Capítulo XIII
— Milady, tudo bem? — ouço a voz de Julius me tirando dos sorrateiros pensamentos, que me envolve diretamente o adorável criador de cavalos.
— Sim querido, está tudo bem, só estou pensando em nosso casamento e em como vai ser minha vida depois de casada — falo para deixar Julius tranquilo.
— Querida, sua vida vai ser tranquila, como qualquer dama da cidade — diz Julius com convicção.
Continuo almoçando, o observando discretamente, movimentos seguros e frios, parece um robô, o oposto de Joe que é intenso e romântico. Preciso encontrar um jeito para desfazer esse casamento sem sentido, como eu vou viver ao lado de uma pessoa como Julius pelo resto da vida e ainda ter filhos com ele.
— Vou encilhar Cristh para dar uma volta — falo p
Capítulo XIVChegamos no local do mergulho encima da hora, nem deu tempo de pensar se eu estava ou não com medo, fiquei um pouco nervosa com toda aquela roupa, cilindro de oxigênio e o tubo na boca, mas quando entrei na água fiquei maravilhada com os seis metros de profundidade, foi como nascer de novo. O mergulho te tira do teu habitat natural.Aprender a respirar com equipamento é um drama, é tão automática a maneira como respiramos que não percebemos como funciona a respiração.É incrível perceber que existe a maior parte do planeta que não sabemos como é…. Ali embaixo tem um ecossistema, tudo organizado, vida funcionando. Vida linda por sinal.O mais lindo, foi olhar para cima, a gente se lembra de onde estamos. Em risco, sim, mas praticando algo natural para o
Capítulo XVEstá um dia frio e chuvoso, típico para esta época do ano na Inglaterra, fico parada na janela do meu quarto, observando os pingos caírem no chão, as arvores estão sem folhas deixando transparecer o outono. Luck passa cavalgando em baixo de chuva, olhando para a janela acena.Desde que minha mãe soube que eu queria romper o noivado e ficar com Joe, estou trancada, não posso conversar nem com meu irmão, apenas Morgan entra em meu quarto além de mamãe.Ontem eu estava passeando na cidade com Julius vi a namorada de Joe passar, com uma menina linda de olhos azuis no colo, a mãe da criança é muito bonita, alta, magra, cabelos castanhos claros, olhos verdes, pelo que reparei ela é muito simpática, está sempre com um sorriso no rosto, ela deve saber que é uma
Capítulo XVIEstou em frente à o espelho, me arrumando para o casamento, Morgan como sempre prestativa me ajuda. Em meio a esse tumultuo do casamento, me pego pensando o porquê de Morgan estar sempre sozinha, ela é muito linda, cabelos longos castanhos, olhos cor de jabuticaba madura, nunca me falou de nenhum namorado e também não fala do filho,— Morgan você tem um cabelo lindo, por que não anda com ele solto? — Puxo assunto com ela.— Sua mãe não permitiria senhorita.— Por favor Morgan! Me chame de Carol, não gosto dessas formalidades entre nós duas, fomos criadas juntas.— A senhorita é minha patroa, devo tratá-la formalmente — diz ela, sem me encarar.— Hoje você vai em meu casamento com o cabelo solto, eu e
Capitulo XVII— Minha bela esposa vamos terminar o almoço? — Ele finge me ignorar e continua misturando seu purê de batatas, adicionando cheiro verde.Não gostei de ser ignorada, não posso ser trocada assim por um purê de batatas, então vou até a pia para lavar alguns talheres que estavam sujos e me posiciono em sua frente, enquanto vou pegando alguns talheres para lavar fico rosando meu corpo ao dele propositalmente.— Se continuar me provocando vai ser aqui na mesa mesmo — diz ele enquanto cheira meu pescoço se encostando em mim lentamente.— Duvido — falo baixinho.— Minha bela, você não deveria ter falado isso.— Por que? Não gosta de ser desafiado?– Adoro!— Eu nunca fiz na cozin
Capitulo XVIIIVejo meu marido se barbeando, sem camisa, apenas com um calção de pijama, ele está à vontade, sem ninguém cobrando atitudes. Ainda estou de camisola e passo a mão sutilmente pelas suas costas, ele leva um susto ficando arrepiado, me olha com o canto do olho antes de falar:— A senhora me assustou.— Senhora! — Penso irritada.— Julius você tinha amante? — pergunto o observando pelo espelho.— De onde a senhora Bloom tirou essa ideia?— Julius para de me chamar de senhora e responda minha pergunta.— Minha bela, vivemos em uma sociedade machista.— Julius Bloom! Responde, sim ou não.— Todos têm amantes — diz ele sem me olhar nos olhos.Fico furiosa,
Capitulo XIX— Ana Julia, sua malandra acorde.Abro os olhos assustada suando muito, olho apavorada ao meu redor, consigo assimilar onde estou, abraço Theo bem forte dizendo:— Que bom que você está aqui.— July o que foi?— Aquele sonho novamente, é muito real, acho que são lembranças de uma vida passada, nós vivíamos na Inglaterra no século XVIII. Lembra do sonho... — Theo interrompe o que eu iria dizer, me ajuda a levantar do tapete ao dizer:— Vamos para a cama, dormir no chão não é muito confortável, você está muito cansada e impressionada com seus sonhos, sei lá July “vidas passadas” para mim parece vago.— Theo... — Tento argumentar e sou interrompida por um beijo.
Capitulo XX Discurso de formatura. Oradora: Sabrina Kocn — É muito difícil falar por um grupo de pessoas tão diferentes entre si, mas posso tentar por simplesmente ter convivido e dividido tanto tempo com elas. Foi um longo caminho. Muitas vezes tropeçamos, caímos, nos machucamos, mas também fomos levantados, cuidados e protegidos por pessoas que nos ajudaram a chegar até aqui. Acho que é comum falar essa frase de “Isaac Newton” neste momento, mas é uma verdade: “Seeuvi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes. ” Se nós estamos aqui hoje, foi pela capacidade, perseverança e paciência de todos vocês, que acolheram nossas dúvidas e sempre tentaram nos mostrar a luz no final do túnel. É impossível determinar até onde vocês nos marcaram. Digo isso para todos que passaram em nossas vidas. Nossos pais, amigos, pr
Capitulo XXI Eu balançava a cabeça, mas não conseguia falar nada, olhei para o lado, para ver como Theo estava, fiquei apavorada com a cena de terror que vi, ele estava desacordado com a cabeça pendurada para o lado e tinha muito sangue em seu rosto e a calça dele estava encharcada. Tirei forças não sei de onde e gritei: — Theo! Theo! O senhor na porta do carro tentava me acalmar dizendo: — Calma! Calma minha filha ele vai ficar bem, os bombeiros estão chegando. Mas eu via nos olhos daquele senhor o mesmo horror dos meus. A cena era assustadora, eu estava em pânico, não por mim, mas eu tinha certeza que a vida de Theo estava correndo risco. Nesse momento vejo muitas luzes se aproximar, aquele senhor se retira e muitas pessoas de uniforme começam a trabalhar, o barulho intenso de uma máquina cortando a porta e o teto da caminhonete é ensurdec