DGFiquei com a Dani por um longo tempo no quarto. Ela estava muito cansada e com o rosto pálido por conta de todo o sangue que perdeu. Sentei na beirada da cama e fiquei acariciando o seu cabelo. Envolvi meu braço pelo seu pescoço e ela me abraçou apertado. Não conseguia dizer uma única palavra, somente chorava e ver a mulher que eu tanto amava daquele jeito me destruía por completo. Eu já estava sem chão e me sentindo um merda por não ter sido capaz de evitar todo esse sofrimento. Mas tem certas paradas na vida que fogem do nosso controle e por mais que tentamos proteger quem amamos chega um momento que isso se torna impossível. Ela me olhou com os olhos completamente inchados e vermelhos de tanto chorar fazendo um pedido que não podia realizar naquele momento.Dani: — Me tira daqui amor. - disse quase num sussurro— Não posso fazer isso meu amor. Pode trazer problemas pra sua saúde. O doutor disse que amanhã você teria alta.Dani: — Quero sair daqui Danilo... quero sair daqui... -
DGSai daquele quarto e bato de frente com o tal doutorzinho de merda. Nao sei porque, mas ele não descia na minha garganta. Ficava entalado e sentia que ia me causar muita dor de cabeça ainda.Dei uma encarada pra ele e olhei pra Dani. Ela logo sacou porque eu tava daquele jeito. Aquela dali me conhece muito bem e sabia quando algo estava me incomodando. E não curti nada o jeito como aquele sujeito olhou pra ela quando chegamos aqui. Mas como tinham firmado esse compromisso, eu era obrigado a cumprir.Fomos até o carro e BN foi na boleia. Eu ainda tava me sentindo um pouco mal e com uma falta de ar do caralho no peito. O doutor disse que ia passar logo, mas essa dor desgraçada não diminuía de jeito nenhum. Parecia que quanto mais eu me estressava a dor e a falta de ar só aumentava. Mas ia ter que segurar isso de qualquer jeito e não ia poder dizer nada pra ninguém. Já bastava os problemas que acabamos de passar. De jeito nenhum eu ia levar mais aborrecimento pra minha morena.Fomos a
DaniDG saiu daqui e senti um vazio na minh'alma. Não sei se pelo fato da perda que acabamos de sofrer ou pelo fato de termos ficamos tão distantes durante a internação dele. Mas eu sentia como se dependesse dele para continuar seguindo em frente. Como se eu não pudesse caminhar sem tê-lo ao meu lado. Era uma sensação estranha que eu jamais havia sentido em toda minha vida. Eu me sentia muito triste por tudo isso e dificilmente superaria o que tinha acontecido. Mas apesar de tudo ainda acredito e creio que Deus tem seu modo único e muitas vezes indecifrável de escrever. Cabe a nós termos sabedoria para aceitar que tudo aquilo que nos acontece hoje, certamente só compreenderemos no futuro. Era nisso que eu procurava continuar me apegando, para enfim, conseguir prosseguir.Sentia como se o meu coração e a minha alegria estivessem se esvaido junto com o meu filho. A tristeza tentava me dominar por completo. Eu sabia que essa dor com o tempo iria se transformar numa saudade gigantesca. M
DaviPerdi minha mãe no dia do meu nascimento. Ela sofria com problemas de pressão alta e infelizmente teve uma eclampsia. Por isso, foi necessário que fosse feita uma escolha entre a sua vida e a minha. E minha mãe fez com que o meu pai prometesse que iria me salvar. Ela até ficou respirando por algumas horas, mas infelizmente não suportou e veio a óbito. Por isso, fui criado pela minha avó paterna e pelo meu pai no sitio da família, que ficava na cidade de Campos. Pois, meus avós maternos haviam falecido num terrível acidente de carro.Mas, não tenho do que me queixar, mesmo meu pai tendo ficado ausente por alguns momentos eu sempre tive o amor e o carinho incondicionais de minha avó Maria. Eu a amo e com ela aprendi a me tornar o homem que sou. Amo o campo e a paz que a natureza me proporciona. Me considero um romântico, assim como meu pai. Mas, nunca tive muita sorte no amor. Por isso, procurei me esforçar e batalhar para ser um jovem profissional bem sucessido na área que eu amo
