Anthony Narrando Eu encarei Ana Kelly, o peitø subindo e descendo pesado, a raiva e a obsessão queimando dentro de mim como um incêndio fora de controle. Ela tava ali, de braços cruzados, me olhando com aquele ar desafiador, como se achasse que podia simplesmente decidir me deixar. Como se eu fosse permitir uma coisa dessas. — Você realmente acha que pode sair daqui, Ana Kelly? — Minha voz saiu firme, carregada de algo que até eu sabia que beirava a loucura. — Que pode simplesmente dizer que me odeia e sumir da minha vida como se não fosse nada? Ela riu, debochada, balançando a cabeça. — Eu já fiz isso antes, Anthony. Posso fazer de novo. Aquilo fez meu sangue ferver. Eu me aproximei, meu corpo quase colando no dela. — Fez antes porque eu deixei. Mas agora? Agora eu não vou deixar. Cê é minha, porra! Sempre foi. Ela revirou os olhos. — Ah, pronto. Lá vem o dono do mundo querer decidir minha vida. Acorda, Anthony! Eu não sou sua propriedade. Meu maxilar travou. Peguei ela pel
Vinícius Narrando O sangue fervia nas minhas veias como se eu tivesse tomado um litro de gasolina e alguém tivesse riscado um fósforo. Eu saí da casa com a respiração pesada, as mãos cerradas em punhos, e a fúria me cegando a cada passo. Bárbara vinha logo atrás, com o celular colado na orelha, voz cortante como navalha.— Isso mesmo, tenente. A casa de um amigo foi invadida agora há pouco. Ele veio de São Paulo, está hospedado comigo aqui em Porto Alegre. Levaram a mulher dele. Isso é sequestro. — Ela pausou. — É, eu tô indo pra lá agora. Te passo o endereço exato.— Esse filho da püta vai pagar. — rosnei, entrando no carro com a chave tremendo na minha mão. — Ele entrou na minha casa, Bárbara. Ele entrou e levou a Brenda! E ainda teve a audácia de atender o celular dela pra me ameaçar.— Calma, Vinny. Não adianta sair atirando pra todo lado. A gente precisa ser estratégico agora. Se a polícia agir, a gente consegue pegar ele no ato.— Estratégia é ele sangrar. Estratégia é ele ajoe
Anthony Narrando Ana Kelly se afastou, mantendo uma distância razoável. O jeito como ela me olhava fazia meu coração apertar e acelerar de um jeito que eu nunca tinha sentido antes.— Você me decepcionou... Mas já dava pra saber quem você era.— Você não esperava isso de mim? — repeti, encarando a Ana Kelly de cima a baixo enquanto ela me lançava aquele olhar decepcionado. — Você não me conhece. Mas quando se trata de você, tudo muda, Kelly.— Muda? — ela riu, amarga. — Muda é o caralho, Anthony! Tu pode ser o cachorro que for, mulherengo, cafajeste, isso eu engulo. Agora me manter presa numa casa como se fosse propriedade tua? Isso eu não esperava.— Aí, Anthony me poupe, não tem muito tempo, eu já me cansei da suas ladainhas.— Você tá aqui porque é o único lugar onde eu posso te proteger.— Proteger? — ela cruzou os braços. — Me fala, Anthony... isso é pra me proteger do Vinícius ou é só mais uma forma de alimentar tua obsessão doentia de me ter por perto?— Tu acha mesmo que isso
Ana Kelly Subi as escadas devagar, ainda sentindo o gosto do beijo que o Anthony me deu. Um beijo que queimava, mesmo sendo calmo, mesmo sendo lento... porque por trás dele, eu sentia a prisão. Não era mais paixão, não era mais desejo. Tava virando medo. Fechei a porta do banheiro, tirei a roupa devagar, como se alguém me observasse. Liguei o chuveiro e deixei a água escorrer pelo meu corpo, tentando lavar a confusão que ele deixou em mim. Não funcionou. Saí do banho enrolada na toalha e, assim que abri a porta, me assustei. Anthony tava ali, na porta, com o celular no ouvido, me encarando como se o mundo inteiro girasse só em volta de mim. — Deixa de ser boba. — ele falou rindo baixo. O que você tem aí eu já vi... e é lindo. — Você é maluco, Anthony! — rebati, apertando a toalha no corpo. — Sou maluco por você. — Ele respondeu, desligando o telefone. Se aproximou devagar, como se não quisesse me assustar, mas tudo nele já me causava medo e desejo ao mesmo tempo. — Você tá be
