do campeonato não seria nada fácil. Mas, eu sabia o verdadeiro motivo da sua presença por aqui. Pois, pelo que sei, ela desde o início está contra a perseguição ao Pantera, por esse
PanteraJá fazia muito tempo que não tinha notícias da Mia. Ultimamente não sei que merda é essa que tá rolando comigo. Mas, dei pra pagar uma de sentimental agora. Nessa altura da vida comecei a sentir falta de ter uma família. Era só o que me faltava véi, mas fazer o quê? Talvez seja essa porra do pó branco e o medo de morrer que tenha mexido um pouco com a minha cabeça e tem me feito ficar cheio de viadagem de uns tempos pra cá, sacô?Sei que geral me odeia, criei inimigos por todos os lugares por onde andei e tenho certeza que você que acompanha essa história seja um deles. Não é mesmo?Pois é, a vida é assim. Todos temos a oportunidade de trilhar o caminho da luz, mas infelizmente muitos, assim como eu, preferem seguir as trevas. E no final do trajeto cada um recebe somente o que merece. E o meu pagamento tá bem na minha frente, solidão, amargura e loucura sem fim. Acabei de cheirar a minha terceira carreira de pô. Já tava loucão e não conseguia nem ao menos raciocinar. Acabei v
MiaAo terminar àquela ligação, deixei o celular cair no chão e desabei em prantos por completo. Yuri me abraçou pela cintura e permaneceu ao meu lado por todo o momento. Estava completamente trêmula e nem ao menos sei como consegui manter a conversa até o fim, após ter ouvido que por culpa do meu próprio irmão não tenho os meus pais ao meu lado. Se antes eu tinha qualquer dúvida com relação à darem um fim em sua vida, agora essa dúvida de dissipou completamente. Nicolás não é o irmão que eu pensava que fosse, esse que está por aí não é o Nico que conheci na minha infância, mas sim, um demônio disfarçado de gente. Definitivamente estou dentro desse plano e ajudarei em tudo o que fosse necessário, para que enfim pudéssemos ter paz. Todos aqui fomos vítimas das suas monstruosidades e ele precisa pagar por todas elas. E se eu tinha como ajudar, assim seria feito.Dani trouxe um copo d'água doce para que eu pudesse me acalmar um pouco. Bebi e pouco a pouco fui me acalmando. — Está se se
DaniGuardei no meu quarto o presente que acabara de ganhar do meu pai. Continuamos no apartamento e decidimos permanecer lá por um bom tempo. Pedimos um almoço no restaurante italiano de um amigo do Ricardo e tivemos uma tarde em paz. Apesar de tudo o que acabamos de passar, podemos dizer que até conseguimos aliviar um pouco as tensões. Conversamos sobre diversos assuntos, mas em nenhum momento tocamos no nome do Pantera. Mia já estava muito triste com toda essa situação para colocarmos novamente o dedo em sua ferida. Não seria o correto e muito menos justo com ela. Pois, ela não tinha culpa alguma pelo irmão ser tão monstruoso assim. Nosso almoço chegou e todas as mulheres foram em direção a cozinha. Ajudei mamãe a arrumar tudo, enquanto conversávamos. Kito chegou com Vini e a Isa, completando a nossa família. Isa se juntou a nós e Vini veio nos cumprimentar. E para variar o meu pequeno foi o centro das atenções como sempre. Joana logo em seguida foi até a sala e chamou todos o