DGTerminei meu assunto com o Kito e realmente fiquei surpreso com o jeito como ele me encarou legal. Dava pra perceber que ele tava tremendo na base, mas o maluco não fugiu e nem pediu arrego como muitos teriam feito. Pelo contrário, me encarou como sujeito homem e isso me fez enxergar um potencial nele. Quem sabe futuramente ele não poderia assumir o comando do morro. Preparado ele era. Vivia colado na gente e sabia bem como as coisas funcionavam. Logo, tinha tudo pra assumir o posto tlg. E por que não me tornaria seu padrinho?Continuamos sentados bebendo um pouco e nada do fdp do tal cara chegar. Nem sei quem era o maluco, porquê quem negociava as parada com nós era outro. Até que do nada o maluco chega por trás junto com outro cara colocando a maior banca em cima da gente. Dei uma encarada nele de cima a baixo e dei logo um gole no chopp sem tirar os olhos de cima dele. Era bom que só assim já ficava ciente de com quem ele tava lidando, sacô? Dei um chute na cadeira na direção del
DGFechei tudo com o tal Yuri e já era certa a emboscada pra pegar o Pantera. Bolamos todo o plano e iamos colocar em prática logo em breve. Vamos pegar ele onde mais enchia os olhos daquele fdp, o poder.Mesmo BN não lembrando de quem atirou nele, eu já tava só o ódio apenas descobrindo a possibilidade dele estar por trás do lance dos atentados. Mas confesso que o lance do coroa tá envolvido nessa merda toda fodeu com meu psicológico tlg. Porque se fosse um cara qualquer tudo bem, acertava as coisas de boa, sem peso na consciência. Mas, meu caralho, o fdp tinha que ser justamente o pai da mulher que eu amo porra? Tô sem chão e nem sei o que vou dizer pra ela quando chegar no hospital. Porque, do jeito que ela é desconfiada vai sacar logo de cara que tô escondendo o jogo e fico nervosão quando isso acontece. Terminamos de beber nossos chopp e fizemos toque de mão com geral. Kito vazou pro morro, hoje é dia de chegada de mercadoria e pagamento dos menor. Sempre procuramos deixar tudo
DaniFiquei muito mais calma e tranquila após ter lembrado desse hino. Eu estava precisando de um pouco de paz e tranquilidade para tentar compreender tudo o que estava acontecendo comigo.Perder um filho é uma dor irreparável, principalmente da forma devastadora como tudo aconteceu. Não pude nem ao menos evitar toda essa situação. Mas consigo compreender que talvez tenha sido melhor. Pois, meu filho já havia contraído esse vírus e não sei se suportaria vê-lo nascer com todos esses problemas. Continuaria amando, mas não vou ser hipócrita ao dizer que ficaria imensamente feliz como muitas pessoas fingem ficar. Olho pro lado e vejo a Ge ainda dormindo. Pego meu celular que está atrás do meu travesseiro e vejo que já passam das 21h. Nossa, já é tão tarde e naďa do DG aparecer. Será que aconteceu alguma coisa? Tento afastar os pensamentos negativos e volto meu olhar para o celular. Conecto na rede de dados e vou dar uma olhada se tenho mensagens ou ligações. Pra minha surpresa tenho alg
DaniPeguei o celular e liguei pro meu pai. Só chamava e nada dele atender. Liguei novamente e nada. Até que tentei pela terceira e última vez... e enfim, ele decidiu atender. E para minha surpresa ou não, ele atendeu novamente muito ofegante. Com certeza estava fodendo com àquela vagabunda da Bárbara. Mas o pior de tudo que ele era tão cara de pau e nem assumir isso conseguia. Realmente por tudo o que tenho passado, Deus está me ensinando a ser cada dia mais forte, pois caso contrário, já teria desabado depois de tantas pedradas e guerras que tenho enfrentado nesses últimos tempos.Respirei fundo e mantive a calma. Ou melhor, tentei manter né! Mas digo que isso era quase impossível.— Alô! Carlos: — Alô! Quem fala?— Já esqueceu que tem uma filha? É isso mesmo que estou entendendo papai? - disse num tom debochadoCarlos: — Jamais meu amor. É que somente atendi sem olhar de quem era a ligação. Foi somente isso.— Que desculpinha mais esfarrapada heim. O senhor já foi mil vezes melho