Isabella não respondeu de imediato, mas internamente prometeu que usaria aquele alerta e ameaça (um desafio velado) como incentivo para redobrar os esforços. Claire se afastou com um meio sorriso, mas o recado ficou. A diretora financeira sabia demais – ou pelo menos, fingia saber. Aparentemente a Titan Tech não era apenas protegida pelos softwares, mas também pelas pessoas que compunham a grande empresa. Após o almoço, a rotina corporativa retomou seu ritmo frenético. Isabella passou as próximas horas organizando documentos, elaborando comunicados internos. Mas, mesmo enquanto se concentrava nas tarefas, sua mente permanecia fixada no arquivo confidencial e na sensação de que algo – ou alguém – a observava com especial interesse. Quando a tarde avançava, um e-mail interno chamou sua atenção: uma convocação para uma reunião de alinhamento com toda a equipe de Relações Públicas. Era a oportunidade perfeita para observar os colegas, buscar pistas e, quem sabe, se aproximar de infor
“Cuidado com quem se aproxima demais dos segredos da Titan Tech. Nem todos querem ver a verdade emergir.” O aviso gelou sua espinha. Alguém estava ciente de sua investigação, e o perigo agora era real, mesmo em seu primeiro dia. Isabella sabia que não podia recuar. Se quisesse expor as irregularidades, teria que enfrentar não apenas a vigilância implacável de Damian e seus aliados, mas também as ameaças ocultas que rondavam os corredores da empresa. Enquanto fechava o laptop, Isabella olhou para o espelho. Seus olhos cor de mel refletiam inquietação. A jornada estava apenas começando, e a verdade, por mais obscura que fosse, estava ao seu alcance – mesmo que precisasse desarmar cada armadilha colocada no seu caminho. Na manhã seguinte, ao entrar novamente na Titan Tech, Isabella manteve-se alerta. Ricardo a recebeu com o habitual sorriso enigmático, mas agora seus olhos traziam uma nova intensidade, como se já soubesse dos riscos que ela enfrentava. E, ao ver Claire nos corredore
Nova York cintilava sob a noite fria que caia. Do alto de seu escritório na Titan Tech, Damian Lancaster observava a cidade através da imensa parede de vidro, algo que já azia parte de seus hábitos, ele amava se sentir no poder e ter tudo sob seus olhares. O reflexo das luzes urbanas e o movimento contante em Brooklin se misturava aos seus próprios pensamentos, esse grande detalhe já era algo fora do comum para Damian, um homem que sempre cultivou o absoluto controle sobre si mesmo e sobre tudo ao seu redor, principalmente seus pensamentos e ações. Então por que estava agindo de forma tão inconstante e impulsiva? Por que seus pensamentos continuavam voltando para a dona daquele olhar desafiador e sorriso confiante? Por que sua mente lhe pregava peças em fazê-lo acreditar que precisa dar recados olho a olho, estar presente no setor que antes ele pouco frequentava como Relações Publicas. Mas agora Isabella estava lá e tudo tinha mudado. Seus colaboradores notaram a grande mudança, el
— O que exatamente você está tentando fazer com Ricardo Vasquez? — Damian não precisou fingir irritação, o seu tom de voz transmitia exatamente a raiva que ele sentia. E havia algo mais... Algo que ele jamais admitiria. Ele não a tem sobre seu controle e isso esmaga seu coração e ego, estraçalhando suas entranhas. Ela piscou, fingindo confusão. — Trabalhar? Ele é meu superior imediato, lembra? Ele me dá as direções sobre o que fazer, você mesmo o instruiu quanto a isso. Acho que está sofrendo de amnésia Senhor Lancaster... — brincou com um sorriso em seu rosto. Damian encarou aquilo com os olhos em chamas, instintivamente passou a língua sobre o lábio inferior e se virou para sua grande vista privilegiada pela janela, tentando recuperar um pouco da sanidade mental para responder a corajosa Isabella que o dirige as provocações. — Engraçado você dizer isso, porque do lado de fora parecia mais do que apenas trabalho. — Ah… — Isabella deixou um sorriso debochado escapar. — Você está
