“Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.”William ShakespeareChloe HughesPor Deus, o que vou fazer da minha vida? Léon e Iohan estão em Londres, isso significa que, provavelmente, Brandon também está. Saio do consultório desnorteada e corro em direção ao estacionamento. Antes de entrar no carro, olho para os dois lados apenas para ter a certeza de que não estou sendo seguida, sem demora dou a partida e dirijo a caminho do meu apartamento. Sinto todo o meu corpo estremecer com as lembranças de nossa conversa. Não sei o que pensar sobre eu não ter importância mais na vida do Brandon, foi o que Léon falou. Não sei se me deixou aliviada ou triste, lá no fundo, eu idealizei um cenário onde nos encontrávamos e ele ficaria emocionado ao descobrir que tínhamos um filho juntos, como sempre, uma boba apaixonada. Durante esses últimos anos, fechei meu coração para qualquer tipo de envolvimento romântico. Dediquei-me somente aos meus estudos e ao meu filh
“Tem muita coisa na minha cabeça agora, só estou tentando descobrir a coisa certa a fazer.”Léon Barker Já faz quatro dias que estou em Londres, apenas observando todos os passos da Chloe. Percebi no primeiro dia, que ela mudou completamente a sua rotina e isso me deixou um tanto intrigado. Por que ela fez isso? Chloe não é uma garota tola, ela sabe que estou a observando só não entendo o porquê de sua preocupação. Nesses dias, percebi que a relação entre ele e o mauricinho não passa de uma grande amizade. O cara tem uma namorada e essa jovem passa boa parte do seu dia no apartamento de Chloe, deve estar cuidando do guri que eles tiveram. Ainda não vi a criança, a única coisa que sei é que ela tem evitado sair com ele, o que é, no mínimo, estranho. Muitas coisas passaram na minha cabeça quanto a partida da Chloe no passado. Naquele dia no hospital, quando falei que não era mais importante para Brandon, pude ver a dor em seus olhos. Cara, ela ainda ama meu ami
“Dizem que a vingança é doce; à abelha custa-lhe a vida.”Dois dias antes Massimo Mitchell Dixon Estou sentado numa cafeteria na frente de um parque ensolarado e consigo ver algumas crianças correndo de um lado para o outro. Meus olhos captam uma criança que me chama atenção imediatamente. Seus cabelos loiros e seus olhos azuis são tão semelhantes ao dele… O garoto é a imagem viva daquele que tanto desprezo. Será? A confirmação veio quando vejo a garota que visitei há três anos, indo em sua direção ao ser chamada de mamãe. Quem diria…Essa vinda a Londres será mais vantajosa do que imaginei, não é apenas semelhança, o garoto é filho de meu sobrinho. Então é aqui em Londres que essa garota veio se refugiar. Interessante, muito interessante… Levo a xícara até meus lábios e degusto o maravilhoso capuccino londrino. Estou aqui para uma reunião importante com o líder da máfia local, preciso de aliados que me ajudem a tomar o que é meu por direito. Meu querido sobrinho fez muito
"Descobrir que sou pai foi como sentir uma parte de mim sendo arrancada, um vazio profundo se formou ao saber que o filho que nunca conheci foi tirado de mim, antes mesmo de ter a chance de amar."Brandon Mitchell DixonUma bomba explode em minha mente. Levanto abruptamente, fazendo a cadeira ranger contra o chão. Aquela revelação me atinge como um soco no estômago e sinto o mundo ao meu redor desabar.— Meu filho? Que filho? ! Que porra você esta dizendo, Léon?— Brandon, agora não é hora para isso. Você precisa saber que tem um filho e que ele foi sequestrado. As palavras de Leon ecoam em minha mente, mas eu mal consigo processar a informação. A ideia da paternidade, algo que nunca imaginei, agora se mescla com a dor e uma raiva crescente. Controlo minha respiração, tentando organizar meus pensamentos. Trinco o maxilar e fecho meus olhos perguntando em seguida:— Onde estão? O que eles querem?— Eu ainda não sei, mandei a placa do carro para um dos meus homens analisarem. Acho que
