–Estás mais calma agora?– foi a pergunta de Ceo ao sentir que o batimento cardíaco de Alicia estava muito mais calmo do que antes. E ele esperava que sim, porque não tinha gostado da expressão de medo que ela lhe tinha dado.Alicia demorou a responder até que, alguns segundos depois, se sentou com os olhos e as bochechas vermelhas. As suas pálpebras estavam ligeiramente inchadas. Vincet acariciou–lhe a face, limpando–lhe a humidade.–Pensaste que eu te ia fazer alguma coisa?– perguntou ele num tom baixo e sorrindo ligeiramente.Alicia abanou a cabeça lentamente.–Sinto muito.–Não tens de pedir desculpa. Devia ter tido mais cuidado– a violência de qualquer tipo desencadeava episódios desses, que não eram nada bons, –Vieste avisar–me do jantar, não vieste?Desta vez, Alicia acenou com a cabeça.–Bem, vamos comer. Vamos ver um filme ou, se quiseres, podemos fazer sexo– perante as palavras dele, as faces dela coraram e ele deu–lhe um beijo rápido nos lábios perante a sua não recusa.E, d
Alicia agarrou as mãos na camisa de Vincet enquanto a sua boca pressionava o tecido do ombro dele numa tentativa de abafar os gemidos que saíam da sua boca. Que se danem os planos de ver filmes. Ela sabia que ele ia aquecer assim que ela concordasse em fazer sexo com ele... por isso, assim que acabaram de comer, ele esperou que a mesa ficasse livre antes de desligar a televisão e agarrá–la pela cintura para a sentar em cima dela.E agora estavam ali, com as pernas dela de cada lado do corpo dele e as ancas dele a moverem–se entre as coxas dela. E, a cada investida, ele fazia–a gemer e estremecer por todo o lado.As mãos de Ceo acariciavam–lhe as ancas, subiam–lhe pela cintura e deslizavam por baixo da blusa para lhe amassar os seios com as mãos.–Espera– ela levantou a cabeça enquanto ele lhe apertava os dois mamilos ao mesmo tempo, aproveitando para se apoderar da boca dela, misturando a sua língua com a dela.Alicia podia simplesmente deixar–se levar. E não podia negar que desta vez
Alicia havia notado que Vincet andava estranho ultimamente. Ele se mantinha reservado em relação a muitas coisas, passava muito tempo em seu escritório e olhava para longe.Ela gostaria de saber o que havia de errado com ele para ver se poderia ajudá–lo, embora não achasse que tivesse confiança para fazer muito, mas estava preocupada. No entanto, a forma como ele a tratava não tinha mudado e ela teve o cuidado de não levantar a voz nem se enervar. Aparentemente, ele tinha ficado muito assustado com a reação dela naquele dia.E depois de pensar e lembrar–se disso, ela própria se envergonhava de ter tido medo dele. Até agora, Vincet nunca tinha sido violento para com ela, nem a tinha tratado mal. Pelo contrário, tinha sido incrivelmente gentil com ela. Pelo contrário, tinha sido incrivelmente paciente e até a tinha posto em tratamento para melhorar.Ela suspirou, baixando os ombros. Tinha de ser mais forte e não se deixar vencer pelos seus medos. Não podia continuar a arrastar para toda
Alicia ouvia o som do relógio na sala de estar como se fosse uma broca em seu corpo que só a esfriava mais. Ela não queria tirar conclusões precipitadas. Certamente Vincet explicaria a situação para ela, mas ainda assim, ela não conseguia tirar aquelas palavras de sua mente.Noivo... daquela mulher... que carregava o seu filho no ventre.Engoliu de novo com grande dificuldade, sentindo os olhos encherem–se de lágrimas, que limpou rapidamente. Não as iria derramar. Não serviria de nada. Por dentro, no entanto, algo estava a estalar. Pelo menos, ela teria gostado de o ouvir da boca dele, não da boca desta mulher que não conhecia.O pior de tudo é que ainda não o tinha conseguido contactar. O telemóvel estava desligado e os minutos passavam a correr. Fechou os olhos e encostou–se à parede da cozinha, sem ver a mulher que estava desconfortavelmente sentada na sala de estar. Vê–la só o tornava mais consciente de tudo.O telemóvel tocou e ele pegou nele rapidamente, vendo que tinha chegado
