KIMBERLEY "KIM" — Meu Deus! Eu te suplico que me ajude e me livre desse inferno. Não sei o que pretendem fazer comigo, mas o Senhor sabe. Ouve a minha oração e me devolve para o lugar de onde eu jamais deveria ter saído, para os braços do meu amor. (Kimberley)Quatro meses antesEstava tudo perfeito em Brasília onde moro há mais de sete anos, aqui eu comecei o curso de Física e estava prestes a concluir os últimos semestres quando recebo duas propostas para fazer um estágio remunerado em duas das melhores universidades do país, a UFRJ no Rio de Janeiro e a USP em São Paulo. Meu desejo era aceitar logo de cara a UFRJ podendo assim voltar para a cidade onde eu nasci, cresci e que tanto amo. Mas, durante toda minha adolescência estive aqui em Brasília ao lado da minha mãe e mesmo depois desses longos anos ela ainda sente medo que eu retorne pra o Rio, principalmente depois de tudo o que um tal de Lamburguini fez para nossa família. É estranho, mas sendo tão jovem fui obrigada à aprend
VKQue falta de sorte a minha cara, tenho que bater justamente com àquela garota do café abusada e atrevida? Porra! E ainda de quebra ter que aturar ela tirando sarro e bancando a poderosa na frente de geral da sala. Mina ousada pra cacete viu!? Mas, tenho que dar o braço a torcer de que ela manda bem pra burro na matéria. E o pior é que por conta dela gabaritamos a tarefa passando facinho na pior matéria desse semestre. Agora fiquei em dívida com essa abusada. Mas, acredito que depois de hoje não terei o desprazer de esbarrar novamente com àquela louca linda.— Tá maluco VK! Que porra é essa de louca linda? Tu é bicho solto cara e nunca vai se prender a mulher nenhuma. Muitos menos pagar sentimento pra ser tachado como otário igual teu irmão e teu padrinho. — me repreendo mentalmente saculejando a cabeça tirando os fones da mochila colocando nos ouvidos e saindo da salaRui pra variar continuou lá fingindo fazer alguma coisa, mas no fundo quem estava fazendo todo o serviço era a Fra
KIMAdormeci sem perceber e acabei apagando literalmente como se fosse uma pedra. Isso me deixou muito descansada e realmente estava precisando relaxar um pouco. Depois da viagem finalmente consegui ter uma boa noite de sono. Apesar dos pesadelos com aquele garoto chato, porque nunca vou poder dizer que foi sonho que tive com àquele sujeitinho arrogante. Nunca tive esse tipo de problemas ou sonhos com ninguém, mas esse garoto foi tão insuportável que acabou me causando isso. Mas, de uma maneira ou de outra ao menos consegui recuperar as energias durante essa noite. Graças à Deus que hoje é quinta-feira e não preciso ir à USP, porque meu estágio é somente duas vezes por semana, as quartas e sextas-feiras. Por isso ao menos por hoje estou livre do desprazer de possivelmente esbarrar com àquele ser intragável. Olho para o relógio e já passavam das dez da manhã. Me espreguiço enquanto retiro o meu celular do carregador inicializando a tela. Em alguns segundos ele liga e começa a apitar
KimSaio daquele shopping querendo estrangular àquele garoto. Nunca alguém me irritou tanto quanto ele. Eu nunca imaginei que pudesse dizer isso algum dia, mas eu odeio esse jumento. A vontade que tenho é de enforca-lo até deixa-lo completamente sem ar com as minhas próprias mãos. Levantei cheia de odio daquela mesa na praça de alimentação e fui até o banheiro. Lá Isa me ajudou a diminuir um pouco o estrago que àquele imbecil fez derrubando, ou melhor, jogando àquele copo de suco inteiro de propósito na minha cabeça. Fiz um coque apertado no cabelo e troquei a minha roupa colocando um vestido que eu havia comprado à pouco na loja. Odiava usar uma roupa antes de lavar, mas aquele imbecil me obrigou a fazer algo que eu não gostava. Mas, se ele pensava que isso iria ficar barato estava muito enganado. Saímos do banheiro direto para o estacionamento e para a minha desgraça ele estava lá parado junto à um outro rapaz conversando. Quando me viu caiu na gargalhada, o que me fez sentir meu