“O que mais me deixaria aliviada no momento é saber que o meu sexto sentido está enganado.”Chloe HughesNão sei porque estou sentindo um aperto no peito. Telefonei para Sabrina para saber se o Bernardo já havia chegado da escola e ela me disse que o Nicolas tinha acabado de telefonar dizendo que estavam indo para casa. Preciso relaxar, acho que o fato de ter encontrado o Léon e o Iohan, mexeu comigo, mas tenho que parar de pensar nisso. Já se passaram cinco dias e Brandon não apareceu, então, como Léon disse, não significo mais nada para ele. Olho para a xícara de café em minha mão e suspiro fundo, acho que já está na hora de me libertar desse sentimento, se ele seguiu em frente, preciso fazer o mesmo. “Chloe, você é uma boba! Tire de sua cabecinha estúpida que um dia tudo isso iria passar e vocês ficariam juntos como uma família.” — Que angustia é essa aqui dentro? — sussurro passando a mão sobre o peito e abrindo os botões da minha bata, em busca de ar. — respira Chloe, não vai t
“Nada muda o passado, mas nunca é tarde para resgatar aquilo que foi bom.”O armazém era um labirinto de sombras e mofo, com o cheiro de madeira podre e metal enferrujado impregnando o ar. Bernardo estava amarrado a uma cadeira, seus olhos grandes e azuis estavam assustados, iluminados pela luz fraca de uma lâmpada que entrava pelas janelas quebradas. Ele não sabia quanto tempo havia passado desde que foi sequestrado, mas cada minuto parecia uma eternidade. O medo o envolvia como um cobertor, mas havia uma sensação de espera, como se algo ou alguém pudesse vir para salvá-lo.Estava com medo, mas precisava ser forte. Lembrou do seu padrinho Nicolas dizendo que ele sempre deveria proteger a sua mamãe, mas naquele momento o que mais desejava era que ela chegasse e o levasse para casa. Os dois homens maus conversavam um pouco distante dele. Ele tentava entender o que falavam, mas não conseguia. Fechou os olhinhos e começou a chorar baixinho e enquanto pedia ao papai do céu que sua mamãe
“Não creio que o destino seja algo traçado . Prefiro acreditar que com determinação , coragem e muita fé , podemos escolhê-lo.”Chloe HughesEstou sentada no sofá abraçada ao urso de Bernardo, não consigo parar de pensar no meu filho ou em como ele deva estar assustado. Sei que devo confiar em Brandon, ele vai trazer nosso bebê a salvo de volta para os meus braços. Sinto o peito doer ao me lembrar da forma que ele me olhou e de como hesitou em me abraçar, sei que quando tudo acalmar, ele vai exigir explicações e terei que contar tudo. Sabrina se aproxima trazendo mais uma xícara de chá, não consegui ingerir nada, na verdade, não consigo pensar em mais nada, apenas desejo abraçar meu filho novamente. Escuto o barulho da porta e sem hesitar levanto do sofá indo em direção a entrada, sinto o coração tranquilizar-se ao ver meu bebê nos braços de Leon. Os olhos de Bernardo encontram os meus e corro ao seu encontro retirando-o dos braços de Léon, envolvendo-o num abraço apertado. — Mamãe…
“O que fizeram comigo me criou,é um princípio básico do universo,que toda ação cria uma reação igual e oposta!”Brandon se inclinou para frente, deixando a lâmina a poucos centímetros do rosto do homem. Iohan assistia a tudo com um sorriso no rosto. — Eu não o traí, fui enganado assim como você e… HahahahaHahahaha— Não me faça rir, Ricardo, você escolheu o lado errado, armou contra mim e contra meu filho. Diabolik retrucou, sua voz agora carregada de uma fúria controlada. Com um movimento rápido, cravou a faca no braço do traidor, a lâmina penetrando na carne com um som seco e horrível. O homem gritou, um grito que ecoou pelas paredes, mas Diabolik não se deteve e continuou falando:— Você não entende o que é lealdade, não é? Foi para isso que matou seu pai? Para se tornar a porra de um general manipulável e sem colhões? Diabolik pressionou a faca mais fundo com o olhar fixo nos olhos do traidor, observando a dor e a humilhação que se desenrolava diante dele. — Ah, por D