No Haras...Pietro— Não, por favor, não faça isso! Eu juro que estou dizendo toda a verdade! — Luan implora entre soluços de dor.Eu me aproximo lentamente, com a expressão fria e impiedosa no rosto, e faço a próxima pergunta.— Se a mulher, cujo nome é Alicia, não tivesse te impedido, você teria estuprado a Fernanda? — pisando no seu ferimento ele grita a sua resposta— Mas é óbvio que nãoooooo... eu nunca faria algo assim com a Fernanda. NUNCA!Nada preciso dizer, apenas ouço do poligrafo a resposta que eu já desconfiava:"ISSO É... MENTIRA!Luan grita em desespero implorando, pois já sabia o que aconteceria em seguida.— Não, não, não... essa porra está com defeito, eu não estou mentindo. Com toda a frieza que existia dentro de mim, encarando diretamente em seus olhos, aperto novamente o gatilho, dessa vez acertando dois projéteis no outro pé de Luan. O grito de agonia se intensifica, e sua respiração fica cada vez mais difícil e entrecortada, o que gerava em mim uma grande satis
Enquanto isso no Hospital CentralFernandaApós levar aquele susto, ao descobrir que o tal sujeito misterioso na realidade era Domenico Grecco, o pai da louca da Anna, precisei ingerir vários copos d'água para conseguir me tranquilizar um pouco. Eu estava apavorada com a possibilidade daquele monstro tentar algo contra a minha integridade e a da minha mãe. Estando nesse hospital e com tantos seguranças, acabei imaginando que estivéssemos protegidas de tudo e principalmente das investidas daquela família de loucos. Tirando a dona Júlia, todo o restante não valiam o chão que pisavam, nada posso dizer com relação à Antonela, filha da dona Júlia, porque ainda não tive a oportunidade de conhecê-la, e no estado crítico que ela se encontra, acredito que só por um milagre poderemos nos encontrar. Mas, enfim, eu precisava me acalmar, pois a qualquer momento a equipe médica vai transferir a minha mãe para o quarto e quando ela chegar, não quero que desconfie de absolutamente nada do que está a
FernandaFico por algum tempo paralisada sem saber o que dizer, depois de sentir o impacto das palavras frias e secas de Pietro. O que ele quis dizer com Luan está em suas mãos? Meu Deus, será que Pietro o matou? Não! Ele não seria capaz de algo assim. Ou seria? Eu não sabia o que pensar, dizer ou fazer... mentira, pois eu sabia muito bem o que deveria fazer, ir ao encontro de Pietro e assim descobrir de uma vez por todas o que houve com Luan e principalmente, os seus motivos para todas as atrocidades que cometeu. — Pietro, onde você está? Preciso te ver. — Minha voz era firme, mas por dentro eu era só nervos— Agora não, bela. Já disse que isso não lhe fará bem. — Pietro me responde com suavidade, mas ainda com a firmeza de antes.— Pietro, por favor! Eu preciso entender o que está acontecendo. Não consigo mais viver nessa incerteza, nesse medo constante. Eu não consegui ter tranquilidade desde que descobri todas as atrocidades que Luan cometeu. Por favor, me ajude a entender, me a
PietroEstava a ponto de voltar para o lugar onde havia deixado o fodido do Luan, para finalizar de uma vez toda aquela merda, quando em minha cabeça surge a pior ideia que eu poderia ter na vida, enviar uma mensagem para Fernanda em nome do maldito.Desde o dia em que ela recebeu o envelope que continha o dossiê e todas as provas que incriminavam o Luan, até então, não tínhamos recebido sequer uma resposta. O que eu mais queria é que Fernanda, enfim descobrisse toda a verdade, e que de uma vez por todas eliminasse qualquer tipo de vínculo ou sentimentos que a ligasse àquele verme. Portanto, tratei de ordenar que em seu celular fosse enviada uma mensagem em nome do Luan. Marco ficou a frente da situação e me pôs a par de tudo, desde a clonagem do número até o envio da mensagem, afinal a minha bela havia bloqueado o contato do fodido do Luan, o que gerou dentro de mim uma grande satisfação, pois enfim ela já estava descobrindo que aquele ar de bom moço não passava de uma máscara e que