VK20H ainda na república — Tu ainda tá assim Vinicius? Nós tá atrasado pra festa cara. Bora logo, se adianta irmão. — Rui diz nervoso me vendo deitado na cama jogando no celular— Eu não vou à festa nenhuma Rui. Não tô afim e tu sabe o motivo. — falo sem tirar os olhos da tela— Te entendo que tá aborrecido porque teus padrinhos não compareceram hoje cara. Mas, eles explicaram o motivo. Ou não? — ele fala enquanto calça o tênis — É por isso mesmo que tô desse jeito. Não é certo eu tá curtindo uma balada enquanto meu irmão tá sofrendo naquele morro cara. Você já esteve em alguma favela na vida? Já ficou no meio de um tiroteio? De uma invasão? Com medo de levar uma bala traçante bem na tua cara ou de ver alguém da tua família estirado nas ladeiras? Tenho certeza que não cara. Então não te mete em coisa que tu não sabe e me deixa em paz. — falo em fúria olhando em sua direção — Nunca passei por nada disso mesmo cara. Mas, me diz uma parada aqui: E você ficando desse jeito aqui vai re
Rio de Janeiro Horas antes do sequestroDani- Danilo, vamos logo amor, daqui para São Paulo temos muito chão pela frente. E se demorarmos mais só vamos conseguir fazer uma surpresa para o Vini no aniversário do próximo ano. - falo nervosa enquanto olho a tela do celular checando o horário - Já tô indo morena! Calma! Até parece que vai tirar o pai da forca. BN disse que ia pegar uma carona com a gente pra comprar umas paradas lá pras crianças e também pra loja de roupas da Geovanna. Ele já deve tá chegando por aí. - ele responde tranquilamente enquanto calça o tênis - Alô família! Cheguei! - BN diz sorridente adrentando a porta- Até que enfim hein BN! Bora logo gente! - falo nervosa entregando as chaves do carro nas mãos do Danilo e pegando meu óculos de Sol- Bom Dia pra você também marrenta! Já tá estressada? - BN faz suas piadinhas de sempre- Aiiiiii... Da um tempo BN! Com todo esse atraso não vou nem ter tempo de comprar um kit festa pro meu menino. Tudo isso por culpa de voc
24 HORAS DEPOIS DO SEQUESTROKIMAbro os olhos e não consigo enxergar absolutamente nada. Tento me mover, porém percebo que minhas mãos e pernas estão amarradas. Minha visão está negra pelo fato de estar com uma touca sobre minha cabeça que me impede totalmente de perceber ou distinguir onde estou. Minha cabeça dói e minha boca está completamente seca. Sinto frio, sede e fome ao mesmo tempo. Mas, nada disso é pior do que o medo e o pavor que me consomem a cada instante.Estou caída no chão, meu corpo sente algo macio, porém com um cheiro horrível por baixo dele. Com certeza me jogaram em cima de um colchão velho e sujo. - Meu Deus, por que tenho que passar por tudo isso? Por que esses homens me perseguem dessa maneira? Me ajuda Senhor! Permita que alguém sinta a minha falta e me tire desse inferno que me colocaram sem que eu soubesse ao menos o motivo ou razão por estar aqui. - penso enquanto tento me levantar apoiando os pés contra algo duro que com certeza deve ser uma paredeCom m
KIMHORAS DEPOIS Tento abrir os olhos, mas sinto minhas pálpebras pesadas, além de uma forte dor na cabeça. Coloco a mão à minha volta e sinto algo muito macio completamente oposto do que senti à algum tempo atrás. Sem falar que aquele odor terrível de animal morto havia dado lugar a um aroma de jasmim maravilhoso. Com um pouco de dificuldade enfim consigo abrir os olhos e foi aí que percebi o lugar onde eu estava. Era um quarto completamente mobiliado com móveis em madeira branca com um pequeno toque de lilás. As cortinas eram brancas de linho e havia um berço bem a minha frente. Arregalo os olhos sem compreender absolutamente nada, quando percebo a porta sendo aberta e por ela entrando o meu amor... o meu Vinícius. Ele se aproxima segurando a minha mão e depositando um beijo na minha testa. Me ajuda a levantar e me leva até próximo o berço. Quando me aproximo noto que estava vazio e ao olhar para o lado me assusto com o que vejo. O rosto do Vinicius estava cheio de sangue, começo