DGFicamos de boa toda manhã, mas minha mente tava a um milhão por hora. Tentei brincar, sorri, zoar, mas tava foda desacelerar. O fim chegou, a hora dessa guerra acabar chegou... Mas, vou te falar, essa é a pior de todas as lutas que passei como cria da favela. Matar qualquer zé mané até era tranquilo. Esses zé roela que batia de frente com nós só pra levar o morro, nós liquidava sem dó. Não conhecia, nunca tive contato, então não sentia nada. Mas, com o desgraçado do Pantera a parada era outra. O buraco era mais profundo e a cicatriz maior tá ligado.Envolvia amizade, infância e uma vida inteira juntos. Mesmo longe um do outro sabia que tinha àquele fdp pra contar. BN nunca gostou ou topou com ele. E hoje vejo que meu irmão sempre esteve certo, mas porra essa merda tá osso.Tô mal... mal mesmo por ter que destruir um cara que foi meu amigo por anos. Meu parceiro, meu chegado de infância. Nós fazia os corre junto, caminhava lado a lado, mas tomamos outro rumo na vida. E isso tava
DGMia entrou no galpão e começou a conversar com o irmão. Eu continuava com a arma engatilhada e apontada pros córneos dele. Permaneci assim por um bom tempo. Até que do nada sinto um ferro apontado bem na minha nuca, me viro e percebo que era um dos soldados do Pantera. Joguei a arma no chão e ergui as mãos pro alto em sinal de rendição. Quando penso em revidar ouço um leve disparo e o cara cai estirado bem na minha frente. Olho e era o coroa bem atrás de mim com uma pistola silenciadora. — Porra! Que alívio! Te devo uma véi! - ele ouviu e não disse nada. Se afastou ficando na minha retaguarda. Peguei novamente a pistola do chão e volto pra minha posição. Aguardo mais alguns minutos e percebo Mia discutindo com o irmão. Logo em seguida ela sai do galpão. "Agora é a melhor hora pra pegar esse fdp." - logo penseiMas, o desgraçado segue a irmã até o lado de fora saindo da minha mira. Tento andar na sua direção, mas não conseguia ir rapidamente. Procurei por BN, mas ele tinha evapora
"Viver já é uma vitória digna de toda gratidão. Agradeço a Deus por me conceder essa conquista todos os dias."☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆DGEnfim, chegou definitivamente o momento do nosso acerto de contas com esse desgraçado do Pantera. Se antes eu me sentia mal por tudo o que estava fazendo, agora percebia que deixei passar tempo demais pra dar um fim nesse lixo.Uma coisa era certa, aquele dali não era o moleque maneiro que conheci na infância, mas um demônio disfarçado de gente. E esse lixo já estava fazendo hora extra aqui nessa terra. Se não tivesse logo um fim, com certeza destruiria muito mais vidas e famílias, assim como fez com as nossas.Entramos nos carros e seguimos nosso caminho. Dentro de poucos minutos chegamos enfim no nosso acerto de contas. Um barraco abandonado bem no coração do morro da Rocinha. No topo, onde conseguia ver toda a nossa quebrada. Todos entramos e o fdp tava amarrado até os dentes. Muito lúcido e preparado para o que viria pela frente.Entramos e me sentei bem a
DGTodos saímos de lá e mandei os vapores limpar toda aquela imundice. Além de queimar tudo e não deixar vestígios. Entramos nos carros e paramos no Bar do Cássio. Mandei chamar geral da boca.— AE RAPAZIADA, TÁ TUDO ARREGADO HOJE PRA VOCÊS MORÔ?! TÁ TUDO LIBERADO!! HOJE É DIA DE FESTA!!! DIA DE FESTEJAR A NOSSA TÃO SONHADA PAZ!!! VENCEMOS MAIS UMA BATALHA E TUDO ISSO GRAÇAS AO PAI E A TODOS VOCÊS!!!!! AUMENTA O SOM AE CÁSSIO, CHURRASCO, BEBIDA E TUDO O QUE A MINHA RAPAZIADA TEM DIREITO!!! BORA CURTIRRRRRR!!!!! — AEEE PATRÃOOOO!!! - geral gritou levantando o cano pro alto, a festa e a farra ia durar a noite e o dia inteiro. Mas, pra mim não dava. Tomei duas breja e logo meti o pé pra encontrar a minha família. Me despedi do Coiote e agradeci por todo o seu apoio. Ele permaneceu no bar e nós metemos o pé. BN, Kito, Coroa e Yuri vieram comigo. Estava exausto com tudo isso e louco pra chegar em casa. Ja passavam das 3h da madrugada e a tortura do maldito pantera até que durou pouco, ma