O silêncio do apartamento de Isabella só não é constante por conta do som distante da cidade ao fundo. As luzes dos prédios vizinhos piscavam através da janela, lançando sombras trêmulas pelo chão de madeira. Ela largou a bolsa no sofá e soltou um suspiro pesado. A discussão com Damian ainda pulsava em sua mente, assim como a tensão sufocante que crescia entre eles. Ela não deveria se importar ou ser afetada pelo olhar sombrio dele ou pelo tom possessivo que ele usou ao falar de Ricardo. — Você está estranha — comentou Clara, jogando-se no sofá e cruzando os braços. Sophie, que mexia no celular, levantou o olhar com um sorrisinho. — Estranha não… desconcertada. Isabella bufou, revirando os olhos. — Não estou desconcertada. Só cansada. Clara arqueou uma sobrancelha. — Cansada de lutar contra o fato de que está começando a gostar do seu chefe? — Não seja ridícula. Ele não é meu chefe de verdade, você sabe que é um trabalho de fachada, ele também tem total consciência di
Ricardo recuou um passo e sorriu casualmente. — Claro, senhor Lancaster. Só estamos discutindo o evento da empresa. Damian não respondeu imediatamente. Seu olhar cortante encontrou o de Isabella, um brilho perigoso escondido naquelas íris azuis. — Retorne ao trabalho, Vasquez. — Falou rispidamente, sem encarar o homem no rosto. Esperou pacientemente para que ele se fosse e que a atenção da sala espairecer e voltar ao foco do trabalho. — Vamos até a sala de reuniões para que eu fale em particular com você. A ordem foi clara. Isabella engoliu em seco, mas manteve a compostura. — Estou no meio do meu trabalho. — Você não parecia tão preocupada com isso minutos atrás. Além disso, não foi um pedido. Ela viu os olhos de Ricardo nela, esperando para ver sua reação. Isabella estreitou os olhos para Damian e, finalmente, cedeu. — Certo. E o seguiu até o corredor, onde adentraram a sala que outrora ela fez sua integração. O silêncio na grade sala era sufocante, Damian se en
— Não aceite o convite dele, aceite o meu. Como Isabella podia fingir que não sentiu os impactos certeiros daquelas palavras? Como podia fingir que a presença dele tão perto dela, seu calor a envolvendo como uma manta perigosa, seu cheiro preenchendo seus pensamentos e mexendo com todos os seus sentidos, como ela podia fingir que tudo isso não estava a desequilibrando? Isa respira fundo, tentando relembrar seu nome, a postura que ela lutou tanto para criar e manter, seu propósito ali... Isso, o propósito dela é bem maior do que seus desejos. Desejos esses que gritam para ela puxar a gravata do CEO a sua frente, beija-lo até que ele nunca mais consiga esquecer o sabor de seus lábios, passar as mãos por cada músculo bem marcado sob sua camiseta social até que ela memorize cada parte de seu corpo... Propósito... Sim, o propósito! — Obrigada — é o que ela consegue falar em meio a um suspiro, sua voz baixa, um tanto rouca, mesmo que ela tente mascarar com um pigarro e tosse. Lan
A loja de vestidos brilhava com tons de dourado e prateado sob a iluminação quente. Tecidos luxuosos forravam os cabides com diversidade em cores de vestidos, e Isabella passou os dedos por um deles, sentindo o toque sedoso contra a pele.— Isso é uma péssima ideia — murmurou, cruzando os braços. — Nem acredito que vocês me convenceram a vir escolher um vestido aqui — e aponta para a loja, suas amigas logo perceberam que ela se referia ao preço das peças.Clara revirou os olhos.— É uma ideia perfeita. Você vai ao evento para trabalhar e investigar, mas isso não significa que não pode estar deslumbrante e arrancar suspiros de todos que você passar ao lado. Além disso o investimento para a notícia que vai mudar sua carreira vale muito a pena.Sophie sorriu, carregando uma pilha de vestidos de gala em seu braço, pegando um último, esse vermelho e se juntando a pilha que prontamente entrega para Isabella.Depois de longos minutos provando vestidos com bolsas e desfilando por toda a loja,