Vincet tinha tido de desligar o telemóvel no início do dia e tinha ordenado a Lukas que fizesse o mesmo. Ele era teimoso diante da insistência da família, até mesmo de clientes e empresas. Teria gostado de ir com Alicia e de experimentar ele próprio o vestido para a sua formatura, pois sabia como esse acontecimento era importante para ela, mas estava ali sobrecarregado com os seus problemas e com a preocupação da sua situação.Não sabia como contar a Alicia... porque ele próprio não compreendia como é que aquilo tinha acontecido.Ele costumava ser cuidadoso quando dormia com mulheres. Ele próprio tinha os seus próprios preservativos para evitar este tipo de situação e para impedir que o seu avô movesse as suas peças, por isso parecia–lhe absurdo que uma mulher estivesse grávida dele. E, além disso, que ela o tivesse comprometido sem mais nem menos. Tinham–lhe enviado simplesmente o anúncio e o anel pelo correio.Como sempre, para o avô, ele era apenas uma peça que podia manipular como
O silêncio na casa de banho durou tanto tempo que se tornou desconfortável. Só quando Vincet revirou os olhos para o lado é que Alicia sentiu o coração doer no peito.–Eu vou... eu vou resolver isso de alguma forma,– ele disse, direcionando o olhar para o braço de Alicia, passando o pano úmido na pele dela.Alicia apertou os lábios até ficarem brancos. Ele não o tinha negado, até se podia ver a ponta de dúvida nas suas palavras. Ela não disse nada. Se o fizesse, iria desmoronar–se. Se Vincet se casasse, ela não poderia estar lá com ele, e se ele tivesse um filho... esta seria a sua prioridade e ligá–lo–ia à mulher de quem ele queria estar longe.Ela ainda se perguntava porque é que tinha tido sentimentos por ele, porque é que se tinha relacionado com ele. Eram ambos de mundos completamente diferentes. Tanto que se encontravam neste tipo de situação, onde o casamento não precisava necessariamente de amor para acontecer.Juliana sentia a tensão na atmosfera, onde era quase difícil respi
Tanto Alicia como Juliana deixaram de ouvir vozes na sala e não sabiam se podiam sair. Mas parecia que podiam. As queimaduras de Alicia já estavam tratadas com ligaduras e só tiveram de esperar quando a porta se abriu. Era Lukas.–Não se preocupem, o nosso... convidado já está lá em baixo no carro.Alicia foi a primeira a sair com um ar sombrio e, quando Juliana o fez, Lukas passou o braço à volta da cintura dela para a abraçar e lhe dar um longo beijo na cara. A mulher não resistiu, apesar de não ser a melhor altura para se aquecer para nenhum deles.Vou pôr–vos ao corrente da situação– disse Lukas, levando–os para a sala de estar e sentando–se à frente deles. Deu–lhes uma informação rápida e, quando terminou, houve um silêncio constrangedor entre eles: –Vamos fazer uma viagem para obter a prova definitiva. Tenho a certeza que é uma das muitas maquinações do avô de Vincet, por isso Alicia, muda essa cara.A rapariga deu um sorriso um pouco forçado. Queria confiar nele, Vincet era um
Vamos deixar isto aqui– Juliana fechou o diário e olhou para Alicia: –Estás no bom caminho– sorriu–lhe. Se continuares assim, acho que vais estabilizar num instante. Vi como reagiste à situação recentemente e controlaste–te muito bem, nem sequer entraste numa depressão grave, que acontece às pessoas que se afeiçoam a alguém que vêem como seu salvador.Alicia franziu os lábios.–Não posso depender toda a minha vida de Vincet– brincou com os dedos no colo, –não sou uma criança e não me posso esconder atrás dele. A vida não é assim tão fácil e sei que vou ter mais problemas no futuro, mas se ficar a chorar num canto e a pensar no pior, só me vou magoar mais– levantou o rosto e sorriu, –E o próprio Vincet me disse isso, tenho de confiar nele.Juliana acenou com a cabeça e olhou para o relógio.–Bem, tenho de ir. Ainda tenho coisas para fazer. Venho amanhã de manhã para te preparar para a formatura e deixo–te na universidade antes de ir trabalhar. Lamento não poder ir contigo, mas tenho um