FernandaDurante todo o percurso, o silêncio e a sensação de justiça prestes a ser cumprida, se fez presente dentro do meu coração. Pietro a todo instante, enquanto dirigia, segurava a minha mão depositando beijos carinhosos e me oferecendo a força que eu tanto precisava naquele momento. Não que eu estivesse duvidosa da minha atitude, muito pelo contrário, eu sabia muito bem qual seria a minha primeira reação ao ficar frente à frente com o desgraçado, assassino e hipócrita do Luan. Dia após dia, eu renascia e junto à essa nova mulher, uma força e determinação devastadora se apossava do meu corpo. Eu não seria mais a mesma pessoa frágil e submissa de antes. Não permitiria que o medo me dominasse ou que a insegurança tomasse conta de mim. Eu tinha uma missão a cumprir e nada, absolutamente nada, iria me deter.Ao chegarmos ao nosso destino, fico perplexa, ao notar o local em que Luan era mantido em cárcere. Pietro estacionou o carro em frente ao haras, em que ele e eu passamos por mome
FernandaEnquanto saíamos daquele haras, a sensação que eu tinha era de dever cumprido e que de alguma maneira, por menor que fosse, o "quase" assassino da minha mãe havia recebido o pagamento por suas maldades. Mas, no fundo, eu me sentia um pouco triste e chateada comigo mesma, por ter sido tão ingênua a ponto de cogitar a possibilidade do Luan ser o grande amor da minha vida. E o pior, ter entregado a minha melhor parte para um ser desprezível como ele. Durante toda a vida, eu sempre acreditei que a minha primeira vez fosse especial, diferente, única e com alguém que eu realmente sentisse que amaria para a vida toda. Porém, saber que aconteceu exatamente ao contrário, me deixa pensativa e até certo ponto desapontada comigo mesma, por ter me deixado levar e feito à escolha errada. Hoje, ao olhar para Pietro, percebo o quanto fui tola e todo o tempo perdi por conta de uma dúvida que só existia dentro da minha cabeça louca. E agora a dúvida que me consome, é se sou merecedora de todo
FernandaApós me despedir e sair daquele quarto, tinha a sensação de que uma tonelada de preocupações e medos haviam sido retirados das minhas costas. Estava feliz e leve por saber que minha mãe estava se recuperando tão rapidamente, sendo muito bem cuidada por todos do hospital, que muito em breve receberia alta e principalmente por ouvi-la dizer que aceitou a minha relação com Pietro. Certo, que eu ainda não tinha revelado todos os detalhes e como realmente tudo começou, mas sinceramente não sei se teria essa coragem para dizer à ela que Pietro surgiu na minha vida por uma casualidade do destino e após eu assinar um contrato que me transformava em sua acompanhante particular. Confesso, que medo da reação dela ao saber desse detalhe, não menos importante, me preocupava.Enquanto caminhava pelo corredor do hospital, eu tentava organizar meus pensamentos. Como contar para minha mãe toda a verdade? Será que ela entenderia que não foi uma escolha consciente minha, mas sim uma circunstânc
FernandaUma semana depois...Os dias passavam mais que depressa, e com eles a certeza de que tudo estava enfim voltando ao seu devido lugar. Durante essa semana estive diariamente ao lado da minha mãe e em quase todos passei a noite com ela. Dona Mirtes sempre que possível aparecia no horário de visitas e assim deixava a minha mãe atualizada sobre os acontecimentos do bairro e também da igreja. Essas duas quando se juntavsm para iniciar uma conversa esqueciam do mundo. Nesses momentos eu aproveitava para descansar um pouco e repor as energias. Pietro permanecia sempre ao meu lado, menos nos momentos em que estava na empresa, contudo entre uma reunião e outra sempre encontrava uma maneira de me ligar para ter a certeza de que tudo estava bem e que nenhum mal havia se aproximado. Óbvio, que Aquiles, o chefe da segurança e o meu guarda costas pessoal já o mantinha informado durante 24h, mas isso parecia muito pouco e enquanto meu príncipe italiano não ouvisse a minha voz dificilmente f