Anthony narrando Tava dirigindo feito um louco, o volante na mão e a raiva no peito. O celular no viva-voz, e a voz do segurança explodindo do outro lado.Ligação On— Tenente, tão tentando invadir a minha casa. Quero um batalhão lá , vou mandar localização. Não é qualquer um. Um tal de Vinícius… tá com gente de São Paulo.— Eu já imaginava. Estou de olho. Estou chegando.Ligação Off Desliguei e já mandei mensagem pros meus amigos da polícia. Gente que cresceu comigo, gente que sabe quem eu sou e o que eu defendo. Liguei pro Afonso, velho parceiro da corporação.— Afonso, preciso de reforço agora. Tentaram invadir minha casa. É bandido de fora, paulista. Um tal de Vinícius. Perigoso, envolvido em tudo quanto é coisa suja.— Tô mandando uma viatura agora. E eu tô indo também.Quando cheguei na rua da casa, já tinha movimentação. Vinícius tava dentro do carro, se achando o dono da situação. Assim que parei o carro, desci andando com sangue nos olhos. Já abri a porta e puxei ele de den
Ana Kelly Narrando Eu tava deitada de lado, abraçada no travesseiro, tentando entender o que sentia… raiva, tristeza, medo ou essa confusão que o Anthony plantava dentro de mim. O quarto tava silencioso, mas meu coração não parava. De repente, senti o colchão afundar atrás de mim e o corpo dele colar no meu. Levei um susto, dei um pulo.— Calma… sou eu, ele sussurrou no meu ouvido, puxando meu corpo todo contra o dele.O braço dele passou pela minha cintura, me apertando com força. Depois, os lábios desceram pro meu pescoço, espalhando beijos lentos que me fizeram arrepiar.— O que tá acontecendo? O que você fez? O que houve com o Vinícius? — minha voz saiu baixa, insegura.Ele parou por um segundo, mas a tensão no corpo dele entregou tudo. A respiração ficou mais pesada, os dedos apertaram ainda mais a minha cintura.— Que tanto você quer saber desse merdä, hein? O que é meu, eu cuido. E eu cuidei. — o tom era carregado, mas frio. Cru.— Eu só perguntei… não quero brigar. — falei de
Anthony Narrando Ela abriu as pernas. Devagar, contrariada, mordendo os lábios pra não se entregar de vez. Mas eu vi nos olhos dela… o corpo já tinha cedido, só faltava a boca aceitar. Com uma mão abaixei o cós do short, com a cueca é tudo, fazendo ela sentir meu paü duro.— Isso… assim que eu gosto — murmurei, encaixando meu quadril no dela, esfregando a cabeça do meu paü devagar entre os lábios dela, só pra provocar. — Tu sabe o quanto eu esperei por isso aqui? Ter você aqui na minha cama.— Anthony…— Shhh… — segurei o rosto dela entre minhas mãos, forçando o olhar dela pro meu. — Olha pra mim. Foge não. Eu quero você inteira, porra. Corpo, alma… até essa tua teimosia do caralho.Ela virou o rosto pro lado, tentando fugir do que sentia. Eu ri. De canto. Sem paciência.— Quer me ignorar? Beleza. Mas teu corpo já me respondeu. Tu gemeu meu nome com gosto, Kelly. E eu vou fazer você gozar de novo. E de novo. Até entender que é minha.Enterrei devagar, até o fim. Sentindo cada contraç
Vinícius Narrando Me jogaram dentro da pørra do carro. Ninguém perguntou nada, só obedeceram o que aquele desgraçado mandou. Cheguei tomado pelo ódio. Minha vontade era partir pra cima de todo mundo, mas eram muitos. Tentei pensar na Ana Kelly, na Brenda, até na Bárbara... mas nem isso adiantava. O ódio me consumia por dentro.— Eu vou sair dessa merdä, vocês vão ver! — gritei, tentando me soltar dos dois policiais que me arrastavam pra dentro da delegacia de Portalegre.— Vai gritar menos, ô paulista de merda, — um deles falou, empurrando meu ombro com força. — Aqui não é tua quebrada, não.— Anthony vai pagar por isso, eu juro por Deus que ele vai pagar!— Quem vai pagar é tu, irmão. E com juros. Aqui tu vai conhecer o que é cadeia de verdade.Me jogaram contra a parede, tiraram foto da minha cara com aquele flash na minha cara, e depois mandaram eu levantar os braços.— Nome completo? — perguntou a mulher atrás do balcão, com desdém.— Vinícius dos Santos Silva, — respondi entre d